Velho Testamento


Perguntas e Respostas

1) Qual o significado de Testamento?

A palavra Testamento tem, na Bíblia, o significado de pacto, de aliança.

2) O que é a Bíblia?

O termo Bíblia provém do plural grego ta biblia (os livros), que, pelo menos a partir do século XII, é usada para significar o conjunto dos vários escritos do Antigo e do Novo Testamento.

3) O que abarca o Velho Testamento

Antigo Testamento, que é conjunto dos livros dos judeus, ou história dos judeus até Jesus Cristo. Divide-se em três partes: 1.ª) Thora, ou Lei (compreendendo o Gênesis, o Êxodo, o Levítico, os Números e o Deuteronômio); 2.ª) Nebium, ou Profetas (compreendendo Josué, Juízes, Samuel, Reis etc.); 3.ª) Ketubrim, ou hagiógrafos (compreendendo os salmos e os livros históricos).

4) E o Novo Testamento?

Novo Testamento nada mais é do que o conjunto de livros dos cristãos, ou história de Jesus Cristo. 

5) Qual a visão do Espiritismo sobre a Bíblia?

O Espiritismo entende que ela é constituída de Revelações Mediúnicas, entretecidas de narrativas, interpretações e inferências humanas, revelações estas que lhe estruturam os fundamentos religiosos e morais de forma progressiva.

6) Qual foi a missão de Moisés no Velho Testamento?

No monte, Moisés recebe de Deus a Lei — o Decálogo — "base de todo direito no mundo, sustentáculo de todos os códigos da justiça terrestre".

7) Qual a função dos profetas?

Após a morte de Moisés, emerge o sincretismo pelo qual lhe adotam o sistema ritual, os sítios sagrados, os santuários, a organização sacerdotal. A função dos profetas é combater esse sincretismo nascente.

8) Qual a relação entre o Velho Testamento, o Novo Testamento e o Espiritismo?

Moisés trouxe a missão da Justiça; o Evangelho, a revelação insuperável do Amor, e o Espiritismo em sua feição de Cristianismo redivivo, traz, por sua vez, a sublime tarefa da Verdade.

https://sites.google.com/view/aprofundamentodoutrinario/velho-testamento

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A palavra Testamento tem, na Bíblia, o significado de pacto, de aliança. O termo Bíblia provém do plural grego ta biblia (os livros), que, pelo menos a partir do século XII, é usada para significar o conjunto dos vários escritos do Antigo e do Novo Testamento. Novo Testamento nada mais é do que o conjunto de livros dos cristãos, ou história de Jesus Cristo. 

O Velho Testamento pode ser entendido da seguinte forma: conjunto dos livros dos judeus, ou história dos judeus até Jesus Cristo. Divide-se em três partes: 1.ª) Thora, ou Lei (compreendendo o Gênesis, o Êxodo, o Levítico, os Números e o Deuteronômio); 2.ª) Nebium, ou Profetas (compreendendo Josué, Juízes, Samuel, Reis etc.); 3.ª) Ketubrim, ou hagiógrafos (compreendendo os salmos e os livros históricos).

A visão do Espiritismo sobre a Bíblia. O Espiritismo entende que ela é constituída de Revelações Mediúnicas, entretecidas de narrativas, interpretações e inferências humanas, revelações estas que lhe estruturam os fundamentos religiosos e morais de forma progressiva.

No Velho Testamento, devemos ressaltar a missão de Moisés e os profetas. No monte, Moisés recebe de Deus a Lei — o Decálogo — "base de todo direito no mundo, sustentáculo de todos os códigos da justiça terrestre". Após a morte de Moisés, emerge o sincretismo pelo qual lhe adotam o sistema ritual, os sítios sagrados, os santuários, a organização sacerdotal. A função dos profetas é combater esse sincretismo nascente.

A relação entre o Velho Testamento, o Novo Testamento e o Espiritismo pode ser visto da seguinte maneira: no Velho Testamento, Moisés nos descortina a Lei de Deus; no Novo Testamento, Jesus explica-nos a lei do Amor; o Espiritismo nada mais é do que uma síntese dessa evolução, sendo, por isso, apontado como a terceira revelação divina. 

O Espírito Emmanuel, em O Consolador, diz-nos:

267 — Qual a posição do Velho Testamento no quadro de valores da educação religiosa do homem?

— No quadro de valores da educação religiosa, na civilização cristã, o Velho Testamento, apesar de suas expressões altamente simbólicas, poucas vezes acessíveis ao raciocínio comum, deve ser considerado como a pedra angular, ou como a fonte-máter da revelação divina.

268 — Os dez mandamentos recebidos por Moisés no Sinai, base de toda justiça até hoje, no mundo, foram alterados pelas seitas religiosas?

— As seitas religiosas, de todos os tempos, pela influenciação de seus sacerdotes, procuram modificar os textos sagrados; todavia, apesar das alterações transitórias, os dez mandamentos, transmitidos à Terra por intermédio de Moisés, voltam sempre a ressurgir na sua pureza primitiva, como base de todo o direito no mundo, sustentáculo de todos os códigos da justiça terrestre. (https://sbgespiritismo.blogspot.com/2023/12/velho-testamento.html)

Em Forma de Palestra

Bíblia

1. Introdução

O objetivo deste estudo é analisar os escritos do Antigo e do Novo Testamento, a fim de que possamos apreender os principais aspectos desses grandes ensinamentos, disseminados ao longo de centenas de anos.

