A Candeia e o Alqueire 

Perguntas e Respostas

1) Quais são as referências bíblicas sobre a candeia e o alqueire? 

Mateus 5:14-15, Marcos 4:21-25 e Lucas 8:16-18. Há pouca diferença entre eles. Tomemos a citação de Mateus: “Não se acende uma candeia para colocá-la sob o alqueire; mas se a coloca sobre um candeeiro, a fim de que ela clareie todos aqueles que estão na casa”. 

2) Qual o significado de candeia? E de alqueire?

Candeia. Pequeno  aparelho  de iluminação, que se suspende por um prego, com recipiente de folha-de-flandres, barro ou outro material, abastecido com óleo, no qual se embebe uma torcida, e de emprego em casas pobres.

Alqueire  –  do ár. al-kail –, antiga medida de  capacidade  para secos  e  líquidos, variável de terra para terra. Na Europa, correspondia pouco mais ou menos a 13 litros; na China, entre 10 e 31 litros. No Brasil, medida agrária que varia de acordo com a região: 48.400m2 (Rj, Go e Mg) e 24.400m2 (SP)

3) Como sintetizar a ideia de conhecimento?

Conhecer é reproduzir em nosso pensamento a realidade. Damos o nome de conhecimento à posse deste pensamento que concorda com a realidade. À concordância do pensamento com a realidade, chamamos verdade.

4) Há relação entre o símbolo e os ensinamentos de Jesus? 

Em se tratando dos ensinamentos de Jesus, precisamos extrair a essência daquilo que ele deixou velado, ou seja, a simbologia de sua linguagem.

5) Qual a pedagogia de Jesus?

Cristo é o grande educador da humanidade. Para educar o povo, recorreu à pedagogia da época: parábolas, hipérboles gráficas e alegorias.

6) O que se entende por reino dos céus? E o falar por parábolas? E o mistério?

Reino dos céus – não é um lugar circunscrito, nem governo ou Estado; é governo do cada um pela obediência às leis naturais, inscritas por Deus em nossa consciência.

O falar por parábolas – Jesus falava, exotericamente, de modo obscuro, somente com relação aos aspectos mais abstratos de sua doutrina; quanto à caridade, falava claramente. Com os apóstolos, mais aptos a compreender o alcance de sua doutrina, falava mais abertamente. E, mesmo com estes, não disse tudo.

O mistério – é um instrumento valioso para as religiões, pois seus propagadores não podem fornecer uma luz mais intensa do que aquela que os seus adeptos possam absorver. Observe que a Ciência, descobrindo novas leis da natureza, já elucidou mistérios. Por isso, a necessidade da constante atualização dos conhecimentos.

7) Qual o sentido da frase: "... não se acende uma candeia para pô-la debaixo do alqueire"?

Acender uma luz é iluminar algo que está escuro. O conhecedor das leis divinas não deve guardar para si os dons divinos, mas transmiti-los ao seu próximo. 

8) O que devemos entender por "... àquele que já tem, mais lhe será dado... àquele que não tem, mesmo o que tem se lhe tirará"?

Quem usa os bens recebidos aumenta-os pelo próprio uso. Quem não os usa, tem a sensação de perda por parecerem ofuscados. (https://sites.google.com/view/aprofundamentodoutrinario/candeia-e-alqueire?authuser=0)

 

Texto Curto no Blog

Não Colocar a Candeia Debaixo do Alqueire

Candeia – do lat. candela, "vela de sebo ou de cera" – significa pequeno aparelho de iluminação, que se suspende por um prego.Alqueire – do ár. al-kail –, antiga medida de capacidade para secos e líquidos, variável de terra para terra. Não colocar a candeia debaixo do alqueire quer dizer, em vez disso, deve-se suspendê-la até o prego, a fim de que se produza iluminação para todas as pessoas do recinto.

