Rascunho

Minhas diferenças com Ricardo Rangel Froes.

Ricardo Froes, segundo o Luiz Felipe (Loriaga Leão), um presidenciável careca que emite opiniões diretamente lá no Observador Político diariamente é um dos debatedores que mais implica comigo e com as opiniões que emito dentro dos temas lançados para discussão na plataforma, uma rede social com tendencias de catar votos para o PSDB. Ocasionalmente ele concorda comigo como fêz recentemente no apagar das luzes de 2011 nesta discussão que pode ser visitada aqui, sobre a influência dos programas dos partidos políticos no povo, no eleitor e na atuação dos políticos da nossa contemporaneidade brasileira.

As diferenças que tenho com Ricardo Froes são explicáveis em poucas linhas.

Inicialmente, me coloco como esquerdista e Ricardo Froes se declara de direita. O que isso significa? Significa duas coisas completamente diferentes quando observadas pelo meu ponto de vista em confronto com o do Ricardo, também com o do Jáder Ribeiro e muitos outros direitistas que não conseguem atinar com o desejo dos esquerdistas, mesmo os mais brandos como eu. Não é a ideia em si que bate de frente, mas os resultados da implantação da ideia.

Direita, para os esquerdistas é um conglomerado de idéias que privilegia determinadas posições e atitudes de Estado com as quais os esquerdistas não concordam. Discorrerei a respeito mais à frente.

Esquerda, para os direitistas são idéias ultrapassadas que não deram certo quando implantadas por causa da derrocada dos países que adotaram o socialismo ou o comunismo como lema e foram derrotados pelo capitalismo. Discorrerei também sobre isso.

Será então, que existem pontos comuns nesta aparente dicotomia na maneira de pensar e de se posicionar de direitistas e esquerdistas? Existem sim. Ambos querem seriedade no trato com a coisa pública, ambos querem a aplicação da justiça de forma correta, não discriminatória nem tendenciosa, ambos sonham com as instituições funcionando dentro daquilo que determina a lei e com o Estado atuando de maneira honesta, cumprindo seus deveres constitucionais e garantindo os direitos.

Onde residem as diferenças então? Numa análise bastante isenta da questão que se coloca, a diferença principal está no beneficiário. Na seleção e na indicação daqueles que, na heterogeneidade da nossa sociedade, irão se beneficiar da implantação daquilo que ambos desejam.

Direitistas desejam implantar as Leis e o estado de direito que cuide de tudo que acima citei, de uma maneira tal, que a classe que já possui bens e privilégios continuem usufruindo daquilo que já possui e tenha a condição de aumentar sem muito esforço os bens e os privilégios que facilitam sua vida no propósito de adquirir mais bens, mais status e melhoramentos constantes em sua escalada social rumo ao topo.

Já o esquerdista, quer a implantação das mesmas coisas, porém, coibindo o crescimento econômico de um ser humano por meio da utilização (compra) do trabalho de outro(s) ser(es) humano(s) utilizando o recurso legal de pagar menos do que vale aquele esforço (trabalho) e apoderar-se da diferença somando-a ao seu patrimônio. O esquerdista deseja que as oportunidades sejam iguais para todos e quando alguma “capacidade superior” ou esperteza de algum ser humano o colocar em condições de usufruir melhor que o outro dos frutos do trabalho, o Estado entre, com regulamentação e corrija a distorção. O esquerdista também não concorda com a mágica de "criar dinheiro" a partir do nada por meio de juros escorchantes e estratosféricos cobrados no financiamento aos menos favorecidos.

A “capacidade superior” citada pode existir já no ato do nascimento ou, ocorrer durante a vida devido diversos fatores, principalmente aos acessos diferenciados à Educação e à cultura e a outros bens, de acordo com a classe a que se pertence.

No meu entendimento, e na minha luta, não é uma questão de redistribuir a riqueza gerada igualitariamente entre todos, todavia, cuidar para que esta distribuição não gere as distancias astronômicas que se verificam entre o miserável e o bilionário em dólares e outros bens. Que haja a distância e que exista a premiação dos mais capazes, sem que isso signifique que para cada dólar do bilionário aplicado no capital produtivo ou especulativo, falte um prato de comida simples e barata para alguém em algum lugar do mundo.

É aí, justamente neste quesito, que o pensamento de direitistas e esquerdistas entra em choque: sobre como regular as atitudes do Estado e dos legisladores, para direcionar estas atitudes e Leis a favor de quem, definindo qual camada do povo irá se beneficiar do resultado da implantação de determinado tipo de Estado, se todo o povo ou apenas uma parcela dele.

Esta é a diferença fundamental entre direitistas e esquerdistas. Diferença que alastra-se para dentro dos partidos, gera discussões imensas e inócuas sobre as maneiras de governar, gera duas novas classes dentro das classes. Pobres de direita e de esquerda, classe média idem, abastados sempre de direita por causa do medo de serem imediatamente “despossuidos” de seus bens, se os “comedores de criancinhas” alcançarem o poder e legislarem corretamente em benefício de todos.

Feliz 2012 prá você também Ricardo. Feliz 2012 a todos debatedores do OP, inclusive os que se ausentaram.

José Antônio da Conceição

Formatura de meu filho, (2010) onde aparece também a mãe dele, Luzia (minha ex-esposa)