2. Conceito

O termo Bíblia provém do plural grego ta biblia (os livros), que, pelo menos a partir do século XII, é usada para significar o conjunto dos vários escritos do Antigo e do Novo Testamento. O uso de um singular para designar vários livros sagrados tem uma explicação teológica. Não obstante a diversidade dos autores humanos, estes livros constituem uma unidade, um livro, ou o livro por excelência, cujo autor principal é Deus (Enciclopédia Verbo da Sociedade e do Estado).

A palavra Testamento tem, na Bíblia, o significado de pacto, de aliança. A figura jurídica do Testamento era desconhecida dos antigos hebreus. A herança entre eles, estava regulada pelo costume e, posteriormente, pela lei (Núm., 27, 8-11), não havendo a hipótese de herdeiros designados pelo testador. Mas nos tempos helenísticos, os rabinos introduziram a instituição jurídica dos gregos relativa ao Testamento e o termo diatheke que a designava. A Vulgata, ao traduzir a Bíblia para o latim, em vez de traduzir diatheke por foedus usou o termo testamento, que é uma das acepções de diatheke, mas não corresponde ao vocábulo original berit (Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura).

Antigo Testamento - conjunto dos livros dos judeus, ou história dos judeus até Jesus Cristo. Divide-se em três partes: 1.ª) Thora, ou Lei (compreendendo o Gênesis, o Êxodo, o Levítico, os Números e o Deuteronômio); 2.ª) Nebium, ou Profetas (compreendendo Josué, Juízes, Samuel, Reis etc.); 3.ª) Ketubrim, ou hagiógrafos (compreendendo os salmos e os livros históricos).

Novo Testamento - conjunto de livros dos cristãos, ou história de Jesus Cristo.

Cânon - conjunto dos escritos que a Igreja católica tem por divinamente inspirados.

3. Antigo Testamento

A Bíblia, segundo os judeus e cristãos em geral, é tida como o repositório da palavra de Deus, ditada ou inspirada por Ele. "O Concílio de Trento, em 1546, proibiu por em dúvida a inspiração divina da Bíblia, inclusive o Antigo Testamento (Challaye, 1981, p. 142).

No estudo da História, entendida como Ciência, desenvolveu-se, como método científico próprio, o que se denomina de crítica histórica. Esta, ao analisar o conteúdo bíblico, conclui que nele há a contribuição de várias escolas, acréscimos posteriores e autorias diferentes daquelas a quem são atribuídas as passagens escritas. E que, portanto, a Bíblia, como tantos outros textos religiosos, é obra humana.

O Espiritismo entende que ela é constituída de Revelações Mediúnicas, entretecidas de narrativas, interpretações e inferências humanas, revelações estas que lhe estruturam os fundamentos religiosos e morais de forma progressiva (Curti, 1981, p. 21).

3.1. A Lei

Moisés, salvo da matança pela filha do Faraó e educado na corte, após ter matado um egípcio que maltratava um judeu, refugiou-se no deserto, onde lhe apareceu Deus numa sarça ardente, incumbindo-o da missão de tirar seu povo do Egito e estabelecê-lo na "terra prometida" no país de Canaã.

Conta-se que, antes da fuga, o Anjo da Morte passa por sobre as casas dos israelitas, ferindo de morte os primogênitos dos egípcios. Pragas, passagem pelo Mar Vermelho, a submersão de carros e soldados egípcios, que perseguiam os fugitivos, sucedem-se até a chegada deles no Sinai

No monte, Moisés recebe de Deus a Lei — o Decálogo — "base de todo direito no mundo, sustentáculo de todos os códigos da justiça terrestre"

Moisés unifica as tribos num povo, fá-las adotar Iavé como seu Deus, constituindo uma religião nacional, na qual o povo se une à divindade num pacto de Aliança, que constitui uma unidade étnico-religiosa, uma nação-religião (Curti, 1981, p. 24).

3.2. Deus Único

A crença no Deus único constituiu-se uma monolatria, no sentido de que os israelitas até o século VII e VI a. C. admitiam outros deuses nacionais, além de Iavé. Este era o seu deus nacional. Pouco a pouco, entendem-no de forma animista e antropomórfica, com corpo espiritual comparado ao homem e com análogo sentimentos

A fé no Deus único conduziu este povo a condenar práticas mágicas e o culto aos mortos. O próprio Moisés, no Deuteronômio, recomenda não se interrogar os mortos.

"Enquanto a civilização egípcia e os iniciados hindus criavam o politeísmo para satisfazer os imperativos da época, contemporizando com a versatilidade das multidões, o povo de Israel acreditava somente na existência de Deus Todo-Poderoso, por amor do qual aprendia a sofrer todas as injúrias e a tolerar todos os martírios"... "Todas as raças da Terra devem aos judeus esse benefício sagrado, que consiste na revelação do Deus Único, Pai de todas as criaturas e Providência de todos os seres (Xavier, 1972, p. 68 e 69).

3.3. Os Profetas

Moisés não penetra nas terras de Canaã; morre antes, o que, aliás, lhe teria sido dito antes por Iavé. Em 1200 a. C. seu grupo o faz, guiado por Josué e, na nova terra, sob a liderança dos juízes, chefes militares, conselheiros e magistrados, induz outras tribos a aceitarem o Iaveísmo. Este, entretanto, se defronta com a Religião Cananéia, com as crenças dos habitantes da região, que provoca um sincretismo pelo qual lhe adotam o sistema ritual, os sítios sagrados, os santuários, a organização sacerdotal, assimilando-lhe a religião e cultura.

