Symplocos tenuifolia
Symplocos tenuifolia
Nomes popularesCapororoca, pau-de-cangalha, orelha-de-gato, pau-de-cangalha, congonha, maria-mole, capororoquinha, carne-de-vaca, maria-mole-miúda, pessegueiro-bravo, vauvúNome científicoSymplocos tenuifolia BrandSinônimosFamíliaSymplocaceaeTipoNativa, não endêmica do Brasil.DescriçãoÁrvore, ocasionalmente arbusto, 1.5−15 m alt., muito ramificada terminalmente; indumento em todas as estruturas que o possuem variando de alvo, amarelo-dourado a ferrugíneo; ramos, gemas, pecíolos densamente tomentoso-pilosos, tricomas 0.5–2 mm compr., glabrescentes; brácteas (exceção das duas primeiras brácteas basais, esparsamente na face adaxial e densamente na face abaxial) tomentosas; ramos subcilíndricos, corimbosos ou emergindo a 45º, entrenós 0.5–1.5 cm compr. Pecíolos 2–5 mm compr., adaxialmente planos, ocasionalmente discretamente côncavos, abaxialmente ± arredondados; lâmina jovem com margem inteira, ocasionalmente inconspicuamente serrilhada na metade distal, glândulas marginais esparsamente distribuídas nos ¾ distais, glândula apical geralmente presente, cedo caducas, face adaxial densamente indumentada ao longo da nervura mediana, raramente nos ¾ proximais, restante glabro, ocasionalmente esparsamente estrigoso, tricomas 0.5–1.5 mm compr., na face abaxial tomentosopilosa, principalmente tomentosa próximo à margem, predominantemente pilosa no restante, ambas as faces glabrescentes; lâmina madura 2–9 x 0.6–2.5 cm, elíptica a estreito-elíptica, base atenuada a cuneada, ocasionalmente arredondada, ápice acuminado, às vezes agudo, acúmen (quando presente) 2−15 mm compr., margem inteira, raramente inconspicuamente serrilhada, glândulas marginais esparsas quando presentes, nervuras secundárias na face abaxial emergindo a 45º em relação à nervura mediana, muito ramificadas próximo à nervura mediana quanto próximo à margem. Inflorescências 2.5–5 mm compr., ao longo de todo o ramo, 1 a 10 flores, brácteas de 6 a 22, duas primeiras brácteas basais 0.7–1.1 x 0.5–0.8 mm, deltóides variando a subrotundas, não ciliadas, glândula apical geralmente faltando, naviculares, glabras, ocasionalmente tomentosas, cedo caducas, outras brácteas distais 1–1.5 x 1–1.5 mm, ápice das proximais obtuso a subarredondado, das distais arredondado, ciliadas. Flores 2–3.5 mm, pentâmeras a hexâmeras, hipanto 0.8−1 mm compr., glabro; cálice e corola ciliados, podendo a corola ser esparsamente ciliada; lobos do cálice 1–1.5 x 1–1.5 mm, deltóides a rotundos, glabros, raramente tomentosos na face abaxial, metades basais se sobrepondo; lobos da corola verdes (apud Bidá 1995), alvos, creme-esverdeados a verde-pálidos 2–3 x 1–1.8 mm, obovais a largoelípticas, glabros, raramente esparsamente indumentados em ambas as faces. Estames 25–35, 2 a 4 séries, excedendo e não evidenciando o topo do ovário, estilete e estigma; filetes 0.5–1.8 mm compr. Anel epigínico 0.8–1.2 mm de diâmetro, ± rugoso a rugoso, suavemente elevado, glabro. Estilete 0.5–0.8 mm compr. Frutos 3–6 x 4–5 mm, poucos por fascículo, ocasionalmente muitos, (1–)2(–3) loculares, ovóides a ocasionalmente globosos, anel epigínico abaixo do cálice persistente, raramente acima, lobos do cálice deitados suavemente sobre o anel epigínico (cobrindo-o parcialmente) ou raramente patentes abaixo do anel, glabros, raramente esparsos tomentosos, glabrescentes. Sementes 2–5.5 x 1.5–3 mm, 2(–3) lóculos férteis, 1–2 lóculos desenvolvem um embrião viável (FILHO, 2006).CaracterísticaSymplocos tenuifolia pode se assemelhar superficialmente a S. glaziovii, mas a segunda espécie apresenta ramos e face abaxial das folhas tomentosos, raramente glabrescentes. Uma das espécies mais próximas morfologicamente de S. tenuifolia é S. glandulosomarginata. Contudo, esta última espécie possui folhas tomentosas, margem com glândulas (13−25 por cm), frutos ligeiramente maiores (6–9 x 3–5 mm) e elipsóides. A espécie mais próxima morfologicamente de S. tenuifolia é S. reitzii. Um dos fatores que auxiliou a manter S. tenuifolia separada de S. reitzii foi que a primeira é muito bem representada em herbários brasileiros e estrangeiros. Sendo assim, a morfologia de S. tenuifolia foi bem estudada. Caracteres vegetativos são importantes na delimitação específica entre as duas espécies citadas acima. Symplocos reitzii face abaxial da folha é pilosa nas nervuras e estrigosa na lâmina. Por outro lado, S. tenuifolia apresenta a face abaxial das folhas tomentosa-pilosa, mas predominantemente tomentosa ao longo da margem e predominantemente pilosa no restante. O fruto fornece caracteres para separar os dois táxons. Em S. reitzii os frutos são predominantemente cilíndricos, 4–7 x 2–4 mm, com os lobos do cálice deitados fortemente sobre o anel epigínico. Os frutos de S. tenuifolia são, em sua maioria, ovóides, medindo 3–6 x 4–5 mm e os lobos do cálice nunca estão deitados fortemente sobre o anel epigínico (FILHO, 2006).Floração / frutificaçãoDispersãoHabitatDistribuição geográficaOcorrências confirmadas:Sudeste (Minas Gerais, São Paulo)Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina)Domínios Fitogeográficos Cerrado, Mata AtlânticaTipo de Vegetação Área Antrópica, Floresta Ciliar ou Galeria, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial), Floresta Ombrófila Mista, Restinga (ROMÃO, 2019).EtimologiaPropriedadesFitoquímicaFitoterapiaFitoeconomiaInjúriaComentáriosBibliografiaFILHO, J.L.M.A. Revisão taxonômica da seção Neosymplocos Brand e considerações palinológicas das espécies brasileiras da seção Barberina (Vell.) A.DC. (Symplocos Jacq., Symplocaceae). Dissertação, Universidade Estadual de Campinas. Campinas, SP. 2006. Disponível em: <http://repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/314833/1/AranhaFilho_JoaoLuizMazza_M.pdf>.ROMÃO, G.O.; Cabral, A.; Santos, F.B.D.; Aranha Filho, J.L.M. Symplocaceae in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB14918>. Acesso em: 10 Nov. 2019
Symplocos uniflora
Symplocos uniflora
Nomes popularesCongonha, cangalha, caujuja, coana, congonha-falsa, congonha-miúda, maria-mole, maria-mole-branca, maria-mole-do-banhado, pau-cangalha, pau-de-cangalha, sete-sangrias, azavero, beira-mato-da-flor-branca, caona, caúna, caúna-do-mato, caverú, cinzeira, jasmim-do-mato, kaa-vera, laranjeira-do-mato, laranjinha-do-mato, maria-mole-de-flor-branca, maria-mole-de-flor-rosa, sete-sangrias-do-banhadoNome científicoSymplocos uniflora (Pohl.) Benth.SinônimosSymplocos catarinensis MattosSymplocos klotzschii BrandSymplocos padus Klotzsch ex BrandSymplocos parviflora Benth.Symplocos uniflora var. paleacea Miq.Symplocos uruguensis BrandFamíliaSymplocaceaeTipoNativa, não endêmica do Brasil.DescriçãoÁrvore com altura de 4-6 m, de copa aberta e ramos novos esparso-pubescentes e gemas com longos pelos brancos, de tronco cilíndrico de 15-25 cm de diâmetro, revestido por casca lisa e acinzentada. Folhas com pecíolo canaliculado e