Maquiavel

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Artigo sobre A política e "O Príncipe" escrito por Heidi Strecker

Especial para Página 3 Pedagogia & Comunicação

Leia o livro "O príncipe" em versão para WEB

(Livro retirado de http://www.culturabrasil.pro.br/oprincipe.htm)

LEIA MAIS, SOBRE MAQUIAVEL

Cinco séculos nos separam da época em que viveu Maquiavel. Muitos leram e comentaram sua obra, mas um número consideravelmente maior de pessoas evoca seu nome ou pelo menos os termos que aí tem sua origem. "Maquiavélico e maquiavelismo" são adjetivo e substantivo que estão tanto no discurso erudito, no debate político, quanto na fala do dia-a-dia. Seu uso extrapola o mundo da política e habita sem nenhuma cerimônia o universo das relações privadas. Em qualquer de suas acepções , porém , o maquiavelismo está associado a idéia de perfídia , a um procedimento astucioso, velhaco, traiçoeiro. Estas expressões pejorativas sobreviveram de certa forma incólumes no tempo e no espaço, apenas alastrando-se da luta política para as desavenças do cotidiano."

Assim , hoje em dia , na maioria das vezes, Maquiavel é mal interpretado. Maquiavel, ao escrever sua principal obra, O PRÍNCIPE, criou um "manual da política", que pode ser interpretado de muitas maneiras diferentes. Talvez por isso sua frase mais famosa: -"Os fins justificam os meios"- seja tão mal interpretada. Mas para entender Maquiavel em seu real contexto, é necessário conhecer o período histórico em que viveu. É exatamente isso que vamos fazer.

Painel histórico :

Maquiavel viveu durante a Renascença Italiana , o que explica boa parte das suas idéias.

Na Itália do Renascimento reina grande confusão. A tirania impera em pequenos principados, governados despoticamente por casas reinantes sem tradição dinástica ou de direitos contestáveis. A ilegitimidade do poder gera situações de crise instabilidade permanente, onde somente o cálculo político, a astúcia e a ação rápida e fulminante contra os adversários são capazes de manter o príncipe. Esmagar ou reduzir à impotência a oposição interna, atemorizar os súditos para evitar a subversão e realizar alianças com outros principados constituem o eixo da administração. Como o poder se funda exclusivamente em atos de força, é previsível e natural que pela força seja deslocado, deste para aquele senhor. Nem a religião nem a tradição, nem a vontade popular legitimaram e ele tem de contar exclusivamente com sua energia criadora. A ausência de um Estado central e a extrema multipolarização do poder criam um vazio, que as mais fortes individualidades têm capacidade para ocupar.

Até 1494, graças aos esforços de Lourenço, o Magnífico, a península experimentou uma certa tranqüilidade.

Entretanto, desse ano em diante, as coisas mudaram muito. A desordem e a instabilidade ficaram incontroláveis. Para piorar a situação, que já estava grave devido aos conflitos internos entre os principados, somaram-se as constantes e desestruturadoras invasões dos países próximos como a França e a Espanha. E foi nesse cenário conturbado, onde nenhum governante conseguia se manter no poder por um período superior a dois meses, que Maquiavel passou a sua infância e adolescência.

Bio-bibliografia:

Maquiavel nasceu em Florença em 3 de maio de 1469, numa Itália "esplendorosa mas infeliz", segundo o historiador Garin. Sua família não era aristocrática nem rica. Seu pai , advogado como um típico renascentista, era um estudioso das humanidades, tendo se empenhado em transmitir uma aprimorada educação clássica para seu filho. Maquiavel com 12 anos, já escrevia no melhor estilo e, em latim.

Mas apesar do brilhantismo precoce, só em 1498, com 29 anos Maquiavel exerce seu primeiro cargo na vida pública. Foi nesse ano que Nicolau passou a ocupar a segunda chancelaria. Isso se deu após a deposição de Savonarola, acompanhado de todos os detentores de cargos importantes da república florentina. Nessa atividade, cumpriu uma série de missões, tanto fora da Itália como internamente, destacando-se sua diligência em instituir uma milícia nacional.

