Anarquismo

Ideologia

Ideologia e Política

Humanismo

Ética

Política e Ética

Democracia

Anarquismo

ANARQUISMO

Resumo

Página escrita por Rubem Queiroz Cobra.

Local original do texto

O anarquismo é um termo que descreve um conjunto de doutrinas e atitudes cuja principal característica que une é a crença de que o governo é prejudicial e desnecessário.

Eles negam leis feitas pelos homens, consideram a propriedade como uma forma de tirania, e acreditam que o crime é apenas o produto de uma sociedade baseada na propriedade e autoridade. Mas eles argumentam que a sua negação de constituições e governos não conduz à "não-justiça", mas à verdadeira justiça inerente ao livre desenvolvimento da sociabilidade do homem, pela sua inclinação natural, quando livre das leis, a viver de acordo com os princípios e práticas de ajuda mútua.

Pierre-Joseph Proudhon escritor político francês e pioneiro Socialista, em 1840 afirmou que, em sua opinião, as verdadeiras leis da sociedade não têm nada a ver com autoridade, mas decorrem da natureza da própria sociedade. Ele previu a eventual dissolução da autoridade e a emergência de uma ordem social natural.

O Anarquismo em todas as suas formas consiste em (1) uma crítica-fundamental da base da ordem de poder existente na sociedade, (2) uma visão de uma sociedade alternativa libertária, baseada na cooperação, em oposição à coerção, e (3) um método para a passagem de um sistema para outro.

Gerrard Winstanley, no seu panfleto de 1649, A Verdade levantando sua cabeça acima dos Escândalos, lançou o que mais tarde tornou-se princípios básicos, entre os anarquistas: que o poder corrompe, que a propriedade é incompatível com a liberdade; que a autoridade e a propriedade são geradores do crime, e que só em uma sociedade sem governantes, onde o trabalho e os seus produtos são compartilhados, os homens podem ser livres e felizes, agindo não de acordo com as leis impostas de acima, mas de acordo com suas consciências.

Winstanley foi não só o pioneiro da teoria anarquista, mas também um proeminente militante anarquista. Ele sustentava que apenas pela sua próprias ações as pessoas podem pôr fim à injustiça social e, em 1649, convidava o povo "a cultivar e trabalhar sobre as terras comuns ".Ele liderou um bando de seguidores a ocupar uma encosta no sul da Inglaterra, onde fizeram o cultivo, com um comunismo livre entre si, e ofereceu resistência passiva aos proprietários hostis. Winstanley próprio desapareceu na obscuridade, tais que o local ea data da sua morte são desconhecidas.

Winstanley foi seguido pelo ex-pastor dissidente William Godwin, que em 1793 publicou a sua Justiça Política. Nele apresenta o clássico argumento anarquista de que a autoridade é contra a natureza. Godwin desfrutou grande celebridade em 1790 e influenciou escritores variados como William Wordsworth, William Hazlitt, e Robert Owen, mas estava já quase esquecido por ocasião da sua morte, em 1836.

Pierre-Joseph Prodon no ano revolucionário de 1848 tornou-se um polemista e jornalista radical com dois livros: Que é a propriedade? e Económica Contradições. Em Paris durante a década de 1840, Proudhon associado com Karl Marx eo russo Mikhail Bakunin, e de suas experiências da Revolução de 1848, ele desenvolveu as teorias contidas em em obras posteriores, como Du principe fédératif (O princípio federativo) e De la capacité politique des classes ouvrières (A capacidade política das classes trabalhadoras). Ele previa uma sociedade formada de camponeses independentes e artesãos, com fábricas administradas por associações de trabalhadores, todos amparados por um sistema de crédito mútuo fundado em bancos do povo, em lugar do estado centralizado inimigo de todos.

Em 1864, pouco antes da morte de Proudhon, um grupo de seus seguidores que se denominavam Mutualistas juntou-se com sindicalistas e anarquistas britânicos e Socialistas europeus exilados em Londres (entre eles Karl Marx) para fundar a Associação Internacional dos Trabalhadores (Primeira Internacional). Os Mutualistas tornaram-se a primeira oposição dentro do Internacional a Karl Marx e seus seguidores, que defendiam a ação política e a apreensão do estado, a fim de criar uma ditadura do proletariado.