glabrescente, de 0,6-1,4 cm; lâmina largo-elíptica, de ápice agudo a curto-acuminado e base largo-cuneada, cartácea, glabra em ambas as faces, de 2,5-7,0 cm de comprimento por 1,5-3,2 cm. Inflorescências axilares ou nas axilas das folhas caídas, em racemos curtos e pedunculados, com flores bissexuadas róseas ou brancas, de ovário ínfero, com pedicelo de menos de 1 cm. Fruto drupa globosa ou elipsóide, lisa, de polpa suculenta (LORENZI, 2009, p. 357).CaracterísticaFloração / frutificaçãoOutubro e novembro, com frutificação de janeiro a fevereiro.DispersãoZoocóricaHabitatPlanta caducifólia, pioneira, heliófita e seletiva higrófila. Prefere terrenos úmidos de beira de córregos. Ocorre no Cerrado, Pampa e Mata Atlântica, na Floresta Ombrófila Densa e Mista.Distribuição geográficaOcorrências confirmadas:Sudeste (Minas Gerais, São Paulo)Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina)Domínios Fitogeográficos Cerrado, Mata Atlântica, PampaTipo de Vegetação Área Antrópica, Campo Limpo, Floresta Ciliar ou Galeria, Floresta Estacional Decidual, Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial), Floresta Ombrófila Mista) (ROMÃO, 2019).EtimologiaPropriedadesFitoquímicaFitoterapiaA casca da raiz é amarga, com funções adstringentes. Na medicina popular, o chá da casca auxilia na digestão e combate às febres tropicais, terçã ou malária.FitoeconomiaA madeira é leve e macia ao corte, de textura grossa e grã direita, sendo, porém, suscetível ao ataque de organismos xilófagos, servindo apenas para lenha e carvão. Os frutos são comestíveis, servindo também como alimento para muitas espécies de pássaros. É indicada para arborização urbana ou reflorestamentos mistos destinados a fins preservacionistas. Muitas vezes suas folhas são encontradas entre os adulterantes da erva-mate (Ilex paraguariensis). As raízes e folhas também fornecem matéria corante na cor vermelha.InjúriaComentáriosBibliografiaBERG, E. V. Botânica Econômica. UFLA – Universidade Federal de Lavras. Lavras, MG. 2005. 59p. Disponível em: <http://biologybrasil.blogspot.com/2009/08/botanica-economica.html>.Catálogo de Plantas e Fungos do Brasil, volume 2 / [organização Rafaela Campostrini Forzza... et al.]. -Rio de Janeiro: Andrea Jakobsson Estúdio: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010. 2.v. 830 p. il. Disponível em: <http://www.jbrj.gov.br/publica/livros_pdf/plantas_fungos_vol2.pdf>.FLORA ARBÓREA e Arborescente do Rio Grande do Sul, Brasil. Organizado por Marcos Sobral e João André Jarenkow. RiMa: Novo Ambiente. São Carlos, 2006. 349p. il.LORENZI, H. Árvores Brasileiras. Instituto Plantarum. Nova Odessa, SP, 2009. 384p. il. v. 3.MARQUES, T. P. Subsídios à Recuperação de Formações Florestais Ripárias da Floresta Ombrófila Mista do Estado do Paraná, a Partir do Uso Espécies Fontes de Produtos Florestais Não-madeiráveis. Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2007. 244p. Disponível em: <http://dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/bitstream/1884/14027/1/disserta%C3%A7%C3%A3o%20Themis%20Piazzetta%20Marques%20PDF.pdf>.PLANTAS DA FLORESTA ATLÂNTICA. Editores Renato Stehmann et al. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2009. 515p. Disponível em: <http://www.jbrj.gov.br/publica/livros_pdf/plantas_floresta_atlantica.zip>.ROMÃO, G.O.; Cabral, A.; Santos, F.B.D.; Aranha Filho, J.L.M. Symplocaceae in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB14921>. Acesso em: 10 Nov. 2019