A candeia e o alqueire são uma alegoria acerca do conhecimento. O conhecimento é uma relação entre o Sujeito e o Objeto. O Sujeito apreende o Objeto e dele tira o conteúdo da aprendizagem. Fá-lo, porém, por tentativas e erros, ou seja, à medida que toma consciência do erro, corrige-o até atingir a maior plenitude da verdade. Nesse sentido, deve-se evitar o tom dogmático e cético, procurando, pelo contrário, o equilíbrio através da ponderação racional.

Candeia e alqueire denotam não só a apreensão do conhecimento como também a sua transmissão. Não é a verdade que nos perde, mas a maneira de dizê-la. Dessa forma, a alegoria da candeia mostra que o conhecimento das coisas espirituais deve ser ministrado conforme a capacidade de absorção dos ouvintes. Um clarão pode ofuscar, enquanto a luz de uma vela pode representar o porto da salvação.

A comunicação via parábola explicita o nosso raciocínio. Quando Jesus pregava a Boa Nova, utilizava-se da linguagem exotérica e da esotérica. A linguagem exotérica refere-se às parábolas que Jesus contava ao público em geral. Afirmava que para entendê-la havia a necessidade de se ter olhos de ver e ouvidos de ouvir. Por outro lado, a sós com os discípulos, utilizava-se da linguagem esotérica, pois podia falar claramente as verdades espirituais. Contudo, mesmo entre estes, não falava tudo.

A comunicação caracteriza-se pela emissão,mensagem e recepção. Há que se ter cuidado na transmissão, porque se o receptor não capta, o esforço torna-se vão. É por isso que os amigos espirituais exortam-nos a cuidar da voz, da postura, dos gestos etc. Na atualidade, não temos mais desculpas linguísticas na perda de almas para o apostolado do Cristo. Precisamos estar preparados para essa nobre tarefa.

O alcance da palavra é infinito. Cuidemos, pois, para que de nossa boca saiam somente frases de luz, para que elas possam auxiliar-nos a construir um mundo mais fraterno e mais justo. (http://sbgespiritismo.blogspot.com.br/2006/09/no-colocar-candeia-debaixo-do-alqueire.html)


Em Forma de Palestra

A Candeia e o Alqueire

1. Introdução

Os termos candeia e alqueire representam a simbologia da transmissão do conhecimento. Nosso propósito, neste texto, é mostrar que a transmissão conhecimento deve ser proporcional à compreensão do ouvinte. Para isso, debruçaremos o nosso pensamento sobre o conhecimento e a pedagogia utilizada por Jesus.

2. Endereço Bíblico

1. “Não se acende uma candeia para colocá-la sob o alqueire; mas se a coloca sobre um candeeiro, a fim de que ela clareie todos aqueles que estão na casa”. (São Mateus, cap. V., v. 15)

2. “Não há ninguém que, depois de ter acendido uma candeia, a cubra com um vaso ou a coloque sob uma cama; mas a põe sobre o candeeiro a fim de que aqueles que entrem veja a luz; porque não há nada de secreto que não deva ser descoberto, nem nada  de oculto que não deva ser conhecido e manifestar-se publicamente”. (São Lucas, cap. VIII, v. 16 e 17)

3. “Seus discípulos, se aproximando, disseram-lhe: por que lhes falais por parábolas? E, lhes respondendo, disse: porque, para vós outros, vos foi dado conhecer os mistérios do reino dos céus; mas, para eles, não foi dado. Eu lhes falo por parábolas, porque vendo não veem, e escutando não ouvem nem compreendem. E a profecia de Isaías se cumprirá neles quando disse: vós escutareis com vossos ouvidos e não ouvireis; olhareis com vossos olhos e não vereis. Porque o coração deste povo está entorpecido e seus ouvidos tornaram-se surdos, e eles fecharam seus olhos de medo que seus olhos não vejam, que seus ouvidos não ouçam, que seu coração não compreenda, e que, estando convertidos, eu não os curasse”. (São Mateus, cap. XIII, v. de 10 a 15) (Kardec, 1984, p.283)

3. O Significado dos Termos

Candeia - do lat. candela, "vela de sebo ou de cera" -  significa pequeno  aparelho  de iluminação, que se suspende por um prego, com recipiente de folha-de-flandres, barro ou outro material, abastecido com óleo, no qual se embebe uma torcida, e de emprego em casas pobres.

