Continuamos pensantes e produzindo ideias - parte II

Novas ideias podem surgir num momento qualquer, numa situação qualquer, individualmente ou coletivamente. A ideia desenvolvida neste texto surgiu coletivamente, quando eu disse numa discussão aqui no OP que, apesar de minhas ideias socialistas -ideias minhas, não de Marx ou Lennin ou outro esquerdista qualquer-, apoio a iniciativa privada, a empresa séria que gera empregos e riquezas e que também é vítima do capitalismo selvagem ou da fome tributária dos estados. Comentei que isso poderia dar a entender que uma coisa não combina com a outra… (socialismo e iniciativa privada). Falei também da dificuldade que estou tendo de discutir aqui neste espaço, pois sou extremamente incompreendido quando falo coisas deste tipo e não consigo alguém que consiga ouvir e entender uma nova ideia ou uma visão bastante realista que enxergue além do lugar de posicionamento comum do partidarismo ou ideologia de direita ou esquerda reinante.

O Artur Laranjeira me respondeu: “Concordo, e acho que utilizando o bom senso e a história chegamos a algumas conclusões que nos fazem pensar e agir de forma única – As pessoas são diferentes, não há duplicatas nem em gêmeos univitelinos, pois seus cérebros também são diferentes. Eu poderia citar exemplos, mas acho que não cabe aqui neste espaço, pois seria uma discussão em paralelo“.

Então, a ideia que desenvolvo em seqüência neste texto é resultado de uma ideia coletiva. Encontrei no comentário do Artur o “start” necessário que me permite discorrer sobre o tema sem que com isso me sinta um ET vindo dos confins do deste universo ou de algum outro, falando de coisas que são compreensíveis só para mim. Pelo menos o Artur me compreenderá ou, se esforçará bastante no sentido da assimilação necessária daquilo que está sendo escrito.

O socialismo, da maneira como é difundido, estudado, comentado, defendido por uns e negado por outros é sempre referenciado como “política de estado” normalmente em contraposição ao capitalismo que é entendido por expressiva maioria das pessoas como “sistema monetário”. Ou seja, de antemão ou por um pré-conceito estratificado não se admite a citação do socialismo como sendo um sistema econômico onde quase tudo poderia acontecer da mesma forma que acontece dentro do capitalismo, porém considerando que a produção e principalmente os excedentes desta, deveriam ter destino coletivo e não individual, apenas encontrando maneiras de transformar paulatinamente a propriedade individual em propriedade coletiva.

A argumentação contrária sempre vem, de chofre, dizendo que o esforço de cada ser humano somente continuará acontecendo continuadamente se existir a recompensa individual por este esforço e, que esta é a base do capitalismo que impulsiona as atividades econômicas humanas e mantém a engrenagem em funcionamento.

Acontece que nunca foi testado em nenhuma época, o sistema de propriedade coletiva. O que já aconteceu (e acontece) entre nós nunca foi “socialismo” mas, capitalismo de estado tentando implantar a transição para o sistema da propriedade coletiva, que nunca deu certo por causa da pressão capitalista de um lado e de outro, a corrupção que assolou maioria dos líderes da dita transição.

Neste sentido, não consigo entender como é que pessoas inteligentes e capazes de pensar, refletir e enxergar além do horizonte, capazes de perceber algumas inverdades insistentemente veiculadas, recusam-se terminantemente a discutir e descobrir o que há por detrás daquilo que é massificado pela mídia, pelos livros já escritos e pela ideologia vigente.

Não considero petulancia minha questionar livros escritos. Se há contradições e querelas entre os autores, considero a possibilidade de que algo próximo da verdade (verdade ideológica – se é que existe) nunca tenha sido escrita.

Recusam-se a ouvir, recusam-se a analisar, recusam-se à discussão da possibilidade da implantação de um novo sistema ou correção do sistema atual de forma a conceder alguns direitos básicos aos des-possuidos, aos explorados e aos excluídos.

Em todas as oportunidades que coloco esta minha maneira de pensar diante deles (os seres pensantes que poderiam ajudar a compor e complementar esta possibilidade, esta ideia), recebo de volta apenas uma defesa cega do sistema capitalista, defesa esta, que na maioria das vezes é insensata e acusadora, limitando-se a repetir como os psitacídios falantes as mesmas falácias que estão escritas nos livros por outros defensores do mesmo sistema. Nunca é contra-argumentação. É sempre repetição das únicas contra-argumentações conhecidas, mero “digitar para constar”.

Parece-me que não há disposição para ler, intuir, tentar entender. Parece que há preguiça em raciocinar, parece que é bem mais cômodo enviar de volta uma repetição daquilo que já estou cansado de receber como resposta.

Como sou teimoso e persistente, me atendo ao limite de 5.000 caracteres que me propus a nunca ultrapassar, fica uma vez mais, ratificado o convite à reflexão, salientando que esta não será minha última investida com o mesmo intento de convidar os capitalistas a verificarem se há vantagens no socialismo, o verdadeiro socialismo nunca testado e talvez nunca imaginado por você.