Zanthoxylum rhoifolium

Nomes popularesMamica-de-porca, mamica-de-cadela, juva, teta-de-porca, carne-de-anta, espinho-de-vintém, juvevê, laranjeira-brava, laranjinha, limãozinho, mamica-de-cadela, pau-de-cachorro, tamanqueira-de-espinho, tamanqueira-limão, tamanqueiro, tambatarão, tembetaru, teta-de-cadela, tinguacibaNome científicoZanthoxylum rhoifolium Lam.SinônimosFagara acutifolia (Engl.) Engl.Fagara astrigera R.S.CowanFagara obscura (Engl.) Engl.Fagara pubescens (A.St.-Hil. & Tul.) HerzogFagara regnelliana (Engl.) Chodat & Hassl.Fagara rhoifolia var. intermedia R.S.Cowan & L.B.Sm.Fagara rhoifolia var. peltophorum (Turcz.) Chodat & Hassl.Fagara rhoifolia var. petiolulata (Engl.) Chodat & Hassl.Fagara rhoifolia var. surparanaensis NajeraFagara ruiziana (Klotzsch ex Engl.) Engl.Langsdorfia instrumentaria LeandroPohlana instrumentaria (Leandro) Nees & Mart. ex Engl.Pohlana langsdorfii Nees & Mart.Zanthoxylum acutifolium Engl.Zanthoxylum acutifolium var. petiolulatum Engl.Zanthoxylum astrigerum (R.S.Cowan) P.G.WatermanZanthoxylum langsdorfii (Nees & Mart.) A.St.-Hil.Zanthoxylum obscurum Engl.Zanthoxylum peltophorum Turcz.Zanthoxylum perrottetii DC.Zanthoxylum pubescens A.St.-Hil. & Tul.Zanthoxylum regnellianum Engl.Zanthoxylum rhoifolium var. formosanum (Lillo) P.G. WatermanZanthoxylum rhoifolium var. peltophorum (Turcz.) Engl.Zanthoxylum rhoifolium var. petiolulatum Engl.Zanthoxylum rhoifolium var. pubescens (A.St.-Hil. & Tul.) Engl.Zanthoxylum rhoifolium var. sessilifolium Engl.Zanthoxylum rhoifolium var. surparanaense (Najera) P.G.WatermanZanthoxylum ruizianum (Klotzsch ex Engl.) J.F.Macbr.Zanthoxylum sorbifolium A.St.-Hil.Fagara rhoifolia (Lam.) Engl.FamíliaRutaceaeTipoNativa, não endêmica do Brasil.DescriçãoÁrvore 3-15 m alt., tronco e ramos aculeados, raramente os mais distais inermes; indumento de tricomas estrelados, bífidos e simples. Folhas imparipinadas, raramente paripinadas, aculeadas ou não, com tricomas estrelados a glabrescentes, odoríferas; pecíolo 1,5-3(5)cm; raque semicilíndrica e canaliculada a subalada, (3)8-20 cm; folíolos (4)7-20(33), (1,5)2,5-9 x 0,7-2 cm, cartáceos, densa a esparsamente estrelado-pilosos principalmente na face abaxial, oblongos a estreito-elípticos, ápice obtuso ou agudo a curto-acuminado, base atenuada, sem domácias, margem crenada, plana a pouco revoluta, subsésseis ou com peciólulo até 5(9) mm; glândulas evidentes em ambas faces por toda a lâmina, mais raramente evidentes apenas na margem. Inflorescência terminal ou nas axilas de folhas superiores, tirso piramidal multi-ramoso, 4-14(20) cm, multifloro, densamente estrelado-piloso. Flores 5-meras, creme-esverdeadas; pedicelo ca. 1 mm, estrelado-piloso; sépalas deltóides, agudas, ciliadas; pétalas oblongo-elípticas, 1,5-2 mm, agudas, glabras; flor masculina: estames 5, exsertos; filetes 1,5-3 mm; anteras ovóides; disco anular glabro; pistilódio 1(2), ca. 0,5 mm, cônico; flor feminina: estaminódios 5, deltóides, reduzidos; ginóforo subcilíndrico; carpelos (1)2(3), ovário subgloboso, séssil, glabro, com muitas glândulas esféricas proeminentes; estilete excêntrico, reduzido; estigma capitado e peltado. Fruto 1(2)-folicular, subgloboso, 3-5 mm, com numerosas glândulas muito salientes no pericarpo; semente 1, obovóide, 3-4 mm diâm., hilo linear. Espécie bem distinta pelos acúleos do tronco, ramos e folhas (mais numerosos em plantas e ramos jovens), e pelos numerosos folíolos bem crenados, com indumento de tricomas estrelados. As inflorescências