Prunus myrtifolia

Nomes popularesPessegueiro-bravo, coração-de-negro, marmelo-bravo, pessegueiro-do-mato, varoveira, marmeleiro-do-matoNome científicoPrunus myrtifolia (L.) Urb.SinônimosCerasus brasiliensis Cham. & Schul.Cerasus myrtifolius L.Cerasus sphaerocarpa LoiselLaurocerasus myrtifolia BrittonPrunus brasiliensis (Cham. & Schltdl.) DietrichPrunus sellowii KoehnePrunus sphaerocarpa Sw.Prunus subcoriacea (Chod. & Hassl.) KoehneFamíliaRosaceaeTipoNativa, não endêmica do Brasil.DescriçãoÁrvore de médio porte, de 10 a 20 m de altura, possui copa baixa, irregular e paucifoliada. O tronco é geralmente tortuoso, com casca externa de coloração castanho-acinzentada e casca interna marrom-avermelhada, oxidando-se rapidamente em contato com o ar. Suas folhas são simples, alterno-dísticas, coriáceas, elípticas até ovadas, pecioladas (até 10 mm), com ápice acuminado, base aguda, margem inteira e ondulada, medem de 6 a 12 cm de comprimento por 2 a 4,5 cm de largura. Pouco discolores, verde-escuras na face adaxial e com duas glândulas arredondadas na base do limbo, visíveis na face abaxial. As flores são pequenas, de cor branca, actinomorfas, diclamídeas, agrupadas em racemos axilares de até 10 cm de comprimento. Os frutos são drupas globosas, glabras, escuras quando maduras e com cerca de 10 mm de diâmetro (MARQUES, 2007, p. 190).CaracterísticaAs folhas possuem um par de glândulas impressas próximo à base inferior, o que torna fácil o seu reconhecimento.Floração / frutificaçãoFloresce com maior intensidade de dezembro a fevereiro, e a maturação dos frutos ocorre entre junho e agosto.DispersãoZoocóricaHabitatÁrvore semidecídua, heliófita ou esciófita, indiferente quanto às características físicas do solo. É encontrada com maior freqüência em matas secundárias. Distribuição geográficaDistribuição GeográficaOcorrências confirmadas:Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia)Nordeste (Bahia, Ceará, Pernambuco)Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso)Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo)Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina)Domínios Fitogeográficos Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica (ROSACEAE, 2019).EtimologiaPropriedadesFitoquímicaFitoterapiaAntigamente era utilizada na medicina popular em moléstias pulmonares como asma, tosses e como energético. Na medicina indígena Guarani é utilizada como remédio contra “perna dormente”, resfriados e dores de dentes.FitoeconomiaA madeira possui várias aplicações, como: tornearia artística, artesanato, artigos de esporte, cabos de ferramentas, folhas faqueadas decorativas, móveis, lambris, tacos, caibros, instrumentos agrícolas, tábuas para assoalho, e para acabamentos internos. É uma espécie promissora para utilização em reflorestamentos em áreas degradadas. Os frutos, quando maduros, são avidamente procurados e consumidos pela avifauna, seus principais dispersores, principalmente, o Sabiá-laranjeira (Turdus sp.), e o macaco-bugio (Alouatta fusca). Possui potencial ornamental, sendo recomendada para arborização nas margens das rodovias.“As flores dessa espécie são apícolas. No Estado de São Paulo, ela floresce em agosto, mês de escassez de floradas, sendo suas flores avidamente freqüentadas pelas abelhas, que são atraídas pelo néctar abundante que exsuda do nectário, um espessamento anular laranja-amarelado, situado na superfície da parede do receptáculo com mais ou menos 3 a 4 mm de comprimento, localizado abaixo da inserção dos estames.” (MARQUES, 2007, p. 191).InjúriaOs frutos e folhas são tóxicos para o gado, pois as cascas, folhas, e, principalmente as sementes, possuem como princípio ativo tóxico um glicosídeo cianogênico que, por hidrólise, libera cianeto, causando como sintomas mais freqüentes em animais: desequilíbrio, cólicas, tremores musculares, taquicardia, olhar vítreo, convulsões e até morte.ComentáriosBibliografiaBALDISSERA, R; GANADE, G. Predação de Sementes ao Longo de Uma Borda de Floresta Ombrófila Mista e Pastagem; Acta bot. Bras. 19(1): 161-165. 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/abb/v19n1/v19n1a15.pdf>.BARG, D. G. 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