Matayba elaegnoides

Nomes popularesMiguel-pintado, aroeira-branca, camboatá, camboatá-branco, camboatá, cuvantã, craguatã, cragoatã-branco, cangroatan, mataiba, pau-de-pomboNome científicoMatayba elaegnoides Radlk.SinônimosMatayba pallens Radlk.FamíliaSapindaceaeTipoNativa, não endêmica do Brasil.DescriçãoÁrvores ou arbustos, 3-15 m alt.; ramos cilíndricos a levemente achatados, glabros a esparsamente pubescentes. Folhas dispersas por todo o ramo, raramente congestas no ápice; pecíolo 1,2-5,4 cm compr., cilíndrico a bicanaliculado, (sub)glabro; raque 1,2-9,7 cm compr., subcilíndrica, bicanaliculada, (sub)glabra; folíolos 4-12, subsésseis ou peciólulos 0,3-0,4 cm compr., canaliculados, subglabros a esparsamente pubescentes; lâmina 1,2-12,9 × 0,6-3,7 cm, obovados, obovado-oblongos, elípticos, elíptico-obovados, estreitamente elípticos a oblanceolados, cartáceos, planos, ápice agudo, obtuso, arredondado ou retuso, base atenuada, assimétrica ou simétrica, margem revoluta, inteira; concolores, verde-amarelado a castanho-claro na face abaxial, (sub)glabros na face abaxial, verde-escuro, verde-acinzentado, verde-esbranquiçado, acinzentado a castanho-acinzentado, as vezes brilhantes, glabros na face adaxial; nervação amarelada a avermelhada, proeminente na face adaxial, reticulação fechada; nervura central impressa na face adaxial, (sub)glabra em ambas as faces; nervação secundária broquidódroma, 4-12 pares, impressas a planas na face adaxial, oblíquas, geralmente arqueadas a levemente arqueadas; domácias presentes, urceoladas com tricomas na abertura, não salientes na face adaxial dos folíolos. Inflorescências axilares, paniculiformes, menos compridas que as folhas; pedúnculo 0,5-7,5 cm compr., cilíndrico a achatado, glabro a pubescente, raque 0,3-11,5 cm compr., achatada, subglabra a pubescente. Flores 4-8 mm compr.; pedicelo 1-2 mm compr., articulado da base ao ápice, pubescente; sépalas c. 1,5 mm compr., ovaladas, livres a partir das regiões basal ou mediana, lobos 1 mm compr., ápice obtuso a arredondado; (sub)glabras na face abaxial, pubescentes na face adaxial, margem ciliada; pétalas c. 1,5 mm compr., ovaladas, ápice emarginado, truncado ou arredondado, erodido ou irregular, (sub)glabras na face abaxial, vilosa na face adaxial, margem ciliada; base unguiculada, apêndice petalífero basal menor ou de mesmo tamanho que a pétala, lanoso a densamente lanoso; disco nectarífero glabro; fl. masc.: estames 2-4 mm compr., filetes geralmente iguais, raramente desiguais, geralmente retos, raramente sinuosos, pubescentes (esparsamente pubescentes na região apical), anteras (sub)glabras; pistilódio c. 1 mm compr., densamente pubescente; fl. fem.: estaminódios c. 1,5 mm compr.; gineceu 2,5-4 mm compr., ovário ovóide a globoso, levemente lobado, densamente pubescente; estilete c. 1 mm compr., estigma capitado, esparsamente pubescente. Cápsulas 0,6-1,9 × 0,4-1,9 cm, globosas, levemente lobadas, estípite 1-3 mm compr., apiculadas; tricarpelares, 1-3 seminadas, epicarpo coriáceo, verrucoso a fortemente verrucoso, pubérulos a densamente pubescentes; endocarpo tomentoso, ferrugíneo. Sementes 0,7-1 × 0,5-0,8 cm, oblongas a obovóides; arilo alvo a amarelado recobrindo totalmente ou até a região apical da semente. (MATAYBA, 2019).CaracterísticaEssa espécie facilmente reconhecida pela raque foliar bicanaliculada, nervuras secundárias geralmente arqueadas, reticulação da nervação fechada e na face adaxial dos folíolos pela nervação proeminente, além da presença de domácias urceoladas não salientes (MATAYBA, 2019).Floração / frutificaçãoFloresce em agosto e setembro e frutifica entre outubro e dezembro.DispersãoZoocóricaHabitatPlanta semidecídua, mesófita e seletiva higrófita, esciófila. Ocorre em solos úmidos, tanto no interior da mata, como em estágios secundários. Ocorre no Cerrado e Mata Atlântica, na Floresta Ombrófila Densa e Mista e na Floresta Estacional Semidecidual.Distribuição geográficaOcorrências confirmadas:Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul, Mato Grosso)Sudeste (Minas Gerais, São Paulo)Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina)Domínios Fitogeográficos Cerrado, Mata AtlânticaTipo de Vegetação Cerrado (lato sensu), Floresta Ciliar ou Galeria, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial), Floresta Ombrófila Mista (SOMNER, 2010).EtimologiaPropriedadesFitoquímicaFitoterapiaNa medicina caseira, é utilizada no combate a azias, problemas do fígado, dores no coração, tumores, reumatismo, tosses, bronquite e como tônico, digestivo, antitérmico e no aumento da resistência orgânica.FitoeconomiaEspécie com características ornamentais, podendo ser utilizada para arborização urbana, recomposição de mata ciliar ou para reflorestamentos destinados a preservação, pois os frutos são fonte de alimento para a avifauna. É planta melífera, com produção de néctar e pólen. A madeira é de cor branca.InjúriaComentáriosApós o plantio, a emergência das plântulas ocorre entre 12 e 40 dias. As sementes possuem baixa tolerância à dessecação.BibliografiaCatálogo de Plantas e Fungos do Brasil, volume 2 / [organização Rafaela Campostrini Forzza... et al.]. -Rio de Janeiro: Andrea Jakobsson Estúdio: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010. 2.v. 830 p. il. Disponível em: <http://www.jbrj.gov.br/publica/livros_pdf/plantas_fungos_vol2.pdf>.COELHO, R. L. G. Estudos Taxonômicos em Matayba Aubl. Sect. Matayba (Sapindaceae). Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual de Campinas. Campinas, SP. 2008. 170p. Il. Disponível em: <http://cutter.unicamp.br/document/?code=vtls000447591>.FLORA ARBÓREA e Arborescente do Rio Grande do Sul, Brasil. Organizado por Marcos Sobral e João André Jarenkow. RiMa: Novo Ambiente. São Carlos, 2006. 349p. il.LEONHARDT, C. et AL. 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