são terminais, multifloras, e as flores têm apenas 1 carpelo (raro 2), anacrostílico, com estigma peltado. Os frutos são também característicos, com glândulas esféricas muito salientes, e semente (sub)globosa, com hilo linear (RUTACEAE, 2019).CaracterísticaTrata-se de uma espécie complexa, que exibe considerável polimorfismo foliar, principalmente no que concerne a tamanho, forma e número de folíolos, glândulas apenas na margem ou em toda a lâmina, tamanho de peciólulos e densidade de indumento. Diversos táxons foram descritos, aos níveis específico e infra-específico, baseados em formas de um grande contínuo de variações fenotípicas mostrado por Z. rhoifolium, facilmente constatável mesmo em uma pequena área geográfica. Uma forma particularmente extrema parece ser encontrada na Bahia, com folíolos pequenos e (sub)sésseis, obtusos no ápice, tricomas escassos e apenas nas nervuras, acastanhados a pardacentos na herborização, e inflorescências laxas e paucifloras também escurecidas. Trata-se de poucas coleções conhecidas: R. Atkinson et al. PCD-2382, E.B. Miranda et al. 50, S.A. Mori et al. 9494, J.R.Pirani et al. 5426, S.B. Silva et al. 95, procedentes de cerrados em áreas de afloramentos rochosos, matas-de-cipó e caatinga arbórea. Algumas delas foram identificadas (erroneamente, a nosso ver) por Reynel (1995 e herbários) como Z. kleinii, espécie sulina das matas com Araucaria (ver discussão sob essa espécie). Existem algumas evidências de que esta espécie possa comportar-se, às vezes, como subdióica. Por exemplo, no espécime coletado na Bahia por Carvalho et al. PCD 2180 (HUEFS, SPF), com inflorescências masculinas, existe no mesmo ramo uma única inflorescência portando frutos jovens. Na monografia de Engler (1874), aparece entre os sinônimos Pohlana instrumentaria Nees & Mart. ex Engl., um nomen nudum pro syn. (RUTACEAE, 2019).Floração / frutificaçãoPode ser encontrada com flores ou frutos em todos os meses do ano, com períodos variando segundo a região do país; parece haver maior expressividade na floração entre setembro e maio, na frutificação principalmente de novembro a julho (RUTACEAE, 2019).DispersãoHabitatHabita florestas úmidas e mesófilas perenes a semidecíduas, até cerca de 1300 m de altitude, sendo frequente em clareiras ou orlas de matas perturbadas ou secundárias. Na Amazônia, prefere mata de terra firme (RUTACEAE, 2019).Distribuição geográficaZanthoxylum rhoifolium está entre as espécies de maior distribuição geográfica do gênero, desde o México (lado Pacífico), através dos terrenos baixos da América Central, inclusive a parte insular, e em quase toda América do Sul, até Argentina e Paraguai (ausente apenas no Chile e Uruguai).Ocorrências confirmadas:Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins)Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe)Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso)Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo)Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina)Domínios Fitogeográficos Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa, PantanalTipo de Vegetação Área Antrópica, Cerrado (lato sensu), Floresta Ciliar ou Galeria, Floresta de Terra Firme, Floresta Estacional Perenifólia, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial), Restinga (RUTACEAE, 2019).EtimologiaPropriedadesFitoquímicaFitoterapiaFitoeconomiaInjúriaComentáriosBibliografiaRUTACEAE in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB1162>. Acesso em: 14 Nov. 2019