Alqueire  -  do ár. al-kail -, antiga medida de  capacidade  para secos  e  líquidos, variável de terra para terra. Na Europa correspondia, pouco mais ou menos a 13 litros; na China, entre 10 e 31 litros. No Brasil, medida agrária que varia de acordo com a região: 48.400m2 (Rj, Go e Mg) e 24.400m2 (SP)

O uso simbólico do alqueire deve-se essencialmente a seu emprego pelas sociedades secretas: a idéia básica é tirar o que está oculto debaixo, mais propriamente, o que está no interior. Para isso, colocavam arroz vermelho, alimento da imortalidade, dentro do alqueire. E, se o alqueire contém esse alimento, é por causa da potência da luz, ou do conhecimento. Refere-se, também, à mitologia, em que o deus irlandês, Diancecht mata o seu filho Miach (alqueire). A filha de Diancecht, chamada Airmed, classificou as trezentas e sessenta e cinco plantas que cresceram sobre o túmulo de seu irmão, Miach. Diancecht, entretanto, colocou-as novamente em desordem, a fim de que ninguém pudesse utilizá-las. Miach (alqueire) simboliza a medida de equilíbrio cósmico, e Diancecht  mata o próprio filho porque o conhecimento das plantas não deve ser divulgado. Ele põe esse conhecimento “debaixo do alqueire”. (Chevalier, 1992)

4. Contexto Histórico dos Evangelhos

4.1. O Evangelho de Jesus

A palavra evangelho, do grego euangélion, quer dizer “boa-notícia”. O sentido mais antigo está relacionado com a gorjeta que se dava aos que traziam “boas-notícias”.

Nas cidades gregas, falava-se do Evangelho quando ecoava a notícia de uma vitória militar ou do nascimento do filho de um rei, de um imperador. Unia-se aos cânticos e às cerimônias festivas, dando uma conotação de alegria.

No Velho Testamento, Deus comunica os seus anúncios de alegria aos patriarcas, a Moisés, aos chefes e aos profetas de seu povo.

No Novo Testamento, Deus dá o maior dos “anúncios”, o anúncio de Jesus. O Evangelho torna-se então “o alegre anúncio” da vinda do Cristo salvador e a proclamação da sua missão. (Battaglia, 1984, p.19 a 21)

4.2. O Judaísmo e o Império Romano

O judaísmo compreende as leis, costumes, práticas religiosas peculiares aos judeus a partir do cativeiro da Babilônia.

O povo judeu, ao qual Jesus e os apóstolos pertenciam fazia parte do grande império romano que estendia as asas das suas águias do Atlântico ao Índico. O jugo romano, porém, pesava de modo especial sobre a Palestina ao contrário dos outros povos.

“O ambiente histórico, em que o Evangelho nasceu, é o do judaísmo, formado e alimentado pelos livros sacros do Antigo Testamento, condicionado pelos acontecimentos históricos, pelas instituições nas quais se encontrou inserido e pelas correntes religiosas que o especificaram.

Embora o Cristianismo seja uma religião revelada, diferente da judaica, apareceu historicamente como continuação e aperfeiçoamento da revelação dada por Deus ao povo de Israel. Jesus era um judeu, que nasceu e viveu na Palestina. Os apóstolos eram todos da sua gente e da sua religião. Os primeiros ouvintes do Evangelho e os primeiros convertidos eram adoradores do Deus de Israel e seguidores da legislação mosaica”. (Battaglia, 1984, p. 118)

5. O Problema do Conhecimento

5.1. Conceito de Conhecimento

“No conhecimento encontram-se frente a frente a consciência e o objeto, o sujeito e o objeto. O conhecimento apresenta-se como uma relação entre esses dois elementos, que nela permanecem eternamente separados um do outro. O dualismo sujeito e objeto pertence à essência do conhecimento”. (Hessen, 1968, p. 26)

Desta forma:

- conhecer é reproduzir em nosso pensamento a realidade

- damos o nome de conhecimento à posse deste pensamento que concorda com a realidade.