Com a queda de soverine, em 1512, a dinastia Médici volta ao poder, desesperando Maquiavel, que é envolvido em uma conspiração, torturado e deportado. É permitido que se mude para São Cassiano, cidade pequena próxima de Florença, onde escreve sobre a Primeira década de Tito Lívio , mas interrompe esse trabalho para escrever sua obra prima: O Príncipe , segundo alguns , destinado a que se reabilitasse com os aristocratas, já que a obra era nada mais que um manual da política.

Maquiavel viveu uma vida tranquila em S. Cassiano. Pela manhã, ocupava-se com a administração da pequena propriedade onde está confinado. À tarde, jogava cartas numa hospedaria com pessoas simples do povoado. E à noite vestia roupas de cerimônia para conviver, através da leitura com pessoas ilustres do passado, fato que levou algumas pessoas a considerá-lo louco.

A obra de Maquiavel é toda fundamentada em sua própria experiência, seja ela com os livros dos grandes escritores que o antecederam, ou sejam os anos como segundo chanceler, ou até mesmo a sua capacidade de olhar de fora e analisar o complicado governo do qual terminou fazendo parte.

Enfim, em 1527, com a queda dos Médici e a restauração da república, Maquiavel que achava estarem findos os seus problemas, viu-se identificado por jovens republicanos como alguém que tinha ligações com os tiranos depostos. Então viu-se vencido. Esgotaram-se suas forças. Foi a gota d’água que estava faltando. A república considerou-o seu inimigo. Desgostoso, adoece e morre em junho.

Mas nem depois de morto, Maquiavel terá descanso. Foi posto no Index pelo concílio de Trento, o que levou-o, desde então a ser objeto de excreção dos moralistas.

Separando a ética da política

Maquiavel faleceu sem ter visto realizados os ideais pelos quais se lutou durante toda a vida. A carreira pessoal nos negócios públicos tinha sido cortada pelo meio com o retorno dos Médici e, quando estes deixaram o poder, os cidadãos esqueceram-se dele, "um homem que a fortuna tinha feito capaz de discorrer apenas sobre assuntos de Estado". Também não chegou a ver a Itália forte e unificada.

Deixou porém um valioso legado: o conjunto de idéias elaborado em cinco ou seis anos de meditação forçada pelo exílio. Talvez nem ele mesmo soubesse avaliar a importância desses pensamentos dentro do panorama mais amplo da história, pois " especulou sempre sobre os problemas mais imediatos que se apresentavam". Apesar disso, revolucionou a história das teorias políticas, constituindo-se um marco que modificou o fato das teorias do Estado e da sociedade não ultrapassarem os limites da especulação filosófica.

O universo mental de Nicolau Maquiavel é completamente diverso. Em São Casciano, tem plena consciência de sua originalidade e trilha um novo caminho. Deliberadamente distancia-se dos " tratados sistemáticos da escolástica medieval" e, à semelhança dos renascentistas preocupados em fundar uma nova ciência física, rompe com o pensamento anterior, através da defesa do método da investigação empírica.

"Princípios maquiavélicos"

Maquiavel nunca chegou a escrever a sua frase mais famosa: "os fins justificam os meios". Mas com certeza ela é o melhor resumo para sua maneira de pensar. Seria praticamente impossível analisar num só trabalho , todo o pensamento de Nicolau Maquiavel , portanto, vamos analisá-lo baseados nessa máxima tão conhecida e tão diferentemente interpretada.

Ao escrever O Príncipe, Maquiavel expressa nitidamente os seus sentimentos de desejo de ver uma Itália poderosa e unificada. Expressa também a necessidade ( não só dele mas de todo o povo Italiano ) de um monarca com pulso firme, determinado, que fosse um legítimo rei e que defendesse seu povo sem escrúpulos e nem medir esforços.

Em O Príncipe, Maquiavel faz uma referência elogiosa a César Bórgia, que após ter encontrado na recém conquistada Romanha , um lugar assolado por pilhagens , furtos e maldades de todo tipo, confia o poder a Dom Ramiro d'Orco. Este, por meio de uma tirania impiedosa e inflexível põe fim à anarquia e se faz detestado por toda parte. Para recuperar sua popularidade, só restava a Bórgia suprimir seu ministro. E um dia em plena praça , no meio de Cesena, mandou que o partissem ao meio. O povo por sua vez ficou , ao mesmo tempo, satisfeito e chocado.

