Desmodium adscendens

Nomes popularesPega-pega, amor-agarrado, amor-de-velho, amor-seco, amores-de-vaqueiro, amor-do-campo, amores-do-campo, amorico, amorzinho-seco, carrapichinho, carrapicho, carrapicho-beiço-de-boi, carrapicho-rasteiro, fucinho-de-boi, manduvarana, marmelada-de-cavalo, pega-pega-graúdo, trevinho, trevinho-de-campo, trevo-de-campoNome científicoDesmodium adscendens (Sw.) DC.SinônimosDesmodium arinense HoehneFamíliaFabaceaeTipoNaturalizadaDescriçãoDescriçãoErva 20-80 cm alt., prostrada a semi-ereta. Ramos cilíndricos, estriados, pubescentes. Folhas pinado-trifolioladas; estípulas 3-6 mm compr., assimetricamente triangulares, longo-acuminadas, livres, glabrescentes; estipelas 1-2 mm compr., linear-triangulares; pecíolo 4-12 mm compr.; raque 2-5 mm compr.; folíolos 0,5-2,3 x 0,4-1,6 cm, os laterais menores e simétricos, obovados a suborbiculares, base obtusa a arredondada, ápice emarginado a arredondado, face adaxial glabrescente, abaxial pubescente. Racemos longos, 5-21,5 cm compr., axilares e terminais; pedúnculo 0,8-5,2 cm compr.; pedicelos 2 por nó, 3-10 mm compr.; brácteas 3-5 mm compr., uma na base de cada par de pedicelos, ovadas, longo-acuminadas, caducas. Flores 4-6 mm compr. Cálice ca. 3 mm compr., pubescente a glabro; lacínios superiores 2-2,5 mm compr., concrescidos quase até o ápice, lacínios inferiores semelhantes, 1,5-2 mm compr. Corola lilás; estandarte 4-5 x 3-5 mm, orbicular a obovado, ápice emarginado; alas e pétalas da carena 3-5 x 2-3 mm, obovadas, pétalas da carena levemente falcadas. Androceu 5-6 mm compr. Gineceu com ovário 2,5-3 mm compr., subséssil, estípite ca. 1 mm compr.; estilete ca. 2 mm compr., curvo. Lomento 2-4-articulado, subséssil, estípite 0,5-1 mm compr., indeiscente, pubescente; artículos 4-7 x 2-4 mm, assimetricamente elípticos a obovados, margem superior reta, inferior profundamente sinuosa. Sementes 3-4 x 2-3 mm, reniformes, castanho-escuras. (ANDRADE, 2008, p.60).CaracterísticaDesmodium adscendens é facilmente reconhecida, devido à forma de seus folíolos (Oliveira 1983). Assemelha-se, vegetativamente, à D. barbartum, sendo distinguível pela inflorescência longa e lomento com artículos indeiscentes. (ANDRADE, 2008, p. 62).Floração / frutificaçãoNovembro a janeiro, frutificando de dezembro a janeiro.DispersãoEpizoocoriaHabitatEspécie heliófita, perene, encontrada em beira de estradas e caminhos, campos e restingas, em barrancos úmidos e secos, solo arenoso, rochoso, argiloso e úmido. Desenvolve estolões nos nós dos ramos (exsitaca D. M. Freitas 202, HBR), possibilitando que a espécie alastre-se vegetativamente, formando grandes aglomerações. Os nódulos de rizóbios, presentes em suas raízes, contribuem para a sobrevivência da espécie, nos mais variados ambientes (FREITAS, 2012).Distribuição geográficaOcorrências confirmadas:Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins)Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe)Centro-Oeste (Goiás)Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo)Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina)Possíveis ocorrências:Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul, Mato Grosso)Domínios Fitogeográficos Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, PampaTipo de Vegetação Área Antrópica, Campinarana, Campo de Altitude, Campo Rupestre, Cerrado (lato sensu), Floresta Ciliar ou Galeria, Floresta de Terra Firme, Floresta de Várzea, Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial), Restinga (DESMODIUM, 2020).Etimologiaadscendens- (do latim): ascendente, entre prostrado e ereto ou voltado para cima (Rizzini, 1955). Em alusão ao hábito ascendente característico da espécie (FREITAS, 2012).PropriedadesFitoquímicaFitoterapiaSegundo dados da exsicata (D. M. Freitas & A. Reis 39, HBR), coletada em Corupá/SC, é utilizada na medicina popular daquele local, em forma de chá para aliviar dores na região lombar (FREITAS, 2012).FitoeconomiaSegundo Azevedo (1981) é importante para alimentação do gado, resiste ao pisoteio, sobrevive nos campos secos e áridos, fornecendo forragem verde e de estocagem. É boa forrageira apreciada pelo gado (Oliveira, 1983). Conforme Miotto (2011) a espécie é forrageira perene, estival (FREITAS, 2012).InjúriaPlanta daninha infestante de beira de estradas, terrenos baldios, jardins e culturas perenes.ComentáriosBibliografiaANDRADE, A. L. P. A Subfamília Faboideae (Fabaceae Lindl.) no Parque Estadual do Guartelá, Município de Tibagi, Estado do Paraná. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Paraná. Curitiba, Paraná. 2008. 130p. il. Disponível em: <http://hdl.handle.net/1884/15938>.AZEVEDO, A. M. G. O Gênero Desmodium Desv. no Brasil: Considerações Taxonômicas. Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual de Campinas. Campinas, SP. 1981. 320p. il. Disponível em: <http://lakh.unm.edu/handle/10229/56656>.Catálogo de Plantas e Fungos do Brasil, volume 2 / [organização Rafaela Campostrini Forzza... et al.]. - Rio de Janeiro: Andrea Jakobsson Estúdio: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010. 2.v. 830 p. il. Disponível em: <http://www.jbrj.gov.br/publica/livros_pdf/plantas_fungos_vol2.pdf>.DESMODIUM in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB22931>. Acesso em: 04 Jan. 2020.FREITAS, D.M. O gênero Desmodium Desv. (Fabaceae-Faboideae) no estado de Santa Catarina. Dissertação, Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, SC. 2012). Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/100665>.LORENZI, H. Plantas Daninhas do Brasil: Terrestres, Aquáticas, Parasitas e Tóxicas. Instituto Plantarum. Nova Odessa, SP, 4ª ed. 2008. 672p. il.PLANTAS DA FLORESTA ATLÂNTICA. Editores Renato Stehmann et al. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2009. 515p. Disponível em: <http://www.jbrj.gov.br/publica/livros_pdf/plantas_floresta_atlantica.zip>.