No entanto, a oposição mais forte a Marx não veio dos Mutualistas, mas de Mikhail Bakunin, um nobre russo que virou revolucionário e entrou na Internacional em 1868 após uma longa carreira como um conspirador político.

Proudhon permitido eram impraticáveis e in- lugar sugerido que os meios de produção devem ser propriedade coletiva, embora ele ainda declarou que cada trabalhador deve ser remunerado apenas de acordo com a quantidade de trabalho que ele efetivamente realizar.

Proudhon acreditava que era possível criar na sociedade atual como o mutualista- sionais que poderia substituí-lo, ele, portanto, contra a vio- emprestou a ação revolucionária. Bakunin, declarando que "a paixão pela destruição também é um impulso criativo ", recusou-se a aceitar a abordagem fragmentada, uma revolução violenta, varrendo todas as instituições existentes, era na sua opinião o prelúdio necessário para a construção de uma sociedade livre e pacífica.

Bakunin morreu em 1876.

No início do século XX o Anarquismo teve seu apogeu, por sua união com o Sindicalismo. Esta associação resultou no mais completo sucesso, principalmente na Espanha, onde o movimento anarquista chegou a ser o mais numeroso e o mais poderoso do mundo.

Rubem Queiroz Cobra

R.Q.Cobra

Doutor em Geologia

e bacharel em Filosofia.

23-02-2011

Direitos reservados.

Para citar este texto: Cobra, Rubem Q. - Anarquismo. Site www.cobra.pages.nom.br, INTERNET, Brasília, 2011.

Leia texto anarquista sobre "A ilusão do sufrágio universal" de Michael Bakunin

Anarquismo

A principal idéia que rege o anarquismo é de que o governo formal é totalmente desnecessário, violento e nocivo, tendo em vista que toda a população pode, voluntariamente, se organizar e sobreviver em paz e harmonia (anarquismo político).

A proposta dos anarquistas é contraditória ao sistema capitalista, mas não deve ser confundida com o individualismo, pois está fundamentada na cooperação e aceitação da realidade por parte da comunidade. De acordo com os maiores pensadores anarquistas, o homem é um ser que por natureza é capaz de viver em paz com seus semelhantes, mas órgãos governamentais acabam inibindo esta tendência humana de cooperar com o resto da sociedade. A organização na sociedade anarquista não é descontrolada, ela depende da autodisciplina e cooperação voluntária, está baseada no instinto natural do homem; não é uma decisão hierárquica como acontece nas sociedades convencionais.

De acordo com Bakunin, é impossível criar uma sociedade livre, sem antes acabar com alguns conceitos da sociedade convencional, como a igreja, classes sociais, governos; e a partir da dissolução desses elementos, se teria liberdade para viver como indivíduos livres. "A liberdade é o direito absoluto de todo homem ou mulher maiores de só procurar na própria consciência e na própria razão as sanções para seus atos, de determiná-los apenas por sua própria vontade e de, em consequência , serem responsáveis primeiramente perante si mesmos, depois, perante a sociedade da qual fazem parte, com a condição de que consintam livremente dela fazerem parte".

Bakunin escreveu vários textos com teorias anarquistas, entre essas, está a ideia de se dissolver o estado e transformar as cidades e os países em federações, em pequenos núcleos, cada um tendo seus regulamentos, mas todos sendo livres para se unirem com outras federações, desde que adequem seus estatutos em comum acordo para que progressivamente as federações se unam até formar uma federação mundial.

Correntes de pensamento no anarquismo

Existe duas vertentes do pensamento anarquista; , uma é o anarquismo radical, que usa da violência para mostrar sua indignação perante o sistema e para reivindicar seus direitos; A outra é o anarquismo político, que usa debates, encontros e o diálogo como meio de se chegar a uma solução melhor, pensa alternativas de sociedade e desenvolve-se no campo intelectual.

O anarquismo no mundo

O anarquismo se iniciou na metade do século XIX, na França, através de Proudhon, e se expandiu para a Rússia, Itália e Espanha na Europa, até chegar aqui no Brasil no final do século XIX, através de imigrantes espanhóis, italianos, portugueses, franceses,belgas.

