Nomes popularesErva-moura, maria-preta, maria-pretinha, erva-moura-açuNome científicoSolanum americanum Mill.SinônimosSolanum amarantoides DunalSolanum americanum var. nodiflorum (Jacq.) EdmondsSolanum nodiflorum Jacq.Solanum nodiflorum var. acuminatum DunalSolanum nodiflorum var. macrophyllum DunalSolanum nodiflorum var. petiolastrum DunalSolanum oleraceum DunalSolanum sciaphilum BitterSolanum tenellum BitterSolanum tenuiflorum Steud.FamíliaSolanaceaeTipoNativa, não endêmica do Brasil.DescriçãoErva ou arbusto de até 1,2 m de altura, de caule delgado, cilíndrico ou anguloso, glabro ou coberto de tricomas simples. Folhas basais solitárias, apicais geminadas. Pecíolo de 0,5-4,6 cm de comprimento. Lâminas inteiras ovaladas a ovalado-lanceoladas ou deltóides, membranosas, de (1,6)4,5-12 cm de comprimento e (0,4-0,9)2-7 cm de largura, ápice agudo, base atenuada, margem inteira até sinuado-dentada. Faces adaxial e abaxial glabras ou cobertas de tricomas simples, de 1-3(5) células ou tricomas com uma base pluricelular, plurisseriada e ápice unisseriado, de 4-6 células. Inflorescência cimosa, extra-axilar, de 3-6(8) flores, umbeliforme, pedunculada; pedúnculo de 1-3 cm de comprimento e pedicelos de 0,3-0,6 cm de comprimento. Cálice de 0,1-0,3 cm de comprimento, com 5 lobos ovalado-arredondados. Corola rotada, com tubo curto, branca, às vezes lilás, às vezes com porção central interna com uma mancha amarelada, com 0,5 cm de comprimento, lacínias oblongo-lanceoladas, partidas até 2/3 do comprimento, coniventes, flexas na antese. Anteras amarelas, de 0,1-0,2 cm de comprimento, coniventes, filetes glabros ou com tricomas simples na porção abaxial. Estilete muito mais comprido que os estames, coberto de tricomas simples na base, às vezes glabro. Fruto globoso, preto e brilhante na maturação, de 0,5-0,9 cm de diâmetro. (MENTZ, 2004, p. 35).CaracterísticaNa revisão da seção Solanum para a América do Sul, Edmonds (1972) dividiu esta espécie em duas variedades alopátricas: Solanum americanum var. americanum, de ramos e folhas glabros, com distribuição do Panamá até Argentina, Paraguai e Bolívia, e Solanum americanum var. nodiflorum (Jacq.) Edmonds, de ramos e folhas pubescentes, com ocorrência na Venezuela, Brasil, Uruguai, Bolívia e norte da Argentina. Ambas ocorrem, segundo ela, com menor freqüência, em outros países do continente sul-americano ou assilvestradas em outros continentes. O polimorfismo observado nos exemplares coletados no sul do Brasil, onde foram encontradas plantas com caule cilíndrico a anguloso, glabras até muito pilosas, com folhas de margens inteiras até muito dentadas, não permitiu que tais variedades pudessem ser delimitadas (MENTZ, 2004).Floração / frutificaçãoAs coletas indicam floração e frutificação durante todo o ano (MENTZ, 2004).DispersãoHabitatDistribuição geográficaOcorrências confirmadas:Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins)Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe)Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso)Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo)Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina)Ilhas OceânicasOcorrências confirmadas:Fernando de Noronha, TrindadeDomínios Fitogeográficos Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa, PantanalTipo de Vegetação Área Antrópica, Caatinga (stricto sensu), Campo Rupestre, Cerrado (lato sensu), Floresta de Terra Firme, Floresta de Várzea, Floresta Estacional Decidual, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial), Floresta Ombrófila Mista, Vegetação Sobre Afloramentos Rochosos (SOLANUM, 2020).EtimologiaPropriedadesFitoquímicaOs frutos verdes são tóxicos, possuem um princípio ativo chamado alcalóide indólico.FitoterapiaO infuso ou decocto do caule e folhas é utilizado para acalmar a dor abdominal, para tratar a constipação e a hipertensão. As folhas consumidas em sopas ou saladas servem para abrir o apetite, sendo também utilizadas contra leishmaniose (F.França, UPCB 18448), em hepatite, sapinho e feridas (R.X.Lima 205, UPCB) e ainda como sedativa, narcótica e emoliente (G.Rau, SMDB 89) (MENTZ, 2004).FitoeconomiaOs frutos maduros são comestíveis, sendo excepcionalmente saborosos, podendo servir de matéria prima para geléias, musses, sorvetes ou como recheio e ou coberturas para bolos e tortas. As folhas são utilizadas na alimentação humana como hortaliça, e é uma boa fonte de proteína, manganês (Mn), fósforo (P), ferro (Fe) e boro (Na culinária, as folhas são preparadas cozidas ou fritas com ovos, alimento este, aliás, muito utilizado pelos índios Kaingang e em muitas outras partes do mundo.InjúriaOs frutos verdes são tóxicos, possuem um princípio ativo chamado alcalóide indólico. É também uma planta daninha, infestando lavouras, pomares, cafezais, jardins e terrenos baldios.ComentáriosBibliografiaMENTZ, L. A.; OLIVEIRA, P. L. Solanum (Solanaceae) na Região Sul do Brasil. Pesquisas, Botânica, n. 54. Instituto Anchietano de Pesquisas. 2004. 327p. Il.MORAES, A. O.; et al. A Família Solanaceae nos “Inselbergues” do Semi-árido da Bahia, Brasil. IHERÍNGIA, Sér. Bot., Porto Alegre, v.64, n.2, p. 109-122, jul-dez. 2009. Disponível em: < http://www.fzb.rs.gov.br/publicacoes/iheringia-botanica/Ih64-2-p109-122.pdf>.SOLANUM in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB14718>. Acesso em: 23 jul. 2020.