Desmodium affine

Nomes popularesPega-pega, amores-do-campo-sujo, carrapicho, manduviranaNome científicoDesmodium affine SchltdlSinônimosFamíliaFabaceaeTipoNativa, não endêmica do Brasil.DescriçãoSubarbustos 30–40 cm alt.; ramos jovens com tricomas uncinados, hirsutos. Folhas trifolioladas; estípulas 5–10 mm compr., lanceoladas a ovadas, livres, glabrescentes; pecíolo 2,5–3,2 cm compr., estriado, uncinado, seríceo; raque 5–8 mm compr., estriada, com tricomas uncinados; folíolos laterais assimétricos; folíolo terminal 3,6–5,4 × 1,8–3,2 cm, ovado, ápice agudo, base arredondada a truncada, face adaxial serícea, face abaxial com tricomas uncinados. Inflorescências pseudo-racemosas, terminais; pedúnculo ca. 8 cm compr.; raque 3,5–10,7 cm compr., estriada, serícea, uncinada; brácteas 3,5–5 mm compr., ovadas, ciliadas, caducas; cálice 3,8–4 mm compr., seríceo; corola rosada, vexilo 5–6 mm compr., alas 5,5–6 mm compr., pétalas dacarena 5,2–6 mm compr.; estames ca. 4 mm compr.; ovário ca. 3,5 mm compr., seríceo; estilete ca. 1,5 mm compr., levemente curvado, glabro; estigma terminal, capitado, glabro. Lomento 2,5–4 × 0,3 cm, 3–7 articulado, semielípticos, com tricomas uncinados; 3–7 sementes, 3,5 × 2,5 mm, reniformes, cinza-claras (FERNANDES, 2008, p. 16).CaracterísticaApresenta certa semelhança com D. axillare, D. incanum e D. adscendens, mas distingue-se de D. axillare pelas inflorescências terminais, e pela presença de 5 a 7 artículos; de D. incanum difere pelas flores cor rosa-clara e porte da planta, e de D. adscendens pelos folíolos terminais elípticos e seríceos. Outra característica desta espécie são os folíolos laterais assimétricos, folíolos terminais ovados e pelos artículos semi-elípticos.Floração / frutificaçãoFloresce e frutifica de novembro a abril (FREITAS, 2012).DispersãoEpizoocoriaHabitatEm Santa Catarina, D. affine tem ocorrência ampla, distribuindo-se mais expressivamente na Floresta Ombrófila Mista e Floresta Estacional Decidual, já na Floresta Ombrófila Densa ocorre de forma esparsa e pouco frequente. Encontrada em altitudes que variam de 15 a 1200 m. Espécie esciófita, anual, encontrada em borda de mata, trilhas da mata, beira de estradas, mata com araucária e vegetação secundária. A espécie geralmente desenvolve-se em lugares sombreados e úmidos, matas e bosques úmidos (Burkart, 1939). Segundo Alonso et al., (1998), as árvores e a vegetação secundária protegem os indivíduos dos efeitos nocivos da geada. (FREITAS, 2012).Distribuição geográficaOcorrências confirmadas:Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins)Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe)Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso)Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo)Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina)Domínios Fitogeográficos Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa, PantanalTipo de Vegetação Área Antrópica, Campo de Altitude, Campo Limpo, Floresta Ciliar ou Galeria, Floresta Estacional Decidual, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial), Floresta Ombrófila Mista (DESMODIUM, 2020).Etimologiaaffine- (do latim): afim, aparentado (Rizzini, 1955). Devido a semelhança deste táxon a espécie Desmodium incanum DC. (FREITAS, 2012).PropriedadesFitoquímicaFitoterapiaFitoeconomiaProduz forragem palatável e de boa qualidade; análises mostraram que a planta apresenta 17% em proteína e 0,30% de valor em fósforo (Alonso et al., 1998) (FREITAS, 2012).InjúriaComentáriosBibliografiaAZEVEDO, A. M. G. O Gênero Desmodium Desv. no Brasil: Considerações Taxonômicas. Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual de Campinas. Campinas, SP. 1981. 320p. il. Disponível em: <http://lakh.unm.edu/handle/10229/56656>.Catálogo de Plantas e Fungos do Brasil, volume 2 / [organização Rafaela Campostrini Forzza... et al.]. -Rio de Janeiro : Andrea Jakobsson Estúdio : Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010. 2.v. 830 p. il. Disponível em: <http://www.jbrj.gov.br/publica/livros_pdf/plantas_fungos_vol2.pdf>.DESMODIUM in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB22931>. Acesso em: 04 Jan. 2020.FERNANDES, J. M.; GARCIA, F. C. P. Leguminosae em Dois Fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual em Araponga, Minas Gerais, Brasil: Arbustos, Subarbustos e Trepadeiras. Rodriguésia 59(3): 525-546. 2008. Disponível em: <http://rodriguesia.jbrj.gov.br/rodrig59_3/009.pdf>.FREITAS, D.M. O gênero Desmodium Desv. (Fabaceae-Faboideae) no estado de Santa Catarina. Dissertação, Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, SC. 2012). Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/100665>.NOBRE, A. V. M.; SARTORI, A. L. B.; RESENDE, U. M. As Espécies de Desmodium Desv. (Leguminosae-Papilionoideae-Desmodieae) Ocorrentes no Mato Grosso do Sul. IHERINGIA, Sér. Bot., Porto Alegre, v. 63, n. 1, p. 37-67, jan./jun. 2008. Disponível em: <http://www.fzb.rs.gov.br/publicacoes/iheringia-botanica/Ih63-1-p001-004.pdf>.PLANTAS DA FLORESTA ATLÂNTICA. Editores Renato Stehmann et al. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2009. 515p. Disponível em: <http://www.jbrj.gov.br/publica/livros_pdf/plantas_floresta_atlantica.zip>.RODRIGUES, I. M. C.; GARCIA, F. C. P. Papilionoideae ( Leguminosae) na Mata do Paraíso, Viçosa, Minas Gerais, Brasil: Ervas, Subarbustos e Trepadeiras; Hoehnea 35(5): 519-536, 4 fig., 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/pd/v25n4/a09v25n4.pdf>.SILVA, R. R. Leguminosae no Planalto Residual do Urucum, Oeste do Pantanal do Mato Grosso do Sul, Brasil: Inventário, Taxonomia e Similaridade Florística. Tese de Doutorado. Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 2006. 337p. il. Disponível em: <http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000392674>.

