Nomes popularesCarrapicho-beiço-de-boi, agarra-agarra, amor-de-vaqueiro, amor-do-campo, amor-seco, amores-de-vaqueiro, amores-do-campo, amorzinho-seco, barba-de-boi, beiço-de-boi, carrapichinho, carrapicho, carrapinho-de-favinha, carrapicho-miúdo, fucinho-de-boi, manduvarana, marmelada-de-cavalo, mata-pasto, mela-bode, pega-pega, trevinho-do-campo, amor-agarrado, amor-de-velho, amor-de-campo-sujo, petarolaNome científicoDesmodium incanum (Sw.) DC.SinônimosFamíliaFabaceaeTipoNaturalizadaDescriçãoErva prostrada, ereta a subarbusto; estípula estreito-triangular, livre ou fundida, ciliada, persistente, 8-10mm compr. Folha trifoliolada; pecíolo de 2-5mm compr.; raque 2-6mm compr.; estipela linear-triangular, 2-4mm compr.; folíolo terminal elíptico, oval, basal estreito-elíptico, elíptico, ápice agudo, retuso, obtuso, base obtusa, cuneada, face adaxial pubérula a esparso-pubérula, face abaxial cinéreo-vilosa, principalmente sobre as nervuras e na margem, terminal 2,2-5×0,7-3,5cm, lateral 1,9-4,8×0,7-2,3cm. Inflorescência racemosa, terminal, raro axilar, eixo principal uncinado, 5,2-22cm compr.; bráctea estreito-triangular a lanceolada, persistente, 1,5-3mm compr.; pedicelo 3-7mm compr., corola branca, lilás a rósea, flor em pré-antese 4mm compr.; lacínios do cálice triangulares, externamente pubérulos; estandarte orbicular-depresso a reniforme, ápice obcordado, base reniforme 5-7×6-9mm, asas largo-elípticas, 5-7×3mm, pétalas da quilha elípticas, 2-6×2mm compr.; estames monadelfos; ovário hirsuto, estilete curvado, estigma punctifome. Lomento com sutura superior reta, inferior sinuosa; artículos (1-)-5-(-7), quadrangulares, achatados, levemente reticulados, uncinado-hirsutos, istmo submarginal, estípite 5-10mm compr. (NOBRE, 2008, p. 8).CaracterísticaCaracteriza-se por apresentar folíolo com superfície abaxial cinéreo-vilosa, estípulas soldadas de cor parda, eixo da inflorescência terminal e ereto e os artículos do lomento geralmente cinco e quadrangulares (NOBRE, 2008, p. 8).Desmodium incanum é facilmente reconhecida pelas estípulas parcialmente concrescidas, inflorescência pseudorracemosa terminal ou axilar e artículos quadrangulares densamente uncinados. Apresenta grande diversificação na forma dos folíolos e hábito (Oliveira, 1983). Semelhante a D. adscendens e D. affine, sendo facilmente diferenciado destas pelas estípulas persistentes, triangulares e parcialmente concrescidas. (FREITAS, 2012).Floração / frutificaçãoFloresce de outubro a maio, frutificando no mesmo período.DispersãoEpizoocoriaHabitatEm Santa Catarina, D. incanum apresenta ampla distribuição, ocorrendo nas tipologias vegetacionais da Floresta Estacional Decidual, Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista e Restinga, em altitudes variando entre 2-1000 m. Espécie ruderal, de campos sujos, graminosos, solos pobres e pedregosos, beira de trilhas e estradas, em encostas e barrancos, lugares abertos e alterados. Segundo Oliveira (1983), apresenta resistência ao pisoteio, ao fogo e à seca. Espécie heliófita, perene, comum e abundante em todo território Catarinense, encontrada em diversas tipologias vegetais, sendo a espécie mais comum no Estado (FREITAS, 2012).Distribuição geográficaOcorrências confirmadas:Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins)Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe)Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso)Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo)Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina)Domínios Fitogeográficos Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa, PantanalTipo de Vegetação Área Antrópica, Caatinga (stricto sensu), Campo Rupestre, Cerrado (lato sensu), Floresta Ciliar ou Galeria, Floresta Estacional Decidual, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial), Manguezal, Palmeiral, Restinga (DESMODIUM, 2020).Etimologiaincanum- (do latim): que tem tricoma branco mais ou menos abundante (Font-Quer, 1953). Devido ao indumento da face abaxial dos folíolos incano-serícea (FREITAS, 2012).PropriedadesFitoquímicaFitoterapiaA infusão da planta é considerada antigonorréica (Oliveira, 1983) (FREITAS, 2012).FitoeconomiaÉ utilizada como forrageira para o engorde do gado, tanto fenada como verde (Azevedo, 1981; Oliveira, 1983) (FREITAS, 2012).InjúriaÉ também uma planta daninha frequente em quase todo o Brasil, encontrada em gramados, beira de estradas e culturas perenes, suas vagens aderem firmemente à roupa.ComentáriosBibliografiaANDRADE, A. L. P. A Subfamília Faboideae (Fabaceae Lindl.) no Parque Estadual do Guartelá, Município de Tibagi, Estado do Paraná. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Paraná. Curitiba, Paraná. 2008. 130p. il. Disponível em: <http://hdl.handle.net/1884/15938>.AZEVEDO, A. M. G. O Gênero Desmodium Desv. no Brasil: Considerações Taxonômicas. Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual de Campinas. Campinas, SP. 1981. 320p. il. Disponível em: <http://lakh.unm.edu/handle/10229/56656>.ACEVEDO-RODRÍGUEZ, P. Vines and Climbing Plants of Puerto Rico and the Virgin Islands. Smithsonian Institution. Contributions from the United States National Herbarium. Volume 51: 1-483. 2005. Disponível em: <http://botany.si.edu/antilles/PRFlora/vines.html>.Catálogo de Plantas e Fungos do Brasil, volume 2 / [organização Rafaela Campostrini Forzza... et al.]. -Rio de Janeiro : Andrea Jakobsson Estúdio : Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010. 2.v. 830 p. il. Disponível em: <http://www.jbrj.gov.br/publica/livros_pdf/plantas_fungos_vol2.pdf>.CITADINI-ZANETTE, V.; BOFF, V. P. Levantamento Florístico em Áreas Mineradas a Céu Aberto na Região Carbonífera de Santa Catarina, Brasil. Florianópolis. Secretaria de Estado da Tecnologia, Energia e Meio Ambiente. 1992. 160p.DESMODIUM in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB22931>. Acesso em: 04 Jan. 2020.FERNANDES, J. M.; GARCIA, F. C. P. Leguminosae em Dois Fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual em Araponga, Minas Gerais, Brasil: Arbustos, Subarbustos e Trepadeiras. Rodriguésia 59(3): 525-546. 2008. Disponível em: <http://rodriguesia.jbrj.gov.br/rodrig59_3/009.pdf>.FREITAS, D.M. O gênero Desmodium Desv. (Fabaceae-Faboideae) no estado de Santa Catarina. Dissertação, Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, SC. 2012). Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/100665>.LORENZI, H. Plantas Daninhas do Brasil: Terrestres, Aquáticas, Parasitas e Tóxicas. Instituto Plantarum. Nova Odessa, SP, 4ª ed. 2008. 672p. il.NOBRE, A. V. M.; SARTORI, A. L. B.; RESENDE, U. M. As Espécies de Desmodium Desv. (Leguminosae-Papilionoideae-Desmodieae) Ocorrentes no Mato Grosso do Sul. IHERINGIA, Sér. Bot., Porto Alegre, v. 63, n. 1, p. 37-67, jan./jun. 2008. 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