Dicas & Notícias da Divisão de Biblioteca da USP/ESALQ | Ano: 2024 | Número: 196

Período: 05 a 11/01/2024 | Elaboração: Silvio Bacheta

Fotos & Fatos do câmpus Luiz de Queiroz

Pavilhão de Engenharia

A fotografia da edição 196 é de autoria de Fábio Torrezan, editor de vídeo da Divisão de Comunicação da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq).

Gostaria de ter sua foto do publicada no Dicas & Notícias da Biblioteca? Envie sua imagem de prédios ou paisagens do câmpus, com autoria, título e boa resolução, para comunica.dibd@usp.br.

Especial

O imortal Prof. Zilmar Ziller Marcos

Por Evaristo Marzabal Neves

Por quê? Porque se transforma num símbolo, na verdadeira acepção da palavra. Na literatura se encontra sobre simbologia que ´Todas as sociedades humanas possuem símbolos que expressam mitos, crenças, fatos, situações ou ideias, sendo uma das formas de representação da realidade´ e, por sua vez, que ´símbolo estabelece uma correspondência empática, valor evocativo ou místico, entre o indivíduo e a entidade´.

Nesta direção, visitando o site da Esalq se encontra na coluna institucional: Administração; Código de Ética; Linha do Tempo; Missão, Visão e Valores; Histórico; ESALQ em números; Galeria dos Diretores; Símbolos Esalqueanos; Esalq sempre; Plano de Comunicação e Marketing (PCM) e Identidade Visual Esalq. Em Símbolos Esalqueanos, são listados seis: Bandeira, Brasão, Flâmula, Medalha Luiz de Queiroz, Hino e Ode. Particularizando, em Hino tem-se a descrição: ´Escrito em 1978 e apresentado pela primeira vez durante a sessão solene de colação de grau da turma daquele ano, realizada em 11 de janeiro de 1979, o Hino da ESALQ foi cantado pelos formandos, sob regência do próprio autor, professor Zilmar Ziller Marcos, que compôs letra e música da canção. Formado pela turma de 1955, o professor Zilmar doou os direitos da composição à Escola em 1984, sendo instituído, como hino oficial, dois anos depois...´.

Na linha do tempo deste símbolo esalqueano, junto ao Serviço de Graduação obteve-se o registro de seu nascimento no dia 02/11/1933, natural de Franca/SP, ingressou na Esalq em 1952 e se graduou na turma de 1955, tempo em que a duração do curso era de quatro anos. O paraninfo de sua turma foi o Prof. Salvador de Toledo Piza, autor da Ode, outro símbolo esalqueano. Ingressa, como professor, em 1963 e se aposenta em 1994 (31 anos como professor e sempre no atual Departamento de Ciência do Solo). Após sua aposentadoria, entre outras atividades institucionais, se dedica principalmente, de corpo e alma, às atividades de cultura e extensão, marcando presença e atuação nas semanas de recepção, de formatura, de aniversário da Esalq, de encerramento da Semana Luiz de Queiroz, e, enfim, em todas solenidades onde o Hino da Esalq (sua criação) e a Ode marcavam e estão presentes nos dias de hoje. De marcante lembrança é o Hino da Esalq, de saída, pelo nosso Coral, acolher os ingressantes na Semana de Recepção e no encerramento da Sessão de Colação de Grau, como símbolo de anuncio de boas-vindas aos ingressantes e de saudades para os que estão partindo.

Em 2002, junto com outros professores aposentados, funda a Associação dos Docentes Aposentados da Esalq - ADAE, hoje anexada à Associação dos Ex-Alunos da Esalq (Adealq). Esta em 07/05/2023 inaugura a Sala Prof. Zilmar Ziller Marcos em sua sede, localizada no Campus, que ´guarda um acervo de mais de 500 livros e documentos entre didáticos e científicos da Ciência do Solo, de literatura brasileira e estrangeira, além de outras publicações de áreas como a Filosofia. O acervo também é composto por itens pessoais do professor, como certificações, diplomas e livros, além da coleção completa de DVDs com gravações do Panorama Amplo dos Campos do Conhecimento (Pan-gnósio), projeto coordenado pelo Prof. Zilmar, pela Associação dos Docentes Aposentados da Esalq, com apoio da Comissão de Cultura e Extensão Universitária (CCEx) da Escola. Para o ex-aluno em visita ao Campus, bem como para a comunidade atual, é recomendável uma visita a esta Sala.