Desmodium barbatum

Nomes popularesPega-pega, barbadinho, carrapichinho, carrapicho-beiço-de-boiNome científicoDesmodium barbatum (L.) Benth.SinônimosFamíliaFabaceaeTipoNativa, não endêmica do Brasil.DescriçãoErva com até 80 cm alt., prostrada a ascendente, ou ereta. Ramos cilíndricos, pubescentes. Folhas pinado-trifolioladas; estípulas 5-10 mm compr., triangulares, acuminadas, livres, pubescentes na base; estipelas 2-3 mm compr., linear-triangulares, pubescentes, persistentes; pecíolo 4-10 mm compr.; raque 2-5 mm compr.; folíolos 0,5-3,2 × 0,4-2 cm, os laterais menores e assimétricos, oblongos, ovados a suborbiculares, ou ligeiramente obovados, base obtusa, arredondada a subcordada, ápice emarginado, arredondado a obtuso, face adaxial glabrescente, abaxial serícea. Racemos curtos, 1,8-5,4 cm compr., axilares e terminais; pedúnculo 0,3-2,2 cm compr.; pedicelos 2 por nó, 3-8 mm compr.; brácteas 4-8 mm compr., uma na base de cada par de pedicelos, ovado-lanceoladas, acuminadas, persistentes. Flores 4-6 mm compr. Cálice 3-5 mm compr., pubescente; lacínios superiores 3-4,5 mm compr., concrescidos até a metade, lacínios inferiores semelhantes, 3-4 mm compr. Corola lilás, violácea ou branca; estandarte 4-5,5 × 2,5-4 mm, largamente obovado, ápice emarginado; alas e pétalas da carena 3-4,5 × 1,5-2 mm, oblongas, pétalas da carena levemente falcadas. Estames 3,5-4,5 mm compr.; anteras uniformes. Ovário 2-2,5 mm compr., séssil; estilete 2-2,5 mm compr., geniculado. Lomento 2-4-articulado, séssil, deiscente na margem inferior, pubescente; artículos 2-4 × 2-2,5 mm, semi-elípticos, margem superior quase reta, inferior sinuosa, coriáceos. Sementes 1,5-2 × 1-1,5 mm, reniforme-assimétricas, castanhoa vermelhadas (ANDRANDE, 2008).CaracterísticaDesmodium barbatum é caracterizada pelos racemos curtos e lomento com artículos deiscentes na margem inferior (ANDRANDE, 2008).Desmodium barbatum é reconhecida pelo hábito prostrado, ascendente, tricomas retos e seríceo vilosos nos ramos, folíolos elípticos ou obovados, pseudoracemos terminais ou axilares, compressos, eixo da inflorescência não ultrapassando 5 cm compr., cálice hirsuto e lomentos sésseis com artículos retos, quadrangulares. Espécie semelhante a D. adscendens, diferenciando-se principalmente pela inflorescência pseudorracemosa, não ultrapasando 5 cm compr., indumento hirsuto e seríceo-viloso, forma e tamanho dosartículos do lomento (FREITAS, 2012).Floração / frutificaçãoFoi coletada com flores e frutos de janeiro a março (ANDRANDE, 2008).DispersãoEpizoocoriaHabitatCampos, vegetação secundária em solos arenosos ou mais ou menos descobertos e beiras de estradas (ANDRADE, 2008).Em Santa Catarina, D. barbatum ocorre na tipologia vegetacional da Floresta Ombrófila Densa, em altitudes que variam de 0,5 m a 1120 m. Encontradas em terrenos baldios e abandonados, beira de estrada, dunas da restinga, pastagem, campo aberto, campo úmido, várzea, costão rochoso e butiazal. Espécie heliófita, perene, de locais úmidos, graminosos, arenosos, pedregosos, argilosos, solo arenoso próximo ao mar. Vegetação fixadora de dunas, podendo ser considerada uma espécie pioneira para reflorestamento. No Rio Grande do Sul apresenta preferência por solos úmidos e ácidos (Miotto, 2011). Em suas raízes são observadas nodulações simbióticas (rizóbios), o que permite a espécie desenvolver-se em ambientes tão variados e rústicos (FREITAS, 2012).Distribuição geográficaOcorrências confirmadas:Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins)Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe)Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso)Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo)Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina)Domínios Fitogeográficos Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa, PantanalTipo de Vegetação Área Antrópica, Caatinga (stricto sensu), Campinarana, Campo de Altitude, Campo Limpo, Campo Rupestre, Carrasco, Cerrado (lato sensu), Floresta Ciliar ou Galeria, Floresta de Terra Firme, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial), Palmeiral, Restinga, Savana Amazônica (DESMODIUM, 2020).Etimologiabarbatum- (do latim): barbado (Rizzini, 1955), que tem tricomas semelhantes a barba (Font-Quer, 1953). Devido ao indumento da espécie, dando aspecto barbado aos ramos (FREITAS, 2012).PropriedadesFitoquímicaFitoterapiaFitoeconomiaA espécie é boa forrageira e apreciada pelo gado. Seu cultivo é referido na bibliografia, devido à grande quantidade de frutos e facilidade de colher suas sementes (Oliveira, 1983) (FREITAS, 2012).InjúriaComentáriosA espécie se desenvolve de forma vegetativa através dos estolões e rizomas emitidos dos nós, possibilitando que os indivíduos se estabeleçam em uma área muito rapidamente. Para Azevedo (1981), a espécie também apresenta casos de lomento com deiscência na margem inferior, liberando as sementes, estas são dispersas a curtas distâncias, formando grandes populações (FREITAS, 2012).BibliografiaANDRADE, A. L. P. A Subfamília Faboideae (Fabaceae Lindl.) no Parque Estadual do Guartelá, Município de Tibagi, Estado do Paraná. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Paraná. Curitiba, Paraná. 2008. 130p. il. Disponível em: <http://hdl.handle.net/1884/15938>.DESMODIUM in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB22931>. Acesso em: 04 Jan. 2020.FREITAS, D.M. O gênero Desmodium Desv. (Fabaceae-Faboideae) no estado de Santa Catarina. Dissertação, Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, SC. 2012). Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/100665>.

