Como se apresentam estatísticas no Brasil

Apresento abaixo EXATAMENTE como foi publicado no Observador Político (Rede social de FHC que não existe mais na internet)

Título:

Os trunfos de tucanos e petistas

Os números são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD).

Gráfico: O Globo

Voltarei a esta página para comentar a publicação acima.

O Editor

Voltei, mas não vou comentar. Prefiro reproduzir o artigo de Marina Silva que, em síntese, diz aquilo que este editor diria:

Artigo de Marina Silva publicado na Folha de S. Paulo (01/11/2013)

Encontro muitos jovens que expressam um forte desejo de mudança na política, na economia, na sociedade. Acolho a todos, como mantenedora de utopias (título que pretensiosamente me dei), mas sempre esclareço: mudanças não nascem de repente, o novo não brota do nada. A biologia ensina que todo organismo se firma preservando alguma estrutura anterior.

Aprendi essa lição ao longo da vida e um de meus professores foi o ex-presidente Lula, que decerto não esqueceu os emocionantes dias de sua campanha nas eleições de 2002. Na turbulência causada pela iminência de sua vitória, lançou a “Carta aos Brasileiros”, expressando o compromisso de manter as conquistas do Plano Real e as bases da estabilidade econômica herdadas de seu antecessor, Fernando Henrique. Deu uma lição de grandeza política que procurei aprender, não apenas “decorar”.

Lula manteve na equipe econômica pessoas como Joaquim Levy e Marcos Lisboa, nomeou o tucano Henrique Meirelles para o Banco Central — a quem deu status de ministro–, manteve contato com economistas que seu partido acusava de “neoliberais” e fez de Delfim Netto uma espécie de conselheiro.

A conservação da estabilidade econômica propiciou avanços nos programas sociais. Um documento intitulado “A Agenda Perdida”, elaborado por um grupo suprapartidário de economistas e pesquisadores, forneceu subsídios para muitas ações do governo de Lula, que também buscou referências nos planos anteriores de combate à miséria, incluindo as experiências da prefeitura de Campinas, do governo de Cristovam Buarque no DF e as propostas da comissão de combate à pobreza, que propus no Senado para aperfeiçoar o fundo de combate à pobreza antes proposto por ACM.

Lula e FHC tiveram sabedoria de aproveitar as bases já assentadas nos períodos anteriores para avançar. Sendo coerentes com essa lição, além de dar crédito a esses líderes, que deixaram suas marcas, devemos dar um passo adiante: desfulanizar as conquistas que o Brasil obteve com eles. A estabilidade econômica e a inclusão social não são de autoria exclusiva de Lula e FHC. Foram e continuam sendo exigências da sociedade, mostras da evolução do povo brasileiro após conquistar a democracia –outra conquista da qual ninguém pode arrogar-se dono ou autor.

Por isso, digo aos mais jovens: conheçam a história, para evitar que seja reescrita. Honrem as realizações das gerações anteriores. Mas não sejam meros “continuadores”, pois a democracia, a economia e os direitos sociais devem ser aperfeiçoados e inseridos num novo modo de desenvolvimento, sustentável, adequado aos tempos presentes e futuros.

O passado ensina. O futuro inspira.