Campomanesia guaviroba

Nomes popularesGuabiroba, guabirobão, guabiroba-preta, gabirobão, gavirova, guavirova, gabiroba, araçá, guabirobeiraNome científicoCampomanesia guaviroba (DC.) Kiaersk.SinônimosPsidium guaviroba DC.Abbevillea cerasoides (Cambess.) O.BergAbbevillea fenzliana O.BergAbbevillea klotzschiana O.BergAbbevillea maschalantha O.BergAbbevillea punctulata (DC.) O.BergAbbevillea sellowiana O.BergCampomanesia cerasoides (Cambess.) A.GrayCampomanesia dulcis (Vell.) J.F.Macbr.Campomanesia maschalantha (O.Berg) Kiaersk. ex Engl. & PrantlCampomanesia punctulata (DC.) Mattos & D.LegrandCampomanesia stictopetala Kiaersk.Psidium cerasoides Cambess.Psidium dulce Vell.Psidium punctulatum DC.Abbevillea guaviroba (DC.) O.BergFamíliaMyrtaceaeTipoNativa, não endêmica do Brasil.DescriçãoÁrvores até 8 m alt. Ramos novos, pecíolos e pedicelos com tricomas simples esparsos; hipanto, cálice e corola cobertos por tricomas do mesmo tipo; tufos de tricomas sempre presentes nas axilas das nervuras secundárias na face abaxial das folhas. Folhas com pecíolo 10-15 mm compr.; lâmina 5‑15 × 4-6 cm, cartácea a coriácea, concolor, elíptica, ápice agudo, base obtusa a atenuada, margem inteira, nervura central saliente na face abaxial e sulcada na face adaxial, nervuras secundárias 6-8 de cada lado, nervura marginal descontínua. Pedúnculos unifloros, solitários, 6-12 mm compr., axilares; bractéolas 1,5‑2 × 0,5-0,6 mm. Flores com hipanto não elevado acima do ovário, sem constrição; cálice com lobos individuais, 1-2 mm compr.; ovário 6-7-locular, liso. Frutos globosos, 15-20 mm diâm., lisos. (LIMA, 2015).CaracterísticaCaracteriza-se por possuir o tronco fendido longitudinalmente, além de folhas cartáceas com nervura marginal pouco definida e margem subinteira (DUARTE, 2003, p. 40).Pode ser reconhecida pelas pontuações escuras nos ramos, por seu indumento concentrado somente na axila das nervuras secundárias da face abaxial das folhas, nervação marcadamente reticulada, impresso-saliente, glândulas densamente distribuídas na face abaxial, evidentes e lobos do cálice curtos e agudos (MORAIS, 2006, p.8).Floração / frutificaçãoOutubro a dezembro, com frutificação em janeiro e fevereiro.DispersãoZoocóricaHabitatDistribuição geográficaOcorrências confirmadas:Norte (Amazonas)Nordeste (Bahia)Centro-Oeste (Distrito Federal)Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo)Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina)Domínios Fitogeográficos Cerrado, Mata AtlânticaTipo de Vegetação Cerrado (lato sensu), Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial), Floresta Ombrófila Mista (CAMPOMANESIA, 2020).EtimologiaGuaviroba faz alusão ao nome popular pelo qual é conhecida.PropriedadesFitoquímicaFitoterapiaPossui aplicações na medicina popular.FitoeconomiaA madeira é moderadamente pesada, de textura fina e grã regular, sendo pouco suscetível de ataque de organismos xilófagos. É utilizada para confecção de instrumentos musicais, cabos de ferramentas e taboado. Os frutos são comestíveis e saborosos, é, também, uma grande fonte de alimento para a fauna. Pode ser utilizada na arborização urbana e para recomposição de mata nativa.InjúriaComentáriosO plantio das sementes pode ser feito logo após a colheita dos frutos, a taxa de germinação geralmente fica em torno de 80 %, e o desenvolvimento da planta é rápido.BibliografiaCAMPOMANESIA in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB10315>. Acesso em: 09 Jan. 2020.DUARTE, A. R. Espécies de Myrtaceae de Uma Parcela Permanente de Floresta Ombrófila Densa Baixo Montana no Parque Estadual Carlos Botelho, Município de Sete Barras – SP. Dissertação de Mestrado. Universidade de São Paulo. Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”. Piracicaba, São Paulo, 2003. 92p. Il. 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Campomanesia xanthocarpa

Nomes popularesGuabiroba, guabirobeira, gabirobeira, gabiroba, gavirova, araçá, guabiraroba, guabiroba-miúda, guabirobeira-do-mato, guariba, guavirá, guavirovaNome científicoCampomanesia xanthocarpa (Mart.) O.BergSinônimosEugenia xanthocarpa Mart.Campomanesia crenata O.BergCampomanesia dusenii KauselCampomanesia malifolia O.BergCampomanesia rhombea O.BergEugenia variabilis Mart.Psidium malifolium (O.Berg) F.Muell.FamíliaMyrtaceaeTipoNativa, não endêmica do Brasil.DescriçãoÁrvore de copa densa, alargada, com ramificações irregulares, medindo até 25 m de altura, com o tronco de 30 50 m de diâmetro. O tronco contém caneluras e sapopemas, casca de coloração pardo-acinzentada, deiscente em tiras delgadas. Folhas simples, opostas, longamente pecioladas e membranáceas, com limbo inteiro, obovado-oblongo e