A função dos profetas é insurgir-se contra esse sincretismo.

Elias, Amós, Oséias, Isaías etc. são esses profetas (Curti, 1981, p. 28 e 29).

3.4. O Messianismo

A ideia de um messias geralmente atribuída ao Judaísmo, é historicamente anterior e encontra-se em outras crenças, entre vários povos. Ela é explicada, porém, com base na concepção de um passado remoto em que os homens teriam vivido situação melhor e que voltaria a existir pela mediação entre os homens e a divindade, de um Salvador.

Emmanuel entretanto explica que os Capelinos, ao serem recebidos por Jesus, teriam guardado as reminiscências de seu planeta de origem e das promessas do Cristo, que as fortalecera ao longo do tempo, "enviando-lhe periodicamente os seus missionários e mensageiros.

Os enviados do infinito falaram na china milenar, no Egito na Pérsia etc.

Entre os judeus a idéia do Messias Salvador surge entre os séculos IV e III a. C. pela literatura profética. É o ungido, o enviado de Iavé com a missão de instaurar o reino de Deus no mundo (Curti, 1981, p. 35).

4. Novo Testamento

Deus, no Velho Testamento, havia comunicado os seus anúncios de alegria aos patriarcas, a Moisés e aos profetas do seu povo; no Novo Testamento, dá o maior dos "anúncios", o anúncio de Jesus. Jesus não é só conteúdo do anúncio, mas é também o primeiro portador e arauto. Ele apresenta a si mesmo e a sua obra como o "Evangelho de Deus", isto é, a "boa-nova" que Deus envia ao mundo que espera (Battaglia, 1984, p. 21 e 22).

O Novo Testamento é composto de 4 Evangelhos, os Atos dos Apóstolos, as Epístolas e o Apocalipse de João.

4.1. Os Quatro Evangelhos

Os Evangelhos começaram a ser redigidos somente cerca de quarenta anos ou cinquenta depois dos eventos por ele narrados, embora já houvesse, além da tradição oral, textos escritos de que os Evangelistas se valeram. O Evangelho Segundo Mateus, o Evangelho Segundo Marcos e o Evangelho Segundo Lucas são classificados como Evangelhos Sinóticos, pois há muita concordância em seus escritos. O Evangelho Segundo João difere dos três anteriores pelo seu estilo, sua estrutura e seus objetivos. É mais uma interpretação teológica da vida e obra de Cristo do que uma biografia. O estilo rude do autor desenvolve um enredo progressivo e dramático dos acontecimentos. O autor utilizou-se das mesmas fontes dos sinóticos, mas desenvolveu de maneira toda própria certos acontecimentos e destacou outros em função do seu objetivo maior: anunciar a divindade e a supremacia de Jesus (Enciclopédia Miraror Internacional).

4.2. O Quinto Evangelho

Os Atos dos Apóstolos e as Cartas Apostólicas dispostos cronologicamente formariam um quinto evangelho. O Nascimento de Jesus, por exemplo, poderia ser encontrado em Gl 4,4; Rm 1,4; At 3, 18-24; At 1,14. Sua atividade missionária em At 10,36; At 2,22; At 1,13; At 1, 21-22; 2 Pd 1, 16-18; 1 Jo 1, 1-3. Este mesmo exercício poderia ser feito com relação às condições de sua vida, o início da vida pública, a última ceia, a traição de Judas etc. (Battaglia, 1984, p. 32 a 36).

5. Conclusão

A leitura do Antigo e do Novo Testamento deve ser feita, não em função da letra, mas do Espírito, a fim de que possamos captar toda a simbologia que está por trás das palavras.

6. Bibliografia Consultada

BATTAGLIA, 0. Introdução aos Evangelhos — Um Estudo Histórico-crítico. Rio de Janeiro, Vozes, 1984.

CHALLAYE, F. As Grandes Religiões. São Paulo, IBRASA, 1981.

CURTI, R. Monoteísmo e Jesus. São Paulo, FEESP, 1980.

Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura. Lisboa, Verbo, s. d. p.

Enciclopédia Mirador Internacional. São Paulo, Encyclopaedia Britannica, 1987.

Polis - Enciclopédia Verbo da Sociedade e do Estado.

XAVIER, F. C. A Caminho da Luz - História da Civilização à Luz do Espiritismo, pelo Espírito Emmanuel. Rio de Janeiro, FEB, 1972.


Dez Mandamentos

1. Introdução

O que são os Dez Mandamentos? Por quê dez? É correto usar o termo mandamento? Moisés recebeu-os diretamente de Deus? Qual a visão espírita desse código de conduta? Esses mandamentos ainda são válidos nos dias que correm? Veremos a posição de Moisés, o comentário expresso em O Evangelho Segundo o Espiritismo e a interpretação dada pelo Espírito André Luiz.

2. Conceito

Decálogo. Assim são chamadas as "dez palavras" que Moisés por ordem Javé, ou que o próprio Javé  escreveu nas duas tábuas de pedra, e que continham as obrigações fundamentais da Aliança.

