Niilismo

Perguntas e Respostas

1) O que é niilismo? 

Niilismo – do latim nihil, nada, é o pensamento obcecado pelo nada, a doutrina da morte de Deus. Pode-se, também, dizer que é “a absolutização do nada”.

2) Onde buscar a origem do termo?

Górgias é apontado como o primeiro niilista da história ocidental. Dele vem a frase: “Nada existe; se alguma coisa existisse, não a poderíamos conhecer; e, se a conhecêssemos, não seria comunicável”. 

3) Quais outros pensadores poderiam ser arrolados numa hipotética história do niilismo? 

Fridegísio de Tours procurou provar que o nada possui algum ser – alguma substancialidade.

Mestre Eckhart declara que Deus e o nada, “o anjo, a mosca e a alma” são a mesma coisa.

Charles de Bovelles defende a “negação originária das criaturas e da matéria” que é o nada.

Leonardo da Vinci anotou: “Entre as grandes coisas que estão abaixo de nós, o ser do nada é imensamente grande”? (1)

4) Qual a contribuição russa para o estudo do niilismo?

Por volta de 1860-1870, os russos Dobroliubov, Tchernychewski e Pisarev criam uma corrente de pensamento caracterizada pelo pessimismo metafísico do prolongamento do positivismo de Comte, e, pelo ceticismo com relação aos valores tradicionais: morais, teológicos e estéticos. O princípio fundamental era o individualismo absoluto, a negação dos deveres impostos pela família, pelo Estado e pela religião. (1)

5) Quem foi o expoente máximo do niilismo?

Nietzsche foi o expoente máximo do niilismo. Num fragmento redigido em seus últimos anos de lucidez, ele diz: Niilismo: falta-lhe a finalidade. Carece de resposta à pergunta “para quê?” Que significa o niilismo? Que os valores supremos se depreciaram (VIII, II, 12).

É a falta de referências tradicionais, dos valores ideais para as respostas aos porquês da vida. A desvalorização dos valores supremos levaria o ser humano à perda dos seguintes princípios: a) Deus; b) fim último; c) ser; d) bem; e) verdade.

6) O que podemos extrair das obras de Orwell, Huxley e Konrad Lorenz?

As obras 1984, de Orwell, O Mundo Novo, de Huxley e O Declínio do Homem, de Konrad Lorenz, mostram a perda da liberdade humana. Pode-se sintetizá-las na seguinte frase: “Na convicção de lhe dar tudo, essa sociedade reduz o homem a nada e o atira ao abismo do niilismo”. (2)

7) O nada nos aguarda além-túmulo?

Dentre as alternativas com relação à vida futura, o materialismo leva-nos ao niilismo, ao nada. De acordo com o Espiritismo, somos imortais e viveremos além-túmulo segundo o que fizermos de bom ou de ruim neste mundo.

8) Quais são as consequências espirituais do niilismo?

Como a matéria é a única fonte do ser, a morte é considerada o fim de tudo. Nesse sentido, a consequência do niilismo é a corrida em busca do dinheiro, da projeção social e do bem-estar material. Isto porque o niilismo, fruto da doutrina materialista, advoga a ausência de toda a crença. 

9) cite algumas frases sobre o nihil.

Nihil difficile amanti - nada é difícil a quem ama. 

Nihil diu occultum - nada (se conserva) oculto por muito tempo

Nihil dulcius quam omnia scire - não há coisa mais agradável que saber tudo

Nihil est aliud falsitas nisi veritatis imitatio - a falsidade não é mais que a imitação da verdade

Nihil medium est - não há meio; isto é, não há meio termo.

Nihil obstat - nada obsta. Velha fórmula, especialmente usada pela autoridade eclesiástica, para indicar o consentimento dado a alguma coisa, publicação etc. Precede o imprimatur, "imprima-se".

(Reunião de 12/04/2014)

Fonte de Consulta

(1) VOLPI, Franco. O Niilismo. Tradução de Rido Vannucchi. São Paulo: Loyola, 1999.