Desmodium incanum

Nomes popularesCarrapicho-beiço-de-boi, agarra-agarra, amor-de-vaqueiro, amor-do-campo, amor-seco, amores-de-vaqueiro, amores-do-campo, amorzinho-seco, barba-de-boi, beiço-de-boi, carrapichinho, carrapicho, carrapinho-de-favinha, carrapicho-miúdo, fucinho-de-boi, manduvarana, marmelada-de-cavalo, mata-pasto, mela-bode, pega-pega, trevinho-do-campo, amor-agarrado, amor-de-velho, amor-de-campo-sujo, petarolaNome científicoDesmodium incanum (Sw.) DC.SinônimosFamíliaFabaceaeTipoNaturalizadaDescriçãoErva prostrada, ereta a subarbusto; estípula estreito-triangular, livre ou fundida, ciliada, persistente, 8-10mm compr. Folha trifoliolada; pecíolo de 2-5mm compr.; raque 2-6mm compr.; estipela linear-triangular, 2-4mm compr.; folíolo terminal elíptico, oval, basal estreito-elíptico, elíptico, ápice agudo, retuso, obtuso, base obtusa, cuneada, face adaxial pubérula a esparso-pubérula, face abaxial cinéreo-vilosa, principalmente sobre as nervuras e na margem, terminal 2,2-5×0,7-3,5cm, lateral 1,9-4,8×0,7-2,3cm. Inflorescência racemosa, terminal, raro axilar, eixo principal uncinado, 5,2-22cm compr.; bráctea estreito-triangular a lanceolada, persistente, 1,5-3mm compr.; pedicelo 3-7mm compr., corola branca, lilás a rósea, flor em pré-antese 4mm compr.; lacínios do cálice triangulares, externamente pubérulos; estandarte orbicular-depresso a reniforme, ápice obcordado, base reniforme 5-7×6-9mm, asas largo-elípticas, 5-7×3mm, pétalas da quilha elípticas, 2-6×2mm compr.; estames monadelfos; ovário hirsuto, estilete curvado, estigma punctifome. Lomento com sutura superior reta, inferior sinuosa; artículos (1-)-5-(-7), quadrangulares, achatados, levemente reticulados, uncinado-hirsutos, istmo submarginal, estípite 5-10mm compr. (NOBRE, 2008, p. 8).CaracterísticaCaracteriza-se por apresentar folíolo com superfície abaxial cinéreo-vilosa, estípulas soldadas de cor parda, eixo da inflorescência terminal e ereto e os artículos do lomento geralmente cinco e quadrangulares (NOBRE, 2008, p. 8).Desmodium incanum é facilmente reconhecida pelas estípulas parcialmente concrescidas, inflorescência pseudorracemosa terminal ou axilar e artículos quadrangulares densamente uncinados. Apresenta grande diversificação na forma dos folíolos e hábito (Oliveira, 1983). Semelhante a D. adscendens e D. affine, sendo facilmente diferenciado destas pelas estípulas persistentes, triangulares e parcialmente concrescidas. (FREITAS, 2012).Floração / frutificaçãoFloresce de outubro a maio, frutificando no mesmo período.DispersãoEpizoocoriaHabitatEm Santa Catarina, D. incanum apresenta ampla distribuição, ocorrendo nas tipologias vegetacionais da Floresta Estacional Decidual, Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista e Restinga, em altitudes variando entre 2-1000 m. Espécie ruderal, de campos sujos, graminosos, solos pobres e pedregosos, beira de trilhas e estradas, em encostas e barrancos, lugares abertos e alterados. Segundo Oliveira (1983), apresenta resistência ao pisoteio, ao fogo e à seca. Espécie heliófita, perene, comum e abundante em todo território Catarinense, encontrada em diversas tipologias vegetais, sendo a espécie mais comum no Estado (FREITAS, 2012).Distribuição geográficaOcorrências confirmadas:Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins)Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe)Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso)Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo)Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina)Domínios Fitogeográficos Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa, PantanalTipo de Vegetação Área Antrópica, Caatinga (stricto sensu), Campo Rupestre, Cerrado (lato sensu), Floresta Ciliar ou Galeria, Floresta Estacional Decidual, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial), Manguezal, Palmeiral, Restinga (DESMODIUM, 2020).Etimologiaincanum- (do latim): que tem tricoma branco mais ou menos abundante (Font-Quer, 1953). Devido ao indumento da face abaxial dos folíolos incano-serícea (FREITAS, 2012).PropriedadesFitoquímicaFitoterapiaA infusão da planta é considerada antigonorréica (Oliveira, 1983) (FREITAS, 2012).FitoeconomiaÉ utilizada como forrageira para o engorde do gado, tanto fenada como verde (Azevedo, 1981; Oliveira, 1983) (FREITAS, 2012).InjúriaÉ também uma planta daninha frequente em quase todo o Brasil, encontrada em gramados, beira de estradas e culturas perenes, suas vagens aderem firmemente à roupa.ComentáriosBibliografiaANDRADE, A. L. P. A Subfamília Faboideae (Fabaceae Lindl.) no Parque Estadual do Guartelá, Município de Tibagi, Estado do Paraná. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Paraná. Curitiba, Paraná. 2008. 130p. il. Disponível em: <http://hdl.handle.net/1884/15938>.AZEVEDO, A. M. G. O Gênero Desmodium Desv. no Brasil: Considerações Taxonômicas. Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual de Campinas. Campinas, SP. 1981. 320p. il. Disponível em: <http://lakh.unm.edu/handle/10229/56656>.ACEVEDO-RODRÍGUEZ, P. Vines and Climbing Plants of Puerto Rico and the Virgin Islands. Smithsonian Institution. Contributions from the United States National Herbarium. Volume 51: 1-483. 