Niilismo

1) O que é niilismo? 

Niilismo – do latim nihil, nada, é o pensamento obcecado pelo nada, a doutrina da morte de Deus. Pode-se, também, dizer que é “a absolutização do nada”.

2) Onde buscar a origem do termo?

Górgias é apontado como o primeiro niilista da história ocidental. Dele vem a frase: “Nada existe; se alguma coisa existisse, não a poderíamos conhecer; e, se a conhecêssemos, não seria comunicável”. 

3) Quais outros pensadores poderiam ser arrolados numa hipotética história do niilismo? 

Fridegísio de Tours procurou provar que o nada possui algum ser – alguma substancialidade.

Mestre Eckhart declara que Deus e o nada, “o anjo, a mosca e a alma” são a mesma coisa.

Charles de Bovelles defende a “negação originária das criaturas e da matéria” que é o nada.

Leonardo da Vinci anotou: “Entre as grandes coisas que estão abaixo de nós, o ser do nada é imensamente grande”? (1)

4) Qual a contribuição russa para o estudo do niilismo?

Por volta de 1860-1870, os russos Dobroliubov, Tchernychewski e Pisarev criam uma corrente de pensamento caracterizada pelo pessimismo metafísico do prolongamento do positivismo de Comte, e, pelo ceticismo com relação aos valores tradicionais: morais, teológicos e estéticos. O princípio fundamental era o individualismo absoluto, a negação dos deveres impostos pela família, pelo Estado e pela religião. (1)

5) Quem foi o expoente máximo do niilismo?

Nietzsche foi o expoente máximo do niilismo. Num fragmento redigido em seus últimos anos de lucidez, ele diz: Niilismo: falta-lhe a finalidade. Carece de resposta à pergunta “para quê?” Que significa o niilismo? Que os valores supremos se depreciaram (VIII, II, 12).

É a falta de referências tradicionais, dos valores ideais para as respostas aos porquês da vida. A desvalorização dos valores supremos levaria o ser humano à perda dos seguintes princípios: a) Deus; b) fim último; c) ser; d) bem; e) verdade.

6) O que podemos extrair das obras de Orwell, Huxley e Konrad Lorenz?

As obras 1984, de Orwell, O Mundo Novo, de Huxley e O Declínio do Homem, de Konrad Lorenz, mostram a perda da liberdade humana. Pode-se sintetizá-las na seguinte frase: “Na convicção de lhe dar tudo, essa sociedade reduz o homem a nada e o atira ao abismo do niilismo”. (2)

7) O nada nos aguarda além-túmulo?

Dentre as alternativas com relação à vida futura, o materialismo leva-nos ao niilismo, ao nada. De acordo com o Espiritismo, somos imortais e viveremos além-túmulo segundo o que fizermos de bom ou de ruim neste mundo.

8) Quais são as consequências espirituais do niilismo?

Como a matéria é a única fonte do ser, a morte é considerada o fim de tudo. Nesse sentido, a consequência do niilismo é a corrida em busca do dinheiro, da projeção social e do bem-estar material. Isto porque o niilismo, fruto da doutrina materialista, advoga a ausência de toda a crença. 

9) cite algumas frases sobre o nihil.

Nihil difficile amanti - nada é difícil a quem ama. 

Nihil diu occultum - nada (se conserva) oculto por muito tempo

Nihil dulcius quam omnia scire - não há coisa mais agradável que saber tudo

Nihil est aliud falsitas nisi veritatis imitatio - a falsidade não é mais que a imitação da verdade

Nihil medium est - não há meio; isto é, não há meio termo.

Nihil obstat - nada obsta. Velha fórmula, especialmente usada pela autoridade eclesiástica, para indicar o consentimento dado a alguma coisa, publicação etc. Precede o imprimatur, "imprima-se".

Fonte de Consulta

(1) VOLPI, Franco. O Niilismo. Tradução de Rido Vannucchi. São Paulo: Loyola, 1999.

(2) REALE, Giovanni. O Saber dos Antigos: Terapia para os Dias Atuais. Tradução de Silvana Cobucci Leite. São Paulo: Loyola, 1999.

(Reunião de 12/04/2014)

Compilação: https://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/niilismo