(2) REALE, Giovanni. O Saber dos Antigos: Terapia para os Dias Atuais. Tradução de Silvana Cobucci Leite. São Paulo: Loyola, 1999. (https://sites.google.com/view/aprofundamentodoutrinario/niilismo?authuser=0 )


Texto Curto no Blog

Niilismo

Niilismo – do latim nihil, nada, é o pensamento obcecado pelo nada, a doutrina da morte de Deus. Pode-se, também, dizer que é “a absolutização do nada”. No espírito do vulgo, o niilismo andou associado às ideias de assassínio e de revolução, pois os niilistas procuravam derrubar as instituições por meio da força. 

Górgias é apontado como o primeiro niilista da história ocidental. Dele vem a frase: “Nada existe; se alguma coisa existisse, não a poderíamos conhecer; e, se a conhecêssemos, não seria comunicável”. Além dele, podemos apontar outros pensadores: Fridegísio de Tours procurou provar que o nada possui algum ser – alguma substancialidade; Mestre Eckhart declara que Deus e o nada, “o anjo, a mosca e a alma” são a mesma coisa; Charles de Bovelles defende a “negação originária das criaturas e da matéria” que é o nada; Leonardo da Vinci anotou: “Entre as grandes coisas que estão abaixo de nós, o ser do nada é imensamente grande”? (1)

No século XIX, por volta de 1860-1870, o niilismo constitui uma corrente de pensamento professada pelos russos Dobroliubov, Tchernychewski e Pisarev. Esta corrente é caracterizada pelo pessimismo metafísico do prolongamento do positivismo de Comte, e, pelo ceticismo com relação aos valores tradicionais: morais, teológicos e estéticos. O princípio fundamental era o individualismo absoluto, a negação dos deveres impostos pela família, pelo Estado e pela religião. (1)

Nietzsche foi o expoente máximo do niilismo. Num fragmento redigido em seus últimos anos de lucidez, ele diz: Niilismo: falta-lhe a finalidade. Carece de resposta à pergunta “para quê?” Que significa o niilismo? Que os valores supremos se depreciaram (VIII, II, 12). Deduz-se que o niilismo é a falta de referências tradicionais, dos valores ideais para as respostas aos porquês da vida. A desvalorização dos valores supremos levaria o ser humano à perda dos seguintes princípios: a) Deus; b) fim último; c) ser; d) bem; e) verdade. Nessa linha de pensamento, lembremo-nos das obras 1984, de Orwell, O Mundo Novo, de Huxley e O Declínio do Homem, de Konrad Lorenz: todas elas mostram-nos a perda da liberdade humana, que se poderia sintetizar na seguinte frase: “Na convicção de lhe dar tudo, essa sociedade reduz o homem a nada e o atira ao abismo do niilismo”. (2)

Passemos do niilismo filosófico ao niilismo religioso. De acordo com as teses materialistas, o nada nos aguarda depois de nossa passagem por este mundo. O Espiritismo, porém, nos apresenta outra versão. De acordo com os seus postulados, percebemos que o Espírito é imortal e viveremos no além-túmulo, sujeitos à Lei do Progresso. O estado de felicidade ou de infelicidade dependerá do que fizemos de bom ou de ruim nesta vida. 

Reflitamos sobre o conteúdo filosófico do niilismo. Entretanto, não nos esqueçamos de analisá-lo sob a ótica do Espiritismo. 

(1) VOLPI, Franco. O Niilismo. Tradução de Rido Vannucchi. São Paulo: Loyola, 1999.

(2) REALE, Giovanni. O Saber dos Antigos: Terapia para os Dias Atuais. Tradução de Silvana Cobucci Leite. São Paulo: Loyola, 1999. (http://sbgfilosofia.blogspot.com/2014/03/niilismo.html)


Em Forma de Palestra

Niilismo e Espiritismo

1. Introdução 

O que é o niilismo? Qual a sua origem? O “nada” nos espera além-túmulo? Em se tratando da vida futura, qual a alternativa proposta pelo Espiritismo?  

2. Conceito  

Niilismo – do latim nihil, nada, é o pensamento obcecado pelo nada, a doutrina da morte de Deus. Pode-se, também, dizer que é “a absolutização do nada”. No espírito do vulgo, o niilismo andou associado às ideias de assassínio e de revolução, pois os niilistas procuravam derrubar as instituições por meio da força.  

3. Considerações Iniciais  

Górgias é apontado como o primeiro niilista da história ocidental. Dele vem a frase: “Nada existe; se alguma coisa existisse, não a poderíamos conhecer; e, se a conhecêssemos, não seria comunicável”.  