discolor, verde-escuro em cima com nervura principal impressa e verde-claro com nervura saliente na parte inferior, ápice agudo ou acuminado e base aguda, às vezes assimétrica, de 3-10 cm compr, e 2,5-5 cm larg. Flores hermafroditas, isoladas, brancas ou creme-esbranquiçadas, axilares e pouco duradouras, nas extremidades de pedúnculos unifloros. Frutos bagas globosas, com até 20 mm de diâmetro, coroadas por sépalas persistentes (MARQUES, 2007, p. 95).CaracterísticaSemelhante a C. littoralis, suas folhas possuem margens onduladas, característica que é bastante marcante. Suas flores possuem cinco pétalas que apresentam glândulas oleíferas alaranjadas muito visíveis na lupa (PELLIS, 2019).Floração / frutificaçãoA floração ocorre de setembro a novembro e a frutificação entre novembro e fevereiro.DispersãoZoocóricaHabitatPlanta decídua, mesófita até heliófita e seletiva higrófila, abundante nas matas úmidas de altitude (Mata de PinhaisDistribuição geográficaOcorrências confirmadas:Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo)Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina)Possíveis ocorrências:Nordeste (Bahia)Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul)Domínios Fitogeográficos Mata AtlânticaTipo de Vegetação Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial), Floresta Ombrófila Mista (CAMPOMANESIA, 2020).EtimologiaA palavra Guabiroba provém da língua indígena, sendo composta por Guam (cheiro), bi (pele), ob (folha), isto quer dizer: folha cheirosa.PropriedadesFitoquímicaProteína, tanino, flavonóides, saponinas e vitamina C.FitoterapiaAs folhas possuem aplicações na medicina caseira, sendo indicadas para o controle do peso, como antiulcerogênicos, contra úlcera gástrica, gripe, colesterol, prisão de ventre, hiperglicemia e também fortalece a memória e elimina catarros da bexiga e do útero. A pele dos frutos é utilizada em infusões contra catarros, diarréia, cistites, uretrites, hemorróidas, disenteria e prolapso do reto. Na medicina indígena dos índios dos Estados do Paraná e Santa Catarina, as folhas, tronco, brotos e cascas do caule são utilizados para tratar sapinho, ferida na boca, fratura óssea, dor de dente, contusões, dor de estômago, fraqueza, dor de barriga, disenteria, dor nos olhos e para induzir o parto, apressando contrações.FitoeconomiaSeus frutos possuem potencial econômico e são muito apreciados pela população. Sua madeira é utilizada para diversos fins, dentre eles a confecção de instrumentos musicais (PELLIS, 2019).Árvore frutífera muito conhecida no Sul e Sudeste do Brasil. No Rio Grande do Sul a polpa concentrada dos frutos já é comercializada. Os frutos são saborosos e podem ser consumidos in natura ou transformados em sucos, geléias, licores, sorvetes e outros derivados. É uma espécie também muito importante como fonte de alimento para a fauna. Pode ser utilizada como ornamental em praças, avenidas e casas de fazenda. Os alimentos também são muito apreciados por peixes frugívoros. É altamente apícola, fornecendo excelente mel. Planta altamente recomendada para recomposição de áreas degradadas e reflorestamentos heterogêneos. A madeira que fornece é de excelente qualidade, sendo utilizada pelos índios das etnias Guarani para a fabricação de cabos de ferramentas. Antigamente as suas folhas eram adicionadas à Erva-mate para aromatizar o produto.InjúriaComentáriosPara o plantio, não é necessária a quebra de dormência das sementes, e a taxa de germinação é de aproximadamente 75% em noventa dias. BibliografiaBARBOSA RODRIGUES, J. Notas a Luccok Sobre a Flora e Fauna do Brazil. Typographia Universal de H. Laemmert & C. Rio de Janeiro. 1882. 112p. Disponível em: <http://www.archive.org/details/notasluccoksobre00rodr>.CAMPOMANESIA in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB10315>. Acesso em: 09 Jan. 2020.Catálogo de plantas e fungos do Brasil, volume 2 / [organização Rafaela Campostrini Forzza... et al.]. -Rio de Janeiro : Andrea Jakobsson Estúdio : Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010. 2.v. 830 p. il. Disponível em: <http://www.jbrj.gov.br/publica/livros_pdf/plantas_fungos_vol2.pdf>.KINUPP, V. F. Plantas Alimentícias Não-Convencionais da Região Metropolitana de Porto Alegre. Tese de Mestrado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2007. 590p. il. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/12870>.LINDENMAIER, D. S. Etnobotânica em Comunidades Indígenas Guaranis no Rio Grande do Sul. Universidade de Santa Cruz do Sul. Rio Grande do Sul, 2008. 44p. Disponível em: <http://www.scribd.com/doc/19857491/MONOGRAFIADiogo-Lindenmaier>.LOPES, S. B.; GONÇALVES, L. 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