- à concordância do pensamento com a realidade, chamamos verdade.

5.2. Tipos de Conhecimento

a) Conhecimento “folk”, que é o processo pelo qual adquirimos conhecimento ao longo da vida quotidiana e através dos relacionamentos comuns na família, entre amigos, no grupo de iguais etc. Seu defeito maior é a dificuldade de ser acumulado, pois existe apenas nas cabeças dos viventes. Pode desfazer-se com uma simples epidemia.

b) Conhecimento literário, processo de conhecimento envolvendo o uso da escrita ou outras formas de registro de informações. Começou a partir mais ou menos do ano 3.000 a. C. e dura até os dias atuais. Isso veio tornar o problema da transmissão do estoque de conhecimentos de uma geração para a outra muito mais fácil e permitir maior especialização, visto que o estoque de conhecimentos não ficava confinado ao que uma cabeça individual pode guardar.

c) O conhecimento científico pode ser apontado como o terceiro processo de produzir conhecimento, e tem sido o característico dos últimos 300 anos. damo-lhe o nome de ciência. O progresso do conhecimento produzido por esse movimento praticamente dobrou a duração da vida humana, lançou o homem no espaço, explorou toda a superfície da Terra, liberou enorme fontes de energia, criou materiais inteiramente novos e provocou enorme acréscimo de produtividade e de riqueza. (Boulding, 1974, p. 12 a 15)

d) Conhecimento filosófico, como processo de autoconhecimento do homem. A maiêutica socrática encontra-se atualíssimo na era moderna.

e) Conhecimento religioso, como processo de relacionamento entre criatura e criador, consubstanciando na Revelação, na intuição e outras formas.

5.3. A Linguagem Simbólica

No símbolo, a pessoa se expressa. No símbolo a pessoa é conhecida. No símbolo encontra-se com outra no plano da comunicação e da confidência que une dois seres pessoais. Foi por isso, que, com razão, já se definiu o homem como um ser simbólico.

Toda a cultura é uma produção de símbolos dos quais os homens se expressam, se comunicam e se trocam a riqueza interior. (Idígoras, 1983)

A palavra símbolo presta-se a muitas significações. Confundimo-la com a metáfora, a alegoria, a parábola, o apólogo etc. Há, até uma matéria filosófica, denominada simbólica, que estuda a gênese, o desenvolvimento, a vida, a morte e a ressurreição do símbolo.

Em se tratando dos ensinamentos de Jesus, precisamos extrair a essência daquilo que ele deixou velado, ou seja, a simbologia de sua linguagem.

6. A Pedagogia de Jesus

6.1. Educação

A educação é um processo lento. O amadurecimento do ser requer consideração, reflexão e ponderação constantes.

Por sua própria natureza, a educação é um diálogo. Através desse diálogo, as gerações mais experimentadas transmitem às mais jovens a riqueza de seus conhecimentos e vivências.

Cristo é o grande educador da humanidade. Para educar o povo, recorreu à pedagogia da época: parábolas, hipérboles gráficas e alegorias.

6.2. As Parábolas

Parábola é um relato que possui sentido próprio, destinado, porém, a sugerir, além desse sentido imediato, uma lição moral.

No fundo do parabole grego há a ideia de comparação, enigma, curiosidade.

As parábolas evangélicas contadas por Jesus são imagens tomadas das realidades terrestres para serem sinais das realidades reveladas por Deus. Elas precisam de uma explicação mais profunda.

