Conservadorismo e Liberalismo

1) O que caracteriza o conservador? 

É a defesa de um mínimo ético de valores morais estáveis. Vem de conservare, guardar. 

2) Como entender o liberalismo? 

O termo "liberalismo" tem vários sentidos. A comparação entre conservadorismo e liberalismo diz respeito à maleabilidade da moral pelos liberais. 

3) O que é o conservadorismo?  

Conservadorismo é o conjunto de correntes doutrinárias e de movimentos políticos que se baseiam no caráter orgânico e natural da sociedade política. Não busca um ótimo político-social, mas um equilíbrio no modus vivendi da sociedade.  

4) O que o conservadorismo não é? 

O conservadorismo não é um grande Estado, socialismo, impostos altos e casamento homossexual. Dizer que alguém é "conservador" não diz muita coisa. Precisamos saber o que ele quer conservar. Não podemos, também, reduzir o conservador à defesa da "tradição".  

5) Como o pensamento conservador se autodefine? 

O pensamento conservador autodefine-se como "realista", pois este pensamento é baseado no que é, ou seja, na observação, na indução e na experiência, contrapondo-se ao idealismo e utopismo dos seus adversários progressistas.  

6) Quem é o pai do conservadorismo? 

Aristóteles. Aristóteles defende que a vida política e a moral são naturais. Os sofistas, ao contrário, que são humanas. Os liberais acham a que a moralidade é relativa, permitindo ao ser humano toda a espécie de maleabilidade.  

7) Quais são alguns dos grandes arquitetos do conservadorismo? 

Aristóteles (A Política), Gilbert Keith Chesterton (Ortodoxia), Eric Voegelin (A Nova Ciência da Política), C. S. Lewis (A Abolição do Homem), Edmund Burke (Reflexões sobre a Revolução na França), Alexis de Tocqueville (Democracia na América), Hilaire Belloc (O Estado Servil) e Friedrich Hayek (O Caminho da Servidão). 

8) Qual o representante típico do conservadorismo Continental? 

Alexis de Tocqueville (1805-1959). Ele se diz defensor da "liberdade moderada, regular, limitada pelas crenças, os costumes e as leis".  

9) Frases extraídas de 10 Livros que Todo Conservador Deve Ler. 

Aristóteles ficaria horrorizado com a moderna tendência progressista, presente no marxismo e no progressismo liberal, para desintegrar a família natural e com a trama de tornar o estado num tipo de superfamília em seu lugar. 

A "liberdade de pensamento" dos chamados liberais na verdade significa a aceitação acrítica do "dogma do materialismo". 

Para Voegelin, Gnosticismo define a natureza da modernidade, ou mais exatamente, de uma corrente particular, virulenta e destrutiva do pensamento moderno, uma corrente que inclui o liberalismo, o marxismo e o nacional-socialismo.  

Como Aristóteles, Burke acreditava que a sociedade é natural para o homem; ela não é, como os liberais e radicais gostariam, algum tipo de contrato social artificial — uma visão defendida na época de Burke por Jean-Jacques Rousseau e acatada pelos radicais da Revolução Francesa.  

O paralelo entre os philosophes que iniciaram a Revolução Francesa e os liberais seculares de hoje deveria ser óbvio — a dominação dos meios de comunicação, a releitura politicamente correta da história, especialmente o desejo de "denegrir e desacreditar" o Cristianismo tradicional.  

O mal vem "da paixão pelo controle consciente de tudo", que é a essência do totalitarismo. Hayek molda o seu processo para a liberdade econômica em termos de responsabilidade moral individual. Isto não é livre mercado, mas o mercado controlado por um conluio entre a indústria e o governo, que é a principal fonte dos monopólios econômicos.  

10) Em termos espíritas, o que é ser conservador? 

Ser coerente com os princípios doutrinários do Espiritismo, com o Evangelho de Jesus, com a boa nova trazida pelo Mestre Jesus.  

11) Como o Espiritismo nos ajuda a entender o conservadorismo? 

A Doutrina Espírita exorta-nos à prudência. Segundo os seus postulados, há leis naturais que foram postas por Deus em nossa consciência. Temos o livre-arbítrio, não resta dúvida, mas cada escolha tem a sua consequência, boa ou má.  

Fonte de Consulta 

POLIS - ENCICLOPÉDIA VERBO DA SOCIEDADE E DO ESTADO. São Paulo: Verbo, 1986. 

WIKER, Benjamin. 10 Livros que Todo Conservador Deve Ler: Mais Quatro Imperdíveis e um Impostor. Tradução de Mariza Cortazzio. Campinas, SP: VIDE Editorial, 2016. 

(Reunião de 19/11/2016)