Para Maquiavel , um príncipe não deve medir esforços nem hesitar, mesmo que diante da crueldade ou da trapaça, se o que estiver em jogo for a integridade nacional e o bem do seu povo.

" sou de parecer de que é melhor ser ousado do que prudente, pois a fortuna (oportunidade) é mulher e, para conservá-la submissa, é necessário (...) contrariá-la. Vê-se que prefere, não raramente, deixar-se vender pelos ousados do que pelos que agem friamente. Por isso é sempre amiga dos jovens, visto terem eles menos respeito e mais ferocidade e subjugarem-na com mais audácia".

Para Maquiavel, como renascentista que era, quase tudo que veio antes estava errado. Esse tudo deve incluir os pensamentos e as ideias de Aristóteles. Ao contrário deste, Maquiavel não acredita que a prudência seja o melhor caminho. Para ele, a coerência está contida na arte de governar. Maquiavel procura a prática. A execução fria das observações meticulosamente analisadas, feitas sobre o Estado, a sociedade. Maquiavel segue o espírito renascentista, inovador. Ele quer superar o medieval. Quer separar os interesses do Estado dos dogmas e interesses da igreja.

Maquiavel não era o vilão que as pessoas pensam. Ele não era nem malvado. O termo maquiavélico tem sido constantemente mal interpretado.

"Os fins justificam os meios" .Maquiavel , ao dizer essa frase, provavelmente não fazia ideia de quanta polêmica ela causaria. Ao dizer isso, Maquiavel não quis dizer que qualquer atitude é justificada dependendo do seu objetivo. Seria totalmente absurdo. O que Maquiavel quis dizer foi que os fins determinam os meios. É de acordo com o seu objetivo que você vai traçar os seus planos de como atingi-los.

A contribuição de Nicolau Maquiavel para o mundo é imensa. Ensinou, através da sua obra , a vários políticos e governantes. Aliás, a obra de Maquiavel entrou para sempre não só na história, como na nossa vida cotidiana atual, já que é aplicável a todos os tempos.

É possível perceber que "Maquiavel, fingindo ensinar aos governantes, ensinou também ao povo". E é por isso que até hoje, e provavelmente para sempre, ele será reconhecido como um dos maiores pensadores da história do mundo.

Algumas máximas maquiavélicas:

"Os fins justificam os meios" - (atribuída a Maquiavel mas ele não disse isso!)

"Não se pode chamar de "valor" assassinar seus cidadãos, trair seus amigos, faltar a palavra dada, ser desapiedado, não ter religião. Essas atitudes podem levar à conquista de um império, mas não à glória"

"Homens ofendem por medo ou por ódio"

"Assegurar-se contra os inimigos, ganhar amigos, vencer por força ou por fraude, faze-se amar a e temer pelo povo, ser seguido e respeitado pelos soldados, destruir os que podem ou devem causar dano, inovar com propostas novas as instituições antigas, ser severo e agradável, magnânimo e liberal, destruir a milícia infiel e criar uma nova, manter as amizades de reis e príncipes, de modo que lhe devam beneficiar com cortesia ou combater com respeito, não encontrará exemplos mais atuais do que as ações do duque."

"Um príncipe sábio deve observar modos similares e nunca, em tempo de paz, ficar ocioso""

"...Pois o homem que queira professar o bem por toda parte é natural que se arruíne entre tantos que não são bons."

"... vindo a necessidade com os tempos adversos, não se tem tempo para fazer o mal, e o bem que se faz não traz benefícios, pois julga-se feito à força, e não traz reconhecimento."

"Tendo o príncipe necessidade de saber usar bem a natureza do animal, deve escolher a raposa e o leão, pois o leão não sabe se defender das armadilhas e a raposa não sabe se defender da força bruta dos lobos. Portanto é preciso ser raposa, para conhecer as armadilhas e leão, para aterrorizar os lobos."