O Prof. Zilmar falece em 08/01/2024, com 90 anos completados em 02/11/2023. Todo ex-aluno formado na Esalq há de lembrar das estrofes finais do hino: "Vem inspirar Deusa Ceres, / Os filhos da gloriosa, / Que partem pelo Brasil (e hoje pelo mundo), / A propalar de norte a sul, / Cumprindo missão vitoriosa. / Plantar, criar e conservar. / A ESALQ existe p´ra ensinar; / Cumprindo missão vitoriosa".

Todo ex-aluno da Gloriosa, enquanto ´cumprindo missão vitoriosa´ profissionalmente no seu cotidiano, há de guardar na lembrança que o Prof. Zilmar, como FILHO DA Luiz de Queiroz e umbilicalmente FILHO DE Luiz de Queiroz, ´cumpriu em terra missão vitoriosa´ e espiritualmente será sempre lembrado, não somente como professor, mas como um imortal esalqueano, toda vez que abrirmos nossas vozes: "A água, o sol e a terra / Existem com própria beleza. / As plantas silentes e sempre, / Sustêm o equilíbrio / Dos ciclos da natureza. / Plantar, criar e conservar. / A ESALQ existe p´ra ensinar; / CUMPRINDO MISSÃO VITORIOSA". 

Fonte: Blog Esalqueanos | Adealq

Imagem: Ronaldo Caprecci

Produtos & Serviços

Empréstimo entre Bibliotecas

O livro que você procura está em outra biblioteca fora do campus? Fique tranquilo, nós temos um meio para trazê-lo para você!

O Empréstimo entre Bibliotecas (EEB) é uma modalidade de empréstimos que possibilita ao usuário da ESALQ o acesso a livros, teses e monografias de outras bibliotecas, com a comodidade de retirá-los na Biblioteca Central.

Para utilizar o serviço é necessário estar vinculado ao sistema de empréstimo unificado da USP e cadastrado no sistema SISWEEB.

Novidades do Acervo

Biotecnologia agrícola no Brasil: oportunidades e desafios da inovação nos próximos dez anos

A obra busca dar luz aos benefícios proporcionados pela biotecnologia agrícola nas searas ambiental, social e econômica

Com uma população mundial de 8 bilhões de habitantes, disparidades no acesso aos alimentos, redução da oferta de mão de obra no campo, anomalias climáticas, entre outros fatores, aumentar a produção global de alimentos se mantém como um grande desafio, sobretudo em países em desenvolvimento que dependem da importação para garantir a segurança alimentar. Para além do aumento de área plantada, a solução deve estar pautada na sustentabilidade, demanda que urge de parceiros comerciais e da sociedade global. Neste contexto de busca por e ciência na produção de alimentos, se destaca a adoção de cultivares geneticamente modificados.

A obra Biotecnologia agrícola no brasil: Oportunidades e desafios da inovação nos próximos dez anos busca dar luz aos benefícios proporcionados pela biotecnologia agrícola nas searas ambiental, social e econômica. Para tanto, apresenta dados empíricos levantados e compilados pela Céleres , explora temas como a demanda global por alimentos e a consolidação do Brasil como importante exportador, o papel da biotecnologia na transformação da agricultura brasileira, além de aspectos institucionais, regulatórios e competitivos em torno dos transgênicos no Brasil.

Texto: divulgação

Acesso Aberto (Open Access)

Publicação gratuita explica usos adequados e efeitos de plantas medicinais

Em uma linguagem didática, publicação de grupo de pesquisa da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da USP reúne informações sobre genética, histórico das plantas medicinais e fitoterapia; está disponível para download gratuito

“O uso global de medicamentos fitoterápicos (incluindo medicamentos fitoterápicos, suplementos dietéticos e alimentos funcionais) está em plena expansão com uma taxa de cerca de 6% ao ano, segundo estimativas”, informa a professora Claudia Barros Monteiro Vitorello, do Departamento de Genética da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP em Piracicaba, na introdução da cartilha Plantas Medicinais e Fitoterapia: Tradição e Ciência. Ela aponta que com o crescimento cada vez mais acelerado da população humana aumentam também os índices de doenças que afetam a humanidade, bem como o número de patógenos, colocando em risco a saúde e o bem-estar dos seres humanos.