O conhecimento exotérico e o conhecimento esotérico estão implícitos nas parábolas. O conhecimento exotérico refere-se à exposição que Jesus fazia publicamente, enquanto o conhecimento esotérico refere-se às explicações que Jesus dava aos apóstolos, em particular.

6.3. O Mistério do Reino dos Céus

Mistério - do grego mysterion evoca a ideia de coisa secreta. É um dogma religioso cuja compreensão está acima da razão humana. Pode ser, também, o ensinamento dado à parte aos iniciados em uma doutrina ou religião. Temos, assim, o mistério eleusíaco, o mistério órfico, o mistério da encarnação, o mistério da Santíssima Trindade etc.

Reino dos Céus - é uma realidade misteriosa que só Jesus pode dar a conhecer. Jesus revela o reino dos céus às crianças, aos humildes  e aos pobres de espírito. Nega-o, porém, aos prudentes. (Leon-Dufour, 1972)

7. A Candeia, o Alqueire e o Espiritismo

Allan Kardec, o codificador do Espiritismo, com o auxílio dos Espíritos superiores, fornece-nos subsídios valiosos para a interpretação desta e de outras passagens evangélicas.

Analisemos, pois:

a) Reino dos céus

Não é um lugar circunscrito, nem governo ou Estado; é governo do cada um pela obediência às leis naturais, inscritas por Deus em nossa consciência.

b) O falar por parábolas

Jesus falava, exotericamente, de modo obscuro, somente com relação aos aspectos mais abstratos de sua doutrina; quanto à caridade, falava claramente. Com os apóstolos, mais aptos a compreender o alcance de sua doutrina, falava mais abertamente. E, mesmo com estes, não disse tudo.

c) O mistério 

É um instrumento valioso para as religiões, pois seus propagadores não podem fornecer uma luz mais intensa do que aquela que os seus adeptos possam absorver. Observe que a Ciência, descobrindo novas leis da natureza, já elucidou mistérios. Por isso, a necessidade da constante atualização dos conhecimentos.

“O Espiritismo vem hoje lançar luz sobre uma multidão de pontos obscuros; entretanto, não a lança inconsideravelmente. Os Espíritos procedem nas suas instruções com uma admirável prudência; não foi senão sucessivamente e gradualmente que abordaram as diversas partes conhecidas da doutrina e é assim que as outras partes serão reveladas à medida que o momento tenha chegado para fazê-la sair da sombra”. (Kardec, 1984, p. 285)

8. Conclusão

Todos podemos ser os arautos do Senhor. O Espiritismo nada inventou, apenas facilitou a nossa compreensão das verdades eternas. Cabe-nos, portanto, não só estudar os princípios fundamentais da doutrina, como também, penetrar no âmago do psiquismo humano. Tal empreendimento auxiliar-nos-á eficazmente no sentido de transmitirmos o conhecimento espiritual de acordo com a capacidade de entendimento daqueles que nos ouvem.

9. Bibliografia Consultada

BATTAGLIA,  0. Introdução aos Evangelhos — Um Estudo Histórico-crítico. Rio de Janeiro, Vozes, 1984.

BOULDING, K. E. O Impacto das Ciências Sociais. Rio de Janeiro, Zahar, 1974.

CHEVALIER, J. e GHEERBRANT, A. Dicionário de Símbolos (mitos, sonhos, costumes, gestos, formas, figuras, cores, números). 6. ed., Rio de Janeiro, José Olympio, 1992.

HESSEN, J. Teoria do Conhecimento. 4. ed., Coimbra, Armênio Amado, 1968.

IDÍGORAS, J. L. Vocabulário Teológico para a América Latina. São Paulo, Edições Paulinas, 1983.

KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed., São Paulo, IDE, 1984.

LEON-DUFOUR, X. e OUTROS. Vocabulário de Teologia Bíblica. Rio de Janeiro, Vozes, 1972.

São Paulo, 18/08/1996.



