Dicas & Notícias da Divisão de Biblioteca da USP/ESALQ | Ano: 2024 | Número: 214

Período: 10 a 16/05/2024 | Elaboração: Silvio Bacheta

Fotos & Fatos do câmpus Luiz de Queiroz

Roupa nova (Prédio Central)

A fotografia da edição 214 do Dicas & Notícias é de Carlos Alberto Verissimo, funcionário do Departamento de Genética da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz que registrou a fachada do principal edifício do campus após ter passado por reforma. O edifício projetado em estilo neoclássico pelo arquiteto inglês Alfred Brandford Hutchings é um dos símbolos da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq). O prédio é tombado como Patrimônio Público Estadual pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat).

Em destaque, o "Banco com Luiz de Queiroz" que é uma escultura de 150 quilos, em exposição permanente, assentada nos jardins do entorno do Prédio Central da Esalq desde 03 de junho de 2019. A ideia foi do ex-diretor da Esalq, Professor Antonio Roque Dechen, que se inspirou nas homenagens feitas a Carlos Drummond de Andrade (Rio de Janeiro) e Fernando Pessoa (Lisboa).

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Produtos & Serviços

Plantas medicinais: camomila

Os efeitos curativos da camomila-alemã, historicamente, são reconhecidos pela humanidade há mais de 2500 anos

De acordo com os registros históricos da antiguidade, o homem conhece as propriedades das plantas há muito tempo, e sempre as utilizou de diversas maneiras, como: alimentação, aquecimento, construções, vestuário e, em especial, para fins medicinais.  Dessa forma, o ser humano tem empregado plantas como fonte de medicamentos para os males que o assolam, sendo bastante difícil ser encontrada uma civilização da antiguidade que não tenha se utilizado do grande poder de cura de diversas plantas. 

A obra apresenta informações botânicas acerca dessas espécies conhecidas como camomila aqui no Brasil e os possíveis equívocos de identificação, visando seus usos corretos. Além disso, dado o potencial medicinal e ornamental, serão abordados aspectos agronômicos, uma vez que estes promovem estudos das estratégias de propagação e de seu cultivo.

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Novidades do Acervo

Trote e totalitarismo: um novo relato sobre a banalidade do mal

Felipe Scalisa Oliveira é médico formado pela Universidade de São Paulo e especialista em educação médica. Produziu esta obra ao longo de sua graduação em Medicina após a CPI dos trotes de 2015, da qual foi testemunha e colaborador

Este livro traz uma ampla perspectiva sobre as violências sofridas por estudantes na Faculdade de Medicina da USP, articulando relatos da experiência individual de Scalisa na universidade, depoimentos cruciais coletados ao longo da CPI dos Trotes e uma extensa análise sobre o caráter dessas práticas e sua relação com a teoria arendtiana da banalidade do mal e do totalitarismo.

Scalisa aborda em seu texto os episódios mais emblemáticos dos trotes, como o assassinato do estudante Edson Tsung em 1999, os casos de abuso sexual ocorridos ao longo dos anos 2010, e a violência intrínseca a organizações como a Atlética e o chamado ‘Show Medicina’. 

Além disso, um dos pontos talvez mais impressionantes de todo esse movimento é a retomada da tradição de violência, trotes e torturas presentes na Faculdade de Medicina da USP desde sua fundação, envolta pelo movimento eugenista paulistano e evidente na forma como a instituição, professores e ex-alunos acobertavam os mais diversos casos de violência relatados dentro dos trotes, festas e outros eventos universitários. 

A leitura do livro de Scalisa é fundamental para entendermos a forma como essa cultura de violência extrema se faz ao longo de décadas nas faculdades de medicina do Estado de São Paulo, para que possamos combatê-las e encará-las com a devida gravidade que o tema demanda. (Adriano Diogo)

Texto: divulgação

Imagem: Leandro Shimizu

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Capacitação & Desenvolvimento

Acesso aberto à Plataforma Scopus AI até 07 de junho de 2024

Não importa se você pretende se atualizar rapidamente em um novo campo ou encontrar colaboradores interdisciplinares para levar sua pesquisa adiante, a Scopus AI pode ajudar

Atá 07/06/2024, a Elsevier oferecerá acesso aberto à Plataforma Scopus AI para comunidade USP. Esta ferramenta combina inteligência artificial generativa com a confiável base de literatura científica Scopus, fornecendo respostas rápidas e embasadas em conhecimento científico revisado por pares. 

