Luehea divaricata

Nomes popularesAçoita-cavalo, açoita-cavalo-branco, açoita-cavalo-miúdo, açoita-cavalo-vermelho, caiboti, caoueté, envereira-do-campo, estribeiro, estriveira, guaxima-do-campo, ibatingui, ivatingui, ivatingi, pau-de-canga, soita-cavaloNome científicoLuehea divaricata Mart. & Zucc.SinônimosFamíliaMalvaceaeTipoNativa, não endêmica do Brasil.DescriçãoÁrvore de 6 a 30 m de altura, possui tronco com 30 a 120 cm de diâmetro, com casca externa pardo-acinzentada, de até 25 mm de comprimento, com numerosos e pequenos sulcos longitudinais e, casca interna rosada até avermelhada, com textura fibrosa. Suas folhas são simples, alternas, dísticas, membranáceas a cartácea, oblongas, com estípulas, pecioladas (até 1 cm), com margens irregularmente serreadas e base arredondada a sub-cordada. Discolores, verde-escuras, ásperas ao tato na face adaxial e com pilosidade branco-tomentosa na face abaxial, medem de 5 a 15 cm de comprimento por 2 a 6 cm de largura. As flores são brancas ou róseas, pentâmeras, hermafroditas, polistêmones e reunidas em inflorescências cimosas axilares ou em panículas terminais; as flores podem chegar até 2,5cm de comprimento. O fruto é uma cápsula de até 3 cm, coberta de pilosidade de cor castanha, deiscente por cinco fendas na extremidade. A floração ocorre de dezembro a fevereiro e os frutos amadurecem entre os meses de março a maio, liberando sementes pretas, achatadas e com curta asa em um dos lados (MARQUES, 2007, p. 141).CaracterísticaFloração / frutificaçãoDezembro a fevereiro, frutificando de maio a setembro.DispersãoAnemocóricaHabitatPlanta semidecídua, heliófita, seletiva xerófita, característica da floresta semidecídua e do cerrado. Apresenta ampla dispersão, porém, geralmente bastante descontínua ao longo de sua área de distribuição. Ocorre principalmente em formações abertas e secundárias, principalmente em capoeiras e invadindo as pastagens, porém sempre em terrenos altos e de rápida drenagem. As árvores são longevas (MARQUES, 2007, p. 141).Distribuição geográficaDistribuição GeográficaOcorrências confirmadas:Nordeste (Bahia)Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás)Sudeste (Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo)Sul (Rio Grande do Sul, Santa Catarina)Domínios Fitogeográficos Cerrado, Mata AtlânticaTipo de Vegetação Cerrado (lato sensu), Floresta Ciliar ou Galeria (LUEHEA, 2019).EtimologiaIvatingi significa “fruto que aborrece”, em tupi-guarani.PropriedadesFitoquímicaApresenta atividade antimicrobial e extratos da casca apresentam propriedades fungicidas. Possui tanino, óleo essencial, resina e mucilagem.FitoterapiaPossui extensas aplicações na medicina popular, sendo usada contra reumatismo, disenteria, úlceras internas, feridas, inflamações da garganta, dores de dentes, afecções da bexiga, insônia, leucorréias, melena, tosse, laringites, bronquites, verminoses, câncer e má digestão. É ainda utilizada como depurativa, adstringente, hemostática e antiinflamatória. FitoeconomiaA madeira, de cor róseo-creme, é de ótima qualidade, não rachando facilmente, e é utilizada para a fabricação de esculturas, cangalhas, tinas, jacás, obras internas, esquadrias, gamelas, tamancos, selins, cadeiras e coronhas de armas. A casca fornece ótimas fibras, úteis na fabricação de cordas, barbantes, cestos, chicotes e açoite para cavalos. Por possuir copa ampla e densa, é recomendável para a arborização urbana, para a reflorestamentos mistos destinados à recuperação de áreas degradadas e para plantio como fixadora de barrancos ou em matas ciliares. As flores são melíferas, produzindo pólen e néctar. Os índios de várias etnias do Paraná e Santa Catarina utilizam-se das folhas e cascas do caule para descolorir o cabelo. As cascas possuem tanino, produto utilizado para curtir o couro.InjúriaComentáriosProduz anualmente grande quantidade de sementes viáveis. Na língua Guarani é chamada de yxongy, ytchongy tï, yvatinguy e Ka'a oveti.BibliografiaBOTREL, R. T. et al. 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