Boehmeria caudata

Nomes popularesAssa-peixe, folha-de-santana, lixa-da-folha-larga, jaguarão-do-mato, urtiga-mansaNome científicoBoehmeria caudata Sw.SinônimosBoehmeria arguta Mart. ex Miq.FamíliaUrticaceaeTipoNativa, não endêmica do BrasilDescriçãoErva, subarbusto ou arbusto, ás vezes epífita, ereta ou escandente, ca. 1,5-6 m compr., caule acinzentado-claro, ramos não sulcados, pubescentes a híspidos. Lâmina (6,8-)7,5-12,1(14,2) cm compr., (2,5-)3,6-6,1(7,5) cm larg., elíptica a lanceolada, raramente ovada, membranácea a cartácea, raramente subcoriácea; ápice acuminado a agudo; base frequentemente cuneada a arredondada, raramente subcordada ou atenuada; margem denteada a serreada, raramente crenulada; face adaxial esparsamente estrigosa, ás vezes hispidulosa; face abaxial minutamente vilosa, macia ao toque, raramente esparso-híspida; venação actinódroma, impressa na face adaxial e proeminente na abaxial; pecíolos longos, (1,4-)2,3-4,8(-5,5) cm compr., eretos, geralmente tricomas híspidos; estípulas aos pares, (1,8-)2,7-4,5(-5,5) mm compr., ferrugíneas, tomentosas, raramente híspidas; cistólitos puntiformes. Inflorescências em espigas, (2,1-)3,1-6,3(-8,4) cm compr., formando glomérulos; pedúnculo pubescente, raramente híspido; flores rosadas, diminutas, elípticas a lanceoladas, revolutas, vilosas a levemente estrigosas externamente, glabras internamente, creme-esverdeadas a amareladas; flores estaminadas: perianto (1,8-)2,3-3,2(-3,8) mm compr., (1,3-)1,6-2,2(-2,5) mm larg., 4-meras, tubular, globosa, pedicelada; estames 4; filetes (1,2-)1,8-2,7(3,5) mm compr., curvos no botão, retos após a antese; anteras 0,4-0,8 mm compr., oval, marrom-ferrugínea, rimosas, deiscência explosiva; pistilódio oblongo a cilíndrico, colunar, 0,7-1,2 mm compr., 0,3-0,6 mm larg.; flores pistiladas: perianto (2,3-)2,8-3,3(-3,7) mm compr., (0,6-)1,1-1,4(-+1,6) mm larg., tubular, denteadas, sésseis, glomérulos ao longo do eixo da inflorescência, esparso-estigosa, acrescente na frutificação; ovário (0,8-)1,5-1,8(-2,2) mm compr., 0,6-1,2 mm larg., globosos a ovóide, esparso-estrigoso; estilete 1,2-3,0 mm compr., alongado-filiforme, levemente hispiduloso, em um dos lados; estigma não pedicelado, curvado, expandido, piloso, persistente. Aquênio (0,7-)2,4-4,6(-6,1) mm compr., (0,4-)1,3-1,9(-2,2) mm larg., ovado, comprimido, esparsamente híspido, enegrecido a marrom, acrescente no perianto (MARTINS, 2009, p. 100).CaracterísticaFloração / frutificaçãoNovembro a março.DispersãoHabitatHabita geralmente florestas úmidas de terras baixas, em áreas drenadas, capões de mata e matas ciliares, com freqüência associada a solos residuais a partir de rochas ácidas e calcárias. Ocorre no Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal, na Floresta Ombrófila Mista, Floresta Ombrófila Densa, Floresta Estacional Semidecidual e Formações Campestres.Distribuição geográficaOcorrências confirmadas:Norte (Acre)Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso do Sul)Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo)Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina)Domínios Fitogeográficos Cerrado, Mata Atlântica, PantanalTipo de Vegetação Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial), Floresta Ombrófila Mista (GAGLIOTI, 2019).EtimologiaPropriedadesFitoquímicaAs folhas possuem alto teor e proteína, além de fósforo (P), ferro (Fe), cobre (Cu), zinco (Zn), e boro (B).FitoterapiaAntigamente o cozimento das folhas era muito utilizado contra hemorragias da boca, contra machucaduras e contusões, hemorróidas