Nomes popularesGuanxuma, altéa-bastrda, mata-pasto, relógio, tupitixa, vassourinhaNome científicoSida rhombifolia L.SinônimosFamíliaMalvaceaeTipoNativa, não endêmica do Brasil.DescriçãoSubarbusto ereto 0,5–1,5 m alt. Ramos cilíndricos, hirsutos, tricomas simples longos e raro fasciculados. Estípulas ca. 5 mm compr., filiformes a lineares, indumento e tricomas iguais aos dos ramos. Folhas alterno-espiraladas, com pecíolo ca. 1 cm compr., indumento e tricomas iguais aos dos ramos; lâmina foliar 2–12 × 0,4–1,3 cm, verde discolor, membranácea, linear, base obtusa, ápice agudo, margem inteira, hirsuta em ambas as faces, tricomas simples longos. Inflorescências terminais, corimbosas; antopódio ca. 8 mm compr., hirsuto. Flores com pedicelo ca. 5 mm compr., densamente hirsuto; epicálice ausente; cálice costado, aprox. 6 mm compr., lobado até a região mediana, agudos, densamente hirsuto externamente, tricomas simples; corola ca. 1,3 cm diâm., alva, mácula vinosa na fauce; estames mais de 20, filetes parcialmente concrescidos ca. 3 mm compr., formando um tubo pubescente, tricomas simples, porção livre dos estames aprox. 1 mm compr.; ovário 7–8 locular, 1 óvulo por lóculo; estilete ca. 4 mm compr. Esquizocarpos 5–6 mm diâm.; 7–8 mericarpos ca. 2 × 1 mm, sub-múticos, trígonos, faces laterais levemente reticuladas. Semente única, puberulenta na região do hilo (BOVINI, 2010).CaracterísticaSida rhombifolia corresponde a um conceito bastante amplo e classicamente problemático (Schumann 1891; Monteiro 1936; Fryxell 1985). Fuertes (1993) relata tal complexidade como, talvez, o maior desafio taxonômico dentro do gênero, aonde os espécimes do paleotrópico pouco podem ser relacionados aos encontrados nas Américas. Não raramente, espécimes com folhas rômbicas, carácter não exclusivo de S. rhombifolia, são inseridas erroneamente e sem análises mais aprofundadas nesse táxon. Os pedicelos longos (1 - 4,5 cm) associados a folhas de lâmina rômbica a elíptica e número de mericarpos entre 9 e 11 são os caracteres aparentes mais distintivos da espécie, apresentando forte afinidade com S. setosa. Inserida na seção Sidae (NETO, 2014).Floração / frutificaçãoFloresce geralmente de março a junho e de outubro a janeiro, frutificando nos meses de abril a julho e de outubro a março.DispersãoHabitatDistribuição geográficaOcorrências confirmadas:Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins)Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe)Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso)Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo)Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina)Domínios Fitogeográficos Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa, PantanalTipo de Vegetação Área Antrópica (SIDA, 2019).EtimologiaO nome do gênero Sida descrito por Carl Linnaeus é um antigo nome grego usado por Linnaeus, e o termo vulgar “relógio” vem da pontualidade com que as flores abrem e fecham-se diariamente.PropriedadesFitoquímicaFitoterapiaAs folhas, raízes e caule são utilizados na medicina popular em inflamações, interna ou externas, como tônica, anticatarral, béquica, colagoga, digestiva, hipoglicemiante, hipotensora, tônica, laxante, calmante, béquico, descongestionante, emoliente, expectorante, laxante, mucilaginosa, febrífuga, contra inflamações, azia, inflamações do nervos, dor de cabeça, alergias, bronquite e em gargarejos para problemas na garganta. As folhas mastigadas são colocadas em locais mordidos por vespas ou outros himenópteros.FitoeconomiaPode também ser utilizada como fonte de fibra de entrecasca. As flores e folhas também são comestíveis, sendo muito utilizada para este fim no México e África do Sul. Fornece também um chá, considerado sucedâneo do Chá da índia. As folhas também são misturadas ao chimarrão para dar gosto.InjúriaÉ uma planta daninha infestante de lavouras anuais ou perenes, pomares, jardins, pastagens e terrenos baldios.ComentáriosNa língua Guarani é chamada de typytcha hogue.BibliografiaBERG, E. V. Botânica Econômica. UFLA – Universidade Federal de Lavras. Lavras, MG. 2005. 59p. Disponível em: <http://biologybrasil.blogspot.com/2009/08/botanica-economica.html>.BOVINI, M. G. Malvaceae s. str. na Reserva Rio das Pedras, Mangaratiba, Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia 61(2): 289-301. 2010. Disponível em: <http://rodriguesia.jbrj.gov.br/rodrig61_2/11-096-08.pdf>.CITADINI-ZANETTE, V.; BOFF, V. P. 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