Além dele, podemos apontar outros pensadores: Fridegísio de Tours procurou provar que o nada possui algum ser – alguma substancialidade; Mestre Eckhart declara que Deus e o nada, “o anjo, a mosca e a alma” são a mesma coisa; Charles de Bovelles defende a “negação originária das criaturas e da matéria” que é o nada; Leonardo da Vinci anotou: “Entre as grandes coisas que estão abaixo de nós, o ser do nada é imensamente grande”? (Volpi, 1999) 

Faremos aqui um estudo do niilismo, compreendendo a sua natureza russa, o ponto de vista de Nietzsche e depois entraremos no campo religioso, principalmente com relação às expectativas da humanidade com relação à vida futura.  

4. Niilismo  

4.1. O Pensamento Russo 

No século XIX, por volta de 1860-1870, o niilismo constitui uma corrente de pensamento professada pelos russos Dobroliubov, Tchernychewski e Pisarev. Esta corrente é caracterizada pelo pessimismo metafísico do prolongamento do positivismo de Comte, e, pelo ceticismo com relação aos valores tradicionais: morais, teológicos e estéticos. O princípio fundamental era o individualismo absoluto, a negação dos deveres impostos pela família, pelo Estado e pela religião. (Volpi, 1999) 

4.2. Nietzsche e o Niilismo  

Nietzsche foi o expoente máximo do niilismo. Num fragmento redigido em seus últimos anos de lucidez, ele diz: Niilismo: falta-lhe a finalidade. Carece de resposta à pergunta “para quê?” Que significa o niilismo? Que os valores supremos se depreciaram (VIII, II, 12). Deduz-se que o niilismo é a falta de referências tradicionais, dos valores ideais para as respostas aos porquês da vida. A desvalorização dos valores supremos levaria o ser humano à perda dos seguintes princípios: a) Deus; b) fim último; c) ser; d) bem; e) verdade.  

4.3. Obras que Ressaltam a Ideia Niilista

Nessa linha de pensamento, lembremo-nos das obras 1984, de Orwell, O Mundo Novo, de Huxley e O Declínio do Homem, de Konrad Lorenz: todas elas mostram-nos a perda da liberdade humana, que se poderia sintetizar na seguinte frase: “Na convicção de lhe dar tudo, essa sociedade reduz o homem a nada e o atira ao abismo do niilismo”. (Reale, 1999) 

5. O Problema da Vida Futura 

Ao refletirmos sobre o que esperarmos além da vida física, encontraremos explicações do niilismo, do panteísmo e do dogmatismo religioso. 

5.1. Materialismo (Niilismo) 

O Niilismo – do lat. nihil, nada, fruto da doutrina materialista – significa ausência de toda a crença. Como a matéria é a única fonte do ser, a morte é considerada o fim de tudo. Os adeptos do niilismo incentivam o gozo dos bens materiais, dizendo que quanto mais usufruirmos deles, mais felizes seremos. Como se vê, a consequência do niilismo é a corrida em busca do dinheiro, da projeção social e do bem-estar material. 

5.2. Panteísmo 

O Panteísmo – do grego pan, o todo, e Theos, Deus – significa absorção no todo. De acordo com essa doutrina, o Espírito, ao encarnar, é extraído do todo universal; individualiza-se em cada ser durante a vida e volta, por efeito da morte, à massa comum. As consequências morais dessa doutrina são semelhantes às do materialismo, pois ir para o todo, sem individualidade e sem consciência de si, é como não existir. 

5.3. Dogmatismo Religioso 

O Dogmatismo Religioso afirma que a alma, independente da matéria, é criada por ocasião do nascimento do ser; sobrevive e conserva a individualidade após a morte. A sua sorte já está determinada: os que morreram em "pecado" irão para o fogo eterno; os justos, para o céu, gozar as delícias do paraíso. Essa visão deixa sem respostas uma série de anomalias que acompanham a humanidade, como, por exemplo, os aleijões e a idiotia. 

6. Vida Futura e Espiritismo 

6.1. Verdades Espirituais

As verdades espirituais existem independentemente de termos esta ou aquela concepção de mundo. A continuidade da vida após a morte é uma realidade e dela não podemos fugir. A grande surpresa para os indivíduos que cometem o "suicídio" é a de que continuam vivos no mundo dos Espíritos. Fato este, relatado pelos próprios Espíritos, através da mediunidade. Sendo um fato, só nos resta ponderar sobre o seu conteúdo.