2005. Disponível em: <http://botany.si.edu/antilles/PRFlora/vines.html>.Catálogo de Plantas e Fungos do Brasil, volume 2 / [organização Rafaela Campostrini Forzza... et al.]. -Rio de Janeiro : Andrea Jakobsson Estúdio : Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010. 2.v. 830 p. il. Disponível em: <http://www.jbrj.gov.br/publica/livros_pdf/plantas_fungos_vol2.pdf>.CITADINI-ZANETTE, V.; BOFF, V. P. Levantamento Florístico em Áreas Mineradas a Céu Aberto na Região Carbonífera de Santa Catarina, Brasil. Florianópolis. Secretaria de Estado da Tecnologia, Energia e Meio Ambiente. 1992. 160p.DESMODIUM in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB22931>. Acesso em: 04 Jan. 2020.FERNANDES, J. M.; GARCIA, F. C. P. Leguminosae em Dois Fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual em Araponga, Minas Gerais, Brasil: Arbustos, Subarbustos e Trepadeiras. Rodriguésia 59(3): 525-546. 2008. Disponível em: <http://rodriguesia.jbrj.gov.br/rodrig59_3/009.pdf>.FREITAS, D.M. O gênero Desmodium Desv. (Fabaceae-Faboideae) no estado de Santa Catarina. Dissertação, Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, SC. 2012). Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/100665>.LORENZI, H. Plantas Daninhas do Brasil: Terrestres, Aquáticas, Parasitas e Tóxicas. Instituto Plantarum. Nova Odessa, SP, 4ª ed. 2008. 672p. il.NOBRE, A. V. M.; SARTORI, A. L. B.; RESENDE, U. M. As Espécies de Desmodium Desv. (Leguminosae-Papilionoideae-Desmodieae) Ocorrentes no Mato Grosso do Sul. IHERINGIA, Sér. Bot., Porto Alegre, v. 63, n. 1, p. 37-67, jan./jun. 2008. Disponível em: <http://www.fzb.rs.gov.br/publicacoes/iheringia-botanica/Ih63-1-p001-004.pdf>.PLANTAS DA FLORESTA ATLÂNTICA. Editores Renato Stehmann et al. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2009. 515p. Disponível em: <http://www.jbrj.gov.br/publica/livros_pdf/plantas_floresta_atlantica.zip>.RODRIGUES, I. M. C.; GARCIA, F. C. P. Papilionoideae ( Leguminosae) na Mata do Paraíso, Viçosa, Minas Gerais, Brasil: Ervas, Subarbustos e Trepadeiras; Hoehnea 35(5): 519-536, 4 fig., 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/pd/v25n4/a09v25n4.pdf>.VENDRUSCOLO, G. S.; SIMÕES, C. M. O.; MENTZ, L. A. Etnobotânica no Rio Grande do Sul: Análise Comparativa Entre o Conhecimento Original e Atual Sobre as Plantas Medicinais Nativas. Pesquisas, Botânica nº 56: 285-322, São Leopoldo: In: Instituto Anchietano de Pesquisas, 2005. Disponível em: <http://www.anchietano.unisinos.br/publicacoes/botanica/botanica56/botanica56.htm>.

Desmodium subsericeum

Nomes popularesAmor-do-campo, pega-pegaNome científicoDesmodium subsericeum MalmeSinônimosMeibomia malmei Schindl.FamíliaFabaceaeTipoNativa, não endêmica do Brasil.DescriçãoPlanta herbácea a subarbustiva, ou escandente, ereta ou prostrada, ramosa, rizomatosa, estolonífera, ás vezes radicífera nos nós basais; ramo pardacento, ás vezes sublenhoso, trissulcado (sulco central no geral mais profundo), híspido, uncinado-pubérulo ou glabrescente, aderente ao tato, de até 2,5 m compr., 1-3 mm de diâmetro; entrenó 3-8 (-18) cm compr.; estípulas ovadas, às vezes assimétricas, acuminadas, base truncada, dilatada, paleáceas, estriadas, ciliadas, glabras na face ventral, pubescentes na dorsal, de 4-10 mm x 1-3 mm, livres, caducas. Folhas trifoliolada; pecíolo seríceo a uncinado-pubérulo, sulcado, 2,5-6 cm compr.; raquis semelhante ao pecíolo, de 6-13 mm compr.; peciólulo denso-seríceo a velutino, 3-4 mm compr.; estipela, líneo-triangular, paleácea, estriada, ciliada, pubescente, 1,5 mm compr.; folíolo papiráceo, ovado a romboidal, ápice agudo, mucronulado, base arredondada, margem levemente revoluta, ciliada, face superior verde, uncinado-pubérula a estrigosa, face inferior sedosa, prateada, incano-lanosa, com 5 nervuras secundárias proeminentes; folíolo terminal 2,5-9,9 cm x 2-6,3 cm; laterais 2,5-8,3 cm x 2-4,6 cm. Rácemo, terminal e axilar de 15-30 cm compr.; eixo da inflorescência estriado, sulcado, uncinado-pubérulo; brácteas verdes, ovadas, ápice caudado, no geral arroxeado, base arredondada, finamente estriadas, ciliadas, paleáceas, glabrescentes em ambas as faces, caducas com a antese, de 7-13 mm x 3-5 mm; pedicelos geminados, soldados na base, uncinado-pubérulos ou estrigosos, 5-15 mm compr.; cálice bilabiado, pubérulo com pêlos retos principalmente ao longo da nervura central dos lacínios, lábios superior bífido, inferior com lacínio central mais longo, de cerca de 3,5 mm compr., demais 2 mm compr., tubo de 1-2 mm compr.; corola rósea a violácea, 8-12 mm compr., estandarte com guias de néctar evidentes, quilha livre apenas na base; estame vexilar unido ao tubo dos filetes apenas na base; ovário multiovulado. Lomento estipitado (estipe sub-reta, 1-3 mm compr.) sutura superior reta, às vezes levemente arqueada, inferior sinuosa com 4-8 artículos largo-ovais a subtriangulares, denso uncinado-pubescentes espessados nas suturas; ístmo submarginal largo de cerca de 1 mm compr. (AZEVEDO, 1981, p. 87).CaracterísticaDesmodium subsericeum é reconhecida pelos ramos trissulcados, um dos sulcos profundamente marcado, forma romboidal dos folíolos terminais, face abaxial dos folíolos serícea, brácteas primárias ovadas de 8-10 mm compr. E artículos subtriangulares. Espécie afim a D. uncinatum, devido ao seu hábito subarbustivo prostrado ascendente, diferencia-se pela forma