“Nessa perspectiva, e levando em consideração a riqueza de propriedades farmacêuticas em espécies vegetais, é evidente a necessidade de recorrer a pesquisas e estudos sobre os efeitos terapêuticos das plantas”, garante Claudia, que é responsável pela orientação do Grupo de Extensão de Plantas Medicinais (Geplam) da Esalq, que produziu a publicação. O material foi editado pela Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (Fealq) e está disponível para download gratuito neste link.

O objetivo da cartilha é trazer uma nova visão sobre as plantas medicinais e fornecer ferramentas necessárias para que as pessoas entendam seu uso e seus efeitos. Em uma linguagem didática, a cartilha reúne informações sobre genética, histórico das plantas medicinais e explicações sobre terminologias, incluindo também respostas para perguntas comuns sobre fitoterapia. “As informações presentes no livro contribuem para compreender e ampliar a visão de mundo e instruir caminhos e cuidados necessários em relação ao mundo das plantas medicinais, aproximando a sociedade das perspectivas e avanços científicos na área”, indicam os representantes do Geplam.

Avisos

Horário de atendimento da Divisão de Biblioteca nas férias escolares

De 22 de dezembro de 2023 a 23 de fevereiro de 2023, o horário de atendimento na Divisão de Biblioteca da Esalq/USP será:

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Gratificação rápida é um dos fatores que podem explicar a dependência das redes sociais

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Estudantes da USP produzem materiais paradidáticos sobre sustentabilidade

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Faleceu o Prof. Zilmar Ziller Marcos

Divulgação científica

Estudo propõe um novo olhar para a irrigação de pastagens

O evento acontece no dia 30 de novembro, às 15h, no anfiteatro do Pavilhão de Engenharia da Esalq

O Brasil, um gigante na pecuária, abriga mais de 200 milhões de animais espalhados por cerca de 160 milhões de hectares de pastagens, um cenário que torna o país líder na exportação de carne bovina.

No entanto, o aumento previsto na demanda alimentar devido ao crescimento populacional, coloca pressão para uma estimativa de aumento na produção de alimentos de 56%. Esse crescimento precisará ser sustentável, pois as fronteiras agrícolas já estão bastante limitadas no Brasil, tornando crucial o incremento da produtividade para suprir essa lacuna.

Uma das alternativas cruciais para garantir essa sustentabilidade é o manejo preciso da irrigação. Considerando que cerca de 53% das pastagens estão degradadas no País, a densidade média de animais por hectare nessas áreas pode chegar a 0.5. Em contrapartida, pastagens bem cuidadas e irrigadas podem suportar até 10 unidades animais por hectare.

Para atenuar esse cenário e redirecionar os sistemas de manejo de irrigação de pastagens em nível global, um estudo desenvolvido na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), publicado no International Journal of Biometeorology, sugere uma nova abordagem.

“Os métodos de estimativa de necessidade de irrigação, como a evapotranspiração da cultura (ETc), baseiam-se na evapotranspiração de referência (ETo) de uma superfície padrão, ajustada pelo coeficiente de cultura (Kc) que leva em conta o ambiente local, o tipo de solo e as características da cultura”. Entretanto, os autores afirmam que em regiões de alta demanda hídrica, como é o caso do Brasil, os valores de Kc devem ser ajustados de acordo com o aumento da ETo, criando uma relação inversa entre Kc-ETo que pode economizar água e energia significativamente, especialmente no manejo da irrigação para pastagens.

Cotidiano

Centro Acadêmico Luiz de Queiroz lança o Projeto REVIVER: Preservando um Legado de 115 Anos de História e Inovação Agrícola

O Projeto Reviver é uma realização de membros e ex membros do CALQ com coordenação do discente Antonio Rodrigues e da atual gestão Motirõ, liderada pela presidente Maria Eduarda

O Centro Acadêmico Luiz de Queiroz (CALQ), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) lança o Projeto REVIVER, uma iniciativa ambiciosa para preservar e celebrar sua rica história, além de garantir a manutenção de sua sede icônica.

Com mais de um século de existência, o CALQ é um marco histórico da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), da educação e da evolução agrícola no Brasil. O Projeto REVIVER visa revitalizar e preservar esse legado por meio de duas frentes fundamentais

A primeira etapa concentra-se na restauração física da sede do CALQ. Esta iniciativa busca não apenas reformar o espaço, mas também estabelecer um fundo financeiro dedicado à manutenção contínua da estrutura. Isso garantirá que a sede se mantenha robusta e representativa ao longo dos anos.