Mandamentos são os princípios éticos transmitidos por Deus aos homens de todos os tempos, através de emissários chamados profetas. Foram sintetizados no Decálogo, o qual Jesus não veio derrogar, mas sim aperfeiçoar. (Equipe da FEB, 1995)

3. Considerações Iniciais

A Bíblia é dividida em Velho e Novo Testamento. A palavra Testamento significa Aliança. Há, assim, uma aliança (velha) de Deus feita com os profetas, notadamente Moisés, e outra (nova) com Jesus.

Moisés recebe de Deus os Dez Mandamentos, descrito em Êxodo, 20, 2 a 17. É repetido novamente em Deuteronômio, 5, 6 a 21, usando palavras similares. Decálogo significa dez palavras. Estas palavras resumem a Lei, dada por Deus ao povo de Israel, no contexto da Aliança, por meio de Moisés. Este, ao apresentar os mandamentos do amor a Deus (os quatros primeiros) e ao próximo (os outros seis), traça, para o povo eleito e para cada um em particular, o caminho duma vida liberta da escravidão do pecado. De acordo com o livro bíblico de Êxodo, Moisés conduziu os israelitas que haviam sido escravizados no Egito, atravessando o Mar Vermelho dirigindo-se ao Monte Horebe, na Península do Sinai. No sopé do Monte Horebe, Moisés ao receber as duas "Tábuas da Lei" contendo os Dez Mandamentos de Deus, estabeleceu solenemente um Pacto (ou Aliança) entre YHVH e o povo de Israel. (Wikipédia)

Os Dez Mandamentos, proveniente de Assêret Hadibrot, dá-nos a falsa impressão de que existem Dez Mandamentos, que foram separados como sendo os mais importantes da Torá. A tradução correta de Assêret Hadibrot é "Dez Falas" ou "Dez Ditos", sendo que estes são dez princípios que incluem toda a Torá e seus 613 preceitos, inclusive estes dez. (http://www.chabad.org.br/tora/10mandamentos.htm)

4. Moisés e os Dez Mandamentos 

4.1. Contexto Histórico

Na antiguidade, falava-se muito da Lei. A Lei no Antigo Testamento recebe diversas denominações: ensinamento, testemunho, preceito mandamento, decisão (ou juízo, julgamento), palavra, vontade, caminho de Deus. O termo hebraico Torah (Lei), por exemplo, tem um sentido amplo e significa "ensinamento" dado por Deus aos homens para regular sua conduta. A Lei está em íntima relação com a Aliança. Na Aliança Deus faz promessas, mas estabelece condições: Israel deverá obedecer à sua voz e observar as suas prescrições, caso contrário cairão sobre Israel as maldições divinas. Essa ligação entre a Lei e a Aliança explica que em Israel não haja outra lei que a de Moisés, pois Moisés é o mediador da Aliança.

4.2. A Descrição dos Dez Mandamentos

Moisés recebeu as duas tábuas dos Dez Mandamentos no monte Sinai. Os dez mandamentos representam a primeira revelação divina aos homens. Ela foi local e pessoal e deu-se em Israel. Moisés foi o revelador. Dizem que recebeu diretamente de Deus. Em realidade, Moisés foi um grande enviado, um grande emissário, mais especificamente um grande médium.

4.3. A Lei de Deus está Formulada nos Dez Mandamentos:

I. Eu sou o Senhor, vosso Deus, que vos tirei do Egito, da casa da servidão. Não tereis, diante de mim, outros deuses estrangeiros. Não fareis imagem esculpida, nem figura alguma do que está em cima do céu, nem embaixo na Terra, nem do que quer que esteja nas águas sob a terra. Não os adorareis e não lhes prestareis culto soberano.

II. Não tomeis em vão o nome do Senhor vosso Deus.

III. Lembrai-vos de santificar o dia do sábado.

IV. Honrai a vosso pai e a vossa mãe, a fim de viverdes longo tempo na terra que o Senhor vosso Deus vos dará.

V. Não mateis.

VI. Não cometais adultério.

VII. Não roubeis.

VIII. Não presteis testemunho falso contra o vosso próximo.

IX. Não desejeis a mulher do vosso próximo.

X. Não cobiceis a casa do vosso próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu asno, nem qualquer das coisas que lhe pertençam.

5. Reflexão sobre os Dez Mandamentos

5.1. Comentando, Um a Um, os Dez Mandamentos

I. Eu sou o Senhor, vosso Deus, que vos tirei do Egito, da casa da servidão. Não tereis, diante de mim, outros deuses estrangeiros. Não fareis imagem esculpida, nem figura alguma do que está em cima do céu, nem embaixo na Terra, nem do que quer que esteja nas águas sob a terra. Não os adorareis e não lhes prestareis culto soberano.

Este primeiro mandamento estabelece que devemos amar um único Deus, que, segundo o Espiritismo, é a inteligência suprema causa primária de todas as coisas. Prega-se que não devemos adorar imagens ou coisas semelhantes. Por isso o Espiritismo não tem imagens, nem paramentos e nem qualquer tipo de ritualismo.

II. Não tomeis em vão o nome do Senhor vosso Deus.

Quando nos dirigirmos a Deus, devemos fazê-lo dentro da maior humildade, pois não são as promessas labiais que nos salvarão, mas a completa obediência aos seus mandamentos.