A reencarnação, um dos princípios fundamentais do Espiritismo, oferece-nos os meios para entendermos a morte e seus mistérios. A cada nova existência alteramos o teor específico de nossas vibrações mentais. São elas que nos posicionarão no mundo dos Espíritos: se leves e suaves, teremos condições de habitar um mundo mais evoluído; se pesadas e grosseiras, teremos de nos contentar com orbes mais atrasados. Não há privilégios: "A cada um segundo as suas obras", eis a lei. 

6.2. Moisés, Jesus e a Doutrina Espírita 

Allan Kardec, no capítulo II “Meu Reino não é Deste Mundo”, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, cuja essência é tratar da vida futura, faz uma comparação entre as acepções do Judaísmo, do Cristianismo e do Espiritismo. 

O princípio da vida futura pode ser assim sintetizado: os judeus tinham ideias muito vagas acerca da vida futura. Eles acreditavam nos anjos, mas não tinham conhecimento de que eles mesmos poderiam, no futuro, vir a ser anjos. Jesus Cristo coloca a vida futura como um dogma central de seus ensinamentos. Por isso, não se dizia rei deste mundo. Para o Espiritismo, a vida futura é uma realidade baseada em fatos, fatos estes mostrados pelos próprios Espíritos desencarnados. 

6.3. Lei do Progresso  

De acordo com os princípios codificados por Allan Kardec, percebemos que o Espírito é imortal e viveremos no além-túmulo, sujeitos à Lei do Progresso. Ao contrário de outros pontos de vista, o Espírito mantém a sua individualidade e o estado de felicidade ou infelicidade dependerá do que fizemos de bom ou de ruim nesta vida.  

Pelo simples fato de duvidar da vida futura, o homem dirige todos os seus pensamentos para a vida terrestre. Sem nenhuma certeza quanto ao porvir, dá tudo ao presente. Nenhum bem divisando mais precioso do que os da Terra, torna-se qual a criança que nada mais vê além de seus brinquedos. E não há o que não faça para conseguir os únicos bens que se lhe afiguram reais. A perda do menor deles lhe ocasiona uma tremenda angústia.  

7. Conclusão  

Allan Kardec nos ensina que a imortalidade dá ao Espírito a garantia de alcançar a perfeição. Como não consegue atingi-la em uma única vida, são necessárias diversas existências. Esta ida e vinda vai lapidando as suas impurezas até se tornar um Espírito puro e poder habitar mundos mais evoluídos. 

8. Bibliografia Consultada 

KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed. São Paulo: IDE, 1984. 

KARDEC, A. Obras Póstumas. Tradução de Guillon Ribeiro. 15.ed., Rio de Janeiro: FEB, 1975.  

REALE, Giovanni. O Saber dos Antigos: Terapia para os Dias Atuais. Tradução de Silvana Cobucci Leite. São Paulo: Loyola, 1999. 

VOLPI, Franco. O Niilismo. Tradução de Rido Vannucchi. São Paulo: Loyola, 1999.

São Paulo, março de 2014. 


Notas do Blog

Alternativas da Humanidade com Relação ao Mundo Espiritual

O Niilismo - do lat. nihil, nada, fruto da doutrina materialista - significa ausência de toda a crença. Como a matéria é a única fonte do ser, a morte é considerada o fim de tudo. Os adeptos do materialismo incentivam o gozo dos bens materiais, dizendo que quanto mais usufruirmos deles, mais felizes seremos. Como se vê, a conseqüência do niilismo é a corrida em busca do dinheiro, da projeção social e do bem-estar material. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2005/10/alternativas-da-humanidade-com-relao.html)

Salvação da Alma

As alternativas da humanidade com relação à vida futura podem ser resumidas: niilismo (espera do nada); panteísmo (absorção no todo); individualidade da alma. Para o dogmatismo religioso, a sorte da alma está selada. Para o Espiritismo, o Espírito, independente da matéria, foi criado simples e ignorante. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2011/08/salvacao-da-alma.html)

