Evocação dos Espíritos

1) O que é evocação?

Evocar é trazer à lembrança; recordar. Evocação é o ato de evocar, de chamar. Em se tratando da mediunidade, é chamar, fazer aparecer os Espíritos. É a comunicação do Espírito feita mediante o chamamento do ser vivente (médium ou não).

2) A evocação é fenômeno somente de nossos dias?

Não. Os deuses, na Grécia antiga, falavam com os mortais por intermédio dos oráculos. Na Inglaterra vitoriana, os “mortos” comungavam com os vivos através de médiuns. Há, ao longo do tempo, inúmeros casos de comunicação mediúnica: uns emprestavam seus corpos aos Espíritos manifestantes; outros procuravam conservar a sua identidade enquanto os Espíritos transmitiam as suas mensagens.

3) Que nomes foram dados aos intermediários dos Espíritos?

Hospedeiro, canal, canalizador e médium. Na década de 1980, por exemplo, o termo “canal” tornou-se um elemento central no movimento chamado Nova Era, um misto de aconselhamento mediúnico, contemplação de cristais, regressão a vidas passadas, medicina holística, entre outros.

4) Como os críticos analisam o fenômeno da evocação?

Para James Randi, escritor e denunciador de fraudes, a canalização é “a última moda do sobrenatural”, cheia de “baboseiras imaginativas de autodenominados ‘gurus’, sustentados por um segmento da população que tem necessidade de acreditar”. George Steiner, crítico literário, caracteriza-o como sendo fruto da superstição e do irracionalismo.

5) Devemos evocar os Espíritos ou esperar que eles venham espontaneamente?

As duas maneiras têm suas vantagens e seus inconvenientes. Evocando, não temos a certeza de que seja o Espírito requerido; é possível, também, que o Espírito chamado não queira falar. Vindo espontaneamente, pode ser um Espírito das trevas. Aqui, deve-se ressaltar se temos ou não domínio sobre o Espírito mau.

6) Como os Espíritos espalhados no espaço ou nos diferentes mundos podem ouvir as evocações que lhes são feitas?

Temos dificuldade de compreender o modo de transmissão do pensamento entre os Espíritos. O processo se dá da seguinte forma: o Espírito que evocamos, por mais longe que esteja, recebe, por assim dizer, o contragolpe do pensamento, como uma espécie de choque elétrico que chama sua atenção para o lado de onde vem o pensamento a ele dirigido; ele ouve o pensamento, como na terra ouvimos a voz. 

7) Que tipo de Espírito se pode evocar? 

Todos os Espíritos, de qualquer grau da escala a que pertençam. Tanto os bons como os maus; tanto os que deixaram a vida há pouco, como os que viveram nos tempos mais recuados; tanto os homens ilustres, como os mais obscuros; nossos parentes, nossos amigos e os que nos são indiferentes. Pode-se, inclusive, evocar-se o Espírito de uma pessoa viva. 

8) Dê-nos um exemplo. 

Em 1980, Santo Tomás de Aquino, falecido em 1274, diz: “O único desejo do mundo espiritual é progredir rumo à verdade”. Há, também, a comunicação de Alberto Magno, teólogo e alquimista alemão, desencarnado em 1280, e canonizado em 1931. Ele diz que para os problemas sanguíneos, deve-se triturar um rubi com vinho e tomar. Acrescenta: “É um remédio um tanto caro hoje em dia”. É pura brincadeira. 

9) Como identificar o Espírito evocado?

Pelo seu caráter e os  seus hábitos. As personalidades antigas são mais difíceis; as contemporâneas, não, porque ainda não tiveram tempo de libertar-se de seus hábitos.

10) Algumas pessoas evocaram animais e estes lhes responderam. Há uma possibilidade científica? 

Não. Depois da morte do animal, o princípio inteligente que havia nele fica em estado latente. Esse princípio é imediatamente utilizado por certos Espíritos encarregados desse cuidado para animar de novo os seres nos quais continua a obra de sua elaboração. No mundo dos Espíritos, não há Espíritos de animais errantes, mas somente Espíritos humanos. 

11) Qual é a utilidade das evocações?

Valermo-nos da experiência dos Espíritos superiores. Esses Espíritos adquiriram um grau de perfeição que lhes permite abraçar uma esfera de idéias mais extensa, penetrar mistérios que ultrapassam a alçada vulgar da humanidade e, por consequência, iniciar-nos melhor que os outros em certas coisas.

Fonte de Consulta

KARDEC, A. O Livro dos Médiuns ou Guia dos Médiuns e dos Doutrinadores. São Paulo:Lake, [s.d.p.] (Capítulo 25 – Das Evocaçoes)

Evocação dos Espíritos. Revista Mistérios do Desconhecido. Rio de Janeiro: abril livros.

(Reunião de 18/06/2011)

(Reunião de agosto de 2021)

Compilação: https://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/evoca%C3%A7%C3%A3o-de-esp%C3%ADritos