Erythrina falcata

Nomes popularesCorticeira-da-serra, sinhanduva, butuqueira, bituqueira, corticeira-do-brejo, bituqueira, bico-de-papagaioNome científicoErythrina falcata Benth.SinônimosErythrina martii CollaFamíliaFabaceaeTipoNativa, não endêmica do Brasil.DescriçãoÁrvore caducifólia, de 10 a 30 m de altura, e com tronco de 30 a 90 cm de diâmetro. O tronco é reto, com seção cilíndrica, geralmente munido de nódulos e de acúleos. A casca pode chegar a 20 mm de espessura; tem cor castanho amarela, com ritidoma finamente fissurado e descamação pulverulenta. As folhas são compostas, trifolioladas, alternas com até 15 cm de comprimento e 8 cm de largura; com pecíolo de 5 a 16 cm de comprimento. As flores são vermelho-alaranjadas, de 3 a 5 cm de comprimento, em numerosos cachos pendentes da extremidade dos ramos em inflorescência racemosa axilar, terminal ou lateral, com 10 a 30 cm de comprimento, com flores nunca totalmente abertas, em grupos de três, tornando-se inconfundível na primavera. O fruto é um legume indeiscente, achatado, estipitado, não septado internamente, de coloração pardo-escura, com 10 a 20 cm de comprimento por 2 a 3 cm de largura, com 3 a 15 sementes. As sementes são reniformes, achatadas, com hilo curto e oblongo, de coloração castanho-escura, com estrias rajadas, de 1 a 1,5cm de comprimento. (MARQUES, 2007, p. 118).CaracterísticaFloração / frutificaçãoMaio a novembro, frutificando de setembro a dezembro.DispersãoHabitatDistribuição geográficaOcorrências confirmadas:Nordeste (Maranhão)Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul, Mato Grosso)Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo)Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina)Domínios Fitogeográficos Amazônia, Cerrado, Mata AtlânticaTipo de Vegetação Floresta Ciliar ou Galeria, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial) (MARTINS, 2020).EtimologiaPropriedadesFitoquímicaNa casca é encontrado o alcalóide hiporifina, do grupo curate, utilizada pelos índios como droga sedativa para entorpecer peixes. (MARQUES, 2007, p. 119).A composição mineral das flores mostrou que possui componentes como cálcio, magnésio, manganês, chumbo, ferro, sódio, potássio, cobre, zinco, enxofre e boro.FitoterapiaNa medicina popular, é usada como calmante de tosses, bochechos contra infecções bucais, doenças do fígado, hepatite, dores musculares, insônia, hipertensão arterial, sinusite, reumatismo, como cicatrizante em feridas cancerosas, menopausa, depurativo, ferimentos e úlceras e no rejuvenescimento da pele. Tribos indígenas do Paraná e Santa Catarina utilizam-na no tratamento de dores de dente, primeiro banho do bebê (como prevenção à hipotermia), dores na bexiga e hemorróidas.FitoeconomiaComo ornamental, possui um belo efeito durante a floração, porém este recurso não tem sido aproveitado, e poderia ser utilizada para a arborização de praças e canteiros centrais. As rolhas, extraídas da casca, apresentam propriedades elétricas e caloríficas. Para uso ecológico, é interessante o seu plantio em áreas fluviais degradadas. Suas flores são visitadas por periquitos e papagaios que sugam seu néctar. A madeira, de cor laranja, pode ser aproveitada para laminados e calçados, os índios Guarani utilizam-se de sua madeira para a fabricação de artesanato. As sementes também são utilizadas em artesanato. As pétalas das flores são comestíveis cozidas ou refogadas e temperadas com pimenta, sal, alho, cebola, etc., resultando em um prato delicioso. KINUPP (2007) cita que “por seu sabor, consistência e coloração agradáveis poderão ter um grande potencial mercadológico no mercado de flores comestíveis que está em franca expansão”.InjúriaComentáriosUm Kg de sementes possui em torno de 1.550 unidades.Na língua Guarani é chamada de kurupika’y.BibliografiaBOTREL, R. T. et al. Uso da Vegetação Nativa Pela População Local no Município de Ingaí, MG, Brasil. Acta bot. Bras. 20(1): 143-156. 