Carta 19

PENSO ser a vida um enigma indecifrável um complexo de mistérios que nos revela apenas o necessário para compreendermos que estamos vivos. – e isso não significa viver. Para viver é preciso pulsão. Então, os enigmas da vida nos desafiam e nos dão a pista de que o que nos faz viver está na possibilidade e na complexidade do encontro com o outro. É ai que os seres pulsam. Os mistérios nos impõem a condição da escolha e isso aciona a razão, que, na sua interioridade, tende para um lado enquanto a paixão, na sua exterioridade, tende para o outro. A opção entre estar vivo e viver torna-se um conflito um desassossego e nos faz pulsar, portanto, viver, mas ao mesmo tempo nos faz recuar e, portanto, morrer.

Setembro, de 2002

Westerley

Carta Filosófica Nº 19

Para viver é preciso pulsão.