Lucano

Lucanus (39-65 dC), poeta épico

Poeta épico latino nascido em Córdoba, Espanha, cujo gênero foi muito admirado na Idade Média, tendo influenciado, posteriormente, diversos autores do classicismo francês. Sobrinho do filósofo estóico e um dos mais importantes representantes da Stoá romana, Lucius Annaeus Sêneca (4 a.C. -65 d.C.), foi educado em Roma e Atenas e, ainda muito jovem, tornou-se um de seus favoritos do imperador Nero Claudius Cæsar Augustus Germanicus (37-68). Porém, movido pela inveja de seu sucesso e pelas intrigas palacianas, essa admiração transformou-se em perseguição, proibindo inclusive seus recitais de poesia e a divulgação de seus livros. Essa perseguição sistemática levou o notável poeta a se ligar a oposição republicana e escrever violentos epigramas contra o imperador. Preso como um dos principais articuladores da conspiração de Caio Piso, cujo objetivo era assassinar o imperador, o poeta foi obrigado a suicidar-se e cortou os pulsos, enquanto recitava seu poema sobre a morte de um soldado ferido. Poeta sério, lacônico, sentencioso e de sintaxe difícil, porém coerente com sua maneira de pensar e com seus ideais filosóficos e políticos, sua única obra que se conservou pelos tempos foi a epopéia Bellum civile, um poema conhecido como Farsália, alusiva à batalha (48 a.C.) travada na guerra civil de Roma em que Caio Júlio César (100-44 a.C.) derrotou Cneu Pompeu (106-48 a. C. ), finalizando esta histórica disputa.

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Marco Aneu Lucano nasceu em Cordoba, e era sobrinho do jovem Sêneca. Foi educado, portanto, no ambiente da aristocracia estóica de Roma. Juntamente com Pérsio, foi aluno de Cornuto. Logo assegurou para si o favor de Nero, e foi nomeado questor, ainda muito jovem. Mais ou menos nessa época (62-63), os primeiros três livros de Guerra Civil foram publicados, e suas relações com Nero começaram a se deteriorar. Deve ser enfatizado que as diferenças entre eles eram pessoais, não poéticas. Tácito (Anais, XV, 49), fala em ódios flamejantes e em causas particulares; rivalidades literárias e trocas de indelicadezas também entravam em jogo. Lucano participou da conspiração de C. Calpúrbio Pisão - não para restabelecer a República, mas para reformar o Império - e foi obrigado a se suicidar. Traindo familiares, os confederados e declamando seus próprios versos, ele cometeu suicídio. De sua produção espantosa (morreu aos 25 anos), restaram apenas fragmentos, juntamente com dez livros (o poema está visivelmente inacabado e provavelmente abrangeria até o ano 44 aC) da Guerra Civil.

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Duas antigas biografias de Lucano, feitas por Vacca e Suetônio, juntamente com referências nos Anais de Tácito e numa das Silvas de Estácio, permitem uma modesta reconstrução de sua vida. Lucano era neto de Sêneca, o Velho, e cresceu sob a tutelagem de seu tio, Sêneca, o Moço. De família rica, pôde estudar retórica em Atenas, e provavelmente foi educado filosoficamente na corrente estóica por seu tio.

Encontrou o sucesso durante o reinado de Nero, tornando-se um dos amigos mais próximos do imperador, e recebeu dele uma questura antes mesmo de atingir a idade exigida para o cargo. Em 60 D.C. venceu um prêmio ao improvisar os poemas Orpheus ("Orfeu") e Laudes Neronis ("Louvores a Nero") na Nerônia, série de jogos quinquenais realizados em homenagem ao imperador, e foi novamente recompensado por ele ao ser nomeado áugure. Durante esta época circularam os primeiros três livros de seu poema épico, Pharsalia ("Farsália", identificada como De Bello civili nos seus manuscritos), que contavam a história da guerra civil entre Júlio César e Pompeu.

Em determinada altura, por motivo até agora incerto, surgiu uma rixa entre Nero e Lucano. Dois relatos muito diferentes do que teria ocorrido parecem trivializar esta briga; de acordo com o historiador Tácito, Nero teria ficado com inveja do sucesso de Lucano, e o proibido de publicar seus poemas.1 Já de acordo com Suetônio, Nero teria perdido interesse por Lucano, ao que este respondeu escrevendo poemas insultosos sobre o imperador, que também foram ignorados por Nero.2

Outras obras, porém, apontam para um contexto mais sério nesta rixa. Tanto o gramático Vacca quanto o poeta Estácio favorecem a alegação de que Lucano teria escrito os tais poemas insultosos; Vacca menciona que uma destas obras teria recebido o nome de De Incendio Urbis ("Sobre o incêndio da Cidade").3 Já a ode a Lucano, de Estácio, menciona que Lucano teria descrito as "inenarráveis labaredas do criminoso tirano vagavam pelas alturas de Remo."4 Além disso, os últimos livros da Pharsalia, mais especificamente o Livro IX, são anti-imperiais, e pró-republicanas; este tipo de crítica poderia ter causado a sua censura.