e feridas persistentes.FitoeconomiaAs folhas podem ser utilizadas no preparo de sucos, refogados, sopas, pães, omeletes, à milanesa e para recheios diversos. Quando preparadas à milanesa em óleo bem quente tomam o cheiro e o sabor de peixe. É muito utilizada na apicultura, pelas características do seu pólen. Sua madeira, de boa combustão, é utilizada para lenha e carvão. Fornece também boas fibras têxteis, antigamente muito utilizadas pelos índios.InjúriaComentáriosUm Kg de sementes possui aproximadamente 1.500 unidades.---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ReceitaEmpanado de assa-peixeIngredientesFolhas de assa-peixe, 1 colher (sopa) de farinha de trigo enriquecida com ferro, sal e pimenta a gosto, água e óleo para fritura.Modo de fazerMisture a farinha de trigo, o sal, a pimenta e a água até formar um mingau grosso. Passe as folhas de assa-peixe, uma a uma, nesta mistura e frite-as em óleo quente.---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ReceitaPasta de assa-peixeModo de fazerSoque uma porção de folhas de assa-peixe lavadas e escorridas. Coloque em um pano fino e retire o sumo das folhas. Junte mel e misture bem. Sirva com torradas.---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------BibliografiaALIMENTOS REGIONAIS BRASILEIROS. Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde, Coordenação-Geral da Política de Alimentação e Nutrição. Brasília, DF, 2002. 141 p. il. Disponível em: <http://dtr2001.saude.gov.br/editora/produtos/livros/pdf/05_1109_M.pdf>.Catálogo de plantas e fungos do Brasil, volume 2 / [organização Rafaela Campostrini Forzza... et al.]. -Rio de Janeiro : Andrea Jakobsson Estúdio : Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010. 2.v. 830 p. il. Disponível em: <http://www.jbrj.gov.br/publica/livros_pdf/plantas_fungos_vol2.pdf>.FLORA ARBÓREA e Arborescente do Rio Grande do Sul, Brasil. Organizado por Marcos Sobral e João André Jarenkow. RiMa: Novo Ambiente. São Carlos, 2006. 349p. il.GAGLIOTI, A.L.; Araújo, F.M. Boehmeria in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB15035>. Acesso em: 05 Dez. 2019HIERONYMUS, J. Flora Argentinae. Litografia, Imprenta Y Encuadernacion de Guillerme Kraft. Buenos Aires, 1882. Disponível em: <http://www.archive.org/details/plantaediaphoric00hier>.KINUPP, V. F. Plantas Alimentícias Não-Convencionais da Região Metropolitana de Porto Alegre. Tese de Mestrado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2007. 590p. il. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/12870>.KINUPP, V. F.; BARROS, I. B. I. Teores de Proteína e Minerais de Espécies Nativas, Potenciais Hortaliças e Frutas. Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, 28(4): 846-857, out.-dez. 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cta/v28n4/a13v28n4.pdf>.MARTINS, E. G. A. O Clado urticóide (Rosales) na Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais. Dissertação de Mestrado. Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo. São Paulo. 2009. 155p. il. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41132/tde-21052009-155743/pt-br.php>.MORAES, M. Phytographia ou Botânica Brasileira. Livraria de B. L. Garnier. Rio de Janeiro, 1881. 564 p. Disponível em: <http://www.archive.org/download/phytographiaoubo00mell/phytographiaoubo00mell.pdf>.PLANTAS DA FLORESTA ATLÂNTICA. Editores Renato Stehmann et al. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2009. 515p. Disponível em: <http://www.jbrj.gov.br/publica/livros_pdf/plantas_floresta_atlantica.zip>.

