Guapira opposita

Nomes popularesLouro-branco, maria-mole, farinha-seca, ciriba, pau-piranha, cebolaNome científicoGuapira opposita (Vell.) Reitz.SinônimosGuapira laxiflora (Choisy) LundellGuapira parvifolia (Standl.) LundellTorrubia laxiflora Standl.Torrubia obtusiloba Standl.Torrubia olfersiana Standl.Torrubia opposita Vell.Bessera calycantha Vell.Columella rustica Vell.Guapira olfersiana (Link et al.) LundellPisonia comosa ChoisyPisonia graciliflora var. subferruginosa Mart. ex J.A.SchmidtPisonia heterophylla ChoisyPisonia laxiflora ChoisyPisonia minor ChoisyPisonia obtusiloba HuberPisonia olfersiana Link et al.Pisoniella apolinarii M.LisboaTorrubia parvifolia Standl.FamíliaNyctaginaceaeTipoNativa, não endêmica do Brasil.DescriçãoÁrvore ou arvoreta, caule e ramos estriados, lenticelados, glabros a raramente pubescentes, tricomas articulados. Folhas elíptico-lanceoladas 2,8- 15 x 1,1-6 cm; base cuneada, ápice cuspidado a obtuso, borda inteira, cartácea; face adaxial glabra, nervuras pouco salientes, face abaxial glabra a raro pubescente, maior concentração de tricomas articulados ferrugíneos junto à nervura central proeminente; pecíolo cilíndrico glabro a raramente pubescente, tricomas articulados, ferrugíneos, 0,3-2 cm. Inflorescência cimosa, pedúnculo 1,5-2,5 cm, glabro; flores unissexuais (dióicas a raramente monóicas); perigônio densamente piloso, tricomas articulados, ferrugíneos; bractéolas (3) deltóides a elípticas, glabras ou pubescentes com tricomas articulados nas margens, 0,5-1 mm, flores estaminadas, 3-5 mm de compr., estames 6-8, filetes 3-7 mm, antera elipsóide, 0,5 mm, pistilódio 3 mm; flores pistiladas menores que as estaminadas, 2-3,5 mm, 6 estaminódios; ovário elipsóide 1-4 mm. Antocarpo, globoso a oblongo, estriado, pubescente, tricomas articulados, ferrugíneos, coroa apical aberta, 0,5-1,4 cm de compr. (MARCHIORETTO, 2011).CaracterísticaGuapira opposita distingue-se de G. hirsuta por apresentar pouquíssimos tricomas dispersos no limbo, ao passo que a segunda apresenta um indumento hirsuto na face abaxial, os tricomas aglomeram-se e simulam tricomas estrelados invertidos, segundo Furlan (1996). Segundo Reitz & Klein (1970) é uma das árvores mais características e expressivas das associações “clímax” da mata pluvial. Possui folhas que variam muito em comprimento e largura, o que pode estar ligado ao fator de disponibilidade luminosa. Este fato também foi constatado por Furlan et al (2008) que, ao observarem os espécimes crescidos em locais ensolarados, notaram que eles apresentavam folhas menores que a média. Outra característica importante observada no material examinado foi a ocorrência de galhas. Este caráter foi verificado por Maia e Monteiro (1999) indicando que as relações tróficas entre insetos galhadores e os parasitoides mais freqüentes associados a Guapira opposita resultam numa teia alimentar complexa (MARCHIORETTO, 2011).Floração / frutificaçãoDispersãoZoocóricaHábitatAmazônia, Caatinga, Cerrado e, Mata Atlântica, na Floresta Ombrófila Densa, Floresta Estacional Semidecidual, Restinga e Manguezais.Distribuição geográficaOcorrências confirmadas:Norte (Amazonas, Amapá, Pará, Tocantins)Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco)Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul)Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo)Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina)Domínios Fitogeográficos Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata AtlânticaTipo de Vegetação Área Antrópica, Floresta Ciliar ou Galeria, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial), Floresta Ombrófila Mista, Restinga, Vegetação Sobre Afloramentos Rochosos (GUAPIRA, 2019).EtimologiaPropriedadesFitoquímicaFitoterapiaFitoeconomiaPassos & Oliveira (2004) verificaram que os frutos de Guapira opposita apresentam alta concentração de proteína, cerca de 30%, e baixíssima concentração de lipídios, aproximadamente 0,3%. Segundo esses autores os frutos dessa planta são dispersos por pássaros ou por formigas quando caem espontaneamente, sendo o sucesso germinativo da espécie aumentadoquando a polpa é retirada. Neste sentido, quando as formigas levam os frutos para seus ninhos, por um processo de mutualismo, a semente tem seu potencial de desenvolvimento beneficiado (MARCHIORETTO, 2011).InjúriaComentáriosMeus agradecimentos a Jean Fábio Bianconcini, por ceder as fotos desta espécie.BibliografiaCatálogo de Plantas e Fungos do Brasil, volume 2 / [organização Rafaela Campostrini Forzza... et al.]. -Rio de Janeiro: Andrea Jakobsson Estúdio: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010. 2.v. 830 p. il. Disponível em: <http://www.jbrj.gov.br/publica/livros_pdf/plantas_fungos_vol2.pdf>.ELTINK, M. ., TORRES, R. B., RAMOS, E. . Guapira opposita (Vell.) Reitz Biblioteca Digital de Ciências, 11 jul. 2008. Disponível em: <http://www.ib.unicamp.br/lte/bdc/visualizarMaterial.php?idMaterial=670>. Acesso em: 20 fev. 2011.FLORA ARBÓREA e Arborescente do Rio Grande do Sul, Brasil. Organizado por Marcos Sobral e João André Jarenkow. RiMa: Novo Ambiente. São Carlos, 2006. 349p. il.GUAPIRA in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB10913>. Acesso em: 27 Nov. 2019MARCHIORETTO, M.S.; LIPPERT, A.P.U.; SILVA, V.L. A família Nyctaginaceae Juss. no Rio Grande do Sul, Brasil. PESQUISAS, BOTÂNICA Nº 62:129-162 São Leopoldo: Instituto Anchietano de Pesquisas, 2011. Disponível em: <http://www.anchietano.unisinos.br/publicacoes/botanica/botanica62/04.pdf>.PLANTAS DA FLORESTA ATLÂNTICA. Editores Renato Stehmann et al. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2009. 515p. Disponível em: <http://www.jbrj.gov.br/publica/livros_pdf/plantas_floresta_atlantica.zip>.URBANETZ, C.; TAMASHIRO, J. Y.; KINOSHITA, L. S. Chave de Identificação de Espécies Lenhosas de um Trecho de Floresta Ombrófila Densa Atlântica, no Sudeste do Brasil, Baseada em Caracteres Vegetativos. Biota Neotrop., vol. 10, no. 2. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/bn/v10n2/36.pdf>.