III. Lembrai-vos de santificar o dia do sábado.

Santificar o dia não é fazer dele uma idolatria, pois Jesus já nos ensinava que o sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado. Quer dizer, devemos prestar homenagem, reverência a Deus, mas não precisa ser exclusivamente no sábado.

IV. Honrai a vosso pai e a vossa mãe, a fim de viverdes longo tempo na terra que o Senhor vosso Deus vos dará.

A dívida para com os nossos pais é impagável. Não podemos lhes retribuir a nossa própria vida. Por isso, devemos respeitá-los e dar-lhes toda a nossa atenção. Não importa se são bons ou maus. A ingratidão dos filhos para com os pais não tem fundamento lógico: será que estaríamos escrevendo essas linhas se eles não nos tivessem dado a oportunidade da reencarnação?

V. Não mateis.

O ser humano não tem o direito de tirar a vida de quem quer que seja, pois ela pertence ao Criador. Aliás, não somos donos nem do nosso próprio corpo, que é um empréstimo de Deus para que possamos desempenhar as nossas funções aqui na Terra.

VI. Não cometais adultério.

O adultério não deve ser visto apenas como fornicação. O seu sentido é mais amplo, e deve ser estendido a todos os atos de nossa vida. Jesus já nos alertava sobre o pecado pelo pensamento, pois tudo começa com uma simples idéia.

VII. Não roubeis.

Há diversos tipos de roubos: de dinheiro, de coisas, de objetos. Há também os roubos de tempo, do sossego e da quietude do próximo.

VIII. Não presteis testemunho falso contra o vosso próximo.

Cada um de nós pode ser o próximo que está recebendo falso testemunho. Será que gostaríamos que isso acontecesse conosco?

IX. Não desejeis a mulher do vosso próximo.

Desejar a mulher do próximo tem muito a ver com o adultério. Educar o pensamento e os sentimentos é o ponto chave. Mesmo assim, convém não nos deixarmos influenciar demasiadamente pelos meios de comunicação de massa.

X. Não cobiceis a casa do vosso próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu asno, nem qualquer das coisas que lhe pertençam.

A inveja é o maior dos males. Jesus ensinou-nos de que devemos ser nós mesmos. Ele dizia: "Sê tu mesmo, desenvolva a tua personalidade". Sigamos o nosso caminho. O que iremos ganhar andando pelo caminho traçado pelos outros?

5.2. O Ensinamento de Allan Kardec 

"Esta lei é de todos os tempos e de todos os países, e tem, por isso mesmo, caráter divino. Todas as outras são leis estabelecidas por Moisés, obrigado a manter, pelo temor, um povo naturalmente turbulento e indisciplinado, no qual tinha que combater os abusos enraizados e os preconceitos hauridos na servidão do Egito. Para dar autoridade às suas leis, ele deveu atribuir-lhes origem divina, assim como fizeram todos os legisladores dos povos primitivos; a autoridade do homem deveria se apoiar sobre a autoridade de Deus; mas só a idéia de um Deus terrível podia impressionar homens ignorantes, nos quais o senso moral e o sentimento de uma delicada justiça eram ainda pouco desenvolvidos. É bem evidente que, aquele que tinha colocado em seus mandamentos: "Tu não mataras; tu não farás mal ao teu próximo" não poderia se contradizer fazendo deles um dever de extermínio. As leis mosaicas propriamente ditas, tinham, pois, um caráter essencialmente transitório". (Kardec, 1984, p. 34)

5.3. A Interpretação do Espírito André Luiz

1. Consagra amor supremo ao Pai de Bondade Eterna, n’Ele reconhecendo a tua divina origem.

2. Precata-se contra os enganos do antropomorfismo, porque padronizar os atributos divinos absolutos pelos acanhados atributos humanos é cair em perigosas armadilhas da vaidade e do orgulho.

3. Abstém-te de envolver o Julgamento Divino na estreiteza de teus julgamentos.

4. Recorda o impositivo da meditação em teu favor e em beneficio daqueles que te atendem na esfera do trabalho, para que possas assimilar com segurança os valores da experiência.

5. Lembra-te de que a dívida para com teus pais terrestres é sempre insolvável por sua natureza sublime.

6. Responsabilizar-te-ás pelas vidas que deliberadamente extinguires.

7. Foge de obscurecer ou conturbar o sentimento alheio, porque o cálculo delituoso emite ondas de força desorientada que voltarão sobre ti mesmo.

8. Evita a apropriação indébita para que não agraves as próprias dívidas.

9. Desterra de teus lábios toda palavra dolosa a fim de que se não transforme, um dia, em tropeço para os teus pés.

10. Acautela-te contra a inveja e o despeito, a inconformação e o ciúme, aprendendo a conquistar alegria e tranquilidade, ao preço do esforço próprio porque os teus pensamentos te precedem os passos, plasmando-te, hoje, o caminho de amanhã. (Xavier, 1977, p. 160)

6. Conclusão

Moisés, com a tábua dos Dez Mandamentos, abriu o caminho da moral cristã. Jesus, pela sua pregação evangélica, continuou a sua obra; ao Espiritismo cabe a tarefa de terminá-la.

7. Bibliografia Consultada

EQUIPE DA FEB. O Espiritismo de A a Z. Rio de Janeiro: FEB, 1995.

http://www.chabad.org.br/tora/10mandamentos.htm

KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed. São Paulo: IDE, 1984.

XAVIER, F. C. e VIEIRA, W. Evolução em Dois Mundos, pelo Espírito André Luiz, 4. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1977.