Destaca-se que a plataforma fornece resumos concisos e confiáveis para suas consultas. O acesso é feito por meio do IP da USP e o link é o mesmo da plataforma Scopus.

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Congresso Brasileiro de Higienistas de Alimentos premiou trabalho da Esalq

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Redução de verba da Fapesp pode significar “baque brutal” no apoio à pesquisa do Estado de São Paulo

Divulgação Científica

Revista USP 141 - Inteligência artificial na pesquisa científica

IA na ciência, na economia e na sociedade

No início de 2020, a Revista USP publicou o dossiê “Inteligência Artificial”. Continha textos que, sem abrir mão da profundidade, possuíam caráter introdutório, nos quais se tentava explicar a um público menos habituado ao universo das inovações tecnológicas o que de fato vinha a ser a tal da IA. Naquele momento (e, convenhamos, nem faz tanto tempo assim), o que se buscava era colocar o leitor em contato com algo que, já se sabia, tinha vindo para ficar. Em seguida, irrompeu a pandemia da covid e o mundo virou de cabeça para baixo. Mas as pesquisas em IA não se mantiveram confinadas. Pouco depois estávamos falando em ChatGPT, Whisper, DALL-E etc. E, claro, nas suas consequências. Também naquela ocasião, o professor Nestor Caticha, do Instituto de Física da USP, e coordenador daquele número, lamentava o fato de ter deixado de lidar, no dossiê, com vários outros temas, e que esperava que alguns deles fossem tratados, no futuro, nesta revista.

Como se vê, não precisamos esperar tanto. O presente conjunto de artigos foi pensado e organizado por Glauco Arbix, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas e do Instituto de Estudos Avançados, ambos da USP. Mais uma vez, seu trabalho à frente do dossiê foi primoroso. Segundo ele, o ano de 2023 foi “marcado pela consolidação da inteligência artificial como ponto de apoio fundamental para o avanço científico e tecnológico”. Portanto, aqui não se trata mais de desvendar os mistérios da IA, mas sim de expor e refletir sobre suas aplicações, sobretudo aquelas voltadas para a pesquisa científica, seja na área da saúde, da agricultura, do direito, da urbanização ou das mudanças climáticas. Também são discutidas as questões éticas implicadas no manejo dessas tecnologias. Tudo de forma muito clara e objetiva, sem deixar de lado os aspectos negativos e os eventuais riscos à sociedade, decorrentes de toda sorte de mau uso. Daí a necessidade, como se verá nas próximas páginas, de uma IA responsável.

Excepcionalmente, neste número, não temos a seção Arte. Em contrapartida, a concepção gráfica está toda ela alinhada com o tema do dossiê, já que as imagens utilizadas tanto nas aberturas dos artigos como na capa foram criadas por meio de inteligência artificial. Espero que gostem.

Segurança nutricional e sistemas alimentares são fundamentais para a promoção da saúde da população

A agricultura urbana de metrópoles como São Paulo tem capacidade de abastecer a população e combater a chamada monotonia alimentar e a ingestão de ultraprocessados, afirma Nadine Marques

O Relatório Promoção da Saúde e a Produção de Alimentos nas Cidades, produzido com a participação de pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da Universidade de São Paulo,  traz a síntese dos resultados de uma análise realizada conjuntamente pelas equipes do Instituto Escolhas e da Cátedra Josué de Castro de Sistemas Alimentares Saudáveis e Sustentáveis. Nadine Marques, pesquisadora da Cátedra da Faculdade de Saúde Pública da USP, explica a importância da segurança alimentar para a promoção da saúde pública entre a população.

