Contato recebido (I)

O Conselho Nacional de Educação (CNE) está promovendo um louvável debate, em nível nacional, visando inserir a disciplina Direitos Humanos nos currículos escolares do ensino básico e superior.

Entretanto, esse esforço do CNE só terá um efeito realmente abrangente e verdadeiramente produtivo para a nação, se iniciar esse processo com o ensino de Valores Humanos em todas as escolas do país, pelas seguintes razões:

Direitos – são indicativos de TER.

Valores – indicam o SER.

Para que alguém possa TER com equilíbrio, de forma a não gerar transtornos de variadas naturezas, é indispensável primeiro aprender a SER.

Para que alguém possa vir a respeitar os direitos dos outros e a mobilizar-se colaborando para que sejam respeitados, é necessário antes construir-se sobre as bases do SER, e isto só se consegue mediante o aprendizado de Valores Humanos, aprendizado esse que representa o alicerce a dar sustentabilidade ao conhecimento e prática dos Direitos Humanos, lembrando ainda que quem aprende a respeitar o outro, já está praticando esses Direitos, mesmo sem tê-los aprendido pelas letras de uma lei.

Assim, para produzir efeitos reais, amplos e duradouros seria fundamental, numa primeira etapa, adotar-se o ensino de Valores Humanos nas escolas do país, ou seja, honradez, honestidade, ética, justiça, afetividade, responsabilidade, solidariedade, não violência, verdade, amor pela natureza, cuidados com o meio ambiente, respeito em todas as suas dimensões, etc., para só então acrescentar-se a disciplina Direitos Humanos.

Observe-se também que o ensino de Valores Humanos não dará maiores despesas à nação, e é de fácil implantação pelas escolas, posto que já existem excelentes conteúdos, inteiramente gratuitos, via Internet, para o ensino desses valores em sala de aula, conteúdos já testados, analisados e aprovados por inúmeras escolas e por várias secretarias de educação estaduais e municipais.

Pensemos na importância das crianças e dos jovens a receberem diuturnamente esses ensinamentos, aprendendo também a olhar o outro com um olhar de acolhimento, de paz, que são os fundamentos da não violência, e a admirar e amar a natureza e a vida, em todas as suas expressões.

Se o Conselho Nacional de Educação puder perceber a importância dessa sugestão, iniciando esse processo pelo ensino de Valores Humanos para depois, sobre esse alicerce, passar à disciplina Direitos Humanos, estará dando o passo inicial para mudanças estruturais em nossa sociedade, cuja mentalidade se encontra permeada por desonestidade, violência, injustiça, corrupção desenfreada, falta de ética, de respeito, pelo “dar-se bem”, etc., mantendo a nação mergulhada numa situação que, além de vergonhosa, gera muito sofrimento a milhões de pessoas. Será o início de mudanças lentas, mas estruturais, sistemáticas e progressivas porque começa pela reformulação da mentalidade das novas gerações.

Só mesmo mediante uma mudança radical na mentalidade vigente é possível pensar-se num futuro melhor e mais digno para nós e para nossos descendentes.

Se concorda com o exposto, junte-se a este movimento. Mais detalhes em www.cincominutos.org

Atenciosamente,

Saara Nousiainen

Coordenadora do Projeto Sócio-Educativo Cinco Minutos de Valores Humanos para a Escola, disponibilizado gratuitamente pela Internet desde 2008: www.cincominutos.org

Tel. 85 3249-681

caminhos2008@gmail.com