A Filosofia Espírita e o Existencialismo Moderno

A sociedade individualista e consumista leva-nos irremediavelmente ao niilismo. Vendem-nos a ideia de que temos que ser ricos, poderosos, famosos. Com isso, todos os nossos recursos pessoais são deslocados para esse fim. A livre busca do saber e os sentimentos profundos da alma são considerados maus e reprimidos. Voltemos os nossos olhos para o saber dos antigos, principalmente o dos gregos. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2010/10/filosofia-espirita-e-o-existencialismo.html)

O Nada e o Saber dos Antigos

O niilismo, o nada, aparece como uma doença no século XIX e se arrasta aos séculos seguintes.  Dentre os diversos pensadores a respeito deste tema, Nietzsche é quem se destaca, principalmente pela sua famosa indagação sobre o niilismo: falta o fim, falta resposta ao "por quê?"; o que significa niilismo?  - que os valores supremos se desvalorizam. (F. Nietzsche, Fragmentos póstumos) (http://sbgfilosofia.blogspot.com/2014/04/o-nada-e-o-saber-dos-antigos.html)


Dicionário

Niilismo. Palavra cunhada do latim nihil, que significa "nada". É para Nietzsche um mecanismo de negação deste mundo e desta vida em nome de algo que está além dela, em nome de "nada": nesse sentido, temos o niilismo passivo. Para ilustrar, tome-se esta passagem de O Anticristo, § 7: "Mas não se diz 'nada': diz-se 'além'; ou 'Deus'; ou 'a verdadeira vida'; ou nirvana, salvação, bem-aventurança..." (Nietzsche, O Anticristo. Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia da Letras, 2007, p. 14). Para Nietzsche o cristianismo seria um exemplo de postura niilista, na medida em que atribui um valor maior a algo (o paraíso, a vida eterna) que não é esta vida e, nesta medida, estaria negando-a. (1)

No espírito do vulgo a palavra niilismo andou associada às ideias de assassínio e de revolução, já que os niilistas procuravam derrubar as instituições imperiais por meio da força. 

Niilismo - atitude crítica para com as convenções sociais e as tradições. (Nesse sentido, qualificado por Nietzsche como destruidor de todos dos valores.)

Encicl. Nome dado na Rússia, por volta de 1860 a 1870, ao movimento de escritores e pensadores revolucionários ou pré-revolucionários denunciados por tentarem a destruição de tudo para começar de novo, do nihil (nada). (2)

Nihil difficile amanti - nada é difícil a quem ama. 

Nihil diu occultum - nada (se conserva) oculto por muito tempo

Nihil dulcius quam omnia scire - não há coisa mais agradável que saber tudo

Nihil est aliud falsitas nisi veritatis imitatio - a falsidade não é mais que a imitação da verdade

Nihil medium est - não há meio; isto é, não há meio termo.

Nihil obstat - nada obsta. Velha fórmula, especialmente usada pela autoridade eclesiástica, para indicar o consentimento dado a alguma coisa, publicação etc. Precede o imprimatur, "imprima-se".

Niilismo (Do latim nihil, nada). Doutrina segundo a qual o absoluto não existe, como já afirmaram na Antiguidade o sofista Górgias e, de maneira geral, os céticos gregos. No século XIX, o niilismo constitui a princípio uma corrente de pensamento - professada principalmente por intelectuais russos por volta de 1860-1870 (Dobroliubov, Tchernychewski, Pisarev) - caracterizada pelo pessimismo metafísico do prolongamento do positivismo de Comte, e, pelo ceticismo com relação aos valores tradicionais (morais, teológicos, estéticos), o todo acompanhado pelo projeto de se construir a sociedade sobre bases científicas. Próximo da fórmula de Dostoiévski: "Se Deus não existe, tudo é permitido" e tirando as consequências disso, o niilismo confunde-se mais tarde com o individualismo anarquista que visa a destruição do Estado. 

Em Nietzsche, o niilismo designa em primeiro lugar a ausência de fins determináveis - "faltam fins" - que permitiriam a priori dar um sentido à vida humana: "o futuro não tem objetivo", ainda mais porque "Deus está morto". Corresponde ademais à "decadência" e à "regressão da força espiritual" que o autor acredita observar no Ocidente. A esse niilismo passivo, Nietzsche opõe um niilismo ativo que, por destruição e transmutação dos valores tradicionais essencialmente cristãos, criará um mundo novo em que o "poder aumentado do espírito" irá se afirmar. 

