Sri Aurobindo

Por Ana Lucia Santana

O educador, filósofo oriental e ativista político Aravind Ackroyd Ghose, celebrizado como Sri Aurobindo, nasceu em Calcutá, na Índia, no dia 15 de agosto de 1872. Ele se tornaria conhecido como um dos principais guias espirituais do Planeta. Seus estudos foram, em grande parte, realizados no reino britânico; somente aos 21 anos ele voltou a sua terra natal.

De volta à Índia ele logo se engajou na militância política, assumindo, em 1907, a liderança do Partido Nacionalista. Nesta época ele também publicou alguns poemas, deu início aos seus estudos de sânscrito e bengali, e passou a praticar yoga. Suas atividades como militante o levaram à prisão entre 1908 e 1909, sob ordens do Estado inglês. Neste momento ele atravessou significantes vivências espirituais, as quais marcariam sua trajetória posterior e o afastariam temporariamente da política.

A partir de então Sri se devota integralmente à experiência mística; seu maior legado foi o trabalho denominado O Ioga de Sri Aurobindo. Logo após sua libertação da prisão ele foi oficialmente introduzido no universo iogue através do Yogi Vishnu Baskar Lele, especializando-se nos princípios da meditação.

Sua revelação espiritual o levou a ver o universo como um filme que se desenrola na tela de um cinema, o que lhe propiciou uma sustentação e uma serenidade impressionantes. Ele se considerou pronto, neste instante, para desenvolver a Purna Yoga ou a Yoga Integral. Completamente transformado, ele deu sequência a suas tarefas anteriores, agora sob um novo ponto de vista. O movimento por ele criado visa modificar o Homem para que ele possa alcançar a transcendência espiritual no seu dia-a-dia.

O estudioso de sua obra, o filósofo Sisir Kumar Maitra, afirma que Aurobindo percebia no indivíduo a presença de cinco níveis de consciência, os quais transcendem o estágio mental ou a esfera intelectual; cada uma destas etapas pode originar outras tantas intuições, correspondentes ao patamar consciencial de onde irradiam. Este é um conceito que difere muito da concepção ocidental.

Para Aurobindo a nossa essência psíquica é o máximo símbolo da presença da Centelha Divina no interior de cada ser, a instância que emite luz incessantemente na direção da camada mais externa da consciência humana, constituindo igualmente uma sede das vivências intuitivas. É fácil compreender que este filósofo privilegia mais a intuição do que a própria razão, pois ela apresenta melhores condições de abrangência da realidade que a esfera racional.

Sri é um pensador privilegiado, pois detém o conhecimento tanto da filosofia oriental, particularmente a hindu, quanto da ocidental; talvez por isso tenha se especializado em promover uma ponte entre Oriente e Ocidente. Com sua discípula e sucessora Mirra Alfassa, carinhosamente chamada de ‘A Mãe’, ele articulou suas reflexões e a concepção pessoal da Yoga, sempre antenado com o mundo moderno.

Desta forma ele desenvolveu uma filosofia integral, estruturada sobre a crença de que a poderosa consciência divina deve ser transportada ao universo psíquico, ao organismo e à existência cotidiana. Todos os seus ensinamentos convergem nessa direção, no intuito de contribuir para a eclosão da consciência humana, a qual permitirá que o ser humano possa se converter em co-criador do aprimoramento espiritual.

Fontes:

http://www.yoga-integral.org/aurobindo.htm

http://www.pensamento-cultrix.com.br/ensinamentosdesriaurobindoos,product,978-85-315-1635-1,61.aspx

http://en.wikipedia.org/wiki/Sisir_Kumar_Maitra

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