Carta 31

Eis que surgimos neste mundo já enganados quanto a nossa permanência nele. Estúpidos , ingênuos pueris em nossa tenra ignorância, vamos adquirindo as primeiras impressões do mundo, exercitando nossos sentidos mais fundamentais até alcançarmos a percepção de nós mesmos como algo existente.

Crescemos em corpo e consciência, adquirimos a compreensão de tempo, a dimensão de espaço e lugar. Conhecemos o outro e a ele nos associamos, experimentamos os sentimentos mais profundos e ao experimenta-los, descobrimos que temos alma.

Que coisa é essa que me dar vida? Indagamos sobre a vida e inevitavelmente, pensamos na morte. É quando nos deparamos com a única realidade inexorável a qual não se pode refugar, nos deparamos com a inevitabilidade da vida! E dar-se a angústia infinda que será para toda nossa existência, nossa companheira indesejada nos fazendo oscilar entre a coragem e o medo.

E indagaremos para sempre; o que é a morte?

Muitos já teorizaram sobre ela e a resposta sempre esteve tão clara diante dos olhos de todos e tão poucos a definiram tão satisfatoriamente. Ao menos em uma coisa os religiosos, estudiosos, filósofos e tautologistas estão corretos. Para se definir a morte é preciso mesmo que se defina antes a vida. Há mesmo uma interdependência que as une como laços de uma rede que compõe um todo que é a própria existência e sua realidade.

Se é verdade que tudo o quanto há, tudo que é, há e é no tempo e nos espaço, então posso concluir que a vida que a tudo da existência, só se realiza no tempo e no espaço.

Entendo que a morte é a ausênca de vida, e se a vida só é possível no tempo e no espaço, logo; a morte é a ausência de tempo e espaço, o que não significa o nada. A morte não é o nada é a ausência do tempo e do espaço.

Westerley

Carta Filosófica Nº 31

O sábio e a morte.