No Brasil

De acordo com Edgar Rodrigues, as primeiras experiências anarquistas foram antes mesmo da chegada dos imigrantes: nos quilombos. Lá, tudo era de todos: terras, produção agrícola e artesanal- cada um retirava o necessário. Depois por volta de 1890, o sul do Brasil teve uma fracassada experiência anarquista, financiada pelo imperador. No fim do século XIX, as aspirações anarquistas no Brasil ganharam vigor. A greve de 1917 foi comandada em sua maioria por anarquistas, a infinidade de jornais libertários da época inclusive atestaram a força e organização dos anarquistas do Brasil.

A primeira iniciativa dos anarquistas brasileiros foi tentar expandir o seu trabalho através do voluntariado. Os primeiros jornais anarquistas e anarco-sindicalistas tentaram se sustentar apenas de contribuições, porém os militantes eram poucos e não possuíam muitos recursos econômicos. Assim, pouco foram os jornais anarquistas que publicaram mais de cinco números; todos pediam exaustivamente contribuições em seus editoriais. 'A terra livre' - o jornal melhor sucedido antes da primeira guerra mundial, só editou setenta e cinco números em cinco anos. O tempo passava e os anarquistas procuravam um suporte financeiro mais eficaz, passaram a vender assinaturas, usaram de recursos outrora considerados corruptos, como rifas e festas. Estas últimas eram frequentes, e seu êxito dependia muito mais das atrações sociais do que de sua dedicação ideológica.

As teorias e táticas do anarco-sindicalismo infiltraram-se no Brasil através de livros de teóricos sindicalistas residentes na França. Como em todos países onde penetram essas teorias, difundiram-se no Brasil através da imprensa, de panfletos, e das decisões dos congressos operários dominados por anarco-sindicalistas.

"A ação direta era a bandeira do sindicalismo revolucionário". Cada ação direta - greves, boicotes, sabotagens, etc, era considerada um meio dos trabalhadores aprenderem a agir de uma maneira solidária na sua luta por melhores condições de trabalho, contra o seu inimigo comum, os capitalistas. Cada uma dessas ações diretas é uma batalha na qual o proletário conhece as necessidades da revolução por meio de sua própria experiência. Cada uma delas prepara o trabalhador para a ação final: a greve geral que" destruirá o sistema capitalista".

Nestas ações, considera-se a violência como algo aceitável, sendo justamente este o fato que distinguia o anarco-sindicalismo das outras formas de sindicalismo brasileiro. A sabotagem, era considerada especialmente eficaz para o proletariado, se não pudessem entrar em greve, estes, poderiam agredir seus exploradores de outra forma, empregando a filosofia de que para um mau pagamento há um mau trabalho. A destruição de equipamentos tocaria no ponto fraco do sistema, pois as máquinas são mais difíceis de se substituir do que os trabalhadores.(anarquismo radical).

Grupo anarquista de Natal

Em Natal existia o Grupo Afim (o nome tem haver com o conceito de afinidade de idéias , pois não existe um pré-requisito formulado para se fazer parte do grupo). Era formado em sua maioria por universitários, e era um grupo libertário (sem tendências específicas).

O grupo Afim promovia mesas redondas relacionadas ao anarquismo, levando temas como Tecnologias alternativas ou Cultura libertária x Cultura hegemônica. Lançou um livro cujo título é: Terra Livre, Compilação comemorativa do III encontro de cultura libertária de Natal. Esse livro reúne textos e panfletos anarquistas que circularam aqui.

Existe uma carência de informações relacionada ao anarquismo e sua atuação aqui em Natal, devido a nunca ter sido feito um levantamento mais preciso, visando o lado histórico; mas nos anos 80 já existia o movimento anarco-punk, e é o mais ativo até hoje.

Local original do texto

http://www.contrac.hpg.ig.com.br/a_anarquismo.htm

[LINK QUEBRADO - SERÁ SUBSTITUIDO]

UMA PROPOSTA PARA ACABAR COM O TRÁFICO DE DROGAS - Site externo

A mesma proposta acima, também aqui na CÂMARA DOS DEPUTADOS, website e-democracia: http://edemocracia.camara.gov.br/web/politica-sobre-drogas/forum/-/message_boards/message/262229