rômbica dos folíolos terminais, face abaxial dos folíolos serícea e ramos trissulcados com um dos sulcos bem marcado. Também assemelha-se a D. affine pela forma dos folíolos e hábito, diferenciando-se pelos ramos trissulcados e pela forma dos artículos subtriangulares (FREITAS, 2012).Floração / frutificaçãoFloresce de fevereiro a abril, frutificando de março a maio (FREITAS, 2012).DispersãoEpizoocoriaHabitatEm Santa Catarina, D. subsericeum apresenta ampla e descontínua distribuição, ocorrendo nas tipologias vegetacionais da Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista e Floresta Estacional Decidual, em altitudes que variam de 800 a 900 m. Espécie perene, higrófita, heliófita de ambientes úmidos onde forma grandes populações (Azevedo, 1981), ocorrendo em barrancos na beira de estrada, capoeira, borda de mata, campo, nos morros na beira do Rio Uruguai (FREITAS, 2012).Distribuição geográficaOcorrências confirmadas:Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás)Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo)Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina)Domínios Fitogeográficos Cerrado, Mata AtlânticaTipo de Vegetação Área Antrópica, Floresta Ciliar ou Galeria, Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial) (DESMODIUM, 2020).Etimologiasub- (do latim): indica lugar, debaixo de (Rizzini, 1955). sericeum- (do latim): revestido de pilosidade macia como seda (Rizzini, 1955). Devido ao indumento seríceo da face abaxial dos folíolos (FREITAS, 2012).PropriedadesFitoquímicaFitoterapiaFitoeconomiaA espécie é referida como forrageira natural, com grande resistência ao pisoteio (Burkart, 1939, apud Oliveira, 1983) (FREITAS, 2012).InjúriaComentáriosBibliografiaAZEVEDO, A. M. G. O Gênero Desmodium Desv. no Brasil: Considerações Taxonômicas. Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual de Campinas. Campinas, SP. 1981. 320p. il. Disponível em: <http://lakh.unm.edu/handle/10229/56656>.Catálogo de Plantas e Fungos do Brasil, volume 2 / [organização Rafaela Campostrini Forzza... et al.]. - Rio de Janeiro: Andrea Jakobsson Estúdio: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010. 2.v. 830 p. il. Disponível em: <http://www.jbrj.gov.br/publica/livros_pdf/plantas_fungos_vol2.pdf>.DESMODIUM in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB22931>. Acesso em: 04 Jan. 2020.FREITAS, D.M. O gênero Desmodium Desv. (Fabaceae-Faboideae) no estado de Santa Catarina. Dissertação, Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, SC. 2012). Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/100665>.

Desmodium tortuosum

Nomes popularesPega-pega, carrapicho-beiço-de-boi, carrapichoNome científicoDesmodium tortuosum (Sw.) DC.SinônimosDesmodium purpureum (Mill.) Fawc. & RendleFamíliaFabaceaeTipoNativa, não endêmica do Brasil.DescriçãoSubarbusto a arbusto ereto, cerca de 2m altura; estípula triangular, livre, vilosa, persistente, 5-20mm compr. Folha trifoliolada; pecíolo 6-50mm; raque 5-30mm; estipela estreito-triangular, 1-7mm compr.; folíolos terminal e lateral elípticos, ovais, rômbicos, ápice agudo, mucronulado, base cuneada, ambas as faces híspido-estrigosas, folíolo terminal 1,5-10×0,5- 4,5cm, lateral 1,5-6×0,5-3cm. Inflorescência paniculada, terminal e axilar, eixo principal pubérulo, 10-55cm compr.; bráctea estreito-triangular, triangular, persistente, 2-2,3mm compr.; pedicelo 8-10mm compr.; corola azul a roxa, flor em antese 5-6mm compr.; lacínios do cálice triangulares, pubérulo-ciliados; estandarte largo-oboval, 5×4mm, ápice emarginado, base atenuada, asas elípticas, 5×2mm, pétalas da quilha oblongas, 5×2mm; estames monadelfos; ovário hirsuto, estilete reto, estigma punctiforme. Lomento com ambas margens sinuosas, artículos 1-6, orbiculares a largo-elípticos, achatados, reticulados, tortuosos, uncinado-pubérulos, istmo central, estípite10-15mm compr. (NOBRE, 2008, P. 10).CaracterísticaDesmodium tortuosum é caracterizada pelo indumento híspido-estrigoso em ambas as faces do folíolo, pelo anel violáceo no ramo formado pelo desprendimento das estípulas e pelos frutos com artículos tortuosos de coloração castanho-escura. Esta espécie assemelha-se a Desmodium distortum pois ambas apresentam hábito subarbustivo a arbustivo e folíolos elípticos, ovais e rômbicos. Entretanto, D. tortuosum possui artículos orbiculares a largo elípticos, tortuosos e D. distortum os apresenta elípticos e não tortuosos. (NOBRE, 2008, p. 11).Desmodium tortuosum é reconhecida pelas estípulas amplexicaules, auriculadas, persistentes, pelas manchas escuras geralmente presentes nos ramos e pelos artículos tortuosos do lomento. Vegetativamente é semelhante a D. discolor e D. leiocarpum, pelo hábito arbustivo ereto, diferenciando-se destes pelo indumento híspido-estrigoso dos folíolos, pelas manchas escuras geralmente presentes nos ramos, pecíolos com 10-65 mm compr. e pelos artículos tortuosos (FREITAS, 2012).Floração / frutificaçãoFloresce e frutifica praticamente o ano todo.DispersãoEpizoocoriaHabitatEm Santa Catarina, D. tortuosum apresenta registros de coleta que datam a partir de 1991, o que pode indicar que a espécie não seja nativa no Estado. Contudo, ocorre de forma espontânea nas tipologias vegetacionais da Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista, Floresta