2006. 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Subsídios à Recuperação de Formações Florestais Ripárias da Floresta Ombrófila Mista do Estado do Paraná, a Partir do Uso Espécies Fontes de Produtos Florestais Não-madeiráveis. Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2007. 244p. Disponível em: <http://dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/bitstream/1884/14027/1/disserta%C3%A7%C3%A3o%20Themis%20Piazzetta%20Marques%20PDF.pdf>.MARTINS, M.V. Erythrina in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB29676>. Acesso em: 04 Jan. 2020MAY, P. H. et al. (org.). Manual Agroflorestal Para a Mata Atlântica. Ministério do Desenvolvimento Agrário. Brasília, 2008. 196 p. il. Disponível em: <http://permacoletivo.files.wordpress.com/2008/05/apostila-1_manual-agroflorestal-junho-2007.doc>.OLIVEIRA, D. Nhanderukueri Ka’aguy Rupa – As Florestas que Pertencem aos Deuses. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2009. 182p. il. 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Erythrina speciosa

Nomes popularesMulungu, mulungu-do-litoral, sananduva, suinã-vermelhoNome científicoErythrina speciosa AndrewsSinônimosErythrina reticulata C.PreslFamíliaFabaceaeTipoNativa, endêmica do Brasil.DescriçãoArbusto ou arvoreta ca. 3 m alt., ramo cilíndrico, esparsamente piloso, aculeado. Estípula 10–12 mm compr., falcada, pilosa, caduca; pecíolo 9–11 cm compr.; raque 4,2–5 cm compr.; nectário foliar ausente. Folha imparipinada, 3-foliolada; folíolos 12–14 × 8,5–14,5 cm, largamente trulados, base obtusa, ápice agudo, margem inteira, face adaxial esparsamente pilosa, abaxial pubescente. Inflorescência racemosa, terminal. Cálice vináceo, gamossépalo, ca. 10 mm compr., pubescente externamente. Corola vermelha, estandarte ca. 70 mm compr., asas ca. 6 mm compr., pétalas da quilha ca. 30 mm compr. Estames 10, diadelfos, ca. 50 mm Compr., estaminódio ausente. Ovário 20 mm compr., glabro estípite ca. 7 mm compr.; estilete ca. 18 mm compr., glabro. Legume deiscente, 16–31 × 0,7–1,5 cm, glabro; 3–11 sementes, 14–16 × 7–8 mm, reniformes, castanhas (SNAK, 2012).CaracterísticaCaracteriza-se pela presença de acúleos no tronco e flores vermelhas (SNAK, 2012).Floração / frutificaçãoFloresce duas vezes ao ano, novembro e dezembro, junho e julho e frutifica de outubro a novembro (SNAK, 2012).DispersãoHabitatDistribuição geográficaOcorrências confirmadas:Nordeste (Bahia, Paraíba)Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul)Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo)Sul (Paraná, Santa Catarina)Domínios Fitogeográficos Cerrado, Mata AtlânticaTipo de Vegetação Floresta Ciliar ou Galeria, Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial), Restinga (MARTINS, 2020).EtimologiaPropriedadesFitoquímicaFitoterapiaFitoeconomiaInjúriaComentáriosBibliografiaMARTINS, M.V. Erythrina in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB29676>. Acesso em: 04 Jan. 2020SNAK, C.; TEMPONI, L.G.; GARCIA, F.C.P. Leguminosae no Parque Ecológico Paulo Gorski, Cascavel, Paraná, Brasil. Rodriguésia 63(4): 999-1017. 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rod/v63n4/a16v63n4.pdf>.