Depois da Morte

1) O que se nos espera além-túmulo?

O além-túmulo não nos salva e nem nos condena. A única diferença: aqui temos uma matéria densa; lá, somos dela despojados. Há que se ter cuidado com o que pregam muitas religiões. As religiões têm grande influência na percepção do crente para o que há de vir. A maior parte delas recomenda-nos fazer o bem em vista de uma recompensa de além-túmulo. Está aí o móvel egoísta e mercenário que deve ser evitado.

2) Há um céu e um inferno?

O "Céu e o Inferno" fazem parte da ortodoxia católica, em que pressupõe lugares circunscritos no plano espiritual. O Espiritismo esclarece-nos que tanto um quanto o outro deve ser entendido como estado mental. Se, ao desencarnarmos, formos bafejados pelos eflúvios balsâmicos, poderemos nos considerar no céu; se, ao contrário, formos influenciados por vibrações pesadas, convém nos considerarmos no inferno. Dolorosa, cheia de angústias para uns, a morte não é, para outros, senão um sono agradável seguido de um despertar silencioso.

3) O que os Espíritos fazem no mundo dos mortos?

O que os Espíritos fazem ou deixam de fazer depende do grau de evolução de cada um. Os Espíritos que desencarnaram em estado de "pecado" deverão sofrer as conseqüências de seu "carma"; somente depois de se equilibrarem poderão assumir uma tarefa no Mundo Espiritual. Já, aqueles que desencarnam em estado de equilíbrio espiritual podem assumir tarefas específicas. Lembremo-nos dos seis ministérios, relatados pelo Espírito André Luiz, no livro Nosso Lar. A maioria dos Espíritos que ali habita estuda e se prepara para uma nova encarnação.

4) Os Espíritos se alimentam como nós?

Também aí depende da evolução de cada um. Os alimentos não são sólidos, mas fluídicos. Na Colônia Nosso Lar, houve um problema com a alimentação: todas as refeições pesadas foram suspensas. Tiveram que tomar caldo fluídico.

5) Como você explica o passamento?

Dizem-nos os Espíritos que o instante da morte não é doloroso. Há um desligamento dos laços fluídicos que prendem o Espírito ao corpo, começando pelos pés e terminando na cabeça, onde se encontra o Centro de Força Coronário.

6) Por que a maioria das pessoas teme a morte? Quais são as causas?

As causas são muitas, inclusive o instinto de conservação. Há o medo ao desconhecido, os temores da consciência pesada e as influências das religiões, que nos criam uma imagem funesta do que há de vir.

7) Devemos nos preocupar com o que há de vir? Não seria melhor ficar preso à vida presente?

A preocupação com o que há de vir é sumamente importante no sentido de nos modificar nesta vida. Observe que a vida de Sócrates nada mais foi do que uma preparação para a morte. Essa preparação não nos deve tirar o ensejo de viver plenamente o momento que passa. A felicidade, no futuro, vai depender de quão bem tivermos vivido o instante presente, porque o que vai acontecer lá é um reflexo do nosso dia-a-dia.

8) Que tipo de sensação os Espíritos descrevem quando adentram o mundo dos mortos?

As sensações descritas pelos Espíritos desencarnados assemelham-se e podem ser resumidas da seguinte forma: todos afirmam terem se encontrado novamente com a forma humana, nessa existência; terem ignorado, durante algum tempo, que estavam mortos; haverem passado, no curso da crise pré-agônica, ou pouco depois, pela prova da reminiscência sintética de todos os acontecimentos da existência que se lhes acabava; acolhidos pelos familiares e amigos; haverem passado "sono reparador"; terem passado por um túnel. O Espírito André Luiz descreve, no livro Nosso Lar, que sentia "Uma sensação de perda da noção de tempo e espaço. Sentia-se amargurado, coração aos saltos e um medo terrível do desconhecido".

9) Quais são as consequências do suicídio?

No suicídio, o Espírito perde o seu livre-arbítrio. Ele vai ao mundo espiritual como uma espécie de criminoso, porque infringiu a Lei Natural. O "vale dos suicidas", usado frequentemente pelos espíritas, é uma figura metafórica: assemelha-se ao vale dos leprosos, na época de Jesus. Importaria mais salientar os atenuantes e os agravantes, envoltos com o ato do suicídio. Observe que, nesse caso, entra em cena até as influências de terceiros, ou seja, da sociedade que não lhe deu motivos para continuar a sua vida neste planeta. De qualquer forma, os suicidas são vítimas de sensações terríveis.

10) Que relação há entre perispírito e desencarnação?

Quanto mais sutis e rarefeitas são as moléculas constitutivas do perispírito tanto mias rápida é a desencarnação, tanto mais vastos são os horizontes que se rasgam ao Espírito. Devido ao seu peso fluídico e às suas afinidades, ele se eleva para os gozos espirituais que lhe são similares. Cada perispírito pode ser comparado com balões cheios de gases de densidades diferentes que, em virtude de seus pesos específicos se elevam a alturas diversas. Porém, como o Espírito tem livre-arbítrio e vontade, ele pode modificar as tendências e o curso do mesmo.

11) Se o Espírito, ao adentrar no mundo dos Espíritos, continua o mesmo, como é possível descobrir a verdade sobre si mesmo?

Desprovido da matéria densa, o Espírito tem mais condições de perscrutar a sua consciência, banhada pelas luzes da lei natural gravada na mesma.

(Reunião de 10/03/2007)

Compilação: https://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/depois-da-morte