Conceito de Deus

1) O que se entende por conceito?

O conceito é uma ideia abstrata sobre algum objeto de estudo. Para os empiristas, são formados a partir da experiência; para os racionalistas, a razão o produz independentemente de qualquer ensino empírico.

2) Conceito e concepção podem ser considerados sinônimos?

Sim. A concepção é uma operação mental em que o espírito constrói, sem a necessidade de dados experimentais, um conceito ou ideia geral.

3) Qual a etimologia de Deus?

Deus vem do indo-europeu deiwos (resplandecente, luminoso), que designava originariamente os celestes (Sol, Lua, estrelas, etc.) por oposição aos humanos, terrestre por natureza. 

4) Qual a origem da ideia de Deus?

A origem da ideia de Deus está presa à revelação cristã e ao desenvolvimento puramente natural da evolução do ser humano.

5) A ideia de Deus depende da religião, da filosofia?

A ideia de Deus, conforme nos esclarece Mircea Eliade, é anterior à revelação cristã ou muçulmana e mesmo às lucubrações filosóficas dos antigos. Allan Kardec explica-nos que a ideia de Deus não é efeito da educação ou produto de ideia adquirida, mas um sentimento natural do ser humano, pelo fato de se considerar filho de Deus.  

6) Como problematizar o conceito de Deus?

A problematização do conceito de Deus deve conter aspectos filosóficos e religiosos. Em linhas gerais, o conceito de Deus é visto de quatro modos: 1) Deus como causa do mundo; 2) Deus como ordem moral (Bem); 3) Deus como divindade; 4) Deus como revelação.

7) Como entender Deus como causa do mundo?

Afirma-se que Deus é criador e ordenador do mundo. Ele não é só o demiurgo, mas uma causa necessitante, ou seja, é também o autor da estrutura substancial do próprio mundo. O mundo é continuidade, prolongamento da vida de Deus. Para o Espiritismo, Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.

8) Como entender Deus como ordem moral do mundo?

De acordo com a maioria, Deus garante a ordem moral do mundo. Essa ordem apóia-se no conceito de providência, que os antigos entendiam como “destino”. Disto resulta que, ao criar a ordem, Deus ajuda a salvar a liberdade do homem. Para o Espiritismo, há as leis naturais (ou divinas), gravadas na consciência de cada um de nós.

9) Como entender Deus como divindade?

Divindade significa a relação de Deus com ele mesmo. Para identificá-la ou distingui-la, valemo-nos dos conceitos de monoteísmo e politeísmo. No politeísmo há uma hierarquia de deuses, de modo que não há uma identidade entre Deus e Divindade. No monoteísmo,  a divindade é possuída só por Deus. Nesse caso, Deus e divindade coincidem.

10) Como entender Deus como revelação?

É a maneira como se dá o acesso do homem a Deus. Há dois modos clássicos: 1) os que atribuem à própria iniciativa o homem; 2) os que primam pela iniciativa do próprio Deus (revelação). Essa duas iniciativas podem ser combinadas, ou seja, reconhecer o esforço natural do homem de conhecer Deus. Essa terceira via fundamenta a própria revelação espírita, pois afirma que a revelação é de inspiração divina, mas também fruto do trabalho de pesquisa do ser humano.

11) Pergunta 10 de O Livro dos Espíritos: Pode o homem compreender a natureza íntima de Deus?

Não, falta-lhe para tal um sentido. Mas quando o homem não estiver mais obscurecido pela matéria, e pela sua perfeição tiver se aproximado dela, então vera e compreenderá.

12) Em vista das dificuldades de conceituação, como compreender intimamente a existência de Deus?

Temos que nos valer da fé. Nesse sentido, o homem encontra Deus na sua experiência mais íntima, na profundidade de sua existência, que percebe Deus muito maior do aquilo que pode imaginar. Em síntese, para o crente, Deus é o espaço aberto que possibilita a nossa liberdade.

Fonte de Consulta

Diversas Enciclopédias

KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8. ed. São Paulo: Feesp, 1995.

(Reunião 04/06/2011)