Segundo a especialista, a definição de promoção de saúde envolve um conceito bem mais amplo do que apenas tratamento e prevenção de doenças. Ela explica que esse termo engloba um conjunto de estratégias e políticas de ações de intervenção que buscam melhorar a qualidade de vida dos indivíduos, atuando sobre uma variedade de condicionantes chamadas determinantes sociais.

Sob essa perspectiva, a pesquisadora conta que os sistemas alimentares e a segurança nutricional são parte importante da promoção da saúde, porque, além de promover maior bem-estar social, promovem uma série de benefícios no combate a doenças cardiovasculares e problemas com obesidade. Ela conta que já são observados problemas de sobrepeso tanto na população adulta quanto na infantil e mesmo os países mais desenvolvidos estão enfrentando dificuldades para amenizar essa condição. “Então, a promoção de saúde é muito importante nessa questão de promover o bem-estar e antever os problemas, justamente para não precisar atuar no tratamento ou na cura de uma dessas doenças. O intuito da segurança alimentar e promoção da saúde é atuar realmente na prevenção, para evitar que esses problemas aconteçam”, explica.

Cotidiano

Estudo realiza a primeira detecção de BiMoV no Brasil

Integram a equipe de pesquisadores Gabriel Madoglio Favara, Camila Geovana Ferro, Vinicius Henrique Bello, Felipe Franco de Oliveira, Heron Delgado Kraide, Marcos Roberto Ribeiro-Junior, Renate Krause-Sakate, Elliot Watanabe Kitajima, Jorge Alberto Marques Rezende

Uma equipe de pesquisadores detectou, pela primeira vez no Brasil, a presença do bidens mottle virus (BiMoV). Publicado na revista Scientia Agricola (v.81, e20230078, 2024), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), o estudo relata plantas de Zinnia sp. e picão-preto com sintomas de infecção por vírus, encontradas no município de Santa Bárbara d'Oeste-SP.

Partículas e inclusões citoplasmáticas típicas de infecção por potyvírus foram observadas por microscopia eletrônica de transmissão em folhas sintomáticas. A infecção das plantas com o bidens mottle virus (BiMoV) foi confirmada por RT-PCR e sequenciamento de nucleotídeos. A sequência do genoma quase completo do isolado brasileiro possui 95,6% de identidade com a sequência de nucleotídeos de um isolado do BiMoV dos Estados Unidos.

O BiMoV foi transmitido mecanicamente e causou infecção sistêmica em plantas de Zinnia sp., picão-preto, girassol e alface. Pulgões da espécie Myzus persicae transmitiram o vírus para plantas de Zinnia sp. com eficiência de 8% e 42%, usando um e dez pulgões por planta, respectivamente. Esta é a primeira detecção do BiMoV no Brasil. Os pesquisadores reforçam, no entanto, a necessidade de estudos adicionais para avaliar a distribuição desse potyvírus no país.

Esalq/USP e INRAe assinam acordo de cooperação

A instituição francesa foi representada por Philippe Mauguin (Presidente Diretor Geral), ⁠Jean-Francois Soussana (Diretor das Relações Internacionais), Gabriela Sonohat-Sinoquet (Responsável do Polo das Ferramentas de Cooperação) e Ariane Lelah (Chefe de Projeto de Comunicação Europa – Internacional)

A Universidade de São Paulo, por meio da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), e o Institut National de Recherche pour l’agriculture, l’alimentation et l’environnement (INRAe), assinaram no último dia 14 de maio, uma carta de intenção de cooperação.

O objetivo é formalizar o acordo mútuo entre a Esalq/USP e a instituição francesa para trabalharem na criação do primeiro laboratório internacional associado ao INRAe, o LEARN, sigla para International Associated Laboratory (LIA): Enhanced Agricultural Resilience through Multi-Organism Interaction Analysis. O acordo fortalece e facilita as trocas científicas entre as partes no âmbito do memorando de entendimento bilateral em vigor entre a USP e a INRAe.