Wikipedia



Moisés

Missão: unir as tribos israelitas num verdadeiro povo pela fundação de uma religião nacional.

Ideia orientadora: Iavé será o Deus de Israel e Israel o povo de Iavé.

Moisés, cujo período de vida, corresponde a vários cálculos: 1391-1271 a.C.; 1571 a.C.; 1592 a.C.;  1725 a.C. O consenso acadêmico vê Moisés como uma figura lendária, embora mantendo a possibilidade de que uma figura semelhante a Moisés tenha existido.

Diz-nos a lenda bíblica que Israel necessitava de um novo líder. A situação dos judeus no Egito tornava-se cada vez mais difícil e insuportável. O último faraó e seus conselheiros viam com receio aumentar, dia a dia, a desobediência dos doze filhos de Jacob. Com a superpopulação o Faraó tomou a seguinte medida: as parteiras deveriam, a partir de então, matar toda criança de sexo masculino que nascesse de mulher hebreia. 

Diante disso, Josebel, a mãe, idealizou um plano para salvar seu filho. Colocou-o numa cesta; depois, deixou-o flutuando no rio. Ao nascer do sol, Maria viu a filha do Faraó, a formosa Bita, que o recolheu. — Este menino é filho de judeus — exclamou; — chamá-lo-ei de Moisés, porque foi "salvo das águas". 

A história de Israel que nos é contada na Bíblia pode ser analisada em termos de uma guerra. o povo encontrava-se escravizado no Egito e Deus suscitou Moisés para organizar uma saída que implicava inevitavelmente uma guerra. Depois da saída do Egito, Deus quis dar ao seu povo uma pátria, que também iria ser conquistada através de uma guerra, que agora deixa de ser defensiva para tornar-se ofensiva.

Questão 268 (de O Consolador) — Os dez mandamentos recebidos por Moisés no Sinai, base de toda justiça até hoje, no mundo, foram alterados pelas seitas religiosas? Resposta do Espírito Emmanuel: — "As seitas religiosas, de todos os tempos, pela influenciação de seus sacerdotes, procuram modificar os textos sagrados; todavia, apesar das alterações transitórias, os dez mandamentos, transmitidos à Terra por intermédio de Moisés, voltam sempre a ressurgir na sua pureza primitiva, como base de todo o direito no mundo, sustentáculo de todos os códigos da justiça terrestre".

O Espírito Emmanuel, no capítulo 42 “Por um pouco”, do livro Fonte Viva, diz-nos que Moisés preferiu servir ao povo na sua libertação do que gozar as suntuosidades da casa do Faraó. (https://sbgespiritismo.blogspot.com/2023/12/moises.html)


Notas de Livros

O Consolador (Questões 261 a 274)

— Embora as elevadas concepções religiosas que floresceram na Índia e no Egito e todos os grandes ideais de conhecimento da divindade, que povoaram a antiga Ásia em todos os tempos, deve-se reconhecer no judaísmo a grande missão da revelação do Deus único.

266 — Os dias da Criação, nas antigas referências do Velho Testamento, correspondem a períodos inteiros da evolução geológica?

— Os dias da atividade do Criador, tal como nos refere o texto sagrado, correspondem aos largos períodos de evolução geológica, dentro dos milênios indispensáveis ao trabalho da gênese planetária, salientando-se que, com esses, a Bíblia encerra outros grandes símbolos inerentes aos tempos imemoriais, das origens do planeta.

267 — Qual a posição do Velho Testamento no quadro de valores da educação religiosa do homem?

— No quadro de valores da educação religiosa, na civilização cristã, o Velho Testamento, apesar de suas expressões altamente simbólicas, poucas vezes acessíveis ao raciocínio comum, deve ser considerado como a pedra angular, ou como a fonte-máter da revelação divina.

268 — Os dez mandamentos recebidos por Moisés no Sinai, base de toda justiça até hoje, no mundo, foram alterados pelas seitas religiosas?

— As seitas religiosas, de todos os tempos, pela influenciação de seus sacerdotes, procuram modificar os textos sagrados; todavia, apesar das alterações transitórias, os dez mandamentos, transmitidos à Terra por intermédio de Moisés, voltam sempre a ressurgir na sua pureza primitiva, como base de todo o direito no mundo, sustentáculo de todos os códigos da justiça terrestre.

269 — Como entender a palavra do Velho Testamento quando nos diz que Deus falou a Moisés no Sinai?

— Estais atualmente em condições de compreender que Moisés trazia consigo as mais elevadas faculdades mediúnicas, apesar de suas características de legislador humano.

É inconcebível que o grande missionário dos judeus e da Humanidade pudesse ouvir o Espírito de Deus. Estais, porém habilitados a compreender, agora, que a Lei ou a base da Lei, nos dez mandamentos, foi-lhe ditada pelos emissários de Jesus, porquanto todos os movimentos de evolução material e espiritual do orbe se processaram, como até hoje se processam, sob o seu augusto e misericordioso patrocínio.

270 — Apesar de suas expressões tão humanas, Moisés veio ao mundo como missionário divino?

— Examinando-se os seus atos enérgicos de homem, há a considerar as características da época em que se verificou a grande tarefa do missionário hebreu, legítimo emissário do plano superior, para entregar ao mundo terrestre a grande e sublime mensagem da primeira revelação.