"Pelo que se nota que os homens ou são aliciados ou aniquilados"

Local original do artigo

LIVRO "O Príncipe" de maquiavel, disponível para Download AQUI - Livro "O Príncipe" em versão para web AQUI

Maquiavel e a filosofia política

Enciclopédia Delta Universal

Na renascentista Florença, importante centro financeiro e artístico da Europa, nasceu Niccolò Machiavelli em 3 de maio de 1469. Sua infância foi austera em função dos tempos difíceis enfrentados por sua família. A educação de Maquiavel acabou sendo conduzida por letrados em dificuldades financeiras que eram contratados como tutores. Maquiavel também foi um autodidata. Ele lia avidamente os clássicos que ocupavam a biblioteca de seu pai, um dos poucos legados dos tempos bons da família.

Maquiavel cresceu numa época em que Florença emergia como um dos principais centros intelectuais e de negócios europeus. Após uma infância isolada e durante uma juventude solitária, Maquiavel começou a ser notado por conta de suas críticas e ironias especialmente sobre o clero nas reuniões de jovens humanistas na Piazza della Signoria. Apesar de sua condição social modesta, Maquiavel sabia que tinha uma inteligência privilegiada e procurava usá-la em suas zombarias para estabelecer-se como o centro das atenções.

O ambiente em que Maquiavel observou a arte de fazer política e desenvolveu seus pensamentos sobre ela era de uma riqueza única. Florença se tornará o polo do Renascimento graças à riqueza acumulada pelas famílias de banqueiros mercantis, como os Pazzi, os Strozzi e os Médici que lá moravam. A culpa católica do acúmulo da riqueza fez com que os Médici destinassem fortunas para a reforma, construção e decoração das igrejas na cidade, além de patrocinarem obras de arte na arquitetura, na pintura e na literatura. Dinheiro e mecenato atraíram para Florença os talentos e mentes mais privilegiados da época, como Michelangelo, Rafael, Botticelli e Leonardo da Vinci.

A riqueza e o ambiente humanista, no entanto, não impediram que Florença fosse palco de intrigas e manobras políticas das mais perversas. Conspirações, traições e governantes radicais foram observados de perto por Maquiavel. A ação política do pensador começou quando ele tinha 29 anos, e durante um período politicamente moderado em Florença, como encarregado dos negócios exteriores da cidade. Em pouco tempo já era também secretário da comissão de assuntos militares.

Suas missões diplomáticas às cortes das cidades-estados vizinhas o tornaram um profundo conhecedor das intrigas, armadilhas e tentações da diplomacia. Sua extrema lealdade ao governante oficialmente eleito de Florença e seu desapaixonado intelecto impressionavam. Logo começou a ter missões mais importantes, como a perante a corte francesa de Carlos VIII que garantiu a segurança da cidade que vivia ameaçada pelas pretensões da França de um lado e de Nápoles de outro.

Em 1501, Maquiavel casou-se com Marietta di Luigi Corsini, com quem iria ter cinco filhos. Após o casamento, ele enfrentaria um de seus maiores desafios. César Bórgia, filho do papa, estava usando o exército papal e tropas francesas para criar um novo principado na Itália central. Seus avanços começavam a ameaçar Florença e Maquiavel foi enviado em duas longas missões ao quartel-general de Bórgia. Essa experiência foi essencial para Maquiavel que pôde observar de perto o oportunismo como um atributo essencial de um governante e chegar à importante conclusão de que uma ciência política deve ser distinta e independente de qualquer consideração de ordem moral. Em sua cabeça estavam se formando as ideias centrais de “O Príncipe”.

O Príncipe e Maquiavel

Nos primeiros anos do século 16 a atuação pública de Maquiavel foi tentar evitar em suas missões diplomáticas que a tempestade política e militar que desabava sobre a Itália atingisse Florença. Ele procurou também fazer com que a cidade-estado tivesse a sua própria milícia formada por cidadãos de seus territórios e não mais por mercenários. Nesses anos, conduziu a retomada militar da cidade de Pisa e chefiou missões diplomáticas na Alemanha e na França, na tentativa de evitar uma guerra contra Florença. Mas, como o próprio Maquiavel reconheceu, quando se tem o poder na luta pelo poder, não há necessidade de negociar. As forças da Santa Aliança (formada pela associação do imperador Maximiliano com o papa) cercaram e avançaram sobre Florença, sendo que a milícia criada por Maquiavel se recusou a enfrentar o exército invasor.

