Jean Paul Sartre por Rodinei Borges

Sartre

França, 1905.

Sartre nasceu em Paris e foi o mais conhecido pensador do movimento existencialista. Escreveu romances e peças de teatro, como: “Entre quatro paredes”, “A náusea”, “O muro”, “A idade da razão” e “o diabo e o bom Deus”. Sartre foi influenciado por Heidegger, Kierkegaard e pelo marxismo. Em 1956 rompeu com o Partido Comunista. Em 1964 foi agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura, mas recusou recebê-lo.

A principal obra filosófica de Sartre foi “O ser e o nada”, publicada em 1939. Nessa obra, ele ataca duramente a teoria aristotélica de potência. Para Sartre, o ser é o que é. Trata-se, na liguagem sartriana, do ente em-si. Esse ente “não é ativo nem passivo, nem afirmação nem negação, mas simplesmente repousa em si, maciço e rígido”. Mas, além do ente em-si, Sartre concebe a existência do ser especificamente humano, denominando-o ente para-sei. O ente para si específico do homem se opõ ao ente em-si, que representa a plenitude do ser. Portanto, para Sartre, a característica tipicamente humana é o nada: um espaço aberto. Esse nada, próprio da existência, faz do homem um ente não-estático, não-compacto, acessível às possibilidades de mudança. O homem é a própria mudança. E você? Você é a própria mudança?

Se o homem fosse um ser cheio, total, pleno, com uma essência definida, ele não poderia ter nem consciência, nem liberdade. Primeiro, porque a consciência é um espaço aberto a múltiplos conteúdos. Segundo, porque a liberdade representa a possibilidade de escolha. Por intermédio dela, o homem revela suas aspirações pro algo que ele ainda não é. Assim, para Sartre, se o homem não expressasse esse vazio de ser, sua consciência já estaria pronta, acabada, fechada. E, nesse caso, o homem não poderia manifestar liberdade, pois estaria totalmente preso à realidade estática do ser pleno. Por isso, o homem tem como característica específica o não-ser, algo indefinido e indeterminado. Por esse mesmo motivo, não podemos falar da existência de uma natureza humana universal, mas de uma condição humana.

Um dos principais fundamentos da condição humana é a liberdade. É o exercício da liberdade que impulsiona a conduta humana, que gera a incerteza, que leva à procura de sentidos, que produz a ultrapassagem de certos limites.

Outros filósofos franceses do século XX se destacaram por produzirem um pensamento pertinente e inovador, entre eles podemos destacar Maurice Merleau-Ponty, Jaques Lacan, Louis Althusser, Michel Foucault e Jaques Derrida. O existencialismo expandiu-se entre outros filósofos como Gabriel Marcel, Karl Jaspers Léon Chestov e Martin Buber. O existencialismo ateu de Sartre esteve presente também na obra de escritores e pensadores como Albert Camus.

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