A segunda frente do projeto é igualmente desafiadora, pois visa disponibilizar ao público um tesouro histórico. Com a catalogação e digitalização de documentos que abrangem os 115 anos de história do CALQ, incluindo um período crucial da evolução tecnológica na agricultura e pecuária no Brasil, o Projeto REVIVER abrirá as portas para uma narrativa rica e valiosa.

O projeto se compromete assim em preservar não apenas o espaço físico do CALQ, mas também sua memória e contribuições significativas para a educação e o desenvolvimento agrícola no país. Com a inauguração do Portal que abrigará essa documentação histórica, espera-se compartilhar não apenas o legado do CALQ, mas também inspirar futuras gerações a se engajarem na inovação agrícola.

Evaldo Ferreira Vilela toma posse como Presidente da ABCA

A cerimônia foi realizada no formato híbrido, com representantes da nova gestão presentes na Sala de Reuniões do Departamento de Entomologia e Acarologia da Esalq e em outras regiões do País

Na manhã desta quarta-feira, 10 de janeiro de 2024, a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) sediou o ato de posse da nova diretoria da Academia Brasileira de Ciência Agronômica (ABCA).

O atual titular da cátedra Luiz de Queiroz, Evaldo Ferreira Vilela, passa a ser o novo Presidente da entidade que tem como missão promover a ciência agronômica e a sua importância para a produção sustentável de alimentos, fibras e energia em benefício da sociedade.

Radar

Condições de trabalho impactam a saúde mental de docentes

Para os especialistas, a quantidade de trabalho desenvolvida, a falta de reconhecimento, o declínio no discurso de autoridade e a falta de autonomia são alguns dos fatores que podem estar ligados ao maior adoecimento dos docentes

Livro desenvolvido pela Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança do Trabalho (Fundacentro), órgão ligado ao Ministério do Trabalho e Emprego, mostrou que atualmente questões mentais e comportamentais acometem mais os professores do que questões físicas. O predomínio, como mostra a obra, é de distúrbios mentais – síndrome de burnout, estresse e depressão –, seguido por distúrbios de voz e osteomusculares. 

Possíveis causas 

Para Rinaldo Voltolini, professor da Faculdade de Educação (FE) da USP, ao analisar as possíveis causas desse fenômeno, é preciso levar em conta, pelo menos, duas ordens de fatores. A primeira, de ordem quantitativa, diz respeito ao excesso de trabalho dos docentes. “Sabemos que os professores, em geral, lidam com grandes cargas de trabalho, às vezes divididas em duas, três escolas, para as quais eles têm que – inclusive – se deslocar”, explica. O professor acredita que esse cenário gera um estresse, que pode acarretar no desenvolvimento de questões mentais. 

O outro fator, de ordem qualitativa, diz respeito à falta de realização desses docentes. “A profissão não é apenas um lugar de recebimento e remuneração, mas também é um lugar em que se busca a realização. E os professores em geral são profissionais que buscam também na sua relação com o trabalho uma realização”, exemplifica Voltolini. Por conta das condições gerais de ensino, essa satisfação está cada vez mais difícil de ser alcançada. 

Marcelo Afonso Ribeiro, professor do Instituto de Psicologia (IP) da USP, explica que ao analisar possibilidades para as causas desse adoecimento é preciso partir do pressuposto que não são apenas condições pré-existentes dos docentes que pioram sua saúde mental. “O adoecimento, ao se manifestar, é produto das relações da pessoa com o contexto e das impossibilidades de se equilibrar mentalmente”, pontua. 

Ribeiro acredita que, atualmente, existe um declínio no discurso de autoridade, que reverbera na valorização do docente como profissional. “Se a gente olhar no mundo mais tradicional de algumas décadas atrás, cientistas, jornalistas, políticos e professores eram pessoas que tinham autoridade, tinham respeito, tinham um lugar social valorizado”, comenta. 

Corrida por “impacto” torna academia refém de grupos editoriais

Centros de pesquisa e governos pagam bilhões de dólares a editoras de periódicos científicos por acesso a artigos cujos custos de produção, muitas vezes, eles mesmos financiaram. Decisão da Universidade de Sorbonne de afastar-se deste modelo mostra necessidade de rediscutir espiral de dependência voluntária em que a própria comunidade científica se colocou.