Textos do Blog

Consciência Moral

Ao longo do tempo, porém, a lei escrita teve mais peso do que a lei moral. Os fariseus, por exemplo, quiseram aplicar a lei de forma objetiva e calculada. Jesus Cristo, ao contrário, procurou combater a moral exterior. Em Lucas 11, 33 a 35, ele diz: “E ninguém, acendendo uma candeia, a põe em oculto, nem debaixo do alqueire, mas no velador, para que os que entram vejam a luz. A candeia do corpo é o olho. Sendo, pois, o teu olho simples, também todo o teu corpo será luminoso; mas, se for mau, também o teu corpo será tenebroso. Vê, pois, que a luz que em ti há não sejam trevas”.  (http://sbgespiritismo.blogspot.com.br/2012/03/consciencia-moral.html)

Amai-vos e Instruí-vos

Instruir é fornecer ou adquirir conhecimentos. É educar ou treinar alguém numa dada atividade. A instrução pode ser do tipo “bancária”, em que o professor dá importância ao “conteúdo da matéria” e instrução “problematizadora”, em que o professor procura formar cabeças pensantes. Há, também, a instrução evangélica, aquela baseada na pedagogia de Jesus, consubstanciada no ensinamento contido no relato da candeia e do alqueire. (http://sbgespiritismo.blogspot.com.br/2012/08/amai-vos-e-instrui-vos.html)

Luz e Espiritismo

O Espírito Emmanuel, comentando "Vós sois a luz do mundo" (Mateus, 5, 14), fala-nos que quando Cristo designou os seus discípulos como sendo a luz do mundo, assinalou-lhes tremenda responsabilidade na Terra. É que a chama da candeia gasta o óleo do pavio. Nesse sentido, o Cristão sem espírito de sacrifício é lâmpada morta no santuário do Evangelho. (http://sbgespiritismo.blogspot.com.br/2011/08/luz-e-espiritismo.html)

Quem me Segue não Anda nas Trevas

O Espírito Emmanuel, comentando “Quem me Segue não Anda nas Trevas”, fala-nos que quando Cristo designou os seus discípulos como sendo a luz do mundo, assinalou-lhes tremenda responsabilidade na Terra. É que a chama da candeia gasta o óleo do pavio. Nesse sentido, o Cristão sem espírito de sacrifício é lâmpada morta no santuário do Evangelho. Recomenda-nos, assim, não nos determos em conflitos ou perquirições sem proveito, visto que a luz não argumenta, mas sim esclarece e socorre, ajuda e ilumina. (http://sbgespiritismo.blogspot.com.br/2009/11/quem-me-segue-nao-amda.html)


Sites e Blogs

A “Parábola da Luz do Mundo”, também conhecida como a “Parábola da Lâmpada Debaixo do Alqueire”, é uma das bem conhecidas parábolas de Jesus, aparecendo em três dos evangelhos canônicos do Novo Testamento. As diferenças encontradas em Mateus 5:14-15, Marcos 4:21-25 e Lucas 8:16-18 são pequenas e as três versões podem ser derivadas da mesma fonte. Uma versão abreviada da parábola também aparece no não canônico Evangelho de Tomé. Em Mateus, a parábola é uma continuação do discurso sobre Sal e Luz. Jesus queria fazê-los entender através dessa parábola, que uma vez iluminados pela luz do evangelho, deveriam eles levar essa luz a todas as pessoas.

"Alqueire" aqui é um uso antiquado para "vaso", "pote" ou "vasilhame". (Wikepédia)

...

Devemos espalhar os conhecimentos que possuímos em benefício de todos, pois a verdade não é para ser escondida de ninguém. Entretanto, ela pode ser gradualmente percebida por aqueles que se propõem a ir ao seu encontro. (CVDEE)

...

A frase dita por Jesus nós a encontramos no seguinte trecho do Evangelho segundo Mateus, que faz parte do conhecido Sermão da Montanha: 

“Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.” (Mateus, 5:14-16.)

