Clethra scabra

Nomes popularesCarne-de-vaca, caujuva, cajuja, canjuja, carvalho, caujuja, guaperê, guaperô, cangalheira-falsaNome científicoClethra scabra Pers.SinônimosClethra brasiliensis Cham. & Schltdl.Clethra maromensis Villa-CarenzoCrossophrys brasiliensis (Cham & Schltdl.) Klotzsch ex Meisn.Crossophrys chamissonis Klotzsch ex Meisn.FamíliaClethraceaeTipoNativa, não endêmica do Brasil.DescriçãoArbusto ou pequena árvore de 3 a 12 m de altura, possui ramos finos estriados, copa alta, densa e corimbiforme. O tronco é inerme, geralmente tortuoso, com casca externa finamente fissurada, de coloração cinza-rosada e casca interna coloração avermelhada de textura curto-fibrosa. Suas folhas são simples, alternas, pilosas (até 8 mm) ou glabrescentes, de consistência cartácea ou coriácea, geralmente obovadas, de 5 a 12 cm de comprimento por 2,5 a 5,5 cm de largura. Apresentam ápice agudo e apiculado, base atenuada, margem serreada e pecíolo de até 8 mm de comprimento. As flores são pequenas, amarela- esverdeadas, dispostas em espigas terminais de 16 cm de comprimento. Os frutos são cápsulas globosas com seis ângulos, medem de 8 a 10 mm de diâmetro, possuem coloração avermelhada e 3 sementes aladas em seu interior. As sementes são numerosas, chegando a 4 milhões por quilo (MARQUES, 2007, p. 105).CaracterísticaFloração / frutificaçãoFloresce de setembro a janeiro e frutifica de fevereiro a maio.DispersãoHabitatEspécie semidecídua, heliófita, seletiva xerófila ou seletiva higrófila, pioneira ou secundária inicial, encontrada em áreas secundárias da de altitude da Mata Atlântica do Sul do Brasil, nos capões da Mata de Pinhais do Planalto Meridional e na Floresta Ombrófila Densa, também na Caatinga e no Cerrado. Geralmente ocorre no interior de capoeiras e capoeirões, ou ao redor, em solos pobres, úmidos e compactos.Distribuição geográficaOcorrências confirmadas: Nordeste (Bahia, Sergipe); Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo); Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina); Domínios Fitogeográficos: Caatinga, Cerrado, Mata AtlânticaTipo de Vegetação: Campo de Altitude, Cerrado (lato sensu), Floresta Estacional Decidual, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial), Floresta Ombrófila Mista, Restinga (ROMÃO, 2019). EtimologiaPropriedadesFitoquímicaNos estudos bioquímicos foram encontrados alcalóides, saponinas e substâncias tanantes.FitoterapiaO chá das sementes é utilizado na medicina popular como poderoso purgativo, devendo ser consumido em doses fracas.FitoeconomiaOs frutos também servem de alimento para a fauna, e é também uma planta apícola. Possui grande potencial ornamental. Como é uma planta rústica e de crescimento rápido, é recomendada para a composição de reflorestamentos heterogêneos destinados à recuperação da vegetação de áreas degradadas, restauração de áreas de preservação permanente e de ambientes ripários. É planta melífera, com boa produção de néctar e pólen. A madeira é dura, podendo ser utilizada para tornearia.InjúriaComentáriosEncontra-se na Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção do Rio Grande do Sul. Produz anualmente grande quantidade de sementes, chegando a 4 milhões por quilo.BibliografiaCatálogo de Plantas e Fungos do Brasil, volume 1 / [organização Rafaela Campostrini Forzza... et al.]. -Rio de Janeiro : Andrea Jakobsson Estúdio : Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010. 2.v. 875 p. il. Disponível em: <http://www.jbrj.gov.br/publica/livros_pdf/plantas_fungos_vol1.pdf>.CITADINI-ZANETTE, V.; BOFF, V. P. Levantamento Florístico em Áreas Mineradas a Céu Aberto na Região Carbonífera de Santa Catarina, Brasil; Florianópolis; Secretaria de Estado da Tecnologia, Energia e Meio Ambiente. 1992. 160p.FLORA ARBÓREA e Arborescente do Rio Grande do Sul, Brasil. Organizado por Marcos Sobral e João André Jarenkow. RiMa: Novo Ambiente. São Carlos, 2006. 349p. il.HIERONYMUS, J. Flora Argentinae. Litografia, Imprenta Y Encuadernacion de Guillerme Kraft. Buenos Aires, 1882. Disponível em: <http://www.archive.org/details/plantaediaphoric00hier>.MARQUES, T. P. Subsídios à Recuperação de Formações Florestais Ripárias da Floresta Ombrófila Mista do Estado do Paraná, a Partir do Uso Espécies Fontes de Produtos Florestais Não-madeiráveis. Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2007. 244p. Disponível em: <http://dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/bitstream/1884/14027/1/disserta%C3%A7%C3%A3o%20Themis%20Piazzetta%20Marques%20PDF.pdf>.MEDEIROS, M. B. Resgate de Germoplasma Vegetal de Espécies-Alvo na Área de Influência do Aproveitamento Hidrelétrico Barra Grande (RS, SC). Brasília, DF: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, 2007. 45p. il. Disponível em: <http://www.cenargen.embrapa.br/publica/trabalhos/doc223.pdf>.PLANTAS DA FLORESTA ATLÂNTICA. Editores Renato Stehmann et al. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2009. 515p. Disponível em: <http://www.jbrj.gov.br/publica/livros_pdf/plantas_floresta_atlantica.zip>.ROMÃO, G.O.; Kinoshita, L.S. Clethraceae in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB6824>. Acesso em: 28 Out. 2019.