No último 8 de dezembro, a Universidade de Sorbonne anunciou que em 2024 vai deixar de assinar o serviço Web of Science, uma plataforma que agrega dados e artigos de várias revistas científicas, e também interromperá o contrato com os demais produtos da Clarivate, uma empresa de serviços relacionados à publicação científica e propriedade intelectual, com produtos voltados principalmente para o meio acadêmico, entre eles a Web of Science.

Com um faturamento anual na casa dos bilhões de dólares, editoras de periódicos científicos são pagas por agências públicas, instituições de ensino e pesquisa e governos para disponibilizar o acesso a artigos científicos, muitos deles financiados pelos próprios clientes: as agências de fomento financiam a pesquisa, pagam às editoras para publicar o artigo (caso a publicação se dê na modalidade de acesso aberto) ou pagam para acessá-lo (no caso de acesso restrito). Se isto parece estranho para alguém não acostumado com os trâmites da pesquisa universitária, é simplesmente porque é mesmo esquisito.

Apesar desses serviços serem importantíssimos para a maioria dos pesquisadores, o custo é elevado. Para se ter uma ideia, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) paga perto de R$ 48 milhões por ano para que pesquisadores de diversas universidades possam acessar revistas científicas. É, portanto, inevitável refletir sobre a conveniência de manter essa espiral de dependência voluntária em que a própria comunidade científica se colocou.

Em outro contexto mais abrangente, já que neste caso a interrupção dos serviços traria um problema generalizado, atingindo setores além da pesquisa científica, o Google começou a cobrar caro para manter dados na nuvem. Isto requer decisões complicadas por parte dos gestores, com restrições rigorosas de disponibilização de espaço, principalmente por não haver uma alternativa que dê conta dos arquivos que estão sob a guarda de empresas que estão no seu direito de estabelecer políticas de uso e preços para seus produtos.

Clarivate anuncia exclusão de cientistas da Lista de Pesquisadores Altamente Citados por fraude

O segundo texto publicado recentemente pelo jornal EL PAÍS em 25 de novembro de 2023 revelou que “A prestigiosa lista de pesquisadores altamente citados, compilada pela multinacional Clarivate, excluiu mais de 1.000 cientistas devido a alegações de fraude.

Recentemente a Revista Pesquisa Fapesp [1] publicou matéria que informa que, de um ano para o outro, caiu de 109 para 76 o número de pesquisadores de instituições da Arábia Saudita que integram a lista de 6,8 mil Pesquisadores altamente citados divulgada pela empresa Clarivate.

De acordo com a matéria, “O expurgo é atribuído a denúncias de que as universidades sauditas vinham simulando a contratação de dezenas de pesquisadores estrangeiros altamente citados para melhorar sua classificação em rankings universitários internacionais. A prática não era nova. Em 2011, a revista Science mostrou que universidades do país do Oriente Médio pagavam para cientistas de renome da Europa e dos Estados Unidos adotarem-nas como sua segunda afiliação, em troca do compromisso de estarem nas instituições alguns poucos dias por ano.

Originalmente, as denúncias e o escândalo em si começaram a ser divulgados em 18 de abril de 2023, quando o jornal EL PAÍS[2], revelou os resultados de suas investigações: alguns dos pesquisadores altamente citados que compõem a lista da Clarivate Highly Cited Researchers 2023 [3] obtiveram incentivos financeiros para mudar sua afiliação para a Arábia Saudita.

Fapesp recebe propostas para a seleção de novos centros de pesquisa

Edital vai apoiar a criação de centros de excelência em pesquisa na grande área de Ciências Exatas, da Terra e Engenharias; pré-propostas podem ser enviadas até 29 de janeiro de 2024

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) recebe até o dia 29 de janeiro pré-propostas para o Programa dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids), que tem como objetivo apoiar por longo prazo centros de pesquisa de excelência no Estado de São Paulo, multi-institucionais e em qualquer área do conhecimento. Confira a chamada neste link.

O novo ciclo é voltado para a grande área de Ciências Exatas, da Terra e Engenharias e as pré-propostas que forem selecionadas deverão ser reapresentadas de forma completa até 19 de julho de 2024.

Os Cepids têm como missão desenvolver pesquisa na fronteira do conhecimento, fundamental ou aplicada, com impacto comercial e social relevantes, contribuir para a inovação por meio de transferência de tecnologia e oferecer atividades educacionais e de difusão do conhecimento a professores e estudantes do ensino fundamental e médio, bem como ao público em geral.

