Ciência e Espiritismo

1) O que se entende por Ciência?

Ciência é o conjunto de conhecimentos organizados relativos a uma determinada matéria, comprovados empiricamente. Formulam-se hipóteses e tenta-se prová-las através de coleta de dados e testes estatísticos.

2) Quais são as características da Ciência?

1) Conhecimento pelas causas; 2) profundidade e generalidade de suas condições; 3) objeto formal; 4) controle dos fatos. A Ciência, principalmente depois que começou a utilizar o método teórico-experimental, precisou comprovar os fatos. O homem vulgar, ao olhar para o céu escuro, poderá dizer que irá chover. O cientista tem que apresentar provas, ou seja, fornecer as informações baseadas nos estudos de causa e efeito.

3) Há relação entre Ciência e Religião? Entre Ciência e Espiritismo?

A Religião, principalmente na Idade Média, era detentora do poder e, como tal, exercia influência sobre a Ciência. Lembremo-nos de Galileu, obrigado a negar as suas descobertas espaciais. Para Allan Kardec, a Ciência e a Religião não puderam se entender até hoje, porque, cada uma examinando as coisas sob seu ponto de vista exclusivo, se repeliam mutuamente. Em A Gênese, diz que o Espiritismo e a Ciência se completam reciprocamente: "A Ciência, sem o Espiritismo, se acha na impossibilidade de explicar certos fenômenos só pelas leis da matéria; ao Espiritismo, sem a Ciência, faltariam apoio e comprovação". (1)

4) Há diferença entre o procedimento da Ciência natural e o da Ciência espírita?

O procedimento é idêntico, ou seja, formulam-se HIPÓTESES. Sobre as hipóteses estabelecem-se, dedutivamente CONSEQUÊNCIAS. As consequências serão aceitas como verdadeiras, se confirmadas pela observação e experiência. A diferença consiste na natureza das percepções consideradas. A Ciência natural usa a percepção sensorial; a Ciência espírita, a percepção mediúnica. (2)

5) Cite o nome de algum experimentador espírita.

W. Crookes realizou diversas experiências entre 1870 e 1874, com os médiuns Dunglas Home, Kate Fox e Florence Cook, tendo obtido a materialização completa de katie King. Empregou método rigorosamente científico, inventando e adaptando variados aparelhos registradores. (3)

Gabriel Dellane, em O Fenômeno Espírita, relata a criação de vários aparelhos medidores da força psíquica.

Não são poucos os nomes ligados à experimentação espírita. Cabe destacar que a maioria deles foram ao fenômeno para desmascarar os médiuns, chamados de embusteiros. Como eram cientistas e valiam-se dos fatos, acabaram sendo convencidos pela verdade mediúnica.

6) Como cultivar a Ciência espírita?

Não se aprende a Ciência espírita sem tempo para reflexão. Por isso, nada de precipitação. O correto é aplicar-se de maneira exaustiva, excluir toda a influência material, e observar criteriosamente os fenômenos, tanto os bons quanto os maus. Lembremo-nos de que o maior inimigo do pesquisador espírita é, sem dúvida, o seu emocional, carregado muitas vezes do pensamento mágico. Toda experiência carece ser cuidadosamente planejada e seus resultados submetidos a rigorosa análise. Ao legítimo pesquisador não interessa seja confirmada este ou aquele ponto vista, e sim revelado qual o que está certo. Para ele só há um objetivo: a verdade.

7) Pode-se provar a existência de Espíritos?

Sim. Desde que utilizemos a Ciência espírita e não a ciência natural. Se quisermos pegar o Espírito para provar a sua existência nunca vamos conseguir. Mas se fizermos uso da mediunidade, com certeza poderemos fazê-lo.

Fonte de Consulta

(1) KARDEC, A. A Gênese - Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo. 17. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1975, cap.I, item 16.

(2) CURTI, R. Espiritismo e Reforma Íntima. 3. ed., São Paulo, FEESP, 1981, p. 17.

(3) FREIRE, J. Ciência e Espiritismo (Da Sabedoria Antiga à Época Contemporânea). 2 ed., Rio de Janeiro, FEB, 1955, p. 95.

(Reunião de 27/03/2010)

Compilação: https://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/ci%C3%AAncias-e-espiritismo?authuser=0