Subitem do Capítulo III — "O Bem e o Mal", do livro A Gênese, de Allan Kardec
1) A destruição dos seres vivos uns pelos outros é uma lei natural?
Sim. Mesmo que não pareça conciliar-se com a bondade de Deus.
2) Como podemos interpretar essa não conciliação com a bondade de Deus?
Devemos entender que os desígnios de Deus vão além de nossa visão da matéria.
3) Por que é necessário uns se nutrirem à custa dos outros?
A resposta está no conhecimento do princípio espiritual, considerado em sua verdadeira essência.
4) Onde está a verdadeira vida?
A verdadeira vida não se encontra no envoltório corporal; ela está no princípio inteligente, que preexiste, e que sobrevive ao corpo.
5) Por que o princípio espiritual precisa do corpo?
O corpo, que serve de morada ao Espírito, desgasta-se nesse processo. O Espírito, não. Tanto faz mudar de vestimenta, quantas vezes forem necessárias.
6) O que Deus ensina aos homens pelo processo da destruição?
Deus ensina aos homens o pouco apreço que devem dar ao seu corpo físico, ensejando-lhes o desejo de uma compensação.
7) O que está por trás da lei de destruição?
Como Deus é infinitamente justo e sábio, devemos aceitar humildemente tudo o que ultrapassa nosso conhecimento.
8) Qual a utilidade da destruição?
Os corpos, instrumentos de ação do princípio inteligente, têm necessidade de ser incessantemente renovados. O Espírito, contudo, continua intacto.
9) Por que a luta é necessária ao desenvolvimento do Espírito?
Tanto o que ataca, quanto o que se defende para conservar sua vida, fazem uso da habilidade e da inteligência, e por isso mesmo, aumentam suas forças intelectuais. O que atacou não levou o Espírito daquele que sucumbiu, apenas a sua veste.
10) Como explicar o processo evolutivo dessa destruição?
Quando não há senso moral, luta-se para sobreviver. Nas primeiras idades, o instinto animal domina; depois se contrabalançam. Porém, à medida que o senso moral predomina, a sensibilidade se desenvolve, a necessidade da destruição diminui.
(Reunião de 2022)