Com expressões diversas, o grande enviado não poderia dar conta exata de suas preciosas obrigações, em face da Humanidade ignorante e materialista.

271 — Moisés transmitiu ao mundo a lei definitiva?

— O profeta de Israel deu à Terra as bases da Lei divina e imutável, mas não toda a Lei, integral e definitiva.

Aliás, somos obrigados a reconhecer que os homens receberão sempre as revelações divinas de conformidade com a sua posição evolutiva.

Até agora, a Humanidade da era cristã recebeu a grande Revelação em três aspectos essenciais: Moisés trouxe a missão da Justiça; o Evangelho, a revelação insuperável do Amor, e o Espiritismo em sua feição de Cristianismo redivivo, traz, por sua vez, a sublime tarefa da Verdade. No centro das três revelações encontra-se Jesus-Cristo, como o fundamento de toda a luz e de toda a sabedoria. É que, com Amor, a Lei manifestou-se na Terra no seu esplendor máximo; a Justiça e a Verdade nada mais são que os instrumentos divinos de sua exteriorização, com aquele Cordeiro de Deus, alma da redenção de toda a Humanidade. A justiça, portanto, lhe aplanaram os caminhos, e a Verdade, conseguintemente, esclarece os seus divinos ensinamentos. Eis por que, com o Espiritismo simbolizando a Terceira Revelação da Lei, o homem terreno se prepara, aguardando as sublimadas realizações do seu futuro espiritual, nos milênios porvindouros.

272 — Qual a significação da lei de talião “olho por olho, dente por dente”, em face da necessidade da redenção de todos os espíritos pelas reencarnações sucessivas?

— A lei de talião prevalece para todos os espíritos que não edificaram ainda o santuário do amor nos corações, e que representam a quase totalidade dos seres humanos.

Presos, ainda, aos milênios do pretérito, não cogitaram de aceitar e aplicar o Evangelho a si próprios, permanecendo encarcerados em círculos viciosos de dolorosas reencarnações expiatórias e purificadoras.

Moisés proclamou a Lei antiga; muitos séculos antes do Senhor. Como já dito, o profeta hebraico apresentava a Revelação com a face divina da Justiça; mas, com Jesus, o homem do mundo recebeu o código perfeito do Amor. Se Moisés ensinava o “olho por olho, dente por dente”, Jesus-Cristo esclarecia que o “amor cobre a multidão dos pecados”.

Daí a verdade de que as criaturas humanas se redimirão pelo amor e se elevarão a Deus por ele, anulando com o bem; todas as forças que lhes possam encarcerar o coração nos sofrimentos do mundo.

273 — Qual é verdadeiramente o segundo mandamento? — “Não farás imagens esculpidas das coisas que estão nos céus”, etc., segundo alguns textos, ou “Não tomar o seu santo nome em vão”, conforme o ensinamento da igreja católica de Roma?

— A segunda fórmula foi uma tentativa de subversão dos textos primitivos, levada a efeito pela Igreja Romana, a fim de que o seu sacerdócio encontrasse campo livre para desenvolvimento das heranças do paganismo, no que se refere às pomposas demonstrações do culto externo.

274 — Qual a intenção de Moisés no Deuteronômio, recomendando “que ninguém interrogasse os mortos para saber a verdade?”.

— Antes de tudo, faz-se preciso considerar que a afirmativa tem sido objeto injusto de largas discussões por parte dos adversários da nova revelação que o Espiritismo trouxe aos homens, na sua feição de Consolador.

As expressões sectárias, todavia, devem considerar que a época de Moisés não comportava as indagações do Invisível, porquanto o comércio com os desencarnados se faria com um material humano excessivamente grosseiro e inferior.



Internet

Moisés, Jesus e Allan Kardec

junho/2015 - Por Alessandro Viana Vieira de Paula

Na literatura espírita encontramos diversas referências às denominadas Três Revelações. No livro Cintilação das Estrelas [cap.2], o Espírito Camilo, através da mediunidade de José Raul Teixeira, mostra-nos a perfeita integração que há entre os Dez mandamentos, o Evangelho de Jesus e o Espiritismo.

A princípio, Camilo nos aponta que em tudo há um planejamento divino, um controle superior, de forma que Deus jamais age de improviso e sempre está presente, inspirando a criatura humana para sua plenitude espiritual, etapa a etapa, sem pressa, como, por exemplo, ao permitir a reencarnação de Espíritos evoluídos, que nos trazem elevados conceitos e posturas nobres.

A Divindade, em Sua infinita sabedoria, respeitando e entendendo os nossos limites, organizou a vinda das Três Revelações de forma notável, havendo um encadeamento lógico na cronologia temporal.

À época de Moisés, éramos crianças espirituais, necessitando mais de limites em nossas condutas levianas e irresponsáveis, de tal sorte o que o citado líder hebreu, guiando um povo indisciplinado, tenta imprimir as nuanças do respeito ao semelhante e da fidelidade ao Único Senhor.

Por essa razão, Moisés, no Monte Sinai, entra em sintonia com os Embaixadores do Cristo, e nos traz o Decálogo, que, segundo Camilo, constituiu-se em bússola segura e em freio, impondo normativas de acatamento e moderação, tornando-se, assim, a grande carta que traz notícias do anseio de Jeová, com relação aos tutelados humanos.

