Nomes popularesCanelinha, canelaNome científicoOcotea nutans (Nees) MezSinônimosFamíliaLauraceaeTipoNativa, endêmica do Brasil.DescriçãoÁrvore dióica, até 12m. Folhas alternas, subverticiladas para o ápice dos râmulos; lâmina 5-12×2-3,5cm, elíptica, lanceoladaou ovalada, às vezes obovada, ápice curto a longamente obtuso-acuminado, base subaguda, cartáceo coriácea a coriácea, face adaxial pouco lustrosa, glabra, nervura central e nervuras laterais subsalientes a impressas, reticulação densa, subsaliente, face abaxial glabra, aparentemente rubiginosa, reticulação densa, inconspícua, nervura central saliente, nervuras laterais finas, subsalientes, 8-12 pares, margem revoluta; pecíolo 7-10mm, canaliculado, atro, glabro. Inflorescência subterminal e axilar, estreita, multiflora, glabra, mais longa ou mais curta que as folhas; pedúnculo muito curto. Flores masculinas ca. 3×2,5mm, glabras; pedicelo 1-3mm; hipanto curto, obcônico, internamente glabro; tépalas ovaladas, ápice obtuso, margem subpapilosa; filetes dos estames das séries I e II bem delimitados, 1/3 a 1/2 do comprimento das anteras, glabros, anteras ovaladas a ovado-retangulares, ápice obtuso a subtruncado, densamente pontuado-glandulosas, filetes dos estames da série III como nas séries iniciais, anteras ovado-retangulares, ápice truncado a emarginado, densamente pontuado-glandulosas, esporângios superiores laterais, os inferiores subextrorsos; estaminódios filiformes ou ausentes; pistilóide glabro, densamente pontuado glanduloso, estipitiforme, estigma capitado; flores femininas glabras, pistilo glabro, ovário globoso, estilete robusto, bem diferenciado do ovário, igual ou pouco mais curto que este, estigma capitado. Fruto ca. 10×6mm, elíptico, cúpula 5-8mm, subemisférica a crateriforme, hexalobada; pedicelo 3-6mm, fino (BAITELLO, 2003).CaracterísticaEm material vivo a coloração das flores é creme e os frutos maduros são pretos com cúpulas vermelhas. Entre as espécies com flores unissexuadas é a única com ramos lustrosos (BROTTO, 2013).Floração / frutificaçãoColetada com flores de janeiro a junho e com frutos de julho a novembro (BAITELLO, 2003).DispersãoZoocóricaHabitatDistribuição geográficaNordeste (Bahia); Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo); Sul (Paraná, Santa Catarina).Domínios Fitogeográficos: Cerrado, Mata AtlânticaTipo de Vegetação: Cerrado (lato sensu), Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial) (OCOTEA, 2019).EtimologiaPropriedadesFitoquímicaFitoterapiaNa medicina popular, raiz, casca, caule e folhas são utilizadas como sudorífico, antireumático, anti-sifilítico e diurético (BAITELLO, 2003).FitoeconomiaEspécie de alto valor econômico, pois dela se extrai oóleo-de-sassafrás, usado principalmente no isolamento do safrol e sua conversão em heliotropina (piperonal). Substânciasderivadas do safrol, como piperonal e ácido piperonílico, são usadas, respectivamente, em perfumaria e como sinergéticos em inseticidas; e, ainda, em muitas preparações técnicas, sabões, desinfetantes e desodorizantes. Rizzini & Mors (1976) referem que a mesma espécie, em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, podem não produzir safrol, mas metil-eugenol, de ação germicida e insetífuga; informam, ainda, tratar-se de duas variedades químicas, morfologicamente inseparáveis. As populações de O. odorifera do Sul do Brasil (SC), produtoras de safrol, exalam odor característico de anis. Algumas de São Paulo assim o fazem, o que nos leva a crer que aqui teríamos as duas variedades. A madeira é comercializada com o nome de canela-parda (Rizzini & Mors 1976) e presta-se para mobiliários de luxo, caixilhos, esquadrias, construção civil, tanoaria (BAITELLO, 2003).InjúriaComentáriosSegundo a Portaria IBAMA 06-N de 15/01/1992, O. odorifera está na lista das espécies ameaçadas, na categoria “em perigo” (BAITELLO, 2003).BibliografiaBAITELLO, J.B. (coord.) 2003. Lauraceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Giulietti, A.M., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 3, pp: 149-224.BROTTO, M.L. CERVI, A.C.; SANTOS, E.P. O gênero Ocotea (Lauraceae) no estado do Paraná, Brasil. Rodriguésia 64(3): 495-525. 2013. Disponível em: <https://rodriguesia-seer.jbrj.gov.br/index.php/rodriguesia/article/view/ID%20694/301>.OCOTEA in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB8461>. Acesso em: 23 Out. 2019.