Paranormalidade

1) O que se entende por normalidade? E paranormalidade?

A normalidade é definida em função dos cinco sentidos físicos: paladar, tato, audição, visão e olfato. Os acontecimentos, que escapam a esses cinco sentidos, são catalogados como fenômenos paranormais. Entendamos a diferença por um exemplo: suponha que tenha havido um incêndio em determinado lugar. As pessoas que estavam no local viram o fenômeno normal. Suponha que uma pessoa, que não tenha visto nem ouvido, mas teve acesso a essa informação por vias não comuns. Este é um paranormal. Há a possibilidade de alguém prever ou perceber este acontecimento de um lugar bem distante. Este também é classificado como paranormal. (1)

2) Qual o limite entre o normal e o paranormal?

Questão de grau nem sempre fácil de precisar. O fenômeno normal pertence aos cinco sentidos; o paranormal, a tudo o que escapa aos cincos sentidos. O ser humano, contudo, possui muito mais do que cinco sentidos. Há a percepção de movimentos musculares, de impressões de equilíbrio... Mais: a nossa percepção não é apenas percepção, é também análise, reflexão, conceituação, o que dificulta ainda mais limitar onde termina um e começa o outro.

3) Paranormalidade é sinônimo de mediunidade?

Sim e não. Quando a paranormalidade se refere à psicografia, à xenoglossia e à materialização, estamos diante de um fenômeno mediúnico. Neste caso, a resposta é sim. Quando a paranormalidade se refere à telepatia, à clarividência e à premonição, estamos diante de um fenômeno anímico. Aqui, a resposta é não. Observação: a maioria dos fenômenos analisado pela parapsicologia é de cunho anímico e não mediúnico.

4) Desde quando os fenômenos paranormais foram englobados pela parapsicologia?

Devido à falta de uniformidade dos fenômenos paranormais, o 1.º Congresso Internacional de Parapsicologia, na cidade de Utrecht, em 1953, adotou como oficial a nomenclatura de Thouless e Wiesner, que sugeriram englobar todos os fenômenos paranormais, sob a designação genérica de fenômenos  Psi (letra grega). A palavra Psi aqui não tem qualquer relação direta com o termo grego psyché (alma), mas, unicamente, com a 23a letra do alfabeto grego. Desta forma, J. B. Rhine classificou os fenômenos de telepatia, clarividência e pré e post-coginição (P.E.S.) como função "psi-gama", a telecinesia, a teleplastia e a psicocinesia – dinamismo psíquico – como função "psi-kapa". (2)

5) O que se entende por parapsicologia?

A parapsicologia é uma atividade de pesquisa concernente à zona fronteiriça, ainda desconhecida ou mal conhecida, que separa os estados psicológicos considerados como habituais e normais, dos estados excepcionais, ou patológicos. Pretende, assim, colocar os fenômenos que estuda à margem da psicologia, e também da patologia. Segundo Robert Amadou, "A parapsicologia coloca em evidência o estudo experimental das funções psíquicas ainda não incorporadas ao sistema da psicologia científica, com vistas à sua incorporação nesse sistema ampliado me completado".

6) É confiável o uso de estatística para detectar o fenômeno paranormal?

René Warcollier, parapsicólogo francês, disse que Rhine renuncia, por método, a alcançar a ave rara do fenômeno no estado puro, com a condição de se apoderar infalivelmente de algumas penas que demonstrem a existência da ave. Observe o uso da telepatia em nossos trabalhos do Colégio de Médium. Adivinhar números ou naipes do baralho é totalmente diferente de se captar o problema da pessoa e, a partir daí, passar uma assistência espiritual.

7) Deve o médium, tal qual o paranormal, cobrar pelas suas consultas?

A reportagem da Revista Superinteressante, de julho de 2009, relata que Joseph McMoneagle cobra 250 dólares por hora de trabalho, e a vidente Noreen Renier, 1.000 dólares por consulta. Para o Espiritismo, a mediunidade deve ser gratuita, pois está fundamentada na frase "dar de graça o que graça receber". O médium espírita deve ter consciência de que não é nenhum missionário na acepção da palavra, mas um Espírito bastante endividado, que reencarnou com a tarefa de redimir os seus erros do passado. Para tanto, deve encaminhar para o bem, as pessoas que houvera desviado em encarnações passadas. Cobrar por algo que não lhe pertence pode lhe trazer conseqüências funestas, inclusive com a perda da própria mediunidade.

Fonte de Consulta

(1) FARIA, Osmard Andrade. O Que é Parapsicologia. São Paulo: Abril Cultural, 1985. (Coleção Primeiros Passos, 27)

(2) ANDRADE, H. G. Parapsicologia Experimental. 2. ed. São Paulo: Boa Nova, 1976.

(Reunião de 26/09/2009)

Compilação: https://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/paranormalidade