Estacional Decidual e Restinga, formando grandes populações e com esparsa distribuição no Estado. Encontrada em altitudes que variam de 5 a 900 m. Espécie heliófita, anual, ruderal, encontrada em beira de estradas e rios, terrenos baldios, compo sujo, restinga, em solo arenoso e pedregoso. Segundo Lima (2011) é uma espécie comum em vegetação secundária e beira de estrada (FREITAS, 2012).Distribuição geográficaOcorrências confirmadas:Norte (Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima)Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe)Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso)Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo)Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina)Domínios Fitogeográficos Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa, PantanalTipo de Vegetação Área Antrópica, Caatinga (stricto sensu), Campo Limpo, Carrasco, Cerrado (lato sensu), Floresta Ciliar ou Galeria, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial), Restinga, Vegetação Sobre Afloramentos Rochosos (DESMODIUM, 2020).Etimologiatortuosum- (do latim): tortuoso, irregularmente torcido (Rizzini, 1955). Devido aos lomentos tortuosos (FREITAS, 2012).PropriedadesFitoquímicaFitoterapiaÉ utilizada na medicina caseira contra caspa e como antigonorréico.FitoeconomiaConsiderada boa forrageira, tem sido muita utilizada para cultivo (Azevedo, 1981). Boa renovadora de solos, produz feno de boa qualidade, muito apetecível ao gado, também citada para cultivo intercalar em laranjais, por ser capaz de inibir a ocorrência de doenças (Oliveira, 1983) (FREITAS, 2012).InjúriaPlanta daninha infestante de culturas perenes, terrenos baldios e beira de estradas. É um grande problema nas culturas de soja do Centro-Oeste Brasileiro.ComentáriosBibliografiaDESMODIUM in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB22931>. Acesso em: 04 Jan. 2020.DI STASI, L. C.; HIRUMA-LIMA, C. A. Plantas Medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica. Editora UNESP. 2. ed. São Paulo, 2002. 592P. il. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/up000036.pdf>.FREITAS, D.M. O gênero Desmodium Desv. (Fabaceae-Faboideae) no estado de Santa Catarina. Dissertação, Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, SC. 2012). Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/100665>.LORENZI, H. Plantas Daninhas do Brasil: Terrestres, Aquáticas, Parasitas e Tóxicas. Instituto Plantarum. Nova Odessa, SP, 4ª ed. 2008. 672p. il.NOBRE, A. V. M.; SARTORI, A. L. B.; RESENDE, U. M. As Espécies de Desmodium Desv. (Leguminosae-Papilionoideae-Desmodieae) Ocorrentes no Mato Grosso do Sul. IHERINGIA, Sér. Bot., Porto Alegre, v. 63, n. 1, p. 37-67, jan./jun. 2008. Disponível em: <http://www.fzb.rs.gov.br/publicacoes/iheringia-botanica/Ih63-1-p001-004.pdf>.PLANTAS DA FLORESTA ATLÂNTICA. Editores Renato Stehmann et al. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2009. 515p. Disponível em: <http://www.jbrj.gov.br/publica/livros_pdf/plantas_floresta_atlantica.zip>.SILVA, R. R. Leguminosae no Planalto Residual do Urucum, Oeste do Pantanal do Mato Grosso do Sul, Brasil: Inventário, Taxonomia e Similaridade Florística. Tese de Doutorado. Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 2006. 337p. il. Disponível em: <http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000392674>.

Desmodium uncinatum

Nomes popularesCarrapicho-beiço-de-boi, pega-pega, pegadeira, carrapicho, amores-do-campoNome científicoDesmodium uncinatum (Jacq.) DC.SinônimosFamíliaFabaceaeTipoNativa, não endêmica do Brasil.DescriçãoSubarbusto, ramo estriado, com tricoma uncinado. Estípula 3 mm compr., lanceolada, caduca; estipela 5−7 mm compr., linear, persistente; pecíolo 3−5 cm compr., hirsuto; raque 0,8x1,5 cm compr., estriada, hirsuta. Folha 3-foliolada, imparipinada; folíolos laterais simétricos; folíolo terminal 4,2−6 × 1,8−2,8 cm, ovado-lanceolado, base obtusa, ápice agudo ou apiculado, margem inteira, face adaxial pubescente-setosa, face abaxial velutina, venação camptódroma, geralmente com uma mácula acompanhando a nervura central, concolor. Inflorescência paniculada, terminal, 7−12-flora por racemo; pedúnculo 3,5 cm compr., uncinado ou hirsuto; raque 1,5 cm compr., uncinada ou hirsuta. Flor zigomorfa, pedicelada, pedicelo 1,1−1,2 cm compr.; cálice 4 mm compr., campanulado, 5-laciniado, lacínios 0,2−3 mm compr., hirsuto externamente; corola esverdeada, lilás ou azul, estandarte 11 mm compr., glabro externamente, alas 8 mm compr., pétalas da carena 8 mm compr.; androceu heterodínamo, estames 10, diadelfos (9+1), 7−8 mm compr., anteras uniformes; ovário 5 mm compr., seríceo, estípite 0,5 mm compr.; estilete 3 mm compr., curvado, glabro; estigma terminal, puberulento. Lomento 3-8 articulado, 2,5−4 × 0,3−0,4 cm, artículo trigonal ou rômbico, ápice agudo, uncinado-hirsuto; sementes 3−8, 2, 4 × 2 mm, arredondadas, castanha-esverdeadas. (LIMA, 2007, p. 20).CaracterísticaÉ uma espécie próxima de D. subsericeum Malme, da qual se diferencia pelo ramo estriado, face abaxial do folíolo velutina e lomento uncinado-hirsuto. (LIMA, 2007, p. 20).Também é semelhante a D. affine, da qual se diferencia pelos artículos subtriangulares. (RODRIGUES, 2008, p. 13).Desmodium uncinatum é reconhecida pelo