Deus

1) Qual a etimologia da palavra Deus?

Deus é um dos conceitos mais antigos e fecundos do patrimônio cultural da humanidade. Deriva do indo-europeu deiwos (resplandecente, luminoso), que designava originariamente os celestes (Sol, Lua, estrelas etc.) por oposição aos humanos, terrestre por natureza. Psicologicamente corresponde ao objeto supremo da experiência religiosa, no qual se concentram todos os caracteres do numinoso ou sagrado. (Enciclopédia Verbo da Sociedade e do Estado).

2) Que significa a palavra Deus?

Tomou esta palavra a significação de princípio de explicação de todas as coisas, da entidade superior, imanente ou transcendente ao mundo (cosmos). Em qualquer lugar em que o homem se encontre, a idéia de Deus aflora e exige explicações. Pode ser objeto de fé ou de razão, de temor ou de amor, tanto para aceitá-lo como para renegá-lo.

Para o Espiritismo, Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.

3) Como explicar as características monoteístas e politeístas das religiões?

Monoteísmo é a crença num único Deus; politeísmo, na hierarquia dos deuses. Para caracterizá-los, necessitamos de estabelecer a identificação ou a distinção entre Deus e divindade. Convém, aqui, não confundir unidade de Deus e unicidade de Deus. A unidade pressupõe a multiplicidade. Quer dizer, Deus sendo uno, ele pode multiplicar-se em vários deuses, formando uma hierarquia. Mas justamente por isso não é único: a unidade não elimina a multiplicidade, mas a recolhe em si mesma.

4) Pode o homem conhecer a natureza íntima de Deus?

Não; falta-lhe para tanto um sentido. Que sentido será este? Não pode ser físico, mas espiritual. Poder-se-ia dizer que é uma percepção extra-sensorial mais acurada. Isso só seria possível quando o Espírito, pela perfeição adquirida, tiver se aproximado de Deus. Nesse caso, já não estaria mais sendo obscurecido pela matéria, podendo assim, penetrar nos mistérios da divindade. (Kardec, 1995, perg. 10)

5) Quais são os atributos de Deus? Explicite-os.

DEUS É ETERNO. Se Ele tivesse tido um começo, teria saído do nada, ou, então, teria sido criado por um ser anterior. É assim que, pouco a pouco, remontamos ao infinito e à eternidade.

É IMUTÁVEL. Se Ele estivesse sujeito a mudanças as leis que regem o Universo não teriam nenhuma estabilidade.

É IMATERIAL. Quer dizer, sua natureza difere de tudo o que chamamos matéria, pois de outra forma Ele não seria imutável, estando sujeito às transformações da matéria.

É ÚNICO. Se houvesse muitos Deuses, não haveria unidade de vistas nem de poder na organização da matéria.

É TODO-PODEROSO. Porque é único. Se não tivesse o poder-soberano, haveria alguma coisa mais poderosa ou tão poderosa quanto Ele, que assim não teria feito todas as coisas. E aquelas que ele não tivesse feito seriam obra de um outro Deus.

É SOBERANAMENTE JUSTO E BOM. A sabedoria providencial das leis divinas se revela nos menores como nas maiores coisas, e esta sabedoria não nos permite duvidar da sua justiça nem da sua bondade. (Kardec, 1995, perg. 12)

6) O Deus da Doutrina Espírita é panteísta?

Não. O panteísmo – do grego pan "tudo", "todo" e theos Deus é uma doutrina filosófica que identifica Deus e o mundo, o criador e a criação, ou seja, considera Deus como a universidade dos seres ou conjunto de tudo quanto existe. Para o panteísmo, somos uma porção do todo que, eventualmente toma um corpo para, depois, voltar ao todo universal. Para o Espiritismo, o raciocínio é diferente: temos uma individualidade que não se desfaz, nem com o nascimento, nem com a morte.

7) Deus pensa? Fala? Ouve? É justo? Perdoa? Premia?

Quando nos dirigimos a Deus nesses termos, estamos usando a metáfora, figura de linguagem em que o significado de uma palavra pode ser transferido para outra por meio da comparação. Metaforicamente, Deus pensa, fala, faz justiça, perdoa e premia. O Espiritismo, porém, nos alerta que Deus apenas instituiu as suas leis, chamadas também de Leis Naturais. Nesse sentido, as ações humanas são avaliadas de acordo com essas leis. Caso tenhamos agido de acordo com elas, teremos mais prêmios; contrariando-as, mais punição. A tarefa precípua do ser humano é conhecê-las; com isso, diminuirá drasticamente o número de reencarnações necessárias para entrar definitivamente no reino de Deus.

Bibliografia Consultada

KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8. ed. São Paulo: Feesp, 1995.

POLIS - ENCICLOPÉDIA VERBO DA SOCIEDADE E DO ESTADO. São Paulo: Verbo, 1986.

(Reunião de 06/10/2007)

Compilação: https://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/deus?authuser=0