Parábola da Figueira Seca

1) O que se entende por parábola?

Argumento que consiste em aduzir uma comparação ou um paralelo. Nas parábolas evangélicas, a comparação deve levar a um ensinamento moral.

2) O que dizer sobre a figueira?

Nome vulgar da Fícus carica, pequena árvore (por vezes reduzida a arbusto) caducifólia, da família das Moráceas e subfamília das Artocarpoídeas. É originária da Região Mediterrânea e frequentemente cultivada em Portugal em sítios com nível freático pouco fundo e de clima bastante quente e seco no verão, aparecendo por vezes subespontânea nas fendas das rochas e dos muros velhos. (Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura)

3) Qual o endereço bíblico?

No dia seguinte, saindo eles de Betânia, teve fome – vendo ao longe uma figueira que tinha folhas, foi ver se, porventura, acharia nela alguma coisa. Aproximando-se, nada achou senão folhas; porque ainda não era tempo de figos. Disse-lhe: Nunca jamais coma alguém fruto de ti; e seus discípulos ouviram isto. Quando chegava a tarde saíram da cidade. Ao passarem de manhã, viram que a figueira estava seca até a raiz. Pedro, lembrando-se, disse-lhe: Olhe, Mestre, secou-se a figueira que amaldiçoaste! (Marcos, XI, 12-14 19-21.)

4) Qual o contexto bíblico?

A Parábola da Figueira Seca faz parte da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. O título bíblico é Figueira Seca: a Purificação do Templo. Nessa passagem, Jesus expulsou os vendilhões do templo, ensinando que a sua casa é casa de oração e não de perdição.

Jesus exalta, também, a fé em Deus. Ele diz: “Tendes fé em Deus; porque em verdade vos digo que qualquer que disser a este monte: ergue-te e lança-te no mar; e não duvidar em seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, tudo o que disser lhe será feito”.

Ainda: “Por isso vos digo que tudo o que pedirdes, orando, crede que o recebereis, e tê-lo-eis; e quando estiverdes orando, perdoai, se tendes alguma coisa contra alguém, para que vosso Pai que está nos céus  vos perdoe as vossas ofensas; mas, se vos não perdoardes, vosso Pai que está nos céus também não o perdoará”. (Marcos, 11, 1 a 26)

5) Qual a relação entre folhas e frutos?

Na antiga Palestina, diziam que os primeiros brotos de frutos da figueira aparecem dois meses antes das folhas. Nesse caso, mesmo não sendo época de figos, a figueira já tinha estrutura para, mesmo fora de época, possuir frutos. Cristo se baseia nessa premissa para lançar uma “praga” à figueira.

6) Jesus realmente secou a figueira?  

A morte de uma árvore pode estar conectada ao uso do magnetismo. Se Jesus destruiu as células prejudiciais e causadoras de enfermidades – curas dos dez leprosos, a mulher que sofria de hemorragia, por que não poderia destruir as células de uma árvore? Mas, foi isso que ocorreu? Parece-nos que o mais provável é: Jesus, conhecedor das leis da natureza, e sabendo que ela iria morrer, disse-lhe para não dar mais frutos. Não foi ele que matou a figueira, mas ela que já estava a definhar.

7) Que tipo de simbologia esta parábola expressa?

1) Pessoas que aparentam o bem, mas na realidade nada produzem de bom; 2) pessoas que podem ser úteis e não o são; 3) médiuns que se desviam de sua missão. Estes três tipos de símbolos estão devidamente explicados nos itens 9 e 10 do capítulo 19 de O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec.

8) Por que a esterilidade é nota destoante? 

Uma coisa estéril nada produz. Com o tempo, a obra estéril desaparece. Jesus está, nesta passagem evangélica, chamando a nossa atenção para as boas obras, não de aparência, mas de real valor para a Humanidade. O verniz da caridade nada vale, pois a salvação da alma está presa ao essencial, não ao que aparentamos ser.

9) Um Centro Espírita pode ser considerado uma figueira seca?

Sim. Um Centro Espírita, se não servir de lenitivo aos que o procuram, pode se tornar uma “figueira seca”, pois deixou de atender às necessidades de seus frequentadores. Por isso, cada um de seus integrantes deve se sacrificar para que o todo prevaleça sobre as suas opiniões, e no caso do Espiritismo, os princípios doutrinários devem sempre estar em primeiro lugar.  

10) Como se deve conhecer a árvore?

Uma árvore deve ser conhecida pelos seus frutos. Não é o tamanho, a configuração, as ramagens, os rebentos verdes, as pontas ressequidas, o aspecto brilhante, a vetustez do tronco, a fragilidade das folhas, o aroma atraente. Não é pela aparência exterior, mas pelos frutos, utilidade e produção. O que realmente vale é a substância de nossa colaboração no progresso comum, pela importância de nosso concurso no bem geral.

11) Qual a conclusão?

A vida de aparência caridosa pode enganar aos homens, pode até fazer prosélitos, mas não consegue ludibriar a Deus, que é eminentemente sabedoria e justiça. Esta é a lição que devemos extrair dessa parábola.

(Reunião de 07/05/2011)

Compilação: https://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/par%C3%A1bola-da-figueira-seca