Cecropia glaziovii

Nomes popularesEmbaúba, árvore-da-preguiça, embaúba-vermelha, imbaúba, pau-de-lixa, pau-formiga, embaúba-vermelha, pau-de-preguiça, caixetaNome científicoCecropia glaziovii Snethl.SinônimosFamíliaUrticaceaeTipoNativa, endêmica do Brasil.DescriçãoÁrvores 8-10 m alt., geralmente com raízes adventícias escoras. Ramos glabros ou pubescentes. Lâminas 40-50 cm diâm. quando adultas, incisões 1/3 a 1/2 do centro, 9-10 lobadas, lobos com ápice arredondado a obtuso ou raramente acuminado, cartáceas a sub-coriáceas; face adaxial pubérula, indumento de tricomas simples, estrigosos, uncinados e indumento aracnóideo esparso, concentrados na margem; face abaxial pubescente, indumento de tricomas estrigosos na lâmina e aracnóideos nas nervuras; nervuras secundárias 10-15 pares na parte livre do segmento mediano, retas, às vezes dicotômicas próximo às margens; pecíolos 55-80 cm compr., pubescentes, indumento de tricomas unicelulares uncinados; estípulas 12-18 × 4-10 cm, glabras ou pubérulas, pardo-avermelhadas externamente e vináceas na face interna. Inflorescências isoladas ou aos pares; espatas 7-20 × 4-8 cm, seríceo-tomentosas e castanho-ferrugíneas externamente, glabras e vináceas internamente; pedúnculos 3,5-11 cm compr., carnosos, vináceos com manchas alvo-esverdeadas; amentos estaminados 15-18, 12-23 cm compr., estipitados, esverdeados quando jovens e creme-amarelados a vináceos posteriormente, glabros; flores estaminadas 2-lobadas, pubescentes; amentos pistilados 5-7, 15-20 cm compr., sésseis ou (sub)estipitados, vermelhos a vináceos; flores pistiladas 3-4-lobadas, carnosas, tricomas aracnóideos circundando o ápice do estilete, não chegando a cobrir o estigma comoso. Aquênios elipsóides a ovais. Sementes oblongas a ovais, testa lisa; cotilédones adpressos, embrião reto (NETO, 2009, p. 4).CaracterísticaAs estípulas apicais, nervuras das folhas e espatas das inflorescências são caracteristicamente de coloração vináceo-avermelhada. É observada a presença de formigas do gênero Azteca no interior do caule. Esta espécie se diferencia das demais, principalmente por apresentar estípulas avermelhadas a vináceas e folhas com esparso ou sem indumento aracnóideo (NETO, 2009, p. 5).Floração / frutificaçãoDispersãoZoocóricaHabitatEspécie típica de encostas montanhosas do Domínio da Mata Atlântica (GAGLIOTI, 2019).Distribuição geográficaOcorrências confirmadas:Nordeste (Bahia)Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo)Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina)Domínios Fitogeográficos Mata AtlânticaTipo de Vegetação Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial), Floresta Ombrófila Mista (GAGLIOTI, 2019).EtimologiaPropriedadesFitoquímicaFitoterapiaÉ utilizada na medicina popular para o tratamento de bronquite, coqueluche, cólicas hepáticas, Mal de Parkinson e diarréia. O látex, que é cáustíco, é usado topicamente em úlceras gangrenosas, verrugas e chagas crônicas.FitoeconomiaA casca, rica em tanino, pode ser utilizada para curtir couro. Produz também frutos compridos e comestíveis, semelhantes ao figo, no entanto, é difícil encontrá-los maduros, pois fazem parte da dieta de morcegos frugívoros. Antigamente era utilizada como calha natural para bicas d’água.InjúriaO látex é cáustico.ComentáriosNa língua Guarani é chamada de ambay guatchu.BibliografiaCatálogo de plantas e fungos do Brasil, volume 2 / [organização Rafaela Campostrini Forzza... et al.]. -Rio de Janeiro : Andrea Jakobsson Estúdio : Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010. 2.v. 830 p. il. Disponível em: <http://www.jbrj.gov.br/publica/livros_pdf/plantas_fungos_vol2.pdf>.FLORA ARBÓREA e Arborescente do Rio Grande do Sul, Brasil. Organizado por Marcos Sobral e João André Jarenkow. RiMa: Novo Ambiente. São Carlos, 2006. 349p. il.GAGLIOTI, A.L.; Aguiar, D.P.P. Cecropia in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB15039>. Acesso em: 05 Dez. 2019KINUPP, V. F. Plantas Alimentícias Não-Convencionais da Região Metropolitana de Porto Alegre. Tese de Mestrado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2007. 590p. il. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/12870>.NETO, S. R.; GAGLIOTI, A. L.; GUIDO, B. M. O. Urticaceae Juss. do Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, São Paulo, SP, Brasil. Hoehnea 36(1): 193-205, 1 fig., 2009. Disponível em: <http://www.ibot.sp.gov.br/HOEHNEA/volume36/fasciculo1.htm>.OLIVEIRA, D. Nhanderukueri Ka’aguy Rupa – As Florestas que Pertencem aos Deuses. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2009. 182p. il. Disponível em: <http://www.pluridoc.com/Site/FrontOffice/default.aspx?Module=Files/FileDescription&ID=4402&lang=>.PLANTAS DA FLORESTA ATLÂNTICA. Editores Renato Stehmann et al. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2009. 515p. Disponível em: <http://www.jbrj.gov.br/publica/livros_pdf/plantas_floresta_atlantica.zip>.PLANTAS MEDICINAIS. CD-ROM, versão 1.0. PROMED – Projeto de Plantas Medicinais. EPAGRI – Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina S.A. Coordenação: Antônio Amaury Silva Junior. Itajaí, Santa Catarina. 2001.