Nomes popularesPariparoba, caapeba, catajéNome científicoPiper umbellatum L.SinônimosPeperomia sidaefolia A. Dietr.Peperomia umbellata (L.) KunthPiper dombeyanum (Miq.) C.DC.Piper subpeltatum Willd.Piper subpeltatum var. sidaefolium (Link & Otto) C.DC.Pothomorphe umbellata (L.) Miq.FamíliaPiperaceaeTipoNativa, não endêmica do Brasil.DescriçãoArbusto 1-3m alt Ramo piloso. Folha sem estípula, bainha desenvolvida; pecíolo 14-22cm compr-, dotado de glândulas; lâmina 20-25x28-35cm, reniforme; palminérvia, base simétrica, cordada; ápice acuminado; margem inteira; face adaxiallisa; face abaxial pilosa nas nervuras; nervuras 12-15 na base, proeminentes em ambas as faces, nervura mediana com 2-3 ramificações_ Espiga 5-l0cm compr-; pedúnculo 5-15mm compr-, piloso; bráctea triangular, subpeltada, franjas relativamente compridas; estames 2; estigmas 3, sésseis (CARVALHO-OKANO, 1998).CaracterísticaEsta espécie é reconhecida por apresentar ramos, folhas e pedúnculos dotados de glândulas_ Difere de Pothomorphe peltata pela ausência de lâminas peltadas (CARVALHO-OKANO, 1998).Floração / frutificaçãoDispersãoHabitatDistribuição geográficaOcorrências confirmadas:Norte (Acre, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins)Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Sergipe)Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso)Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo)Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina)Domínios Fitogeográficos Amazônia, Cerrado, Mata AtlânticaTipo de Vegetação Área Antrópica, Cerrado (lato sensu), Floresta Ciliar ou Galeria, Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial), Restinga (PIPERACEAE, 2019).EtimologiaPropriedadesFitoquímicaFitoterapiaPlanta muito utilizada na medicina popular de vários países, principalmente as folhas, em forma de chá. No Brasil, além do chá das folhas, são utilizados o suco ou emplastros como antiblenorrágicos, vermífugo, contra queimaduras, dores musculares, machucaduras, abcessos, furúnculos e no combate à inflamações internas e externas. As raízes e folhas também são utilizadas, em forma de chás, contra inchaços e inflamações das pernas, como diurética, antiescorbútica e em insuficiências hepáticas ou esplênicas, e ainda como estimulante da secreção biliar, cicatrizante, diurética, tônica, febrífuga, carminativa, emoliente, sudorífica, estomáquica, aperiente, e problemas na bexiga, do baço e dos rins. Antigamente o cozimento das folhas misturado ao óleo de amêndoas era utilizado em loções externas para o fígado. Estudos farmacológicos confirmaram sua atividade antimalárica e antioxidante. O uso interno na forma de chás, porém não deve ultrapassar 10 gramas de folhas para cada litro de água, pois doses mais fortes podem provocar vômitos e cólicas. FONSECA (1922) diz que as folhas e as raízes são emolientes, sudoríficas, estomáquicas, diuréticas e febrífugas. O macerado das folhas em água gelada também é utilizado para má digestão e dores hepáticas.FitoeconomiaAs folhas mais jovens são utilizadas em culinárias regionais, em forma de refogados e em preparados cozidos.---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ReceitaCharutinhos5 folhas de tamanho médio, 1 copo de arroz, ½ kg de carne moída ou cenoura, 1 pires de queijo raladoalho, sal, cebola e pimenta-do-reino, molho de tomateModo de fazerRefogue a carne ou a cenoura picada com alho, cebola, sal e pimenta a gosto. Junte o arroz e deixe cozinhar até amolecer. Coloque a mistura sobre as folhas de pariparoba e enrole-as, formando charutinhos. Prenda com palitos para que não se abram. Coloque-as numa fôrma, cubra com molho de tomate, polvilhe com queijo e leve ao forno para gratinar. Bom apetite.---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------InjúriaÉ também considerada daninha e infesta pastagens, beira de estradas, bananais, áreas florestais.ComentáriosA propagação da planta pode ser feita por sementes, rebentos da raiz ou estacas.BibliografiaALIMENTOS REGIONAIS BRASILEIROS. Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde, Coordenação-Geral da Política de Alimentação e Nutrição. Brasília, DF, 2002. 141 p. il. Disponível em: <http://dtr2001.saude.gov.br/editora/produtos/livros/pdf/05_1109_M.pdf>.ALVES, E. O. et al. Levantamento Etnobotânico e Caracterização de Plantas Medicinais em Fragmentos Florestais de Dourados – MS. Ciênc. Agrotec. Lavras, v. 32, n. 2, p. 651-658, mar./abr., 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cagro/v32n2/48.pdf>.BARDELLI, K. 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