“O escopo da parceria é o desenvolvimento de pesquisas para o desenvolvimento de sistemas agrícolas resilientes, com enfoque no aprimoramento e desenvolvimento de tecnologias que permitam reduzir os danos causados por pragas, sempre focadas no atendimento dos diversos objetivos para o desenvolvimento sustentável da Agenda 2030, produzindo, assim, sistemas de produção de commodities e alimentos que sejam resilientes, sustentáveis e equitativos”, conta o professor Fernando Cônsoli, do departamento de Entomologia e Acarologia da Esalq, coordenador da parceria na USP.

Ainda segundo Cônsoli, “a abordagem a ser traçada no laboratório focará na aplicação do conceito de meta-organismos aos sistemas de produção, entendendo o efeito da diversidade biológica e das interações intra e interespecíficas estabelecidas entre os diversos entes biológicos presentes nos sistemas de produção, dos micro aos macrorganismos, para a caracterização e busca de fenótipos de interesse aos objetivos do LIA”.

Radar

Faculdade de Medicina de Bauru da USP lança concurso para seleção de logotipo oficial

O trabalho vencedor receberá certificado e premiação de R$ 1 mil; é aberto a toda a comunidade e as inscrições podem ser feitas até 5 de junho

A Faculdade de Medicina de Bauru (FMBRU) da Universidade de São Paulo acaba de lançar um concurso que tem como objetivo selecionar logotipo que represente a identidade visual da faculdade, e que será adotado como marca oficial da instituição. As inscrições serão recebidas até as 23h59 do dia 5 de junho por meio de formulário eletrônico para preenchimento dos dados pessoais e submissão dos trabalhos.

“Nosso objetivo é envolver toda a comunidade interna do campus USP Bauru e também a sociedade em geral. Esperamos receber contribuições de estudantes, docentes, funcionários, bem como de qualquer cidadão da comunidade externa interessado, com idade mínima de 18 anos. O participante não precisa ser profissional de design ou ilustração”, explica o professor José Sebastião dos Santos, diretor pro tempore da FMBRU-USP.

As propostas inscritas deverão, preferencialmente, conter em sua composição as siglas “FMBRU” e “USP” separadas, ou a sigla “FMBRU-USP” ligada apenas por hífen, e, opcionalmente, o nome da unidade por extenso: “Faculdade de Medicina de Bauru”. Uma Comissão de Apoio será responsável pela homologação das inscrições – por meio de conferência meramente documental – e pelo encaminhamento das propostas à Comissão de Avaliação, sem qualquer identificação dos candidatos.

Já os trabalhos de avaliação e seleção das propostas serão conduzidos pela Comissão de Avaliação, composta de representantes das Direções da FMBRU-USP, da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB-USP), da Prefeitura do Campus USP de Bauru (PUSP-B), do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC/Centrinho-USP) e do Hospital das Clínicas de Bauru; representantes da Coordenação do Curso de Medicina; dos docentes e estudantes da FMBRU-USP (sendo um estudante de cada ano mais um delegado do Centro Acadêmico); além de representantes dos servidores da USP Bauru.

USP está entre as 0,6% melhores universidades do mundo, segundo ranking internacional

Avaliação é do Center for World University Rankings (CWUR), consultoria dos Emirados Árabes que avaliou 20.966 instituições em sua edição de 2024

A USP está entre as 0,6% melhores universidades do mundo, segundo a edição 2024 do ranking elaborado pelo Center for World University Rankings (CWUR), consultoria dos Emirados Árabes, que avaliou 20.966 instituições. A USP foi classificada na 117ª posição e, embora tenha caído oito posições em relação à classificação do ano passado, continua sendo a instituição mais bem avaliada da Ibero-América.

As cinco primeiras posições são ocupadas por instituições americanas –  Universidade Harvard, Instituto de Tecnologia de Massachusetts e Universidade Stanford – e inglesas – Universidade de Cambridge e Universidade de Oxford. Entre as brasileiras, depois da USP, as mais bem colocadas são a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), na 370ª posição; a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na 401ª; e a Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), em 437º lugar.

