Dysphania ambrosioides

Nomes popularesErva-de-santa-maria, ambrósia, ambrósia-do-méxico, ambrosina, anserina-vermífuga, apazote, caacica, canudo, chá-da-espanha, chá-do-méxico, chá-dos-jesuítas, cravinho-do-campo, cravinho-do-mato, erva-ambrosia, erva-das-cobras, erva-de-bicho, erva-do-méxico, erva-formiga, erva-formigueira, erva-lombrigueira, erva-mata-pulga, erva-pomba-rola, erva-santa, erva-vomiqueira, lombrigueira, mastruço, mastruz, mata-cabra, mata-cobra, mata-pulgas, matruz, menstruço, mentraz, mentrei, mentrusto, mentruz, pacote, quenopódio, trevo-de-santa-luzia, uzaidelaNome científicoDysphania ambrosioides (L.) Mosyakin & ClemantsSinônimosChenopodium album subsp. hastatum (Klinggr.) Graebn.Chenopodium album var. hastatum KlinggrChenopodium album var. polymorphum AellenChenopodium ambrosioides L.Chenopodium browneanum Roem. & Schult.Chenopodium centrorubrum NakaiFamíliaAmaranthaceaeTipoNaturalizadaDescriçãoPlanta subarbustiva anual ou vivaz, com até 1,10m de altura, muito olorosa, de caule ereto, ascendente, muito ramificado, glabro, glandular-pubescente, verde ou púrpura, sulcado longitudinalmente por sulcos rasos e verdes, intercalados por faixas esbranquiçadas ou rosadas. As folhas são alternas, com os bordos mais ou menos sinuosos, oblongo-lanceoladas, denteadas, pecioladas (as da base) e sésseis e glandulosas (folhas superiores), com pubescência rala e curta, e glandulífera na face dorsal, medindo 3 a 9cm de comprimento por 1 a 4cm de largura. Inflorescência em glomérulo de flores muito pequenas verde-amareladas, localizada nas das folhas superiores à guisa de uma longa panícula. O fruto é um utrículo globular, membranoso, verde-pálido. As sementes são diminutas, pretas e lustrosas. As folhas são pronunciadamente aromáticas, canforáceas e amargas, e as sumidades apresentam aroma desagradável (PLANTAS MEDICINAIS, 2001).CaracterísticaFloração / frutificaçãoDispersãoHabitatDistribuição geográficaOcorrências confirmadas: Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins); Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe); Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso); Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo); Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina)Domínios Fitogeográficos: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata AtlânticaTipo de Vegetação: Área Antrópica, Caatinga (stricto sensu), Cerrado (lato sensu) (AMARANTHACEAE, 2019).EtimologiaO gênero Chenopodium foi descrito por Linnaeus e significa “pé de ganso”, referindo-se às folhas lobadas das espécies deste gênero.PropriedadesFitoquímicaÓleos essenciais (0,3 a 0,5% nas folhas; 1% nas sementes), contendo ascaridol (principalmente nas sementes), safrole, N-docosano, N-hentriacontano, N-heptacosano, N-octacosano, b-pineno, methadieno, dimetilsulfóxido, d-terpineol, aritasona, salicilato de metila, cânfora, ambrosídeo, betaína, kaempferol rhamnosídeo, santonina, chenopodium saponina A, chenopodosídeos A e B, cineol, p-cimeno (179), 3-0-glicosídeo de quercitina, iso-hametina, pinocarvona, quenopodina, histamina, limoneno, glicol, ácidos butírico e salicílico, ácidos orgânicos, taninos, terpenos, carveno (46%), p-cimol, linomeno, pectina, sais minerais. A planta contém 1,5% de óleo essencial e 64,5% de ascaridol. Outro princípio ativo importante é o anetol (éster fenólico) (PLANTAS MEDICINAIS, 2001).FitoterapiaO óleo essencial desta planta está incluído na farmacopéia da Espanha, México, Portugal, Argentina, Índia, Itália e Turquia. É uma das 71 plantas medicinais listadas pelo Ministério da Saúde como de interessa ao SUS. É muito utilizada na medicina popular como vermífuga, estomáquica, cicatrizante, sudorífica, anti-séptica tópica, béquica, antipalúdica, diaforética, diurética, amebicida, tônica, aromática, antiulcerosa, antifúngica, sedativa, carminativa, antiulcerosa, antifúngica, anticancerígena, purgante, eupéptica, estimulante, peitoral, antigripal, emoliente, emenagoga, antiasmática, antiespasmódica, antiinflamatória, antinevrálgica e anti-hemorroidária. As folhas são usadas, em forma de cataplasmas, contra tumores. O cozimento das folhas, com sal, desincha pernas gotosas, atua em afecções da pele, edemas, cólicas e dores de estômago. Utilizada também contra varizes, cãibras, traumatismos ósseos, picadas de animais peçonhentos afecções da pele, distúrbios renais, dores de estômago, tuberculose, angina, infecções pulmonares, contusões, tremor da vista, afecções discrósicas do aparelho digestivo, espasmos musculares, palpitações do coração, má circulação, equimoses, dispepsias, insônia, corrimento vaginal, úlceras, varizes, hemorragia interna, ancilostemose e no tratamento da doença conhecida como dança-de-são-guido. Em alta dose é extremamente tóxica, podendo causar a morte.FitoeconomiaNa Colômbia, as folhas são utilizadas como condimento. As espigas são comestíveis, usadas como temperos e em guisados e sopas. É uma planta insetífuga, e em áreas rurais varrem-se as casas com os ramos da planta, sendo também colocada seca sob colchões, lençóis e travesseiros. O cozimento das folhas produz um inseticida natural, sendo preparado na proporção de 3 partes para cada 1.000 partes de água. Este inseticida pode ser utilizado com sucesso contra a Scrobipalpula absoluta (traça do tomateiro), e Spodoptera frugiperda (lagarta do cartucho do milho). É uma espécie amplamente utilizada como vermífuga para animais, e as fumigações são aplicadas como inseticida doméstico, sendo extremamente útil para afugentar pulgas, percevejos, baratas e demais insetos.InjúriaEm alta dose é extremamente tóxica, podendo causar a morte.plantas daninhas mais disseminadas do planeta, pois produz anualmente grande quantidade de sementes, as quais podem permanecer em dormência no solo por até 40 anos. ComentáriosNa língua Guarani o seu nome é ka’arë.BibliografiaAMARANTHACEAE in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB139867>. 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