hábito subarbustivo, prostrado, ascendente ou decumbente, com ramos revestidos de tricomas uncinados e pela mancha esbranquiçada paralela a nervura central presentes nos folíolos. Espécie semelhante a D. subsericeum, pelo hábito e artículos triangulares, diferencia-se pela forma dos folíolos terminais, face abaxial dos folíolos e pelos ramos. Segundo Oliveira (1983), por sua similaridade com D. subsericeum esta espécie foi erroneamente identificada nos herbários (FREITAS, 2012).Floração / frutificaçãoEncontrada com flores e frutos em fevereiro.DispersãoHabitatEm Santa Catarina, D. uncinatum apresenta vasta e ampla distribuição, presente nas tipologias vegetacionais da Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista e, exporadicamente, Floresta Estacional Descidual, em altitudes que variam de 50 a 1200 m. Espécie heliófita de luz difusa, higrófita, anual, ocorrendo em beira de estrada, barrancos, capoeira, campo, campo sujo, mata, vassoural, pinhal e banhado, solos úmidos. Formando, por vezes, grandes touceiras e desenvolvendo hábito semitrepador por conta de seus tricomas uncinados aderentes. Segundo Alonso et al. (1998), “é uma espécie muito suscetível às geadas e secas estivais, pode-se supor que estaria em processo de erosão genética, encontrando-se muito raramente” (FREITAS, 2012).Distribuição geográficaOcorrências confirmadas:Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe)Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso)Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo)Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina)Domínios Fitogeográficos Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, PampaTipo de Vegetação Campo de Altitude, Campo Limpo, Campo Rupestre, Cerrado (lato sensu), Floresta Ciliar ou Galeria, Floresta Estacional Decidual, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial), Floresta Ombrófila Mista (DESMODIUM, 2020).Etimologiauncinatum- (do latim): ganchoso (Rizzini, 1955). Devido à presença de tricomas uncinados presentes não apenas nos frutos, mas em toda a planta (FREITAS, 2012).PropriedadesFitoquímicaFitoterapiaFitoeconomiaBoa forrageira, produzindo excelente volume de forragem, de boa qualidade e palatabilidade, mas quando cultivada é sensível a um vírus que reduz sua produção (Alonso et al., 1998) (FREITAS, 2012).InjúriaPlanta daninha infestante de pastagens, beira de estradas e terrenos baldios.ComentáriosBibliografiaAZEVEDO, A. M. G. O Gênero Desmodium Desv. no Brasil: Considerações Taxonômicas. Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual de Campinas. Campinas, SP. 1981. 320p. il. Disponível em: <http://lakh.unm.edu/handle/10229/56656>.Catálogo de Plantas e Fungos do Brasil, volume 2 / [organização Rafaela Campostrini Forzza... et al.]. -Rio de Janeiro: Andrea Jakobsson Estúdio: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010. 2.v. 830 p. il. Disponível em: <http://www.jbrj.gov.br/publica/livros_pdf/plantas_fungos_vol2.pdf>.DESMODIUM in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB22931>. Acesso em: 04 Jan. 2020.EDWALL, G. Ensaio Para uma Synonímia dos Nomes Populares das Plantas Indígenas do Estado de S.Paulo. 2ª Parte. Boletim Nº 16. Typographia e Papelaria de Vanorden & Cia. São Paulo, 1906. 84 p. Disponível em: <http://www.archive.org/download/ensaioparaumasyn00edwa/ensaioparaumasyn00edwa.pdf>.FERNANDES, J. M.; GARCIA, F. C. P. Leguminosae em Dois Fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual em Araponga, Minas Gerais, Brasil: Arbustos, Subarbustos e Trepadeiras. Rodriguésia 59(3): 525-546. 2008. Disponível em: <http://rodriguesia.jbrj.gov.br/rodrig59_3/009.pdf>.FREITAS, D.M. O gênero Desmodium Desv. (Fabaceae-Faboideae) no estado de Santa Catarina. Dissertação, Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, SC. 2012). Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/100665>.GONÇALVES, E. G.; LORENZI. H. Morfologia Vegetal – Organografia e Dicionário Ilustrado de Morfologia das Plantas Vasculares. Instituto Plantarum de Estudos da Flora. São Paulo, 2007. 447p. il.LIMA, L. C. P. Leguminosae nas Florestas Estacionais do Parque Estadual do Itacolomi, Minas Gerais, Brasil: Ervas, Arbustos, Subarbustos, Lianas e Trepadeiras. Rodriguésia 58(2): 331-358. 2007. 28p. il. Disponível em: <http://rodriguesia.jbrj.gov.br/rodrig58_2/32-06.pdf>.LORENZI, H. Plantas Daninhas do Brasil: Terrestres, Aquáticas, Parasitas e Tóxicas. Instituto Plantarum. Nova Odessa, SP, 4ª ed. 2008. 672p. il.NOBRE, A. V. M.; SARTORI, A. L. B.; RESENDE, U. M. As Espécies de Desmodium Desv. (Leguminosae-Papilionoideae-Desmodieae) Ocorrentes no Mato Grosso do Sul. IHERINGIA, Sér. Bot., Porto Alegre, v. 63, n. 1, p. 37-67, jan./jun. 2008. Disponível em: <http://www.fzb.rs.gov.br/publicacoes/iheringia-botanica/Ih63-1-p001-004.pdf>.PLANTAS DA FLORESTA ATLÂNTICA. Editores Renato Stehmann et al. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2009. 515p. Disponível em: <http://www.jbrj.gov.br/publica/livros_pdf/plantas_floresta_atlantica.zip>.RODRIGUES, I. M. C.; GARCIA, F. C. P. Papilionoideae ( Leguminosae) na Mata do Paraíso, Viçosa, Minas Gerais, Brasil: Ervas, Subarbustos e Trepadeiras. Hoehnea 35(5): 519-536, 4 fig., 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/pd/v25n4/a09v25n4.pdf>.