Do Decálogo, a maioria dos preceitos é em tom negativo – não ter outros deuses, não dizer o nome do Senhor em vão, não matar, não adulterar, não furtar, não dar falso testemunho e não cobiçar – os quais, com exceção dos dois primeiros, estão vinculados à postura do indivíduo com seus semelhantes.

A criança, em seu processo educacional, ouve muito a expressão não. Não faça isso, Não pode, Não é permitido, Não, você vai se machucar. É uma forma de impressionar e chamar a atenção da criança com vigor.

Enquanto crianças espirituais, na época de Moisés, precisávamos ouvir o não, por isso, o Decálogo, ao estabelecer o princípio de justiça, ensina o que não devemos fazer, com o escopo de não dificultarmos o nosso processo evolutivo.

Após séculos, Jesus, personificando a segunda e maior das Revelações,  encarnou-se no orbe terrestre, advindo, assim, a juventude espiritual do planeta, em condições de ouvir o que o Doce Nazareno tinha a ensinar.

Jesus refez variados conceitos e sintetiza o Decálogo em dois mandamentos: o amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

Na condição de jovens espirituais, tínhamos condições de saber o que fazer. O jovem já não necessita ouvir tantos não, está mais carente de informação e diretriz, de forma que é mais comum dizermos: Faça assim, Assim é o correto, Pense nisso etc.

Jesus, o Modelo e Guia de nossas vidas, veio nos ensinar o significado profundo do amor, mas não foi apenas um teórico, viveu o amor na sua plenitude, mostrando o que devemos fazer ao próximo e, ao executarmos, realizar como se estivéssemos fazendo a nós.

Dessa forma, a segunda Revelação representa o seguinte ensino: O que fazer?

Camilo, ao dar prosseguimento ao seu notável raciocínio, acentua que passados dezoito séculos nos quais Sua mensagem e Seus Feitos [referindo-se a Jesus] estiveram trancafiados nas masmorras escolásticas, empoeirados em cofres de usura, brilhantes e frios sobre pedras de escuros altares ou adulterados, no verbo interesseiro dos maus obreiros, renasce, no Ocidente, a personagem gloriosa de Rivail.

Hippolyte Rivail estuda os ensinos de Moisés, dedicado. Penetra a aura evangélica e se emociona com a saga do Cristianismo, sorvendo seu conteúdo a longos haustos. Trava contato com seres que haviam deixado o pouso da matéria, pelo fenômeno da morte. Dialoga com esses imortais e se aprofunda na eloquência dos raciocínios e no sentido real da fé impoluta e refletida. Logra reunir, num só trabalho, o questionamento filosófico, a busca fria da ciência e a lucidez que dirige a crença, ardorosa e racional.

O Espiritismo é a terceira Revelação que, além de repetir as revelações anteriores, ensinou-nos coisas novas (as leis divinas), que nos capacitam a entender o sentido da vida e a causa dos sofrimentos.

Assim sendo, o Consolador prometido representa o por que fazer?

Ao tomarmos contato com as verdades divinas, passamos a entender o porque temos que amar (fazer o bem a todos e sem impor condições) e o porque devemos evitar o mal, em seus variados aspectos (violência, calúnia, indiferença, omissão, egoísmo, vaidade etc.)

Lamentavelmente, muitos de nós ainda sequer conseguimos entender e vivenciar o Decálogo, isto é, ainda causamos danos e sofrimento na vida do próximo, porque o cobiçamos ou desejamos seus cônjuges, matamos sua dignidade e esperança, furtamos seus bens ou sua alegria de viver, entre outras atitudes.

Aquele que é capaz de, conscientemente, lesar ao próximo, ainda não tem condições de dimensionar o significado e a abrangência do amor, esse sentimento sublime que nos conduz a Deus.

Há aqueles que são incapazes de fazer o mal, mas também são impotentes para fazer o bem, situando-se numa faixa de neutralidade que os faz estacionar no processo evolutivo.

Para esses (maus e neutros) e para aqueles que já conseguem fazer o bem ao semelhante, ainda que de forma modesta, vem o Espiritismo, racionalizando a nossa fé e ensinando por que devemos amar (é a nossa destinação, é a fatalidade após sermos criados por Deus, por isso, fora da caridade não há salvação) e nos instruir (para que o conhecimento nos liberte das algemas da ignorância), revigorando as energias e a motivação daqueles que, nos dias atuais, pensam em desistir do bem e da paz, ou acomodam-se diante das facilidades da vida moderna.

Por essa razão, Camilo finaliza seu apontamento, afirmando que: Identificamos, então, a tríade concorde com todos os fundamentos: Moisés, Jesus e o Espírito de Verdade, que teve em Allan Kardec o Seu iluminado Servidor. O amor a Deus, na projeção do amor ao próximo, aí está a grande ensancha de redenção do gênero humano. (…)

Na programação celestial não há tricotomia particularista ou distúrbios entre os mensageiros. O que se vê é uma integração perfeita entre revelações e reveladores, cada qual portando sua característica, não obstante, em função de cada época e das suas conquistas gerais.

Evitemos o mal, a ociosidade e a indiferença.  Façamos o bem e sejamos úteis na sociedade em que vivemos, espalhando a mensagem do amor (sermos cartas vivas do Evangelho), cientes de que somos filhos de Deus, destinados à perfeição relativa, e cooperadores da construção do mundo de regeneração. (http://www.mundoespirita.com.br/?materia=moises-jesus-e-allan-kardec)