Boehmeria cylindrica

Nomes popularesMastruço-do-brejoNome científicoBoehmeria cylindrica (L.) Sw.SinônimosBoehmeria dasypoda Miq.Boehmeria florida Miq.Boehmeria phyllostachya Miq.FamíliaUrticaceaeTipoNativa, não endêmica do Brasil.DescriçãoArbustos monóicos, raro ervas, 0,1-2m; ramos jovens 2-3mm diâm., lisos a estriados, glabros a pubescentes, entrenós 2-8cm. Folhas alternas nos ramos principais e (sub)opostas ou opostas nos ramos secundários, isomórficas; lâminas 2-10(-13)x1-4(-6)cm, ovais a elípticas, ápice agudo a (sub)acuminado, base obtusa, margem crenada-dentada, pubérulas em ambas as faces, cistólitos puntiformes; pecíolos 0,5-5cm, pubérulos; estípulas 2-7mm, lanceoladas, pubérulas, tricomas castanhos. Inflorescências 2-15(-17)cm, eretas, glomérulos distribuídos ao longo dos ramos jovens, frequentemente folhados no ápice, glomérulos 1,5-7(-8)mm diâm., sésseis; brácteas 0,5-1,2mm, elípticas, castanhas, pubérulas, caducas; flores estaminadas 1-2x1-1,8mm, sésseis a curto pediceladas; tépalas 0,6-1,4mm; flores pistiladas 1-1,2x0,5-0,8mm, pubérulas; estilete 0,1-0,2mm; perigônio globoso na maturação 1-1,5x0,5-1mm, castanho-esverdeado, pubérulo a glabro. Aquênios 0,5-1x0,4-1mm, ovóides; sementes 0,5-0,7mm diâm., ovóides a elipsóides, castanhas.CaracterísticaFloração / frutificaçãoDispersãoHabitatDistribuição geográficaOcorrências confirmadas:Norte (Rondônia)Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe)Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso)Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo)Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina)Domínios Fitogeográficos Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, PantanalTipo de Vegetação Cerrado (lato sensu), Floresta Ciliar ou Galeria, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial), Floresta Ombrófila Mista (GAGLIOTI, 2019).EtimologiaPropriedadesFitoquímicaFitoterapiaFitoeconomiaInjúriaComentáriosBibliografiaGAGLIOTI, A.L.; Araújo, F.M. Boehmeria in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB15035>. Acesso em: 05 Dez. 2019

Boehmeria nivea

Nomes popularesRamí-brancoNome científicoBoehmeria nivea (L.) Gaud.SinônimosRamium niveum (L.) SmallUrtica nivea L.FamíliaUrticaceaeTipoNaturalizadaDescriçãoPlanta perene, ereta, subarbustiva, pouco ramificada, fibrosa, rizomatosa, com caules novos revestidos por densa pubescência prateada, de 1,0-1,5 m de altura (LORENZI, 2008, p. 621).CaracterísticaFloração / frutificaçãoDispersãoHabitatDistribuição geográficaSul (Santa Catarina)Domínio fitogeográficoMata AtlânticaTipo de vegetaçãoÁrea antrópicaEtimologiaPropriedadesFitoquímicaFitoterapiaFitoeconomiaEspécie cultivada por imigrantes japoneses no Brasil desde a década de 50. As fibras desta planta são extremamente resistentes, sendo separadas quimicamente para utilização na fabricação de roupas de baixo, estofamento, barbante e papel. As folhas são ótima forragem para coelhosInjúriaComentáriosPropaga-se por sementes, rizomas e pedaços de caule.BibliografiaBERG, E. V. Botânica Econômica. UFLA – Universidade Federal de Lavras. Lavras, MG. 2005. 59p. Disponível em: <http://biologybrasil.blogspot.com/2009/08/botanica-economica.html>.LORENZI, H. Plantas Daninhas do Brasil: Terrestres, Aquáticas, Parasitas e Tóxicas. Instituto Plantarum. Nova Odessa, SP, 4ª ed. 2008. 672p. il.