Bathysa australis

Nomes popularesMacuqueiro, enrique-doido, quina-do-mato, caravana, fumão, fumão-doce, quina-de-santa-catarina, pau-de-colher, araribão, cauassu, quina-do-paranáNome científicoBathysa australis (A.St.-Hil.) K.Schum.SinônimosExostema australe A.St.-Hil.Bathysa meridionalis L.B.Sm. & DownsElaeagia glomiflora Standl.Cinchona australis (A.St.-Hil.) Brign.Voigtia australis (A.St.-Hil.) KlotzschFamíliaRubiaceaeTipoNativa, não endêmica do Brasil.DescriçãoÁrvore, 2,5-8 m alt. Ramos tetragonais, achatados, pubescentes, tricomas ferrugíneos. Folhas curto pecioladas; pecíolos 4-10 mm compr., pubescentes; lâminas largamente elípticas, 25-65 cm compr., 13,5‑35 cm larg., membranáceas a cartáceas, base aguda, ápice agudo ou acuminado, face adaxial glabra a pubescente, face abaxial pubescente, 15-30 nervuras secundárias por cada lado; estípulas triangulares, 1,5-6 cm compr., pubescentes, ápice acuminado. Inflorescência tirsóide, terminal, 15-35 cm compr., 20-32 cm larg., pedúnculo de 2,3-10,5 cm compr., superfície da ráquis pubescente; brácteas largo triangulares, 10-17 mm compr., bractéolas estreito triangulares, 5-6 mm compr. Flores bissexuadas, 5-8 mm compr., sésseis ou com pedicelos de até 1 mm compr.; cálice 4-5-mero, cupular, 1-2 mm compr., lobos obtusos, face externa pubescente, face interna glabra; corola 4-mera, tubular, prefloração imbricada, 4-5 mm compr., creme ou amarela, lobos obtusos, 2-3 mm compr., face externa glabra, face interna com tricomas na região média da corola; estames 4, ca. 4 mm compr. nas brevi-homostílicas, ca. 7 mm compr. nas longi-homostílicas, exsertos nas brevi-homostílicas, filetes 3-6 mm compr., glabros, anteras elipsóides, 1-1,5 mm compr.; ovário bicarpelar, bilocular, pluriovulado, estilete ca. 3 mm compr. nas brevi-homostílicas, ca. 6 mm compr. nas longi-homostílicas, pubescente, exsertos nas longi-homostílicas, estigma bilobado, placentação axilar. Fruto cápsula, elipsóide, pubescente, 3-5 mm compr., 2-4 mm larg., marrom quando maduro. Sementes poligonais, glabras, 0,5-1 mm compr. (JUNIOR, 2015).CaracterísticaGermano Filho (1998) reconheceu sete espécies para o Brasil e propôs a sinonimização de B. meridionalis L.B.Sm. & Downs, com B. australis, mas muitos espécimes nos herbários ainda encontravam-se registrados como B. meridionalis. Bathysa australis é facilmente reconhecida na bacia pelas dimensões das folhas e inflorescências, maiores do que todas as outras espécies (JUNIOR, 2015).Bathysa australis pode ser reconhecida pela pilosidade densa, ramos tetrágonos robustos, grandes estípulas triangulares e livres entre si, folhas de 15 a 49 cm compr., e inflorescência maior que 25 cm compr., com flores agrupadas, parecendo glomérulos (OLIVEIRA, 2014).Floração / frutificaçãoObservada com flores nos meses de setembro a dezembro e frutos de janeiro a março (JUNIOR, 2015).DispersãoHabitatOcorre da Bahia ao Rio Grande do Sul, em matas de encosta ou tabuleiro (Germano-Filho 1999) (OLIVEIRA, 2014).Distribuição geográficaOcorrências confirmadas:Nordeste (Bahia)Centro-Oeste (Distrito Federal)Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo)Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina)Domínios Fitogeográficos Cerrado, Mata AtlânticaTipo de Vegetação Floresta Ciliar ou Galeria, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial) (RUBIACEAE, 2020).EtimologiaBathysa australis possui folhas que lembram as folhas do fumo na textura e na cor, tendo por esse motivo recebido a denominação popular de “fumão” (JUNG-MENDAÇOLLI, 2007).O nome popular Macuqueiro refere-se ao fato do Macuco (Tinamus solitarius), normalmente utilizar esta árvore para pernoitar, fato conhecido por caçadores da espécie, que deram nome à árvore.PropriedadesFitoquímicaFitoterapiaSegundo Pio-Corrêa (1984) os indivíduos dessa espécie têm casca amarga, tônica e febrífuga, e fazem parte das chamadas “falsas-quinas” (JUNG-MENDAÇOLLI, 2007).FitoeconomiaEspécie com grande potencial ornamental na arborização urbana, principalmente em canteiros centrais de praças.InjúriaComentáriosNa língua Guarani é chamada de hogue guatchu (OLIVEIRA, 2009).BibliografiaDIAS, J.; COSTA, L. D. Sugestões de Espécies Arbóreas Nativas Ocorrentes no Sul do Estado do Paraná Para Fins Ornamentais. FAFIUV / 2008, Seção de Artigos. ISSN 1809-0559. Curitiba, Paraná, 2008. 28p. Disponível em: <http://www.ieps.org.br/ARTIGOS-BIOLOGIA.pdf>.JUNG-MENDAÇOLLI, S.L. (coord.) 2007. Rubiaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L., Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5, pp: 259-460. JUNIOR, M.F.; VIEIRA, A.O.S. Espécies arbóreo-arbustivas da família Rubiaceae Juss. na bacia do rio Tibagi, PR, Brasil. Hoehnea 42(2): 289-336, 21 fig., 2015. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/hoehnea/v42n2/0073-2877-hoehnea-42-02-0289.pdf>.OLIVEIRA, D. Nhanderukueri Ka’aguy Rupa – As Florestas que Pertencem aos Deuses. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2009. 182p. il. Disponível em: <http://www.pluridoc.com/Site/FrontOffice/default.aspx?Module=Files/FileDescription&ID=4402&lang=>.OLIVEIRA, J.A.; SALIMENA, F.R.G.; ZAPPI, D. Rubiaceae da Serra Negra, Minas Gerais, Brasil. Rodriguésia 65(2): 471-504. 2014. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rod/v65n2/a11v65n2.pdf>.RUBIACEAE in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB13835>. Acesso em: 07 Jan. 2020