Butia eriospatha

Nomes popularesButiá, butiazeiro, butiá-da-serra, butiá-veludo, butiá-de-vinagre, butiá-do-campo, butieiro, macuma, butiá-brancoNome científicoButia eriospatha (Mart. ex Drude) Becc.SinônimosCocos eriospatha Mart. ex DrudeButia punctata BomhardSyagrus eriospatha (Mart. ex Drude) GlassmanFamíliaArecaceaeTipoNativa, endêmica do Brasil.DescriçãoEstipe 2-12 m alt., 20-50 cm diâm. Folhas pinadas, 20-39 contemporâneas; bainhas 113-156 cm compr.; pseudopecíolo fibroso e denteado, com 68 cm compr.; raque 1,3-2,1 m compr., 73-99 pinas regularmente distribuídas, dispostas em “V” sobre a raque; pinas medianas ca. 61 × 2,5 cm. Inflorescência interfoliar; pedúnculo 46-92 cm compr.; profilo com 36-52 × 4,0-6,0 cm; bráctea peduncular lenhosa, revestida por um denso indumento lanuginoso de cor castanho-avermelhada, 117-139 cm compr., parte expandida 80-105 × 14-21 cm; eixo da inflorescência 75-106 cm compr., 50-129 ráquilas, as da parte mediana da raque 10-47 cm compr. Flores amarelas; estaminadas ca. 5 mm compr.; pistiladas 5-11 mm compr. na mesma inflorescência. Frutos globosos 1,8-2,4 × 1,5-3,2 cm; mesocarpo amarelo, carnoso, pouco fibroso; endocarpo arredondado contendo 1-3 sementes 1,3-1,7 × 1,1-2,1 cm; endosperma homogêneo. Eófilo simples (ELIAS, 2018).Floração / frutificaçãoFloresce e frutifica na primavera e verão.DispersãoZoocóricaHabitatEspécie heliófita e com características de higrófita, ocorre nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde muitas vezes está associada à Floresta Ombrófila Mista. Em Santa Catarina apresenta distribuição irregular, variando entre 700 e 1.000 m de altitude, mas abundante em determinadas áreas, forma associações densas, principalmente, no município de Lebon Régis (Reitz 1974, Lorenzi et al. 2010, Soares et al. 2014) (ELIAS, 2018).Distribuição geográficaOcorrências confirmadas:Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina)Domínios Fitogeográficos Mata AtlânticaTipo de Vegetação Campo de Altitude, Campo Limpo, Palmeiral (HEIDEN, 2019).EtimologiaPropriedadesFitoquímicaComposição por 100 g de parte comestível: Calorias, nutrimentos e minerais. Calorias 60, Proteínas 1,8g, Lipídios 1,5g, Glicídios 11,4g, Fibra 1,2g, Cálcio 23mg, Fósforo 24mg, Ferro 2,4mg. Composição por 100 g de parte comestível: Vitaminas: Vitamina B1 0,04mg, Vitamina B2 0,04mg, Niacina 0,5mg, Vitamina C 33mg.FitoterapiaFitoeconomiaPor possuir hábito vistoso é muito utilizada para fins paisagísticos sendo comumente encontrada em praças e jardins. Tem seu uso destinado também para fabricação de chapéus, cestas e demais utensílios fibrosos (Reitz 1974). Seus frutos possuem polpa utilizada na fabricação de muitos produtos alimentícios, incluindo sucos, geleias, licores e sorvetes (Coradin et al. 2011) (ELIAS, 2018).Os frutos são comestíveis e podem ser usados para preparar bebidas alcoólicas e também vinagre. *A base dos cachos, possui a mesma consistência e sabor do palmito, podendo ser utilizada como alimento, o que é um uso ainda desconhecido e com grande potencial de pesquisa, uma vez que a extração do palmito exige o sacrifício da planta, e a extração dos cachos, quando ainda jovens, pode tornar-se uma opção de renda para pequenos agricultores. É muito provável que outras espécies de palmeiras apresentem a mesma propriedade. (* experiência pessoal).Espécie com intenso cultivo como palmeira ornamental no Sul do Brasil.InjúriaComentáriosA espécie se enquadra na categoria VU (Vulnerável), pela IUCN, tendo suas ameaças representadas pelo reflorestamento com espécies exóticas, pecuária intensiva e perda de habitat pela expansão urbana (ELIAS, 2018).Há registros de caroços de frutos de Butia sp. Carbonizados em sítios arqueológicos indígenas no Rio Grande do Sul que datam de 2000 anos, e de 2500 anos no Uruguai.De acordo com a Instrução Normativa nº 6, de 23 de Setembro de 2008, do Ministério do Meio Ambiente, esta espécie está ameaçada de extinção, além de constar na lista vermelha das espécies ameaçadas da IUCN (International Union for Conservation Nature). O risco de extinção refere-se às populações em estado natural, pois os populares “butiazais” praticamente não existem mais. 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