Ideia e Pensamento

1) O que é ideia?

Do grego eidos, forma visível. O termo ideia é normalmente empregado como sinônimo de concepção, noção ou representação (a ideia de ciência, de justiça). No plural, pode também designar os pensamentos ou opiniões de uma determinada pessoa: as ideias morais de Rousseau.  (Durozoi, 1993)

2) O que é ideia para Hegel?

É a síntese (syn, em grego que dizer com, e thesis, posição: composição) do conceito com o fato, que lhe serve de conteúdo. Distinguia: 1) a ideia como representação subjetiva (imagens mentadas pelo ser humano); 2) a ideia concreta (copo). (Santos, s.d.p.)

3) Como se originam as ideias?

As ideias estão disseminadas no tempo e no espaço. O trabalho do filósofo é transformar essas coisas ou ideias em objeto de conhecimento. Enquanto coisas, o conhecimento está disperso, confuso e vago. Para que ele se torne objeto de conhecimento, há necessidade de apreendê-lo. 

4) Em se tratando de ideia, qual o trabalho do filósofo?

Enquanto o trabalhador braçal transforma os recursos naturais em produtos de utilidade para o lar e a sociedade, o trabalhador intelectual transforma as ideias, que são a sua matéria-prima. O produto final do filósofo é um melhoramento de sua compreensão do mundo, das pessoas e das coisas que o rodeiam.

5) Que tipo de ideias os filósofos costumam trabalhar?

Os filósofos procuram trabalhar com ideias que duram para sempre. Os seus temas preferidos são: Deus, Espírito, Matéria, Cosmovisão, Justiça, Liberdade etc. É refletindo sobre esses temas que aumenta a sua visão de mundo.

6) Como os racionalistas e os empiristas explicam a ideia?

Os racionalistas sustentavam que as ideias do homem eram inatas, sendo que a experiência servia apenas para despertá-las na consciência; os empiristas afirmavam que o espírito não tem ideias próprias, e por isso contemplava o mundo através das janelas dos sentidos.

7) Qual o poder da revelação na veiculação da ideia?

Como a revelação pela fé tem um poder maior, a concepção da Igreja acaba prevalecendo sobre a razão e o sentido. A Idade Média foi pródiga nesse entendimento. 

8) Qual a contribuição dos pensadores da Idade Moderna na concepção da ideia?

Galileu dizia que todas as ideias devem apoiar-se em observações e experiências. Francis Bacon alertava aos homens para se desembaraçarem dos ídolos ou preconceitos e falsos pontos de vista e observassem o mundo atentamente. Descartes achava que o indivíduo devia partir de premissas que não podiam ser contestadas.

9) Qual a influência da psicologia na concepção das ideias?

Muitos pensadores modernos, sob a influência da Psicologia, passaram da teoria do conhecimento para o estudo do próprio pensamento. William James afirma ser o pensamento um instrumento e não ser melhor que o seu serviço que presta numa situação. Para John Dewey, o homem não pensa, a menos que tenha um problema para resolver. Simples fantasias passageiras, devaneios e coisas semelhantes não representam pensamento, no sentido verdadeiro do termo.

10) Podemos nos valer dos pensamentos dos outros? 

Para o filósofo, o que tem valor é a construção do seu próprio pensamento. Não importa de onde tenha vindo a ideia inicial, pois tanto faz que a mesma tivesse brotado de um homem medíocre ou de um homem famoso. O seu trabalho consiste apenas em verificar se esse primeiro estímulo é viável de se tornar um objeto de conhecimento. Depois disso, parte para o trabalho.

11) Toda grande ideia renovadora recebe o batismo da perseguição? 

Allan Kardec, na página 134 da Revista Espírita de 1868, diz que todas as ideias renovadoras, quer na ciência quer na moral, recebem o batismo da perseguição, porque elas ferem os interesses do preconceito, do status quo, do modus operandi. Mas a perseguição detém o seu curso? Não acontece o contrário, ou seja, essas ideias acabam crescendo. Os perseguidores trabalham contra si próprios, porque fazem crescer o que queriam estancar. Daí o anexim: "Ninguém atira pedra em árvore que não tem fruto". 

12) Que relação há entre imaginação e associação de ideias? 

O Espírito André Luiz explica-nos a associação de ideias da seguinte forma: "Emitindo uma ideia, passamos a refletir as que se lhe assemelham, ideia essa que para logo se corporifica, com intensidade correspondente à nossa insistência em sustentá-la, mantendo-nos, assim, espontaneamente em comunicação com todos os que nos esposem o modo de sentir". (Xavier, 1977, p. 48)

Fonte de Consulta

DUROZOI, G. e ROUSSEL, A. Dicionário de Filosofia. Tradução de Marina Appenzeller. Campinas, SP: Papirus, 1993.

SANTOS, Mário Ferreira dos. Convite à Filosofia e à História da Filosofia. 6. ed., São Paulo: Logos, s.d.p.

XAVIER, F. C. Mecanismos da Mediunidade, pelo Espírito André Luiz. 8. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1977.

(Reunião de 18/06/2016)