Comentando o tema, Allan Kardec inseriu em sua obra duas informações que vale a pena destacar, dada a sua importância:

O poder de Deus se manifesta nas mais pequeninas coisas, como nas maiores. Ele não põe a luz debaixo do alqueire, por isso que a derrama em ondas por toda a parte, de tal sorte que só cegos não a veem. (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. VII, item 9.)

Dá-se com os homens, em geral, o que se dá em particular com os indivíduos. As gerações têm sua infância, sua juventude e sua maturidade. Cada coisa tem de vir na época própria; a semente lançada à terra, fora da estação, não germina. Mas, o que a prudência manda calar, momentaneamente, cedo ou tarde será descoberto, porque, chegados a certo grau de desenvolvimento, os homens procuram por si mesmos a luz viva; pesa-lhes a obscuridade. Tendo-lhes Deus outorgado a inteligência para compreenderem e se guiarem por entre as coisas da Terra e do céu, eles tratam de raciocinar sobre sua fé. É então que não se deve pôr a candeia debaixo do alqueire, visto que, sem a luz da razão, desfalece a fé. (Obra citada, cap. XXIV, item 4.) (Nas duas citações o negrito foi posto por nós.)

O tema diz respeito, como é fácil compreender, à necessidade de divulgação das verdades que, ensinadas por Jesus ou pelo Espiritismo, podem concorrer para o aprimoramento moral das pessoas e, por consequência, do mundo em que vivemos.

Num texto intitulado “Socorro oportuno”, psicografado por Francisco Cândido Xavier e constante do livro Estude e Viva, Emmanuel referiu-se de modo explícito ao assunto: 

“Sensibiliza-te diante do irmão positivamente obsidiado e esmera-te em ofertar-lhe o esclarecimento salvador com que a Doutrina Espírita te favorece.

Bendito seja o impulso que te leva a socorrer semelhante doente da alma; entretanto, reflete nos outros, os que se encontram nas últimas trincheiras da resistência ao desequilíbrio espiritual.

Por um alienado que se candidata às terapias do manicômio, centenas de fronteiriços da obsessão renteiam contigo na experiência cotidiana. Desambientados num mundo que ainda não dispõe de recursos que lhes aliviem o íntimo atormentado, esperam por algo que lhes pacifiquem as energias, à maneira de viajores tresmalhados nas trevas, suspirando por um raio de luz... Marchavam resguardados na honestidade e viram-se lesados a golpes de crueldade, mascarada de inteligência; abraçaram tarefas edificantes e foram espancados pela injúria, acusados de faltas que jamais seriam capazes de cometer; entregaram-se, tranquilos, a compromissos que supuseram inconspurcáveis e acabaram espezinhados nos sonhos mais puros; edificaram o lar, como sendo um caminho de elevação, e reconheceram-se, dentro dele, à feição de prisioneiros sem esperança; criaram filhos, investindo em casa toda a sua riqueza de ideal e ternura, na expectativa de encontrarem companheiros abençoados para a velhice, e acharam-se relegados a extremo abandono; saíram da juventude, plenos de aspirações renovadoras e toparam enfermidades que lhes atenazam a vida... E, com eles, os que se acusam desajustados, temos ainda os que vieram do berço em aflição e penúria, os que se emaranharam em labirintos de tédio, por demasia de conforto, os que esmorecem nas responsabilidades que esposaram e os que carregam no corpo dolorosas inibições...

Lembra-te deles, os quase loucos de sofrimento, e trabalha para que a Doutrina Espírita lhes estenda socorro oportuno. Para isso, estudemos Allan Kardec, ao clarão da mensagem de Jesus Cristo, e, seja no exemplo ou na atitude, na ação ou na palavra, recordemos que o Espiritismo nos solicita uma espécie permanente de caridade – a caridade da sua própria divulgação.” (Estude e Viva, cap. 40, obra publicada pela FEB no ano de 1965.) (O negrito é nosso.) (http://www.oconsolador.com.br/ano9/421/editorial.html)  


São Paulo, agosto de 2017.