Nomes popularesCoerana, mata-boiNome científicoCestrum bracteatum Link & OttoSinônimosCestrum amictum Schltdl.Cestrum amictum var. angustifolium FranceyCestrum amictum var. latifolium FranceyCestrum amictum var. longiflorum (Sendtn.) DunalCestrum amictum var. longifolium (Sendtn.) DunalCestrum amictum var. organense (Miers) DunalCestrum amictum var. paranense WitasekCestrum amictum var. parviflorum (Sendtn.) DunalCestrum bracteatum var. amictum (Schltdl.) Sendtn.Cestrum bracteatum var. longiflorum Sendtn.Cestrum bracteatum var. longifolium Sendtn.Cestrum bracteatum var. parviflorum Sendtn.Cestrum chlamidatum DunalCestrum miersii DunalCestrum morretense ToledoCestrum organense MiersCestrum schottii Pohl ex Sendtn.Cestrum stipulatum Vell.FamíliaSolanaceaeTipoNativa, não endêmica do Brasil.DescriçãoArbustos ou arvoretas de até 6 m alt.; ramos glabros ou pubescentes, com tricomas simples e dendrítico-estrelados. Unidades simpodiais eretas, às vezes levemente pendentes nas extremidades, com pseudo estípulas elípticas a reniformes, sésseis ou curto-pecioladas, reflexas, com bordos não revolutos. Folhas oblongas, obovaladas, elípticas a lanceoladas, superfícies adaxial e abaxial glabras ou pubescentes, com tricomas simples e dendrítico-estrelados; limbo 3,50-28x1-9 cm, com 8-20 pares de nervuras secundárias, ápice agudo a acuminado, base cuneada a levemente angusta, bordo liso ou levemente sinuoso, consistência membranácea a cartácea; pecíolo 8-25 mm comp., glabro ou pubescente. Inflorescências cimoso-paniculiformes, axilares e terminais, 3-21 cm comp., com 3-15 flores, glabras ou pubescentes, com tricomas simples e dendrítico-estrelados, longo-pedunculadas; pedúnculo 1-18 cm de comp.; hipsofilos foliáceos, ovalado-elípticos a lanceolados, 7-23 mm comp., glabros ou pubescentes, verde pálidos, quase amarelados quando secos. Flores sésseis ou curto-pediceladas; pedicelo com até 1 mm comp.; cálice tubuloso-cupuliforme, glabro ou pubescente, com tricomas simples e dendrítico-estrelados, tubo 1,5-3 mm comp., lobos triangular-dentados, inflexos, 0,2-1x0,5-1 mm; corola branca, branco-esverdeada ou creme, tubuloso-infundibuliforme ou tubuloso hipocrateriforme, tubo com 15-35 mm compr. e 2-3 mm diâm. no ápice, com constrição na fauce, ápice da corola lobado, lobos patentes a deflexos na antese, oblongo-lanceolados, 3-6,5x1-2 mm; estames com filetes adnatos até a metade do tubo, porção livre 4-6,5 mm comp., com a base glabra ou pubescente e com apêndice; anteras 0,5x0,3 mm; ovário glabro; estilete 20-25 mm comp.; estigma capitado. Fruto ovóide a elipsóide, baga verde quando jovem, roxo-escura a preta na maturação, 0,7-1,2x0,4-1 cm; pedicelo inflexo. Sementes 1-3, marrons em material seco, angulosas, 4-7x2-3 mm, com superfície reticulada (VIGNOLI-SILVA, 2009).CaracterísticaCestrum bracteatum é caracterizada principalmente pelos hipsofilos foliáceos (brácteas), freqüentemente verde-pálidos, quase amarelados quando secos, caducos na frutificação. As flores estão dispostas freqüentemente em inflorescências de pedúnculos grossos e de aspecto achatado no material seco. Schlechtendal, ao tratar o gênero, descreveu uma nova espécie, C. amictum, distinguindo-a de C. bracteatum pelo fato de a primeira ser glabra. A descrição de Vellozo para C. stipulatum é extremamente curta e Dunal (1852) já chamou a atenção para sua semelhança com C. bracteatum. A densidade do indumento, assim como a forma das folhas, é muito variável no material analisado sob estes nomes, mas as plantas não diferem em outros aspectos. Uma variabilidade bastante curiosa foi observada em materiais coletados no Rio de Janeiro, os quais têm folhas glabras, estreitamente lanceoladas, com venação suavemente marcada e um número maior de nervuras. A medida do comprimento do pedúnculo também é outra característica que pode apresentar ampla variação. Em observações em campo, em indivíduos com as maiores medidas de comprimento de pedúnculo, foi verificado que esta estrutura assume um aspecto característicamente prostado. Já o material coletado no Brasil extratropical apresenta as menores medidas de comprimento de pedúnculo. Outra característica interessante, observada em campo, é a coloração do pecíolo e pedúnculo, que varia de verde a roxo. A coloração arroxeada foi observada, preferencialmente, em indivíduos com maior exposição ao sol. A variação, intraespecífica, principalmente, na densidade do indumento e na forma das folhas é comum em Solanaceae e, provavelmente, aconteça como resposta às variações ambientais. Conforme a nossa avaliação morfológica, consideramos que todos estes nomes correspondam a uma única espécie, sendo o nome mais antigo C. bracteatum Link & Otto, que deve ser o nome válido para este táxon (discussão mais detalhada sobre esta sinonimização e lectotipificação no artigo 4, nesta tese). Devido à grande variabilidade morfológica aqui comentada, a análise ainda deixa dúvidas quanto à circunscrição da espécie e estudos futuros, de cunho molecular, poderão trazer um maior esclarecimento (VIGNOLI-SILVA, 2009).Floração / frutificaçãoNo Brasil extratropical as coletas indicam floração e frutificação, preferencialmente, nos meses de primavera e verão. Já na região tropical do país, o período fértil é observado durante o ano todo (VIGNOLI-SILVA, 2006).DispersãoHabitatHabita interiores e bordas de matas ciliares, matas das planícies litorâneas, florestas de encostas e altomontanas (até aproximadamente 1.700 m de altitude) (VIGNOLI-SILVA, 2009).Distribuição geográficaOcorrências confirmadas:Nordeste (Bahia, Pernambuco)Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo)Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina)Domínios Fitogeográficos Mata AtlânticaTipo de Vegetação Floresta Ciliar ou Galeria, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial), Floresta Ombrófila Mista (CESTRUM, 2020).EtimologiaA etimologia do epíteto bracteatum provém do termo latino bracteatus, que significa coberto de lâminas delgadas, em alusão às brácteas foliáceas que protegem as flores (Vignoli-silva, 2009).PropriedadesFitoquímicaFitoterapiaFitoeconomiaInjúriaComentáriosBibliografiaCESTRUM in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB14637>. Acesso em: 23 jul. 2020.FELICIANO, E. A. Solanaceae A. Juss. da Serra Negra, Rio Preto, Minas Gerais: Tratamento Taxonômico e Similaridade Florística. Instituto de Ciências Biológicas – UFJF. Minas Gerais, 2008. 154p. il. Disponível em: <http://www.bdtd.ufjf.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=274>.VIGNOLI-SILVA. O gênero Cestrum L. (Solanaceae) no Brasil extra-amazônico. UFRGS. Porto Alegre, RS. 2009. Disponível em: <https://lume.ufrgs.br/handle/10183/142839>.