Lucano participou da conspiração de Caio Calpúrnio Pisão, em 65, contra Nero. Ao ter sua traição descoberta, foi obrigado a cometer suicídio, abrindo suas veias - não sem antes incriminar sua mãe, entre outras pessoas, na esperança de obter perdão. Ainda jovem, com 25 de idade, enquanto sangrou até a morte Lucano teria, segundo Tácito, lembrado-se de versos que havia composto, nos quais contava a história de um soldado ferido, morrendo da mesma maneira, e recitou-os como suas últimas palavras.5 6

Seu pai foi pego na proscrição que se seguiu, porém sua mãe conseguiu escapar. O poema de Estácio sobre Lucano foi endereçado à sua viúva, Polla Argentaria, por ocasião do aniversário de Lucano, durante o reinado de Domiciano.7

Notas 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 vide Wikipédia

POETA ROMANO AUTOR DA FARSÁLIA NUMA GUERRA SEM A INTERVENÇÃO DOS DEUSES

O Politeísmo Militar Ocidental vence a Teocracia Sacerdotal do Oriente

Na Grécia a arte coordenou a política militar num período histórico crítico. Nessa época foi eliminado o total poder político e mental da casta hereditária dos sacerdotes das teocracias. O que foi feito pela primeira vez no mundo. Para sempre.

Foi uma guerra entre o politeísmo militar e o politeísmo sacerdotal do oriente.

A arte gera emoções, cria visões de progresso, visões do futuro. A arte tem, desse modo, o poder de antever o progresso, de criar novos ideais. É um poder profético natural, criado por humanos.

Na quarta semana do mês de Homero estão os poetas de

Roma, tanto os épicos como os líricos. Ela compreende

um período de seis séculos e meio pelo menos,

sua influência continuando através da idade média. É como a

visão profética de uma era de paz que inspira os poemas de

Virgílio até que seria formulada de novo por Dante.

A semana termina no domingo tendo como chefe Virgílio.

Ver em 0129-01 Quadro do Mês de Homero, a

Poesia Antiga,com os grandes tipos representantes do mês.

ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS

Maiores figuras humanas na antiguidade, preparando a civilização do futuro.

LUCANO era neto de Sêneca, tendo nascido em Córdoba, na Espanha. Ele foi apresentado ao Imperador Nero que já havia ouvido falar dele como um jovem declamador famoso.

A vida de Lucano foi moldada por duas forças, o luxo da corte imperial e a sinceridade estóica de própria formação. A desilusão chegou quando Nero retirou sua amizade e proteção por estar com ciúmes de seu prestígio como orador.

Foi então que Lucano escreveu o poema Bellum Civile conhecido como Farsália, em dez livros. É uma poesia épica da guerra civil entre os generais romanos Caio Júlio César e Pompeu o Grande. No poema ele combinou ataques violentos contra Nero e contra o Império Romano com os elogios aos combatentes, usuais nessa época.

Lucano participou em seguida na conspiração de Pison (Gaius Calpurnius), para assassinar Nero. Quando a conspiração foi descoberta, ele foi obrigado a se suicidar abrindo suas próprias veias. O seu grande poema é uma epopéia histórica em hexâmetros que descrevem o fim do regime da república romana. Hexâmetros são versos com seis pés. Cada palavra de uma sílaba tônica combinada com uma sílaba átona se chama de em versificação.

Na poesia de Lucano as condições exteriores parecem apagadas pelas circunstâncias pessoais. No entanto, a reação de seu pensamento sobre o meio exterior não podia destruir os efeitos profundos da unidade do poder do Imperador e de uma corte imperial mergulhada no luxo e no orgulho nacional.

O seu modelo foi Virgílio quanto à forma do verso, mas a poesia de Lucano está enriquecida pelo estudo do tema e ainda mais pela prosa que vem da arte oratória.

A epopéia de um herói vencido como Pompeu e de uma causa perdida é um corretivo salutar ao orgulho e à ingratidão de uma época de poder político absoluto, unitário. Mas quando Lucano rememora a glória de Pompeu e da República aristocrática de Roma, sua apreciação perde o seu valor porque não existe aí a percepção do progresso da sociedade representado pelo regime imperial.

Para Lucano o Império era uma deformação da história e o futuro, com suas promessas de uma vida nova entrevista por Virgílio um século antes, só oferecia um futuro tenebroso e sem esperança. Seu pessimismo social tinha como ponto de apoio a lógica do ceticismo corrente que ele pregava com uma veemência que não se vê na poesia de Lucrécio e nem em todos os outros poetas da antiguidade.

No entanto, sua imaginação estava tão viva e tão penetrante que ela dá o sentimento da realidade. Durante o tempo em que sua vida se esvaía no sangue de suas veias abertas, ele declamava aos amigos que o rodeavam, a passagem de seu poema descrevendo a morte de um soldado ferido. Ele escreveu sua poesia com o mesmo pensamento, tomando como tema um grande caráter e um evento explosivo, encontrando os efeitos sofridos num quadro corajoso e colorido.

A influência de Lucano sobre a produção literária posterior consiste principalmente na sua brilhante frase e no seu notável estilo. A produção poética de Lucano influenciou fortemente a Pierre Corneille e a outros escritores dos anos 1600 em diante na Europa.

O seu poema Farsália tem sua leitura recomendada até os nossos dias.

A necessidade da proteção dos pobres e dos fracos pelos poderosos na política moderna fica em comparação com o pensamento político da antiguidade, que Lucano denuncia na Farsália no livro 5, verso 343:

Humanum paucis vivit genus

“O gênero humano vive para um pequeno número de homens”.

O desafio de evitar a miséria e a doença dos mais fracos é obrigatório no programa da política científica moderna na nova civilização industrial e pacífica preparada pela Idade Média. A civilização industrial só pode existir com a paz e com a liberdade.

LUCANO colocou na voz de Júlio César o lema que tem imenso valor tanto para o trabalho teórico como para o trabalho prático, no seu poema Farsália, livro 2, verso 658:

Nil actum reputans si quid superesset agendum

Reputar que nada foi feito se algo resta a fazer.

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