Elaborado desde 2012, o ranking avalia as instituições do mundo considerando quatro indicadores: a qualidade da educação, medida pelo número de ex-alunos que ganharam grandes distinções acadêmicas em relação ao tamanho da universidade (25%); empregabilidade de ex-alunos (25%); prestígio do corpo docente (10%) e o desempenho da pesquisa desenvolvida (40%).

Nesses quesitos, a USP obteve a melhor pontuação nos itens referentes ao desempenho na pesquisa, ficando na 78ª classificação, seguida pelo prestígio do corpo docente, em que a Universidade ficou na 184ª posição.

“Eu só disse meu nome” narra a história de Alexandre Vannucchi Leme, estudante da USP morto pela ditadura

Publicação combina memórias com relato jornalístico sobre aluno de Geologia da USP que atuava no movimento estudantil da Universidade e foi torturado até a morte durante a ditadura militar no Brasil

Alexandre Vannucchi Leme tinha 22 anos e cursava o quarto ano de Geologia na USP quando foi torturado até a morte no DOI-Codi de São Paulo – Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna -, o mais temido órgão de repressão política da ditadura militar, chamado de “sucursal do inferno” por seu diretor, o então major Carlos Alberto Brilhante Ustra. Sua biografia é contada no livro Eu só disse meu nome (Editora Discurso e Instituto Vladimir Herzog), de autoria de seu primo de segundo grau Camilo Vannuchi, jornalista e escritor especializado em direitos humanos, que foi membro e relator da Comissão da Verdade da prefeitura de São Paulo (2016) e também escreveu em 2020 sobre a vala de Perus, cemitério clandestino onde a ditadura militar escondeu as ossadas de vítimas da repressão.

“Chegando perto dos 50 anos da morte do Alexandre, que foi em março de 2023, achei que era o momento de contar a história dele de novo, e bem contada, porque é uma história que na própria USP, onde ele dá nome ao Diretório Central dos Estudantes, as novas gerações não sabem quem foi. A maioria vê o rosto dele em bandeiras, mas não tem ideia do que aconteceu e porque ele dá nome ao DCE”, explica Camilo Vannuchi. “Também faltava um livro que unificasse a história dele de um jeito que expandisse o público para além daquele já formado por pessoas que acompanham o tema de ditadura, justiça e direito.”

Economia circular começa na lixeira e pode render bilhões às empresas

Conheça a Denali, nos EUA, que aposta na reciclagem de alimentos que são desperdiçados todos os dias; o quadro é global

A evidência é inegável: em um contexto de crescente insegurança alimentar, o mundo está se afogando em uma epidemia de desperdício de alimentos. A manutenção dos atuais métodos agrícolas e de gestão alimentar põe em risco a saúde do planeta: à medida que a população global aumenta, a intensificação da procura de alimentos, juntamente com a ameaça de condições meteorológicas mais extremas e de escassez de água, paira sobre a cadeia alimentar.

Entretanto, os alimentos desperdiçados representam entre 38% e 40% do fornecimento total de alimentos nos EUA – o equivalente a cerca de US$ 444 bilhões (R$ 2,280 trilhões) em valor de mercado, segundo a Bloomberg. Na UE, são gerados anualmente mais de 58 milhões de toneladas de desperdício alimentar, cujo valor de mercado estimado é de 132 bilhões de euros (R$ 738 bilhões), informa a Comissão Europeia. No Brasil, 30% dos alimentos produzidos são perdidos, o equivalente a cerca 46 milhões de toneladas anuais (não há estimativa de valor).

Globalmente, mais de um terço de todos os alimentos produzidos são desperdiçados: de fato, muitas estimativas sugerem que entre 8% e 10% das emissões mundiais de gases com efeito de estufa causadas pelo homem são geradas apenas pelo desperdício alimentar.

Quer seja medida em toneladas ou em bilhões de receitas perdidas, a escala astronômica do problema é clara. Então, quem são os principais culpados deste desperdício e, o mais importante, que soluções emergentes podem ajudar as sociedades a saírem desta confusão?