“Trata-se de uma das mais importantes iniciativas da Fapesp em programas de excelência com um financiamento de longo prazo. Nesse sentido, abre-se a possibilidade de ousar e fazer contribuições disruptivas”, comenta Marcio de Castro Silva Filho, diretor científico da Fapesp.

O primeiro edital do programa foi lançado em 1998, quando foram aprovadas propostas para a criação de dez centros. Com o segundo edital, o número subiu para 17 Cepids. Prevê-se agora que sejam constituídos 18 centros, a serem escolhidos entre 2021 e 2026, em seis ciclos de apresentação de propostas, divididos por área de conhecimento.

Oportunidades

Graduandos podem concorrer a bolsas da Fapesp para produção de conteúdos de divulgação científica

Lançada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo em parceria com o Canal Futura da Fundação Roberto Marinho, chamada concederá bolsas para treinamento em comunicação sobre ciência; inscrições vão até 22 de janeiro

O Edital Comunicar Ciência, lançado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) em parceria com o Canal Futura da Fundação Roberto Marinho vai selecionar propostas e conceder bolsas na modalidade Jornalismo Científico I, do Programa Mídia Ciência, para estudantes de graduação, em qualquer área do conhecimento, desenvolverem podcasts, vídeos/reels para redes sociais, videorreportagem ou reportagem escrita sobre projetos científicos. As inscrições podem ser realizadas até o dia 22 de janeiro com as propostas enviadas por meio do sistema SAGe da Fapesp.

As propostas de trabalho e os nomes dos bolsistas devem ser submetidos por um pesquisador principal de auxílio à pesquisa de uma das seguintes modalidades: Projeto Temático, Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids), Centros de Pesquisa em Engenharia/Centros de Pesquisa Aplicada (CPEs/CPAs), Centros de Ciências para o Desenvolvimento (CCDs), São Paulo Excellence Chair (SPEC), Projeto Inicial (PI), Projeto Geração ou Jovem Pesquisador. As duplas candidatas às bolsas para estudantes de graduação devem estar regularmente matriculados em instituições de ensino superior do Estado de São Paulo.

“Cada proposta de trabalho deverá prever a entrega de três produtos de difusão científica a serem desenvolvidos por uma dupla de bolsistas no período de seis meses de duração da bolsa”, explica Marcio de Castro, diretor científico da Fapesp. O período da bolsa poderá ser ampliado para um ano.

Os bolsistas selecionados participarão de jornada formativa on-line sobre técnicas de produção de materiais multimídia oferecida pelo Canal Futura. Os produtos desenvolvidos integrarão o acervo da co.educa – midiateca de ciência e tecnologia para professores e alunos do Ensino Básico –, a ser lançada em breve pela Fapesp e a Fundação Roberto Marinho –, além de serem veiculados nas multitelas do Canal Futura e nas plataformas de comunicação da Fapesp.

Fapesp e CNPq oferecem bolsas para jovens pesquisadores em temas estratégicos para SP

Serão concedidas bolsas de Pós-Doutorado Júnior e Pós-Doutorado Empresarial, pelo CNPq, e uma complementação pela Fapesp denominada Bolsa Fixação de Jovens Doutores; inscrições vão até o dia 19 de fevereiro

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) lançaram uma nova chamada de propostas de apoio à fixação de jovens doutores. As propostas devem ser submetidas por meio do Sistema de Apoio a Gestão (Sage) da Fapesp até o dia 19 de fevereiro de 2024. Confira a chamada clicando aqui.

A chamada busca criar condições favoráveis para que jovens doutores possam prosseguir com suas carreiras no Estado de São Paulo por meio de bolsas de Pós-Doutorado Júnior (PDJ) para desenvolvimento de atividades de pesquisa junto a grupos e redes de reconhecida excelência no Estado de São Paulo; ou de bolsas de Pós-Doutorado Empresarial (PDI) para atividades de pesquisa tecnológica e de inovação em empresas públicas ou privadas, em especial startups de base tecnológica.

Serão concedidas bolsas sob responsabilidade do CNPq, e uma complementação de bolsa denominada Bolsa Fixação de Jovens Doutores (FJD), sob responsabilidade da Fapesp, de modo a adequar o valor da bolsa ao praticado nas bolsas de Pós-Doutorado da Fapesp, além de recursos de capital e custeio para o Auxílio à Pesquisa no valor de R$ 52.350,00, sob responsabilidade da Fapesp.