Maquiavel foi destituído do cargo, da cidadania e levado à falência. Alguns meses depois, seu nome foi envolvido em um complô político e ele foi preso e torturado. Após dois meses de prisão e tortura foi solto e teve de viver exilado em sua pequena propriedade rural. Mas ele ainda tinha um plano. Suas habilidades e sua ciência política se fossem expostas ao homem certo o fariam novamente ser valorizado e respeitado. Entre a primavera e o outono de 1513, num inspirado ardor, ele escreveu “O Príncipe”. O livro destina-se a um governante e o aconselha sobre como manter seu governo da forma mais eficiente possível. Sua obra mostrava como funciona a ciência política. Discorre sobre os diferentes tipos de Estado e ensina como um príncipe pode conquistar e manter o domínio sobre um Estado. Em uma passagem, Maquiavel aconselha que, quando um conquistador toma um Estado, ele deve infligir todos os danos que considera necessários de uma vez e não fazê-lo aos poucos, para poder tranquilizar o povo e ganhar seu apoio.

Na segunda metade do livro, Maquiavel trata daquilo que é o seu objetivo principal: as virtudes que o governante deve adquirir e os vícios que deve evitar para manter-se no poder. Em um trecho, cita que um líder deve inspirar ao mesmo tempo amor e ódio, mas por conta da dificuldade de se manter as duas coisas, é preferível do ponto de vista da arte de governar (e mais seguro) ser temido do que amado. Maquiavel desenvolveu seus pensamentos num período turbulento e amoral da história italiana e com uma visão pessimista da natureza humana. Maquiavel mostrou em “O Príncipe” que a moralidade e a ciência política são separadas. Ele apontou a contradição entre governar um Estado e ao mesmo tempo levar uma vida moral.

Maquiavel não conseguiu realizar seu plano de levar o livro ao governante do momento em Florença. As constantes mudanças políticas e as crises na cidade não lhe deram mais uma grande chance política em um alto posto, apesar de ter exercido algumas funções públicas antes de morrer aos 58 anos de idade, doente, em uma precária situação financeira e mais uma vez em desgraça política por ter apoiado o lado errado na instável política florentina.

Local original dos artigos acima

Introdução sobre Maquiavel

Old Nick” é como os ingleses chamam o diabo. A origem dessa expressão popular está no nome e na fama de Niccolò Maquiavel. Apesar de ter vivido e desenvolvido seus pensamentos sobre política onde hoje é a Itália, a associação do nome de Maquiavel com o “mal” espalhou-se rapidamente primeiro pela Europa, e com o tempo para todo o mundo. Mas, essa associação é não só um erro como uma injustiça. Afinal, Maquiavel não criou o “mal”. Ele apenas desnudou com absoluta precisão a natureza humana aplicada à arte da política.

Em sua mais importante obra, “O Príncipe”, Maquiavel mostrou a contradição entre governar um Estado e levar, ao mesmo tempo, uma vida moral. Ao tratar sem hipocrisia como um governante deveria agir, ele acabou com uma má fama. Mas o que ele fez foi desenvolver uma teoria política realista que, na verdade, nos mostrou uma desagradável característica do ser humano. A filosofia da arte de governar que ele desenvolveu tinha a intenção de ser científica, por isso não havia espaço para questões morais.

Maquiavel foi um homem que esteve na maior parte de sua vida profundamente envolvido com as questões políticas da Itália renascentista. É dessa experiência e da análise de inúmeros fatos históricos que ele tira os elementos para desenvolver uma obra-prima que mostra a um príncipe ou a um governante como dirigir o Estado e permanecer no poder. Nas próximas páginas, descubra mais sobre a vida e a obra de Maquiavel.

Este artigo é um resumo do livro “Maquiavel em 90 minutos”, de Paul Strathern, da coleção “Filósofos em 90 minutos” da Jorge Zahar Editor, publicado em 2000.