Nomes popularesGuabiroba, guabirobeira, gabirobeira, gabiroba, gavirova, araçá, guabiraroba, guabiroba-miúda, guabirobeira-do-mato, guariba, guavirá, guavirovaNome científicoCampomanesia xanthocarpa (Mart.) O.BergSinônimosEugenia xanthocarpa Mart.Campomanesia crenata O.BergCampomanesia dusenii KauselCampomanesia malifolia O.BergCampomanesia rhombea O.BergEugenia variabilis Mart.Psidium malifolium (O.Berg) F.Muell.FamíliaMyrtaceaeTipoNativa, não endêmica do Brasil.DescriçãoÁrvore de copa densa, alargada, com ramificações irregulares, medindo até 25 m de altura, com o tronco de 30 50 m de diâmetro. O tronco contém caneluras e sapopemas, casca de coloração pardo-acinzentada, deiscente em tiras delgadas. Folhas simples, opostas, longamente pecioladas e membranáceas, com limbo inteiro, obovado-oblongo e discolor, verde-escuro em cima com nervura principal impressa e verde-claro com nervura saliente na parte inferior, ápice agudo ou acuminado e base aguda, às vezes assimétrica, de 3-10 cm compr, e 2,5-5 cm larg. Flores hermafroditas, isoladas, brancas ou creme-esbranquiçadas, axilares e pouco duradouras, nas extremidades de pedúnculos unifloros. Frutos bagas globosas, com até 20 mm de diâmetro, coroadas por sépalas persistentes (MARQUES, 2007, p. 95).CaracterísticaSemelhante a C. littoralis, suas folhas possuem margens onduladas, característica que é bastante marcante. Suas flores possuem cinco pétalas que apresentam glândulas oleíferas alaranjadas muito visíveis na lupa (PELLIS, 2019).Floração / frutificaçãoA floração ocorre de setembro a novembro e a frutificação entre novembro e fevereiro.DispersãoZoocóricaHabitatPlanta decídua, mesófita até heliófita e seletiva higrófila, abundante nas matas úmidas de altitude (Mata de PinhaisDistribuição geográficaOcorrências confirmadas:Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo)Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina)Possíveis ocorrências:Nordeste (Bahia)Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul)Domínios Fitogeográficos Mata AtlânticaTipo de Vegetação Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial), Floresta Ombrófila Mista (CAMPOMANESIA, 2020).EtimologiaA palavra Guabiroba provém da língua indígena, sendo composta por Guam (cheiro), bi (pele), ob (folha), isto quer dizer: folha cheirosa.PropriedadesFitoquímicaProteína, tanino, flavonóides, saponinas e vitamina C.FitoterapiaAs folhas possuem aplicações na medicina caseira, sendo indicadas para o controle do peso, como antiulcerogênicos, contra úlcera gástrica, gripe, colesterol, prisão de ventre, hiperglicemia e também fortalece a memória e elimina catarros da bexiga e do útero. A pele dos frutos é utilizada em infusões contra catarros, diarréia, cistites, uretrites, hemorróidas, disenteria e prolapso do reto. Na medicina indígena dos índios dos Estados do Paraná e Santa Catarina, as folhas, tronco, brotos e cascas do caule são utilizados para tratar sapinho, ferida na boca, fratura óssea, dor de dente, contusões, dor de estômago, fraqueza, dor de barriga, disenteria, dor nos olhos e para induzir o parto, apressando contrações.FitoeconomiaSeus frutos possuem potencial econômico e são muito apreciados pela população. Sua madeira é utilizada para diversos fins, dentre eles a confecção de instrumentos musicais (PELLIS, 2019).Árvore frutífera muito conhecida no Sul e Sudeste do Brasil. No Rio Grande do Sul a polpa concentrada dos frutos já é comercializada. Os frutos são saborosos e podem ser consumidos in natura ou transformados em sucos, geléias, licores, sorvetes e outros derivados. É uma espécie também muito importante como fonte de alimento para a fauna. Pode ser utilizada como ornamental em praças, avenidas e casas de fazenda. Os alimentos também são muito apreciados por peixes frugívoros. É altamente apícola, fornecendo excelente mel. Planta altamente recomendada para recomposição de áreas degradadas e reflorestamentos heterogêneos. A madeira que fornece é de excelente qualidade, sendo utilizada pelos índios das etnias Guarani para a fabricação de cabos de ferramentas. Antigamente as suas folhas eram adicionadas à Erva-mate para aromatizar o produto.InjúriaComentáriosPara o plantio, não é necessária a quebra de dormência das sementes, e a taxa de germinação é de aproximadamente 75% em noventa dias. BibliografiaBARBOSA RODRIGUES, J. Notas a Luccok Sobre a Flora e Fauna do Brazil. Typographia Universal de H. Laemmert & C. Rio de Janeiro. 1882. 112p. Disponível em: <http://www.archive.org/details/notasluccoksobre00rodr>.CAMPOMANESIA in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB10315>. Acesso em: 09 Jan. 2020.Catálogo de plantas e fungos do Brasil, volume 2 / [organização Rafaela Campostrini Forzza... et al.]. -Rio de Janeiro : Andrea Jakobsson Estúdio : Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010. 2.v. 830 p. il. Disponível em: <http://www.jbrj.gov.br/publica/livros_pdf/plantas_fungos_vol2.pdf>.KINUPP, V. F. Plantas Alimentícias Não-Convencionais da Região Metropolitana de Porto Alegre. Tese de Mestrado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2007. 590p. il. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/12870>.LINDENMAIER, D. S. Etnobotânica em Comunidades Indígenas Guaranis no Rio Grande do Sul. Universidade de Santa Cruz do Sul. Rio Grande do Sul, 2008. 44p. Disponível em: <http://www.scribd.com/doc/19857491/MONOGRAFIADiogo-Lindenmaier>.LOPES, S. B.; GONÇALVES, L. 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