Pistia stratiotes

Nomes popularesAlface-d’água, erva-de-santa-luzia, flor-d’água, golfo, lentilha-d’água, mururé, mururé-pagé, pagé, pasta, santa-luziaNome científicoPistia stratiotes L.SinônimosApiospermum obcordatum (Schleid.) KlotzschLimnonesis commutata (Schleid.) KlotzschLimnonesis friedrichsthaliana KlotzschPistia aegyptiaca Schleid.Pistia aethiopica Fenzl ex KlotzschPistia africana C.PreslPistia amazonica C.PreslPistia brasiliensis KlotzschPistia commutata Schleid.Pistia crispata BlumePistia cumingii KlotzschPistia gardneri KlotzschPistia horkeliana Miq.Pistia leprieuri BlumePistia linguiformis BlumePistia minor BlumePistia natalensis KlotzschPistia obcordata Schleid.Pistia stratiotes var. obcordata (Schleid.) Engl.Pistia occidentalis BlumePistia schleideniana KlotzschPistia spathulata Michx.Pistia stratiotes var. spathulata (Michx.) Engl.Pistia texensis KlotzschPistia turpinii K.KochZala asiatica Lour.FamíliaAraceaeTipoNativa, não endêmica do Brasil.DescriçãoErvas aquáticas flutuantes, perenes, estoloníferas, acaulescentes, com raízes plumosas. Folhas em roseta, densamente pubescentes; pecíolo ca. 2,5 mm compr., externamente piloso, internamente glabro; bainha ligulada, ca. 4,5 mm compr., fina, escariosa, pontuado-glandulosa, circundando o pecíolo, ápice irregular; lâmina foliar ca. 19,5 x 19,0 mm, obovado-cuneada a obovado-oblonga, ligeiramente esponjosa, ápice arredondado, truncado a retuso, cuneada para a base, nervuras 5, subparalelas saindo da base, levemente divergentes e aproximando-se das margens próximo ao ápice, fortemente proeminente abaxialmente, venação de ordens maiores reticuladas. Inflorescência solitária, ca. 1,0 cm compr.; pedúnculo pubescente; espata branca, ligeiramente constrita na região central, pubescente externamente, glabra internamente, margens proximais conadas e adnatas a parede do ovário formando um tubo, as margens livres entre o tubo e a lâmina dobradas formando uma divisória entre uma câmara distal estaminada e uma proximal pistilada; espádice na maior parte adnato à espata, mais curto que esta, somente a porção apical estaminada livre, zona pistilada com um único gineceu na base. Flores unissexuadas, glabras; gineceu adnato ao eixo do espádice, ovário ovoide, 1-lóculo, óvulos numerosos, placenta aparentemente parietal, região do estilete atenuada, curvando-se em direção às flores estaminadas, estigma discoide, subcapitado; flores estaminadas um sinândrio, consistindo de 2 estames conados, deiscência por uma fenda apical. Frutos com paredes finas, utriculares, com muitas sementes, baga elipsóide, rompendo-se irregularmente e decompondo-se para liberar as sementes. Sementes elipsoides, testa reticulado-alveolada (BARBOSA, 2016).CaracterísticaFloração / frutificaçãoFloresce durante quase todo o ano, mas suas flores são muito pequenas e inconspícuas (BARBOSA, 2016).DispersãoHabitatEspécie autóctone encontrada em rios e lagoas ricas em matéria orgânica. Vegetas em todo tipo de água, pura, barrenta, poluídas ou paradas, exceto em água salgada. Ocorre na Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal.Distribuição geográficaOcorrências confirmadas:Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará)Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe)Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso)Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo)Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina)Domínios Fitogeográficos Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, PantanalTipo de Vegetação Vegetação Aquática (MAYO, 2019).EtimologiaPropriedadesFitoquímicaFitoterapiaÉ planta medicinal utilizada como colírio. Para isso, são utilizadas as folhas, e existem duas formas de usá-las para problemas de visão: uma é pegar de manhã a água do sereno depositada sobre as folhas da planta e pingar diretamente nos olhos; a outra é colocar a folhas na água gelada e com o algodão lavar os olhos. Também é indicada no tratamento de diabetes insípida, urinas sanguíneas, tumores causados por erisipela, hérnias infantis, hidropsias, enfermidades da bexiga e rins, hematúria, hemoptises, antiescorbútica, estrangúria e oftalmia.A forma de uso externo é em forma de cataplasma, para isto, basta colocar as folhas amassadas sobre os tumores. E para uso interno são utilizados o pó, infusão, decocção, macerados ou sucos da planta.FitoeconomiaAlém do uso como planta ornamental aquática, outra propriedade interessante desta planta é o seu uso como removedor de nódoas, óleos e graxas de roupas e produtos diversos; para isso, basta deixar a planta alguns dias dentro de um balde com água, para liberarem princípio acre, e depois esfregá-las no objeto. As raízes, após cozidas, também constituem uma boa forragem para porcos, e a planta inteira pode ser utilizada como forragem verde.InjúriaPlanta daninha aquática com ampla distribuição nos trópicos.ComentáriosBibliografiaBARBOSA, T.D.M. Do(as) macro(fitas) ao(s) micro(satélites): caracterização da diversidade de plantas aquáticas e palustres no domínio norte-amazônico brasileiro. Tese. Universidade Estadual de Campinas. Campinas, SP. 2016. Disponível em: <http://repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/315348/1/Barbosa_TiagoDomingosMouzinho_D.pdf>.Catálogo de Plantas e Fungos do Brasil, volume 1 / [organização Rafaela Campostrini Forzza... et al.]. -Rio de Janeiro : Andrea Jakobsson Estúdio : Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010. 2.v. 875 p. il. Disponível em: <http://www.jbrj.gov.br/publica/livros_pdf/plantas_fungos_vol1.pdf>.COELHO, M.A.N. 2010. Pistia in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. (http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2010/FB005070).LORENZI, H. Plantas Daninhas do Brasil: Terrestres, Aquáticas, Parasitas e Tóxicas. Instituto Plantarum. Nova Odessa, SP, 4ª ed. 2008. 672p. il.MAYO, S.J.; Andrade, I.M. Pistia in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB5070>. Acesso em: 06 Nov. 2019MEDEIROS, M. F. T.; SENNA-VALLE; L. ANDREATA, R. H. P. Flora Medicinal dos Sitiantes da RPPN Rio das Pedras, RJ, Brasil. Publ. Avul. Mus. Nac., Rio de Janeiro, n.106, p.3-24, mar. 2005. Disponível em: <http://acd.ufrj.br/~museuhp/CP/P.Avulsas/PAvulsas2005/PA%20106.pdf>.NOELLI, F. S. Múltiplos Usos de Espécies Vegetais Pela Farmacologia Guarani Através de Informações Históricas. Universidade Estadual de Feira de Santana. Diálogos, DHI/UEM, 02: 177-199, Bahia, 1998. Disponível em: <http://www.dhi.uem.br/publicacoesdhi/dialogos/volume01/Revista%20Dialogos/DI%C1LOGOS10.doc>.PLANTAS DA FLORESTA ATLÂNTICA. Editores Renato Stehmann et al. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2009. 515p. Disponível em: <http://www.jbrj.gov.br/publica/livros_pdf/plantas_floresta_atlantica.zip>.