Em Heidegger, o niilismo corresponde à última etapa do esquecimento do ser (o século XX): a partir do momento em que não existe mais nada do ser e da verdade, o homem se obnubila no ente e destrói a natureza. (3)

Niilismo. 1. Redução a nada. 2. Descrença absoluta. 3. FILOS. Termo que designa geralmente qualquer atitude de negação de um ou mais aspectos da realidade. 4. HIST. Doutrina de certos revolucionários russos na segunda parte do século XIX, para lutar contra o absolutismo tsarista. 

Filos. Inicialmente, o termo foi utilizado pelos românticos alemães para se referirem às doutrinas que propugnam a ausência de convenções verdadeiras. No sentido negativo, foi utilizado, de forma polêmica por Hamilton contra Hume, que negava a realidade substancial. Em Nietzsche adquiriu um significado positivo ao indicar a intervenção ativa para destruir os velhos valores e as crenças tradicionais, qualidade dos espíritos fortes. (4)

Niilismo. O niilismo não é uma doutrina filosófica, mas o movimento histórico próprio da cultura ocidental, que produziu o que nela existe de mais significativo. Nietzsche chama de niilismo a atitude de negação da vida. 

O niilismo passou por vários momentos, e dois dos mais significativos são o platonismo e o cristianismo. Platão é quem instaura o que Nietzsche qualifica como o grande erro, com sua invenção do mundo das ideias, um mundo transcendente ordenado; um mundo onde tudo é o que é e nada "vem a ser", e que, por isso mesmo, é perfeito. São bem patente a negação e o desprezo do mundo sensível, o nosso mundo. 

O cristianismo faz do platonismo a filosofia triunfante ao adotá-lo e espalhá-lo pelo Ocidente. As ideias platônicas são para o cristianismo os pensamentos de Deus, a partir dos quais criou um mundo. Na diferença entre o criador, Onipotente e perfeito, e a criatura, limitada e imperfeita, manifesta-se o mesmo desprezo pela vida. 

O niilismo se torna mais evidente e atinge seu ponto de inflexão com esse acontecimento definitivo na história do Ocidente que é a morte de Deus. Com o passar do tempo, os homens deixaram de acreditar em Deus, o espírito científico e positivista acabou por se impor, mas nem por isso o esquema fundamental mudou: o desprezo e a negação da vida. 

Nietzsche percebe na Europa de seu tempo, a segunda metade do século XIX, a decadência do homem moderno. Este cansado e doentio, substituiu a antiga segurança que a filosofia e a religião lhe proporcionavam por uma nova forma de racionalidade: a derivada do conhecimento técnico-científico por meio da qual continua se protegendo da vida. A técnica veio assim substituir a velha metafisica. 

A morte de Deus estabelece para o ser humano a perda de todo ponto de referência: a vida deixa de ter sentido e nada mais tem valor. "Se Deus está morto, tudo é permitido" (Dostoiévski). Antes, o valor de tudo estava localizado no transmundo; a partir da morte de Deus, esse valor desapareceu definitivamente. 

Esse momento de máximo desespero, no entanto, pode se converter no momento em que tudo comece a mudar: é preciso passar pela negação absoluta para poder começar a criar algo novo, a arrancada de uma nova antropologia, de uma nova moral, de uma nova concepção da realidade e da verdade. (5, p. 153 e 154)

(1) FIGUEIREDO. Vinicius de (Org.). Filósofos na Sala de Aula. São Paulo: Berlendis & Vertecchia, 2007. (Vol. II)

(2) Grande Enciclopédia Delta Larousse

(3) DUROZOI, G. e ROUSSEL, A. Dicionário de Filosofia. Tradução de Marina Appenzeller. Campinas, SP: Papirus, 1993.

(4) Enciclopédia Barsa Universal.

(5) Temática Barsa - Filosofia


Pensamentos

“O pensamento puro deve começar por uma recusa da vida. O primeiro pensamento claro, é o pensamento do nada.” (Gaston Bachelard)

"Todo o niilismo se caracteriza pelo ceticismo em relação ao sentido, ceticismo esse, acompanhado de um relativismo quanto aos valores." (Viktor Frankl)

"Chegamos ao extremo limite dos horrores com o comunismo, o socialismo, o niilismo, deformidades horríveis da sociedade civil e quase a sua ruína." (Leão XIII)

"Intensifique, piore, acelere a decadência. Adote a perspectiva do niilismo ativo, ultrapasse o mero reconhecimento - seja depressivo ou admirável - da destruição de todos os valores." (Lyotard)

"Quando se coloca o centro de gravidade da vida não na vida mas no "além" - no nada - tira-se da vida o seu centro de gravidade." (Friedrich Wilhelm Nietzsche)

"O Niilismo não propõe futuro, e nem presente, o Niilismo é o nada, como uma mesa vazia, ou o vácuo no espaço. O Niilismo é a humanidade vazia em um âmbito de solidão e insignificância cósmica." (Gerson de Rodrigues)


Mensagem Espírita

Perseverai no Bem e não Vacileis (*)

Unidos seremos resistência, fragmentados seremos vencidos em nossos objetivos essenciais. Temos o direito de discrepar, de pensar de maneira diversa e o dever de discutir, de expor, mas não de dissentir. 

Filhos e filhas do coração, guarde-nos na sua paz o Mestre incomparável.

Os ciclos da evolução sucedem-se invariavelmente obedecendo à planificação superior. Períodos de ascendência evolutiva caracterizados pelo conhecimento, períodos outros de maturidade para fixação dos postulados apreendidos. É inevitável que vivamos as crises existenciais decorrentes da situação moral em que se encontra o nosso planeta.

Reencarnastes-vos para contribuir com o momento da mudança de paradigmas do planeta de provas e de expiações para o mundo de regeneração. Assumistes o compromisso de divulgar Jesus Cristo conforme as lições insuperáveis do seu Evangelho.

A ciência e a tecnologia, a partir do século XVII, vêm realizando mister para o qual foram criadas pela Divindade esses paradigmas, mas o amor, experiência nova no mapa evolutivo das criaturas terrestres, não pode acompanhar esse desenvolvimento fascinante que, de um lado, proporciona comodidade, diminuição de aflições, facilidades no intercâmbio, aproximação dos sentimentos na construção do bem, mas sob outro aspecto, utilizados por mentes enfermas e corações aturdidos, têm sido os instrumentos da degradação das massas, da apropriação indébita das consciências, da vulgarização das propostas nobres do bem.

Alucinam-se aqueles que desejam controlar as inteligências humanas e proclamam o niilismo, assumindo a responsabilidade grave de diluir a fé nas almas já enfraquecidas, contribuindo para que se estabeleça o caos, através da perda de valores morais e de sentimentos de engrandecimento da alma. É necessário vigiar para depois orar em tranquilidade ante os recursos que se intrometem com objetivos nefandos na sementeira luminosa do conhecimento.

Olhamos uma sociedade que se degrada na luta infeliz do egocentrismo, do individualismo, da consumpção dos valores herdados da divina Providência e, não poucas vezes, a dúvida interroga as mentes mais saudáveis, “quando a sociedade será melhor?”, porque a grande mídia prefere a divulgação daquelas condições canhestras, exageradamente perniciosas, como as que devem ser vivenciadas pelas massas. Surgem comportamentos esdrúxulos, atitudes que chocam, e lentamente o desencanto e o medo passam a residir nos sentimentos antes audazes com a deserção de muitos lutadores empenhados na construção do reino de Deus.

Não temais o mal, nem os maus. As suas artimanhas têm a durabilidade da sua própria facécia, logo desaparecem assim que são arrebatados pelo túmulo os idealistas que despertam no Além com a consciência atormentada e o coração estiolado.

Perseverai no bem.

Unidos seremos resistência, fragmentados seremos vencidos em nossos objetivos essenciais. Temos o direito de discrepar, de pensar de maneira diversa e o dever de discutir, de expor, mas não de dissentir. Evocando o encontro de Jerusalém, quando as duas figuras exponenciais do Evangelho de Jesus, Pedro e Paulo, enfrentaram-se para debater paradigmas de alta relevância na divulgação do Evangelho límpido e cristalino que Jesus trouxe para todos, sem privilégios nem preconceitos, relembramos que foi o amor que venceu as opiniões divergentes e que em lágrimas fez que o primeiro concílio dos cristãos se transformasse na pedra angular da divulgação da verdade, depois que o Mestre retornou aos páramos divinos.

Mantende-vos coesos com a Codificação Espírita, que um dia influenciará o comportamento da sociedade terrestre. O Espiritismo não é uma filosofia para determinado número de criaturas, é uma mensagem de vida eterna para todos os seres humanos. E, ante a interrogação dos desafios que parecem apresentar uma humanidade em decadência, ponde a certeza de que a Barca terrestre continua sob o comando do nauta Jesus, e na sua marcha inexorável irá aportar no país da regeneração.

Dai-vos as mãos em qualquer circunstância.

Que a sensibilidade exacerbada, nascida na presunção ou nos dispositivos egóicos, não vos constitua impedimento ao trabalho de iluminar consciências.

Existem, filhas e filhos amados, mais relevantes ações do bem do que degradação e decadência. Sucede que o erro e o vício trombeteiam as suas ações, enquanto a virtude discreta e silenciosa aproveita das noites sem estrelas para se tornarem as lâmpadas divinas guiando para o momento supremo da libertação.

Sabemos das vossas lutas, dos vossos testemunhos silenciosos, das lágrimas vertidas ante o que desejais realizar e o que lograis fazer. Não poucas vezes, com os vossos guias espirituais, enxugamo-vos o pranto e apontamo-vos o rumo no oceano bravio a ser conquistado para serem encontradas as terras da promissão.

Não vacileis!

Utilizai-vos dos sublimes recursos da Doutrina, especialmente as reuniões mediúnicas para, através dessa ponte sublime, que liga um ao outro plano da vida, deslindardes os aranzéis das forças negativas que muitas vezes vos envolvem, disseminando nos sentimentos amarguras e decepções.

Não creiais que aquilo que não lograis seja negativa do Senhor; antes considerai que a dificuldade de agora é a melhor solução para as necessidades vigentes. Amanhã entendereis melhor o que hoje vos constitui incógnita.

Saudamo-vos, filhas e filhos da união, pelos resultados do nosso encontro anual, pela serenidade com que discutistes os temas em pauta.

Agradecemos a Deus a compreensão das necessidades locais, na Pátria do Cruzeiro, neste país continental, que deve restaurar o pensamento de Jesus e enviá-lo para a humanidade.

À Europa e aos Estados Unidos da América do Norte cabem as investigações mais profundas em quase todas as áreas do conhecimento. À nova Sulamérica, marcada pela dor, pelo sofrimento do irmão de África e do indígena ingênuo e nativo, compete o surgimento do bem com a contribuição da Europa e da Ásia, caracterizado pelo sentimento de amor. Seremos a demonstração viva de que a mais pulsante força do universo é o amor, porque Deus é amor, e através desse amor que vige em toda parte e em nós, podemos tolerar-nos e dar-nos as mãos para os objetivos que nos levarão à plenitude.

Exultai, porque o Senhor vigia e os seus embaixadores, os cocriadores do planeta que lhe têm a direção estão alertas e a programação em pauta está sendo executada mesmo que, por enquanto, não seja visível quanto gostaríamos.

Contribuí, pois, filhas e filhos da alma, com a vossa ternura, burilando as imperfeições do período primário da evolução e, transformando-as em sentimentos de entrega em nome da caridade fraternal que, em breve, se expandirá pela Terra toda, sem que haja a diferença dos superdesenvolvidos e dos miseráveis, quando então o lobo feroz estará na mesma fonte sorvendo a água ao lado do cordeiro pacífico.

Nesses dias que se aproximam, e de que fazeis parte, exultai com os corações voltados para Jesus e cantai hosanas.

Tendes o nome escrito no livro do reino dos Céus e esforçai-vos para que seja mantido diante da misericórdia inefável daquele que é o caminho para a verdade, que é o caminho para a vida: nosso Senhor Jesus Cristo!

Os Espíritos-espíritas trabalhadores da Casa de Ismael, mantenedora do lema Deus, Cristo e Caridade, aqui conosco, solicitam-nos para que lhes sejamos a voz pedindo: avante, anônimos seareiros da verdade, e amai até as últimas forças da vossa jornada no planeta abençoado!

Muita paz, filhas e filhos, são os votos do servidor e amigo de sempre,

Bezerra.

(*) Revista pelo autor espiritual.

(Mensagem psicofônica ditada pelo Espírito Bezerra de Menezes ao médium Divaldo Pereira Franco no encerramento da reunião ordinária do Conselho Federativo Nacional, realizada em Brasília, entre os dias 6 e 8 de novembro de 2015.)